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<p>Salvador - BA</p><p>2023</p><p>GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA</p><p>SECRETARIA DA EDUCAÇÃO - SEC</p><p>MÓDULO I</p><p>Universidade para Todos</p><p>Direitos patrimoniais reservados ao Estado da Bahia/Secretaria da Educação</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA SISB/UNEB</p><p>Bahia. Secretaria da Educação. Coordenação Executiva de Programas e Projetos</p><p>Estratégicos</p><p>Universidade para todos: módulo I/ Secretaria de Educação. – Salvador:</p><p>SEC, 2023;</p><p>258 p. : il.</p><p>1. Universida es e faculdades - Vestibular. 2. Material didatico. 3.d</p><p>Lingua portuguesa – Estudo e ensino.</p><p>CDD : 378.1664</p><p>GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA</p><p>JERÔNIMO RODRIGUES SOUZA</p><p>VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA</p><p>GERALDO ALVES FERREIRA JÚNIOR</p><p>SECRETARIA DA EDUCAÇÃO – SEC</p><p>SECRETÁRIA D EDUCAÇÃOA</p><p>ADÉLIA MARIA CARVALHO DE MELO PINHEIRO</p><p>CHEFE DE GABINETE</p><p>ROWENNA DOS SANTOS BRITO</p><p>ASSESSOR ESPECIAL</p><p>JOSÉ BITES DE CARVALHO</p><p>COORDENAÇÃO – UPT/SEC</p><p>PATRÍCIA MATOS MACHADO</p><p>TANIA MARIA SANTIAGO FROIS LIMA</p><p>IARA OLIVEIRA PASSOS</p><p>GUSTAVO COSTA GUIMARÃES</p><p>Cristiano de Sant'anna Bahia</p><p>Tatiana Ribeiro Velloso</p><p>EQUIPES COORDENAÇÃO – UPT / UNIVERSIDADES</p><p>EQUIPE DE ORGANIZAÇÃO</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA</p><p>PROFESSORA ESPECIALISTA</p><p>GILCE ALMEIDA</p><p>LITERATURA</p><p>PROFESSORA ESPECIALISTA</p><p>LIBIA GERTRUDES DE MELO</p><p>LINGUA ESPANHOLA</p><p>PROFESSORA ESPECIALISTA</p><p>MARIA AVANI NASCIMENTO PAIM</p><p>LINGUA INGLESA</p><p>PROFESSOR ESPECIALISTA</p><p>PAULO ROBERTO CORREIA ESTEVES</p><p>REDAÇÃO</p><p>PROFESSORA ESPECIALISTA</p><p>MARIA IONAIA DE JESUS SOUZA</p><p>HISTÓRIA</p><p>PROFESSORA ESPECIALISTA</p><p>MÁRCIA MARIA DA SILVA BARREIROS</p><p>GEOGRAFIA</p><p>PROFESSORAS ESPECIALISTAS</p><p>CONCEIÇÃO SANTOS</p><p>JUSSARA FRAGA PORTUGAL</p><p>MATEMÁTICA</p><p>PROFESSORA ESPECIALISTA</p><p>MARLUCE ALVES DOS SANTOS</p><p>FÍSICA</p><p>PROFESSOR ESPECIALISTA</p><p>EDUARDO MOEREIRA DAMASCENO</p><p>MONITORA</p><p>REBECA DOURADO GONÇALVES</p><p>QUÍMICA</p><p>PROFESSOR ESPECIALISTA</p><p>CESÁRIO FRANCISCO DAS VIRGENS</p><p>MONITORA</p><p>REBECA DOURADO GONÇALVES</p><p>BIOLOGIA</p><p>PROFESSORAS ESPECIALISTAS</p><p>ANDREA CRISTINA MARIANO</p><p>MARIA ELISA DA SILVA SANTOS</p><p>MONITORES</p><p>ALEXANDRA MARIA DE JESUS SANTOS</p><p>NESTOR OLIVEIRA JÚNIOR</p><p>MARIANA PAROLLI MANGABEIRA</p><p>AISSA THAÍS SAMPAIO SILVA</p><p>PRODUÇÃO GRÁFICA</p><p>E EDITORIAL</p><p>PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E</p><p>EDITORAÇÃO – UNEB</p><p>ADRIANO REIS</p><p>SIDNEY SILVA</p><p>REVISÃO TÉCNICA – UNEB</p><p>JAQUELINE MACHADO</p><p>MARIA IONAIA SOUZA</p><p>SIMONE FERREIRA DE SOUZA</p><p>WANDERLEY</p><p>PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO - UNEB</p><p>DANILO OLIVEIRA</p><p>MARIA IONAIA SOUZA</p><p>IMPRESSÃO</p><p>EMPRESA GRÁFICA DA BAHIA - EGBA</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>1</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>Querido(a) estudante,</p><p>Sabemos que, nesta jornada de preparação</p><p>para os exames de acesso ao ensino superior, é</p><p>importante contar com um material de apoio que lhe</p><p>permita solidificar a aprendizagem dos conteúdos.</p><p>Assim, pensando no seu êxito na prova de Língua</p><p>Portuguesa, preparamos explicações e selecionamos</p><p>atividades que o ajudarão a revisar os principais</p><p>conteúdos da disciplina e desenvolver análises e</p><p>reflexões sobre aspectos gramaticais do português.</p><p>Enfatizamos, porém, que o exercício constante da</p><p>leitura e da produção textual é o que fará de você um</p><p>usuário mais competente da língua.</p><p>Desejamos que perceba que estudar a língua</p><p>portuguesa vai além da memorização de regras</p><p>e nomenclaturas, e que, diferentemente de uma</p><p>concepção que pretende entendê-la como um</p><p>produto acabado, demonstramos que ela é maleável</p><p>e se molda às nossas intenções comunicativas,</p><p>refletindo aspectos do contexto sócio-histórico</p><p>em que é utilizada. Embora a análise dos fatos</p><p>gramaticais aqui esteja centrada, prioritariamente, na</p><p>norma-padrão, evidenciamos que esta é apenas uma</p><p>das muitas possibilidades disponíveis para o falante,</p><p>e não a única. Conhecer essa norma é fundamental</p><p>para que possamos interagir em situações de</p><p>maior formalidade, para termos conhecimento da</p><p>legislação do nosso país e dos nossos direitos e para</p><p>acessar os mais diversos textos, orais e escritos,</p><p>dentre os quais estão as provas dos exames a que</p><p>você se submeterá.</p><p>Agora, convidamos você a conhecer o que</p><p>preparamos para a sua jornada de aprendizagem.</p><p>No Bloco 1, abordamos as funções da linguagem e</p><p>a variação linguística. Situamos a língua como um</p><p>instrumento de interação que continuamente se</p><p>transforma e apresentamos alguns dos principais</p><p>aspectos que influenciam esse processo de</p><p>evolução. No Bloco 2, iniciamos o seu contato</p><p>com características mais formais da língua a</p><p>partir do estudo sobre a estrutura das palavras</p><p>e de suas classes gramaticais. Você perceberá</p><p>também o potencial criativo da língua estudando</p><p>os processos de formação de palavras. No Bloco 3,</p><p>nos aventuramos pela sintaxe e mostramos que as</p><p>palavras não devem ser entendidas isoladamente.</p><p>Existem regras internas que nos permitem organizá-</p><p>las num processo de dependência uma das outras nos</p><p>enunciados. No Bloco 4, continuando a abordagem</p><p>em torno da sintaxe, enfocamos as relações de</p><p>coordenação e subordinação na construção dos</p><p>períodos. Nesse bloco, também tratamos de regência</p><p>verbal e nominal. Ao fim de cada etapa, oferecemos</p><p>dicas de textos, sites de pesquisa e apresentamos</p><p>questões do ENEM e de vestibulares de importantes</p><p>universidades do país para você exercitar o que</p><p>aprendeu.</p><p>Estamos certos de que, ao trilhar seu caminho</p><p>de revisão de conteúdos por meio deste material,</p><p>você aumentará suas chances de acesso ao ensino</p><p>superior, mas o alertamos de que é imprescindível</p><p>que acompanhe as aulas, mantenha uma rotina</p><p>de estudos organizada e exercite a investigação</p><p>constantemente. Busque aprofundar-se nos</p><p>assuntos, faça roteiros, mapas mentais, tire dúvidas.</p><p>Seja protagonista de sua aprendizagem. Estamos</p><p>torcendo por você. Bons estudos!</p><p>Gilce Almeida</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>2</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA BLOCO TEMÁTICO 1 –</p><p>LINGUAGEM E LÍNGUA</p><p>A linguagem é uma capacidade inata dos</p><p>seres humanos, por meio da qual produzimos todo</p><p>o conhecimento acumulado ao longo da história.</p><p>Por meio dela, nos constituímos enquanto sujeitos</p><p>e agimos sobre o mundo. A língua, por sua vez, é a</p><p>manifestação da linguagem e representa um contrato</p><p>coletivo entre os falantes de uma comunidade.</p><p>Isso quer dizer que, embora concretizemos nossos</p><p>usos individuais por meio da fala, não conseguimos</p><p>promover mudanças na língua sem que elas sejam</p><p>aceitas pela coletividade.</p><p>Ao longo deste bloco de conteúdos, queremos</p><p>que você compreenda que a linguagem é carregada</p><p>de intencionalidade e dispõe de inúmeros recursos</p><p>para garantir que a mensagem produzida alcance o</p><p>efeito desejado pelo locutor. Além disso, desejamos</p><p>que você manifeste uma atitude positiva em relação</p><p>aos fatos linguísticos que fogem à estrutura da</p><p>norma-padrão. Afinal, a língua é isto: um conjunto de</p><p>variedades, cujas características são motivadas por</p><p>aspectos de sua própria natureza interna, bem como</p><p>de elementos da realidade sociocultural.</p><p>LINGUAGEM: TIPOS E</p><p>FUNÇÕES</p><p>A linguagem é uma capacidade inata da espécie</p><p>humana e por meio dela conseguimos nos comunicar,</p><p>expressar nossos sentimentos, ideias, conceitos e</p><p>opiniões, compreender as mais diversas expressões</p><p>artísticas e agir socialmente. É um conjunto de</p><p>signos ou sinais e, sem ela, não há interação entre</p><p>as pessoas. A depender do tipo de signo utilizado,</p><p>podemos caracterizar a linguagem como verbal</p><p>ou não verbal.</p><p>A linguagem é verbal quando o processo</p><p>interativo é composto essencialmente por palavras.</p><p>Poroutro lado,quandosãoutilizadosoutrossímbolos,</p><p>como gestos, sons, pintura, dança, expressões faciais</p><p>e imagens, dizemos que a linguagem é não verbal.</p><p>Exemplo de linguagem não verbal. Disponível em:</p><p>https://cbn.globoradio.globo.com/media/audio/198427/</p><p>hoje-e-dia-mundial-do-emoji.htm</p><p>Há situações em que recorremos a apenas</p><p>um desses tipos de linguagem, mas, com muita</p><p>frequência, nossa comunicação é apoiada em</p><p>ambos os tipos. Quando conversamos com alguém,</p><p>além dos recursos verbais específicos da língua,</p><p>utilizamos gestos e expressões que complementam</p><p>o ato comunicativo. Além disso, no contexto das</p><p>tecnologias digitais da informação e da comunicação,</p><p>combinamos a escrita com material visual, tal como</p><p>ocorre nas redes sociais</p><p>do discurso (Eu</p><p>cheguei / Você chegou / Ela chegou);</p><p>· critério morfológico – pode variar em gênero,</p><p>número e pessoa (ele/ela, tu/vós, eu/tu);</p><p>· critério sintático – podem ser núcleos do</p><p>sintagma nominal substituindo o substantivo</p><p>(pronomes substantivos) – Todos chegaram</p><p>– ou palavra determinante de um núcleo</p><p>(pronomes adjetivos) – Aquela garota sairá</p><p>mais cedo</p><p>Veja a seguir a classificação dos pronomes</p><p>pessoais. Para conhecer os demais tipos (pessoais</p><p>de tratamento, possessivos, demonstrativos,</p><p>interrogativos, indefinidos e relativos), sugerimos</p><p>que consulte a seção referente a esse assunto nas</p><p>gramáticas indicadas ao final deste bloco.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>26</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Singular</p><p>Pessoas do discurso Retos Oblíquos</p><p>Átonos</p><p>Oblíquos</p><p>Tônicos</p><p>1ª pessoa</p><p>2ª pessoa</p><p>3ª pessoa</p><p>eu</p><p>tu</p><p>ele, ela</p><p>me</p><p>te</p><p>o, a, lhe, se</p><p>mim, comigo</p><p>ti, contigo</p><p>si, consigo, ele, ela</p><p>Plural</p><p>Pessoas do discurso Retos Oblíquos</p><p>Átonos</p><p>Oblíquos</p><p>Tônicos</p><p>1ª pessoa</p><p>2ª pessoa</p><p>3ª pessoa</p><p>nós</p><p>vós</p><p>eles, elas</p><p>nos</p><p>vos</p><p>os, as, lhes, se</p><p>nós, conosco</p><p>vós, convosco</p><p>si, consigo, eles, elas</p><p>Verbo:</p><p>· critério semântico – indica ação, processo, intenção, estado ou fenômeno da natureza (Ele chegou / Ele</p><p>estava calmo / Trovejou ontem / Desejamos a sua felicidade).</p><p>· critério morfológico – varia em pessoa, número, tempo, modo (amo/ama, amo/amamos, amei/amava)</p><p>e voz (passiva, ativa e reflexiva).</p><p>· critério sintático – é o núcleo de predicados verbal e verbo-nominal.</p><p>Em português, os verbos pertencem a três conjugações, definidas com base na vogal temática:</p><p>1ª conjugação – terminação em ar: amar, cantar, ficar, assoviar.</p><p>2ª conjugação – terminação em er: comer, viver, ferver, fazer.</p><p>3ª conjugação – terminação em ir: sorrir, partir, fugir, imprimir.</p><p>O verbo pôr, assim como outros que dele derivam (repor, transpor, compor), faz parte da segunda conjugação,</p><p>tendo em vista que, em latim, sua forma era poer.</p><p>Os verbos são a classe com o maior número de flexões na língua: pessoa (1ª, 2ª e 3ª), número (singular e</p><p>plural), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (os tempos básicos são presente, pretérito e futuro) e,</p><p>como você já sabe, existem morfemas para representar tais flexões, como mostramos no quadro a seguir:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>27</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAModo Tempo Morfema modo-</p><p>temporal Exemplo</p><p>indicativo</p><p>pretérito</p><p>perfeito não há cantei – vendi – fugi</p><p>imperfeito</p><p>-va ou - ve (1ª</p><p>conjugação)</p><p>-ia ou ie (2ª e 3ª</p><p>conjugações)</p><p>cantava – cantáveis</p><p>vendia – vendíeis</p><p>fugia – fugíeis</p><p>mais-que-perfeito -ra ou –re cantara – cantáreis</p><p>vendera – vendêreis</p><p>presente não há canto – vendo- fujo</p><p>futuro</p><p>do presente rá ou re</p><p>cantarei – cantará -</p><p>cantaremos</p><p>do pretérito -ria ou –rie cantaria – cantaríeis</p><p>fugiria – fugiríeis</p><p>subjuntivo</p><p>presente</p><p>-e (1ª conjugação)</p><p>-a (2ª e 3ª</p><p>conjugações)</p><p>(que) eu cante</p><p>(que) eu venda</p><p>(que) eu fuja</p><p>pretérito imperfeito</p><p>-sse (se) eu cantasse</p><p>(se) eu vendesse</p><p>(se) eu fugisse</p><p>futuro</p><p>-r (quando) eu cantar</p><p>(quando) eu vender</p><p>(quando) eu fugir</p><p>Modo imperativo</p><p>Afirmativo Negativo</p><p>canta tu</p><p>canta você</p><p>cantemos nós</p><p>cantai vós</p><p>cantem vocês</p><p>não cantes tu</p><p>não cante você</p><p>não cantemos nós</p><p>não canteis vós</p><p>não cantem vocês</p><p>As locuções verbais são conjuntos de verbos</p><p>que desempenham papel equivalente ao de um verbo</p><p>único. São constituídas de um verbo auxiliar seguido</p><p>de um principal no gerúndio ou infinitivo. Assim, as</p><p>flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem</p><p>nos verbos auxiliares.</p><p>Estava pensando no futuro.</p><p>Ana veio correndo de sua casa.</p><p>Não podemos sair hoje.</p><p>Deve haver muita gente na rua.</p><p>Também existem locuções com a presença de</p><p>uma preposição entre os verbos que a compõem:</p><p>começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a.</p><p>Aprenda mais sobre verbos no quadro-resumo</p><p>a seguir, observando o sentido expresso por cada</p><p>tempo.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>28</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>Disponível em: https://2.bp.blogspot.com/-fi1D3vf4r2o/Vpbfi6pZJfI/AAAAAAAAKFw/zh3BNZL07UE/s280/digitalizar0001.jpg</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>29</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAAdvérbio:</p><p>· critério semântico – indica circunstâncias de</p><p>tempo, intensidade, modo, lugar, tempo etc.;</p><p>· critério morfológico – é invariável</p><p>· critério sintático – é modificador de um</p><p>grupo verbal, do adjetivo, de outro advérbio</p><p>e de uma oração inteira.</p><p>Observe exemplos para compreender melhor</p><p>a função do advérbio e conseguir identificá-lo na</p><p>sentença:</p><p>Ana fala calmamente. (modificador do verbo)</p><p>Ana fala com calma. (modificador do verbo)</p><p>Ana fala muito calmamente. (modificador do</p><p>advérbio)</p><p>Ana é muito calma. (modificador do adjetivo)</p><p>Hoje, Ana está muito calma. (modificador da oração)</p><p>NoexemploAnafalacomcalma,aexpressãocom</p><p>calma equivale a calmamente. Expressões formadas</p><p>por duas ou mais palavras e que apresentam valor</p><p>adverbial, são chamadas de locuções adverbiais.</p><p>Veja a seguir a classificação de alguns</p><p>advérbios e locuções adverbiais.</p><p>Lugar: aqui, dentro, ali, adiante, fora, atrás,</p><p>além, lá, detrás, acima, perto, aí, abaixo, longe,</p><p>debaixo, defronte, adentro, embaixo, externamente,</p><p>à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita,</p><p>à esquerda, ao lado, em volta.</p><p>Tempo: hoje, tarde, outrora, amanhã, cedo,</p><p>depois, ainda, antigamente, antes, doravante,</p><p>nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já,</p><p>constantemente, imediatamente, primeiramente,</p><p>provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde,</p><p>à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, a</p><p>qualquer momento, em breve, hoje em dia.</p><p>Modo: bem, mal, assim, melhor, pior,</p><p>depressa, devagar, às pressas, às claras, às cegas,</p><p>à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse</p><p>jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, em vão</p><p>e a maior parte dos que terminam em “-mente”:</p><p>calmamente, tristemente, propositadamente,</p><p>pacientemente, amorosamente, bondosamente,</p><p>generosamente.</p><p>Afirmação: sim, certamente, realmente,</p><p>decerto, efetivamente, decididamente, deveras,</p><p>indubitavelmente.</p><p>Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo</p><p>algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito</p><p>nenhum.</p><p>Dúvida: acaso, porventura, possivelmente,</p><p>provavelmente, talvez.</p><p>Intensidade: muito, demais, pouco, tão,</p><p>em excesso, bastante, mais, menos, demasiado,</p><p>quanto, quão, tanto, por completo, extremamente,</p><p>intensamente, grandemente, bem.</p><p>Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão,</p><p>somente, simplesmente, só, unicamente.</p><p>Inclusão: ainda, até, mesmo, também.</p><p>Preposição:</p><p>· critério morfológico – não varia</p><p>· critério sintático – liga palavras</p><p>estabelecendo relação de dependência.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>30</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA As preposições podem ser de dois tipos:</p><p>essenciais, aquelas que sempre funcionam como</p><p>preposição (a, ante, de, por, com, em, sob, até</p><p>etc.) e acidentais, aquelas que podem assumir</p><p>outras funções morfológicas (consoante, segundo,</p><p>mediante).</p><p>Podem combinar-se ou contrair-se com</p><p>outras palavras. No primeiro caso, ao se juntar a</p><p>outra palavra, não há alteração fonética. Ocorre em</p><p>ao (a+o) e aos (a+os), por exemplo. A contração, por</p><p>sua vez, ocorre quando, ao se juntar a outra palavra,</p><p>há redução da preposição, podendo, inclusive, haver</p><p>alteração fonética ou junção de sons, como nos</p><p>exemplos do quadro.</p><p>Quando temos um grupo de palavras com</p><p>valor de uma preposição, damos a esse conjunto o</p><p>nome de locução prepositiva. As principais locuções</p><p>prepositivas são constituídas de um advérbio ou de</p><p>uma locução adverbial seguido da preposição de, a e</p><p>com: junto a, junto com, abaixo de, acima de, ao invés</p><p>de, a respeito de etc.</p><p>Conjunção:</p><p>· critério morfológico – não varia</p><p>· critério sintático – liga palavras ou orações</p><p>As conjunções são classificadas em</p><p>coordenativas e subordinativas. As coordenativas</p><p>são as que ligam as orações coordenadas, ou seja,</p><p>as</p><p>que não dependem sintaticamente das outras,</p><p>bem como ligam termos que têm a mesma função</p><p>gramatical:</p><p>Comi arroz e feijão.</p><p>Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.</p><p>As conjunções subordinativas ligam as</p><p>orações subordinadas, ou seja, as que dependem</p><p>sintaticamente das outras. Podem ser integrantes</p><p>ou adverbiais.</p><p>Quero muito que você venha. (conjunção</p><p>integrante)</p><p>Como estava cansada, adormeci logo.</p><p>(conjunção adverbial)</p><p>Existem, ainda, situações em que um conjunto</p><p>de palavras atua como conjunção. Trata-se de uma</p><p>locução conjuntiva: visto que, desde que, ainda que,</p><p>por mais que, à medida que, à proporção que, logo</p><p>que, a fim de que etc.</p><p>No bloco 4, ao tratarmos das orações</p><p>coordenadas e subordinadas revisaremos o valor</p><p>semântico dessas conjunções. Aguarde um pouco</p><p>ou, se quiser, já pode ir lá conferir.</p><p>Interjeição:</p><p>· critério morfológico – não varia</p><p>· critério semântico – exprimem emoção,</p><p>sensação, ordem, apelo</p><p>· critério sintático – mantém independência</p><p>em relação à frase</p><p>A interjeição não desempenha função sintática</p><p>pelo fato de agir como uma estrutura à parte. Além</p><p>disso, pode, sozinha, constituir uma frase. Observe</p><p>os exemplos das interjeições mais recorrentes no</p><p>português:</p><p>Eia!, avante!, upa!, firme!, toca! (Estímulo)</p><p>Xô!, fora!, rua!, toca!, passa!, arreda!</p><p>(Afugentamento)</p><p>Ufa!, uf!, safa! (Alívio, cansaço)</p><p>Ah! (prazer, deslumbramento, decepção);</p><p>Psiu! (atrair a atenção do interlocutor ou que</p><p>ele faça silêncio);</p><p>Oh!, ah!, oba!, viva! (Alegria)</p><p>Ai!, ui! (Dor)</p><p>Oh!, ah!, ih!, opa!, céus!, puxa!, chi!, gente!,</p><p>hem?!, meu Deus!, uai! (Espanto, surpresa:)</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>31</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAOlá!, alô!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó! (Chamamento)</p><p>Uh!, credo!, cruzes!, Jesus!, ai! (Medo)</p><p>Tomara!, oxalá!, queira Deus!, quem me dera!</p><p>(Desejo)</p><p>Psiu!, calado!, quieto!, bico fechado! (Pedido de</p><p>silêncio)</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1. Gramáticas:</p><p>A. CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley.</p><p>Subordinação – A oração subordinada como</p><p>termo de outra oração. In: ___ Nova gramática</p><p>do português contemporâneo. 5.ed. Rio de</p><p>Janeiro: Lexikon, 2008, p. 612-631.</p><p>B. ROCHA LIMA, C. H. da. Gramática Normativa da</p><p>Língua Portuguesa. Rio de. Janeiro: José Olympio,</p><p>2006.</p><p>2. Links:</p><p>A. Formação de palavras:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/estrutura-</p><p>e-formacao-de-palavras-ii.htm</p><p>B. Morfologia:</p><p>https://www.soportugues.com.br/secoes/morf/</p><p>C. Classes de palavras:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/classes-</p><p>palavras.htm</p><p>D. Quizz:</p><p>https://rachacuca.com.br/quiz/38951/classes-</p><p>gramaticais-i/</p><p>RECAPITULANDO</p><p>Disponível em: https://redacaohipercerebrohome.files.wordpress.com/2020/02/classes-gramaticais-5-1.jpg</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>32</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (Mackenzie-SP)</p><p>Seu metaléxico</p><p>economiopia</p><p>desenvolvimentir</p><p>utopiada</p><p>consumidoidos</p><p>patriotário</p><p>A palavra “economiopia” segue o mesmo</p><p>modelo de formação lexical presente em</p><p>A. “aguardente”.</p><p>B. “pé de moleque”.</p><p>C. “passatempo”.</p><p>D. “minissaia”.</p><p>E. “antidemocrático”.</p><p>Questão 2 (UFSC) Dê a soma dos valores das</p><p>proposições CORRETAS quanto à estrutura e à</p><p>formação de palavras.</p><p>1. Em “percorrer”, “seminovo”, “bisavô”</p><p>e “intramuscular”, os prefixos significam,</p><p>respectivamente, “através de”, “quase”, “duas vezes”</p><p>e “situado no interior”.</p><p>2. Hibridismos são palavras que reproduzem,</p><p>aproximadamente, sons e ruídos, como “cinema”,</p><p>“televisão” e “rádio”.</p><p>4. Nas palavras “des-figur-ado” e “in-cert-eza”,</p><p>não ocorre parassíntese, pois, quando as mesmas</p><p>foram formadas, já existiam as palavras “figurado”</p><p>e “certeza”.</p><p>8. Em “escutávamos”, temos respectivamente:</p><p>radical, vogal temática, desinência modo-temporal e</p><p>desinência número-pessoal.</p><p>16. Na frase “Um grupo de religiosos lançava aos</p><p>quatro ventos hinos orientais numa primaveril</p><p>manhã de sábado”, há duas palavras compostas e</p><p>duas cognatas.</p><p>Soma ( )</p><p>Questão 3</p><p>Com relação à estrutura das palavras da</p><p>Língua Portuguesa, assinale a alternativa</p><p>INCORRETA:</p><p>A. Os morfemas que indicam as flexões das palavras</p><p>variáveis da língua são chamados de desinências</p><p>nominais ou verbais.</p><p>B. A vogal ou consoante de ligação é um morfema</p><p>incapaz de facilitar a emissão do som das</p><p>palavras.</p><p>C. O radical é um morfema comum às palavras que</p><p>pertencem ao mesmo campo semântico.</p><p>D. O elemento que liga o radical às desinências é</p><p>chamado de vogal temática.</p><p>E. Afixos são morfemas que se colocam antes ou</p><p>depois do radical, alterando sua significação</p><p>básica.</p><p>Disponível em: https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-gramatica/</p><p>exercicios-sobre-estrutura-das-palavras.htm#resposta-3844</p><p>Questão 4 (ENEM – 2012)</p><p>Devemos dar apoio emocional específico,</p><p>trabalhando o sentimento de culpa que as mães</p><p>têm de infectar o filho. O principal problema que</p><p>vivenciamos é quanto ao aleitamento materno.</p><p>Além do sentimento muito forte manifestado pelas</p><p>gestantes de amamentar seus filhos, existem as</p><p>cobranças da família, que exige explicações pela</p><p>recusa em amamentar, sem falar nas companheiras</p><p>na maternidade que estão amamentando. Esses</p><p>conflitos constituem nosso maior desafio. Assim,</p><p>criamos a técnica de mamadeirar. O que é isso? É</p><p>substituir o seio materno por amor, oferecendo a</p><p>mamadeira, e não o peito!</p><p>PADOIN, S. M. M. et al. (Org.) Experiências interdisciplinares em Aids: interfaces</p><p>de uma epidemia. Santa Maria: UFSM, 2006 (adaptado).</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>33</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAO texto é o relato de uma enfermeira no</p><p>cuidado de gestantes e mães soropositivas. Nesse</p><p>relato, em meio ao drama de mães que não devem</p><p>amamentar seus recém-nascidos, observa-se um</p><p>recurso da língua portuguesa, presente no uso da</p><p>palavra “mamadeirar”, que consiste</p><p>A. na manifestação do preconceito linguístico.</p><p>B. na recorrência a um neologismo.</p><p>C. no registro coloquial da linguagem.</p><p>D. na expressividade da ambiguidade lexical.</p><p>E. na contribuição da justaposição na formação de</p><p>palavras.</p><p>Questão 5 (ENEM – 2010)</p><p>Repique tocou</p><p>O surdo escutou</p><p>E o meu corasamborim</p><p>Cuíca gemeu, sera ́ que era meu, quando ela</p><p>passou por mim?</p><p>[...]</p><p>ANTUNES, A.; BROWN, C.; MONTE, M. Tribalistas, 2002 (fragmento).</p><p>No terceiro verso, o vocábulo “corasamborim”,</p><p>que é a junção coração + samba + tamborim, refere-</p><p>se, ao mesmo tempo, a elementos que compõem</p><p>uma escola de samba e à situação emocional em que</p><p>se encontra o autor da mensagem, com o coração no</p><p>ritmo da percussão.</p><p>Essa palavra corresponde a um(a)</p><p>A. estrangeirismo, uso de elementos linguísticos</p><p>originados em outras línguas e representativos</p><p>de outras culturas.</p><p>B. neologismo, criação de novos itens linguísticos,</p><p>pelos mecanismos que o sistema da língua</p><p>disponibiliza.</p><p>C. gíria, que compõe uma linguagem originada em</p><p>determinado grupo social e que pode vir a se</p><p>disseminar em uma comunidade mais ampla.</p><p>D. regionalismo, por ser palavra característica de</p><p>determinada área geográfica.</p><p>E. termo técnico, dado que designa elemento de</p><p>área específica de atividade.</p><p>Questão 6</p><p>Tu amarás outras mulheres</p><p>E tu me esquecerás!</p><p>É tão cruel, mas é a vida. E no entretanto</p><p>Alguma coisa em ti pertence-me!</p><p>Em mim alguma coisa és tu.</p><p>O lado espiritual do nosso amor Nos marcou para</p><p>sempre.</p><p>Oh, vem em pensamento nos meus braços!</p><p>Que eu te afeiçoe e acaricie…</p><p>(Manuel Bandeira: A Vigília de Hero. In:O ritmo dissoluto. Poesia completa e</p><p>prosa. 2 ed. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1967)</p><p>Se usasse a forma de tratamento VOCÊ para</p><p>designar a segunda pessoa, Manuel Bandeira deveria</p><p>mudar a flexão de alguns verbos. Esses verbos</p><p>seriam, sem exceção, os seguintes:</p><p>A. amar, ser (3º verso), marcar, afeiçoar</p><p>B. amar, esquecer, ser (5º verso), vir</p><p>C. ser (3º verso), pertencer, marcar, acariciar.</p><p>D. ser (3º verso), pertencer, afeiçoar, acariciar.</p><p>E. amar, pertencer, vir, afeiçoar, acariciar.</p><p>Questão 7 (UFJF-MG)</p><p>Considerando-se o fragmento “[...] nessa</p><p>questão de engenharia genética, que promete ser</p><p>a questão do próximo milênio”, o artigo definido “a”</p><p>indica que</p><p>A. a questão da engenharia genética será apenas</p><p>uma das questões do novo milênio.</p><p>B. a questão da engenharia genética apresenta</p><p>ironias implícitas.</p><p>C. a questão da engenharia genética será a principal</p><p>questão do novo milênio.</p><p>D. a questão da engenharia genética é a única</p><p>questão do novo milênio.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>34</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Questão 8 (PUC-SP–2007)</p><p>A segunda oração que compõe uma peça</p><p>publicitária contém a expressão “pratos elaborados</p><p>bilhões e bilhões de vezes”. Em recente declaração à</p><p>revista Veja a respeito de seu filho, o presidente Luiz</p><p>Inácio Lula da Silva fez a seguinte afirmação: (Revista</p><p>Veja, edição 1979 – 25 out. 2006).</p><p>“Deve haver um milhão de pais</p><p>reclamando: por que meu filho não é o</p><p>Ronaldinho? Porque não pode todo mundo</p><p>ser o Ronaldinho”.</p><p>A respeito das expressões destacadas em</p><p>negrito nos trechos, é linguisticamente ADEQUADO</p><p>afirmar que</p><p>A. apenas em “bilhões e bilhões”, em que “bilhões”</p><p>é essencialmente advérbio, existe uma indicação</p><p>precisa de quantidade.</p><p>B. apenas em “um milhão”, em que “milhão” é</p><p>essencialmente adjetivo, existe uma indicação</p><p>precisa de quantidade.</p><p>C. em ambas as expressões, que são conjunções</p><p>coordenativas aditivas, existe uma indicação</p><p>precisa de quantidade.</p><p>D. emambasasexpressões,quesãoessencialmente</p><p>numerais, existe um uso figurado que expressa</p><p>exagero intencional.</p><p>E. apenas em “bilhões e bilhões”, em que “bilhões”</p><p>é essencialmente pronome, existe um</p><p>Questão 9 (ENEM – 2002)</p><p>A crônica muitas vezes constitui um espaço</p><p>para reflexão sobre aspectos da sociedade em que</p><p>vivemos.</p><p>“Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no</p><p>meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui</p><p>logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava</p><p>pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora.</p><p>Talvez não fosse um Menino De Família, mas</p><p>também não era um Menino De Rua. É assim que</p><p>a gente divide. Menino De Família é aquele bem-</p><p>vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que</p><p>usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado</p><p>por um Menino De Rua. Menino De Rua é aquele que</p><p>quando a gente passa perto segura a bolsa com força</p><p>porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão.</p><p>[...] Na verdade não existem meninos DE rua. Existem</p><p>meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA</p><p>rua é porque alguém o botou lá.</p><p>Os meninos não vão sozinhos aos lugares.</p><p>Assim como são postos no mundo, durante muitos</p><p>anos também são postos onde quer que estejam.</p><p>Resta ver quem os põe na rua. E por quê.”</p><p>COLASANTI, Marina. In: Eu sei, mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.</p><p>No terceiro parágrafo em “[...] não existem</p><p>meninos De rua. Existem meninos NA rua, a troca de</p><p>De pelo Na determina que a relação de sentido entre</p><p>menino e rua seja</p><p>A. de localização e não de qualidade.</p><p>B. de origem e não de posse.</p><p>C. de origem e não de localização.</p><p>D. de qualidade e não de origem.</p><p>E. de posse e não de localização.</p><p>Questão 10 (ENEM)</p><p>O mundo é grande</p><p>O mundo é grande e cabe</p><p>Nesta janela sobre o mar.</p><p>O mar é grande e cabe</p><p>Na cama e no colchão de amar.</p><p>O amor é grande e cabe</p><p>No breve espaço de beijar.</p><p>ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,</p><p>1983.</p><p>Neste poema, o poeta realizou uma opção</p><p>estilística: a reiteração de determinadas construções</p><p>e expressões linguísticas, como o uso da mesma</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>35</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAconjunção para estabelecer a relação entre as</p><p>frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias</p><p>relacionadas, um sentido de:</p><p>A. oposição</p><p>B. comparação</p><p>C. conclusão</p><p>D. alternância</p><p>E. finalidade</p><p>BLOCO TEMATICO 3 –</p><p>SINTAXE DO PERÍODO</p><p>SIMPLES: TERMOS</p><p>ESSENCIAIS, INTEGRANTES</p><p>E ACESSÓRIOS</p><p>No bloco anterior, estudamos a estrutura e a</p><p>formação das palavras no português. Além disso,</p><p>vimos que elas não são classificadas por meio de</p><p>critérios estritamente morfológicos, mas também</p><p>segundo o sentido com que são empregadas na frase</p><p>e a relação que mantêm com outros termos. Artigos</p><p>e adjetivos, por exemplo, são definidos em função de</p><p>sua ligação com o substantivo.</p><p>Quando aplicamos esse raciocínio e dizemos</p><p>que tais termos são determinantes do nome,</p><p>estamos fazendo uma análise do ponto de vista</p><p>sintático. Neste bloco, nos voltaremos a esse tipo</p><p>de estudo. Então, para ficar bem claro para você, a</p><p>sintaxe é a área da gramática que se dedica à análise</p><p>da função que uma palavra desempenha em relação</p><p>a outra, bem como às relações lógicas entre as</p><p>orações. Aliás, o conceito de oração é fundamental</p><p>aqui. Pronto para revisá-lo?</p><p>TERMOS ESSENCIAIS DA</p><p>ORAÇÃO E PREDICAÇÃO</p><p>VERBAL</p><p>No estudo da sintaxe, é importante</p><p>estabelecermos a diferença entre frase, oração e</p><p>período.</p><p>Chamamos de frase qualquer enunciado capaz</p><p>de expressar um sentido completo em contextos</p><p>de interação verbal. Observe a seguir algumas</p><p>características desses enunciados:</p><p>· o início de uma frase é sempre marcado pelo</p><p>uso de letra maiúscula;</p><p>· o final é marcado por pontuação, que podem</p><p>ser reticências, ponto de interrogação,</p><p>exclamação ou ponto final;</p><p>· podem conter ou não um verbo;</p><p>· podem ser constituídas por uma palavra</p><p>apenas.</p><p>Na tirinha a seguir, há três frases. Na primeira</p><p>delas (Eu quero um sorvete de casquinha), existe um</p><p>verbo – quero –, por isso dizemos que é uma frase</p><p>verbal. A segunda, por sua vez, é uma frase nominal</p><p>– Com quantas bolas? –, visto que não possui nenhum</p><p>verbo. A terceira, também nominal, é constituída</p><p>por uma palavra apenas – Todas!</p><p>Maurício de Sousa Produções.</p><p>Outros exemplos de frases nominais</p><p>Exemplos de frases nominais.</p><p>Revista Imprensa, abr. 1995.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>36</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Uma oração é um enunciado cuja presença</p><p>do verbo é obrigatória. Então, a primeira frase do</p><p>quadrinho acima também é uma oração, já que está</p><p>aí presente um verbo. Mas não pense que que toda</p><p>frase pode ser considerada uma oração. Afinal, já</p><p>sabemos da existência das frases nominais. Da</p><p>mesma forma, nem toda oração é uma frase.</p><p>Leia a tirinha a seguir e analise seu último</p><p>quadrinho, que vamos explicar melhor o que</p><p>acabamos de dizer.</p><p>www.garfield.com</p><p>Em Os melhores livros são aqueles que você</p><p>mesmo escreve, encontramos dois verbos (são e</p><p>escreve), logo cada enunciado estruturado em torno</p><p>de cada um deles é uma oração:</p><p>1) os melhores livros são aqueles</p><p>2) que você mesmo escreve.</p><p>Temos aí duas orações, mas não temos duas</p><p>frases, pois, separadamente, elas (as orações)</p><p>não têm sentido completo. Esses dois enunciados</p><p>quando se juntam formam um período.</p><p>O período é um enunciado construído por uma</p><p>ou mais orações e possui sentido completo. No</p><p>segundo quadrinho da tirinha abaixo, temos</p><p>três períodos. Identifique-os.</p><p>Calvin e Haroldo. By Bill Watterson.</p><p>1) Eu fui à escola;</p><p>2) Brinquei lá fora e fiz meu dever de casa;</p><p>3) Estou exausto.</p><p>No primeiro caso, trata-se de um período</p><p>simples, pois só há uma oração. Está lembrado de</p><p>que definimos o número de orações pelo número de</p><p>verbos ou locuções verbais? Veja que, no segundo</p><p>período, existem dois verbos, o que faz dele um</p><p>período composto. Por fim, a última frase do</p><p>segundo quadrinho é também um período simples,</p><p>já que nele há apenas uma oração. Agora que você já</p><p>sabe a diferença entre período simples e composto,</p><p>aproveite e classifique os demais períodos da tirinha.</p><p>A partir de agora, os conceitos de oração e</p><p>período serão bem importantes, então, se ainda</p><p>resta alguma dúvida, revise-os antes de seguir para</p><p>a análise da estrutura da oração.</p><p>Numa oração, as palavras estão relacionadas</p><p>umas com as outras e compõem os termos da</p><p>oração, que desempenham funções sintáticas e,</p><p>tradicionalmente, são classificados em essenciais,</p><p>integrantes e acessórios.</p><p>São considerados essenciais o sujeito e o</p><p>predicado.</p><p>Disponível em: https://sabereeduca.blogspot.com/2014/04/sujeito-e-predicado-</p><p>nucleo-do-sujeito.html</p><p>Voltemos</p><p>à fala de Calvin, no segundo</p><p>quadrinho da tirinha. Os verbos fui, brinquei, fiz e</p><p>estou aparecem na primeira pessoa do singular</p><p>porque existe um elemento que lhe atribui essa</p><p>característica de pessoalidade. Estamos falando</p><p>do sujeito. Ele é o termo responsável por acionar</p><p>o verbo, atribuindo-lhe a conjugação em número e</p><p>pessoa. Também se costuma definir o sujeito como o</p><p>termo da oração sobre o qual se faz uma declaração,</p><p>e o predicado é o que se diz sobre o sujeito.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>37</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAO sujeito é classificado em simples, composto,</p><p>oculto ou desinencial e indeterminado.</p><p>· Sujeito simples: o verbo faz referência a um</p><p>sujeito com apenas um núcleo (palavra mais</p><p>importante).</p><p>Eu fui à escola</p><p>Você sabe que horas são?</p><p>O sujeito simples pode ser representado por</p><p>mais de uma palavra, mas sempre terá apenas um</p><p>núcleo: Todas as garotas da rua foram convidadas</p><p>para o jogo (sujeito: todas as garotas da rua; núcleo</p><p>do sujeito simples: garotas)</p><p>· Sujeito composto: o verbo faz referência a</p><p>mais de um núcleo. Calvin e o pai estavam</p><p>conversando.</p><p>Todos os meninos e meninas da rua foram</p><p>convidados para o jogo.</p><p>· Sujeito oculto, desinencial ou implícito:</p><p>não aparece na oração de forma explícita,</p><p>mas é facilmente identificável por meio da</p><p>desinência verbal e do contexto:</p><p>· Brinquei lá fora e fiz meu dever de casa.</p><p>Estou exausto</p><p>Nessas frases ditas por Calvin, conseguimos</p><p>identificar a referência ao sujeito anteriormente</p><p>mencionado em Eu fui à escola. As formas verbais</p><p>em primeira pessoa (brinquei e estou) nos permitem</p><p>localizar o sujeito no texto.</p><p>· Sujeito indeterminado: faz referência a</p><p>algo ou alguém, mas não o identifica. As</p><p>gramáticas apontam duas situações em</p><p>que ocorre o sujeito indeterminado:</p><p>A. com o verbo na 3ª pessoa, sem que se refira a um</p><p>sujeito anteriormente expresso.</p><p>Assaltaram a padaria.</p><p>B. com o verbo na 3ª pessoa do singular, seguido do</p><p>pronome se, que é chamado, nessa situação, de</p><p>índice de indeterminação do sujeito.</p><p>Precisa-se de bons técnicos para o trabalho.</p><p>O sujeito é classificado na gramática como</p><p>termo essencial da oração, contudo há orações</p><p>em que ele não aparece – oração sem sujeito. Os</p><p>verbos dessas orações são chamados de impessoais</p><p>justamente por não poderem identificar um sujeito.</p><p>A mensagem está centrada no processo verbal, que,</p><p>em geral, indica fenômenos da natureza (chover,</p><p>nevar, fazer frio, fazer calor etc.); tempo decorrido</p><p>(ser, fazer, haver) e existência (haver).</p><p>Trovejou o dia todo.</p><p>Faz três anos que estudo nesta escola.</p><p>Estamos isolados em casa há três semanas.</p><p>Há muita gente sem máscara em plena</p><p>pandemia.</p><p>São seis horas.</p><p>Fique ligado!</p><p>Com exceção do verbo ser, os verbos</p><p>impessoais são empregados sempre na terceira</p><p>pessoa do singular. Assim, fazer e haver, quando</p><p>impessoais, não admitem plural.</p><p>Faz muitos anos que você esteve aqui.</p><p>Deve haver muitos alunos na sala.</p><p>Há muitas pessoas na reunião.</p><p>Houve muitas pessoas na reunião.</p><p>Haverá muitas pessoas na reunião.</p><p>É importante você saber que o sujeito nem</p><p>sempre aparece antes do verbo. Ele pode ocupar</p><p>outras posições:</p><p>· Forma direta: o sujeito vem antes do verbo a</p><p>que se refere.</p><p>Os estudantes e os professores</p><p>organizaram um grupo de estudos.</p><p>· Ordem indireta: o sujeito vem depois do</p><p>verbo.</p><p>Chegaram à cidade, ontem à tarde, muitos</p><p>turistas.</p><p>Quando o sujeito aparece na ordem indireta, é</p><p>muito comum cometermos desvios de concordância,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>38</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA porque temos mais dificuldades para identificá-lo e,</p><p>portanto, para estabelecer a concordância entre ele</p><p>e o verbo. Mesmo pessoas mais escolarizadas, às</p><p>vezes, escrevem ou falam:</p><p>Segue os anexos. (padrão: Seguem os</p><p>anexos).</p><p>Falta muitos alunos (padrão: Faltam muitos</p><p>alunos).</p><p>Acabou cedo todos os lanches da cantina.</p><p>(padrão: Acabaram cedo todos os lanches</p><p>da cantina).</p><p>Ocorreu muitos fatos estranhos. (padrão:</p><p>Ocorreram muitos fatos estranhos)</p><p>Para iniciar nosso estudo sobre o predicado</p><p>e os termos que o compõem, voltaremos nosso</p><p>olhar para o verbo e a locução verbal, pois essas</p><p>categorias definem relações importantes dentro da</p><p>oração. Estudaremos, então, a predicação verbal,</p><p>que é entendida como a relação existente entre o</p><p>sujeito e o verbo e entre este e o seu complemento.</p><p>Quanto à predicação, os verbos são classificados em</p><p>de ligação, transitivos, intransitivos.</p><p>Essa classificação será melhor compreendida</p><p>se considerarmos dois grupos de verbos: os</p><p>significativos (ou nocionais) e os não significativos</p><p>(ou não nocionais). Vamos desenvolver essa ideia.</p><p>Leia a tirinha a seguir e destaque as orações do</p><p>último quadrinho.</p><p>www.garfield.com</p><p>1. [Você é o gato] [que comeu meus dois</p><p>irmãos].</p><p>2. [Eu amo essa família].</p><p>Na primeira oração do primeiro período (Você</p><p>é o gato), o verbo é não expressa a informação em</p><p>relaçãoaosujeito.Essa informaçãoencontra-seno</p><p>termo gato, que é uma classe nominal (substantivo).</p><p>Dizemos, neste caso, que o verbo é não significativo.</p><p>Esse tipo de verbo faz parte do predicado, mas não</p><p>atua como núcleo, justamente por não evidenciar a</p><p>informação principal sobre o sujeito.</p><p>Você deve estar se questionando: Onde está</p><p>o núcleo do predicado, afinal? Pois bem, ele está</p><p>justamente no termo que exprime a informação</p><p>sobre o sujeito, que, na oração em análise, é gato.</p><p>Quando o núcleo do predicado é um nome, temos um</p><p>predicado nominal.</p><p>Fique ligado!</p><p>O termo gato contém uma informação sobre</p><p>o sujeito. Esse termo é chamado de predicativo</p><p>do sujeito. Ele sempre será o núcleo do predicado</p><p>nominal.</p><p>Ah! Todo predicado nominal tem verbo de</p><p>ligação.</p><p>Os verbos não significativos indicam um</p><p>estado ou mudança de estado e são chamados de</p><p>verbos de ligação: ser, estar, permanecer, continuar,</p><p>andar, virar, ficar, tornar-se.</p><p>Na segunda oração do quadrinho (que comeu</p><p>meus dois irmãos), o verbo comer é responsável por</p><p>indicar a informação sobre o sujeito. No segundo</p><p>exemplo (Eu amo essa família), o verbo amar também</p><p>expressa a informação. Dizemos então que esses</p><p>são verbos significativos. Eles são sempre núcleo</p><p>do predicado e podem exprimir ação (comer, correr,</p><p>fazer), acontecimento (acontecer, ocorrer), fenômeno</p><p>natural (chover, nevar, ventar), desejo (querer, desejar),</p><p>atividade mental (julgar, pensar, raciocinar). Quando</p><p>o núcleo do predicado é um verbo significativo,</p><p>dizemos que o predicado é verbal.</p><p>Observe que os verbos amar e comer, no</p><p>período, ainda que sejam significativos, precisam de</p><p>um termo que complemente seu sentido. Veja:</p><p>Observe que, quando suprimimos o</p><p>complemento, o verbo fica com um sentido</p><p>incompleto, porque o complemento é importante</p><p>para exprimir o sentido integral da informação que</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>39</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAse deseja dar. Dizemos que o sentido do verbo possui</p><p>um movimento, um trânsito para outro termo. Ou</p><p>seja, existe uma relação de dependência desse verbo</p><p>com o termo que o complementa. Temos aí um verbo</p><p>transitivo (VT).</p><p>Quando a relação entre o verbo e seu</p><p>complemento acontece sem a presença de</p><p>preposição, o verbo é classificado como transitivo</p><p>direto (VTD). Os verbos comer e amar na tirinha são</p><p>transitivos diretos. Veja que, quando perguntamos</p><p>eu amo quem? e você comeu o quê?, não aparece</p><p>nenhuma preposição.</p><p>Quando, nessa relação, há a presença da</p><p>preposição entre o verbo e seus complementos, o</p><p>verbo é classificado como transitivo indireto (VTI).</p><p>Ele precisa de roupas novas.</p><p>Vamos fazer a pergunta ao verbo: ele precisa de</p><p>quê? Veja que, nesse caso, a construção da pergunta</p><p>e do complemento tem a presença da preposição de,</p><p>caracterizando um movimento indireto entre o verbo</p><p>e o seu complemento, ou seja, uma transitividade</p><p>indireta.</p><p>Existem alguns verbos que precisam de ambos</p><p>os complementos, ou seja, a relação de subordinação</p><p>com seus complementos ocorre de forma direta e</p><p>indireta ao mesmo tempo. São os verbos transitivos</p><p>diretos e indiretos</p><p>(VTDI). Veja:</p><p>OD OI</p><p>Minha mãe deu um brinquedo ao meu</p><p>irmão.</p><p>Por fim, se o sentido do verbo não depender de</p><p>nenhum complemento, então, ele será intransitivo</p><p>(VI).</p><p>Meu pai voltou.</p><p>Eu me casei.</p><p>A criança caiu.</p><p>Observe que esses verbos possuem sentido</p><p>completo e não necessitam de nenhum trânsito</p><p>para um outro termo da oração. O falante pode dar</p><p>informaçõesadicionaisqueampliemoseusignificado,</p><p>mas elas não são consideradas imprescindíveis.</p><p>A criança caiu muito rapidamente.</p><p>Meu pai voltou cansado.</p><p>É importante ressaltarmos que, em alguns</p><p>casos, é o emprego do verbo na oração que vai</p><p>determinar a sua transitividade. Ou seja, alguns</p><p>verbos podem apresentar variação na transitividade</p><p>a depender do contexto em que forem utilizados, a</p><p>exemplo do verbo pagar (pagou a conta / pagou ao</p><p>funcionário) e outros.</p><p>As flores continuam lindas e perfumadas.</p><p>(VL)</p><p>Continuamos a marcha em direção à</p><p>prefeitura. (VTD)</p><p>Ele vivia preocupado com a situação. (VL)</p><p>Ele viveu uma vida feliz. (VTD)</p><p>Ele viveu sempre bem. (VI)</p><p>Falamos até agora de dois tipos de predicado,</p><p>mas existe um terceiro: o predicado verbo-nominal.</p><p>Isso mesmo! Há dois núcleos: um verbo e um nome</p><p>(substantivo, adjetivo, pronome, numeral).</p><p>VI PS (núcleos)</p><p>O dia amanheceu chuvoso.</p><p>Temos um verbo significativo (amanheceu),</p><p>que é sempre o núcleo do predicado, e temos</p><p>o predicativo do sujeito, que também sempre</p><p>representa o núcleo de um predicado.</p><p>Na próxima seção, vamos analisar com mais</p><p>detalhes os termos que compõem o predicado.</p><p>TERMOS INTEGRANTES E</p><p>ACESSÓRIOS</p><p>Na oração, além do sujeito e do predicado,</p><p>existem os termos integrantes e os termos</p><p>acessórios. Os integrantes se ligam ao verbo para</p><p>complementar o seu sentido (complementos verbais)</p><p>e indicar o agente da ação (agente da passiva) e se</p><p>ligam ao nome para lhe atribuir uma característica</p><p>(predicativos) ou completar o sentido (complemento</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>40</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA nominal). Os acessórios, indicam informações</p><p>adicionais sobre o processo verbal ou sobre os nomes</p><p>(adjunto adverbial, adjunto adnominal e aposto).</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/objeto-direto-e-indireto/</p><p>Como já vimos, os verbos transitivos são</p><p>aqueles que mantêm relação de dependência com</p><p>um complemento. A esse complemento, dá-se o</p><p>nome de objeto.</p><p>· O objeto direto é o termo que complementa</p><p>um verbo transitivo direto. Como já sabemos,</p><p>isso significa que não há preposição entre</p><p>o verbo e seu complemento. Esse tipo de</p><p>complemento verbal pode ter como núcleo</p><p>substantivos, palavras com função de</p><p>substantivo e pronomes pessoais.</p><p>OD</p><p>O cachorro comeu o bolo.</p><p>VTD</p><p>OD</p><p>Não o vimos na sala.</p><p>VTD</p><p>Existem alguns complementos que são</p><p>introduzidos por uma preposição, mas não são</p><p>objetos indiretos, porque o verbo que complementam</p><p>são transitivos diretos. Esses complementos são</p><p>chamados de objeto direto preposicionado. Ocorrem</p><p>em algumas situações na língua:</p><p>· quando há possível ambiguidade. – Matou o</p><p>tigre ao leão.</p><p>· quando se deseja enfatizar sentido partitivo.</p><p>– Comeu do pão.</p><p>· antes de nomes próprios. – Amou a Deus por</p><p>toda a vida.</p><p>· antes de pronomes oblíquos tônicos. – Ouviu</p><p>a mim atentamente.</p><p>· antes de pronomes indefinidos. – Ouviu a</p><p>todos atentamente.</p><p>· com os verbos sacar e puxar. – Puxou da</p><p>espada com rapidez.</p><p>· O objeto indireto é o termo que completa o</p><p>sentido de um verbo transitivo indireto, por</p><p>isso é precedido de preposição obrigatória.</p><p>OI OD</p><p>A menina lhe entregou o livro.</p><p>VTDI</p><p>VTI OI</p><p>Assistimos ao jogo ontem.</p><p>Os pronomes oblíquos o, a, os, as (e as</p><p>variantes lo, la, los, las, no, na, nos, nas) são sempre</p><p>objeto direto pela descrição tradicional. Me, te, nos</p><p>e vos podem ser objeto direto ou objeto indireto, a</p><p>depender da transitividade do verbo. Os pronomes</p><p>lhe, lhes são sempre objeto indireto de acordo com</p><p>a gramática normativa. Saiba, porém, que no uso</p><p>coloquial, usa-se o lhe também como objeto direto:</p><p>Eu lhe vi na rua ontem. (OD – VTD)</p><p>Eu lhe pagarei a dívida. (OI – VTI)</p><p>Ele me contou uma história. (OI – VTI)</p><p>Ele me viu ontem. (OD – VTD)</p><p>Vou buscá-lo na escola. (OD – VTD)</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>41</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA· O complemento nominal é o termo que</p><p>complementa o sentido do nome com</p><p>o auxílio de preposição. Não confunda o</p><p>complemento nominal com o objeto indireto.</p><p>A principal diferença entre ambos é que o OI</p><p>complementa o verbo transitivo indireto e o</p><p>complemento nominal, um nome.</p><p>OI</p><p>Necessito de sua ajuda ainda hoje.</p><p>VTI</p><p>CN</p><p>Tenho necessidade de sua ajuda ainda hoje.</p><p>nome</p><p>· O predicativo é um termo de natureza</p><p>adjetiva que expressa uma característica,</p><p>qualidade ou um estado do nome ao qual se</p><p>liga.</p><p>Sujeito PS</p><p>As crianças estão saudáveis.</p><p>OD PO</p><p>Consideramos a situação desafiadora.</p><p>No primeiro exemplo o predicativo está</p><p>expressando uma qualificação para o sujeito. Trata-</p><p>se de um predicativo do sujeito. No predicado</p><p>nominal, esse termo é introduzido por um verbo de</p><p>ligação. No segundo exemplo, a qualificação recai</p><p>sobre o objeto direto. Tem-se então um predicativo</p><p>do objeto. Os predicativos são sempre núcleos do</p><p>predicado uma vez que indicam uma importante</p><p>noção sobre o sujeito ou o objeto.</p><p>Fique ligado!</p><p>No primeiro exemplo a estrutura do</p><p>predicado é verbo de ligação + predicativo do</p><p>sujeito (núcleo). O predicado é nominal.</p><p>No segundo, a estrutura é verbo transitivo</p><p>direto (núcleo) + objeto direto + predicativo do</p><p>objeto (núcleo). O predicado é verbo-nominal.</p><p>O predicativo do sujeito pode ser formado</p><p>por um adjetivo, um pronome, um substantivo,</p><p>uma locução adjetiva, um numeral ou uma oração</p><p>substantiva predicativa.</p><p>Ana e Carlos são muito inteligentes. (adjetivo)</p><p>objeto parece uma caneta. (substantivo) O</p><p>caderno está sem capa.(locução adjetiva)</p><p>A verdade é que inguém está feliz. (oração</p><p>dicativa) Meus alunos são apenas dois.</p><p>umeral)</p><p>Meu filho é este. (pronome)</p><p>O predicativo do objeto é formado por um</p><p>adjetivo ou por um substantivo.</p><p>Mário foi nomeado secretário. (substantivo)</p><p>O juiz considerou o réu inocente. (adjetivo)</p><p>Você consegue reconhecer qual a diferença de</p><p>sentido das duas orações a seguir?</p><p>[A garota educada] [recebeu os convidados.]</p><p>sujeito predicado verbal</p><p>[A garota], [educada, recebeu os convidados.]</p><p>sujeito predicado verbo-nominal</p><p>No primeiro caso, o termo educada é um</p><p>determinante do sujeito (um adjunto adnominal).</p><p>A palavra educada individualiza a garota num</p><p>conjunto. No segundo caso, educada funciona</p><p>como uma espécie de estado. É o predicativo do</p><p>sujeito. Observe que é possível reescrever o período</p><p>incluindo um verbo de ligação (e onde tem um VL tem</p><p>um predicativo do sujeito).</p><p>A garota recebeu os convidados e ela</p><p>estava educada.</p><p>· O agente da passiva é o termo que expressa</p><p>o agente da ação quando o verbo encontra-</p><p>se na voz passiva, ou seja, quando o sujeito</p><p>está sofrendo a ação.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>42</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA A prefeitura derrubou a árvore. (voz ativa –</p><p>sujeito agente)</p><p>A árvore foi derrubada pela prefeitura. (voz</p><p>passiva – sujeito paciente)</p><p>Agente da passiva</p><p>Veja mais um exemplo de agente da passiva</p><p>no quadrinho a seguir.</p><p>O agente da passiva é comumente regido</p><p>pela preposição por, mas também ocorre, menos</p><p>frequentemente, com a preposição de.</p><p>A casa foi cercada de pessoas.</p><p>Vamos seguir nossos estudos falando</p><p>agora dos termos acessórios, que, embora sejam</p><p>dispensáveisàestruturabásicadaoração,evidenciam</p><p>informações importantes para a compreensão dos</p><p>enunciados. São eles o adjunto adnominal (determina</p><p>nomes), o adjunto adverbial (indica circunstâncias) e</p><p>o aposto (caracteriza nomes).</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/termos-acessorios-oracao.htm</p><p>· O adjunto adnominal é o termo que delimita,</p><p>restringe e especifica o significado de um</p><p>substantivo ou expressão substantivada</p><p>que, por sua vez, constitui o núcleo de um</p><p>sintagma nominal.</p><p>Ou seja, o adjunto adnominal é determinante</p><p>do núcleo</p><p>de um sintagma nominal. Assim, pode</p><p>aparecer na estrutura de vários termos: sujeito,</p><p>objeto direto e indireto, complemento nominal,</p><p>predicativo, adjunto adverbial, aposto, vocativo,</p><p>agente da passiva. Observe que ele não mantém</p><p>ligação com o verbo.</p><p>Quando o adjunto adnominal é representado por uma locução adjetiva, como em do concurso, no exemplo</p><p>anterior, é comum confundi-lo com o complemento nominal. Para evitar isso, fique atento às orientações:</p><p>· O complemento nominal pode ligar-se a substantivos, adjetivos e advérbios de significação incompleta</p><p>e tem valor passivo (é sobre ele que recai a ação).</p><p>Durante a negociação, exigiram uma declaração de renda.</p><p>O juiz agiu favoravelmente ao réu.</p><p>Ângela tem amor às pessoas.</p><p>· O adjunto adnominal só se refere a substantivos, tem função de adjetivo e expressa noção de agente,</p><p>posse etc.</p><p>Ângela é um amor de pessoa.</p><p>A camisa de João está suja.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>43</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAse dedicar exclusivamente à literatura, trabalhou</p><p>como revisor no jornal gaúcho Zero Hora, em fins</p><p>de 1966, e atuou como tradutor, no Rio de Janeiro.</p><p>Casado há mais de 30 anos com Lúcia Verissimo</p><p>(“não é a atriz, não é a atriz!”), sua primeira</p><p>“namorada séria”, tem três filhos: Fernanda,</p><p>Mariana e Pedro.</p><p>Disponível em: .</p><p>Você deve ter observado que todos os</p><p>termos grifados são termos nominais (o núcleo é</p><p>um substantivo). Eles são chamados de aposto e</p><p>servem para explicar ou especificar um termo de</p><p>valor substantivo ou pronominal. Veja os apostos em</p><p>negrito e os termos a que eles se referem.</p><p>· Luís Fernando Veríssimo [...], autor de best-</p><p>sellers inesquecíveis</p><p>· como Comédias da Vida Privada e Clube dos</p><p>Anjos, da coleção Plenos Pecados</p><p>· Filho de Érico Veríssimo [...], Luís Fernando</p><p>Veríssimo</p><p>· Filho de Érico Veríssimo, um dos maiores</p><p>nomes da literatura nacional</p><p>· Grupo, o Jazz 6</p><p>· Jornal gaúcho Zero Hora</p><p>· Lúcia Veríssimo, sua primeira namorada</p><p>séria</p><p>· Três filhos: Fernanda, Mariana e Pedro.</p><p>Percebeu que, na maior parte das vezes,</p><p>esse termo aparece entre vírgulas? Isso acontece</p><p>geralmente quando o aposto dá uma explicação</p><p>sobre o termo a que se refere. Quando sua função</p><p>é especificar ou individualizar o termo, aparece</p><p>diretamente ligado a este, sem uso de vírgulas, como</p><p>em “jornal gaúcho Zero Hora. O termo Zero Hora</p><p>especifica qual é o jornal gaúcho referido. Nas frases</p><p>a seguir, há também apostos de especificação.</p><p>A Avenida Juracy Magalhães está interditada.</p><p>Acabei de ler o romance Dom Casmurro.</p><p>Fique ligado!</p><p>Em Acabei de ler a obra de Machado de</p><p>Assis. O termo grifado não é um aposto, mas um</p><p>adjunto adnominal, pois seu valor é de adjetivo.</p><p>Corresponde a machadiana.</p><p>Agora, exercite o que aprendeu e identifique</p><p>a função sintática das locuções do homem e do</p><p>computador no texto da charge.</p><p>www.josielbotelh.com.br</p><p>· O adjunto adverbial é o termo que</p><p>modifica o sentido do verbo, do adjetivo, do</p><p>próprio advérbio ou de toda uma oração,</p><p>acrescentando algumas circunstâncias, ou</p><p>seja, alguns pormenores. Exercem a função</p><p>de adjuntos adverbiais os advérbios e as</p><p>locuções adverbiais.</p><p>A garota anda.</p><p>A garota anda lentamente.</p><p>A garota anda muito lentamente.</p><p>A garota anda lentamente pela calçada.</p><p>No meio da tarde, a garota anda lentamente</p><p>pela calçada.</p><p>Observou que o adjunto adverbial amplia as</p><p>informações contidas no enunciado?</p><p>Agora vamos estudar outro termo acessório,</p><p>o aposto. Para isso, leia o texto a seguir e tente</p><p>identificar a que termos os trechos grifados estão se</p><p>referindo.</p><p>Luis Fernando Verissimo</p><p>Luis Fernando Verissimo é um dos mais</p><p>respeitados cronistas brasileiros, autor de best-</p><p>sellers inesquecíveis, como Comédias da Vida</p><p>Privada e Clube dos Anjos, da coleção Plenos</p><p>Pecados. Filho de Érico Veríssimo, um dos maiores</p><p>nomes da literatura nacional, Luis Fernando</p><p>Verissimo nasceu em Porto Alegre, em 26 de</p><p>setembro de 1936. Aos 16 anos, foi morar nos</p><p>EUA, onde aprendeu a tocar saxofone, hábito</p><p>que cultiva até hoje – tem um grupo, o Jazz 6. É</p><p>jornalista, mas “do tempo em que não precisava</p><p>de diploma para exercer a profissão”. Antes de</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>44</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>Para concluir esta seção, falaremos do</p><p>vocativo, que não tem relação sintática com outros</p><p>termos da oração. Ele é independente, então, não</p><p>pertence nem ao predicado nem ao sujeito. E serve</p><p>para chamar, invocar ou interpelar um interlocutor</p><p>real ou hipotético. Vem sempre separado por vírgula.</p><p>Encontre os vocativos na tirinha a seguir.</p><p>Disponível em: https://tirasarmandinho.tumblr.com</p><p>Se você reconheceu como vocativos filho,</p><p>no primeiro quadrinho, e pai, no segundo, está de</p><p>parabéns!</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>Links:</p><p>A. Gramática online:</p><p>https://www.flip.pt/FLiP-On-line/Gramatica</p><p>B. Exercícios online:</p><p>https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-</p><p>gramatica</p><p>C. Complementos verbais:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=QFBwIsUcxb8</p><p>D. Termos acessórios:</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=OkXSQ5FC_jM</p><p>RECAPITULANDO</p><p>Disponível em: https://maufesan.blogspot.com/p/analise-sintatica_23.</p><p>html. Acesso: 12 março 2021.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>45</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAHORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1</p><p>Todas as alternativas a seguir apresentam</p><p>frases verbais, EXCETO:</p><p>A. Por que o céu é azul?</p><p>B. Não faz mal.</p><p>C. Saída de emergência.</p><p>D. Apague a luz.</p><p>Questão 2</p><p>Considere os três períodos a seguir:</p><p>I - Como o morador não vivia mais naquele endereço,</p><p>a encomenda não foi entregue.</p><p>II - As chuvas fortes e abundantes alagaram grande</p><p>parte da cidade, especialmente a região central.</p><p>III - É importante conferir a documentação antes de</p><p>entregá-la.</p><p>Assinale a alternativa CORRETA sobre as</p><p>frases.</p><p>A. Tanto a frase I como a III são formadas por período</p><p>composto.</p><p>B. As frases I e III são períodos simples.</p><p>C. As frases II e III têm uma oração apenas.</p><p>D. As frases I e II são nominais.</p><p>Questão 3 (FUVEST – 2007)</p><p>Das vãs sutilezas – Montaigne.</p><p>Os homens recorrem por vezes a sutilezas</p><p>fúteis e vãs para atrair nossa atenção. (...) Aprovo a</p><p>atitude daquele personagem a quem apresentaram</p><p>um homem que com tamanha habilidade atirava um</p><p>grão de alpiste que o fazia passar pelo buraco de</p><p>uma agulha sem jamais errar o golpe. Tendo pedido</p><p>ao outro que lhe desse uma recompensa por essa</p><p>habilidade excepcional, atendeu o solicitado, de</p><p>maneira prazenteira e justa a meu ver, mandando</p><p>entregar-lhe três medidas de alpiste a fim de que</p><p>pudesse continuar a exercer tão nobre arte. É</p><p>prova irrefutável da fraqueza de nosso julgamento</p><p>apaixonarmo-nos pelas coisas só porque são raras</p><p>e inéditas, ou ainda porque apresentam alguma</p><p>dificuldade, muito embora não sejam nem boas nem</p><p>úteis em si.</p><p>A expressão sublinhada no trecho “...três</p><p>medidas de alpiste...” exerce a função sintática de:</p><p>A. Sujeito do verbo mandar;</p><p>B. Complemento indireto do verbo entregar;</p><p>C. Complemento direto do verbo entregar;</p><p>D. Adjunto adnominal</p><p>E. Predicativo do sujeito</p><p>Questão 4 (UFU-MG)</p><p>No período: “Quando enxotada por mim foi</p><p>pousar na vidraça”, qual a função sintática de por</p><p>mim?</p><p>A. Objeto direto</p><p>B. Sujeito</p><p>C. Objeto indireto</p><p>D. Complemento nominal</p><p>E. Agente da passiva</p><p>Questão 5 (UESB – 2020)</p><p>“Por isso, colocar a palavra respeito como</p><p>anterior às diferenças significa, de certa forma,</p><p>limitá-las a uma espécie de ordem interpretativa,</p><p>visto que sozinha a palavra não se dá a si mesma um</p><p>significado.” (l. 31-34). Sobre o período destacado, é</p><p>correto afirmar que</p><p>I. na ração que inicia o período, o sujeito é inexistente</p><p>II. “de certa forma” expressa ideia de restrição.</p><p>III. “las” constitui um termo anafórico de “diferenças”</p><p>e morfossintaticamente funciona como objeto direto.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>46</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA IV. “se” e “si” exercem funções morfossintáticas</p><p>idênticas.</p><p>V. “visto que” expressa ideia de causa.</p><p>A</p><p>alternativa em que todas as afirmativas</p><p>indicadas estão corretas é a</p><p>1) I e II.</p><p>2) II e III.</p><p>3) IV e V.</p><p>4) II, III e V.</p><p>5) II, IV e V</p><p>Questão 6</p><p>Assinale a opção em que o termo em destaque</p><p>não tem a função de objeto indireto:</p><p>A. ( ) O noivo tocou-lhe amorosamente.</p><p>B. ( ) Todos te esperam ansiosos.</p><p>C. ( ) Mandei-o sair.</p><p>D. ( ) A vida naquela cidade me agradava muito.</p><p>Questão 7</p><p>(Instituto Champagnat) Os termos destacados</p><p>estão corretamente classificados, exceto em:</p><p>A. Ficaram encantados com sua gentileza – objeto</p><p>direto</p><p>B. Com as mãos no rosto, parecia petrificado –</p><p>predicativo do sujeito</p><p>C. Quanto tempo perdido em brincadeira! - Adjunto</p><p>adnominal</p><p>D. Procurava alívio para seus sofrimentos –</p><p>complemento nominal</p><p>E. A mim, pobre infeliz, todos abandonam – aposto</p><p>Questão 8 (SENASP)</p><p>Leia: “A poesia redime os pecados do mundo</p><p>e o poeta é o representante desta remissão.”</p><p>A função sintática dos termos em destaque é,</p><p>respectivamente:</p><p>A. complemento nominal em ambos os casos;</p><p>B. adjunto adnominal e complemento nominal;</p><p>C. adjunto adverbial e complemento nominal;</p><p>D. complemento nominal e adjunto adnominal;</p><p>E. predicativo do objeto e complemento nominal.</p><p>Questão 9 (FTM – ARACAJU)</p><p>Das expressões sublinhadas abaixo, com as</p><p>ideias de tempo ou lugar, a única que tem a função</p><p>sintática do adjunto adverbial é:</p><p>A. “Já ouvi os poetas de Aracaju”.</p><p>B. “atravessar os subúrbios escuros e sujos”.</p><p>C. “passar a noite de inverno debaixo da ponte”.</p><p>D. “Queria agora caminhar com os ladrões pela</p><p>noite”.</p><p>E. “sentindo no coração as pancadas dos pés das</p><p>mulheres da noite”.</p><p>Questão 10 ITA – 2003</p><p>A questão a seguir refere-se ao texto abaixo.</p><p>(…) As angústias dos brasileiros em relação</p><p>ao português são de duas ordens. Para uma parte</p><p>da população, a que não teve acesso a uma boa</p><p>escola e, mesmo assim, conseguiu galgar posições,</p><p>o problema é sobretudo com a gramática. É esse</p><p>o público que consome avidamente os fascículos</p><p>e livros do professor Pasquale, em que as regras</p><p>básicas do idioma são apresentadas de forma</p><p>clara e bem-humorada. Para o segmento que</p><p>teve oportunidade de estudar em bons colégios, a</p><p>principal dificuldade é com clareza. É para satisfazer</p><p>a essa demanda que um novo tipo de profissional</p><p>surgiu: o professor de português especializado em</p><p>adestrar funcionários de empresas. Antigamente,</p><p>os cursos dados no escritório eram de gramática</p><p>básica e se destinavam principalmente a secretárias.</p><p>De uns tempos para cá, eles passaram a atender</p><p>primordialmente gente de nível superior. Em geral,</p><p>os professores que atuam em firmas são acadêmicos</p><p>que fazem esse tipo de trabalho esporadicamente</p><p>para ganhar um dinheiro extra. “É fascinante, porque</p><p>deixamos de viver a teoria para enfrentar a língua do</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>47</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAmundo real”, diz Antônio Suárez Abreu, livre-docente</p><p>pela Universidade de São Paulo (…) (JOÃO GABRIEL</p><p>DE LIMA. Falar e escrever, eis a questão. Veja,</p><p>7/11/2001, n. 1725)</p><p>O adjetivo “principal” (em a principal dificuldade</p><p>é com clareza) permite inferir que a clareza é apenas</p><p>um elemento dentro de um conjunto de dificuldades,</p><p>talvez o mais significativo. Semelhante inferência</p><p>pode ser realizada pelos advérbios:</p><p>A. avidamente, principalmente, primordialmente.</p><p>B. sobretudo, avidamente, principalmente.</p><p>C. avidamente, antigamente, principalmente.</p><p>D. sobretudo, principalmente, primordialmente.</p><p>E. principalmente, primordialmente,</p><p>esporadicamente.</p><p>BLOCO 4: ORAÇÕES</p><p>COORDENADAS E</p><p>SUBORDINADAS E</p><p>REGÊNCIA</p><p>Tudo o que você aprendeu sobre classes</p><p>gramaticais e a sintaxe do período simples será bem</p><p>importante para prosseguirmos nesta seção, por isso,</p><p>se ficou com dúvidas sobre esses assuntos, volte a</p><p>estudá-los antes de continuar. Neste bloco, você</p><p>estudará a formação dos períodos compostos e as</p><p>relações semânticas estabelecidas entre as orações</p><p>que o compõem. Esse conteúdo é importante para</p><p>que você consiga organizar bem a argumentação</p><p>em um texto e para o estabelecimento da coesão de</p><p>modo geral. Não se preocupe em memorizar os tipos</p><p>de conjunções, mas em reconhecer o sentido que</p><p>desempenham no texto. No estudo da regência, você</p><p>perceberá que se trata de um fato que experimenta</p><p>grande variação na língua portuguesa e muitas</p><p>formas considerada padrão são bem pouco usuais.</p><p>Vamos em frente!</p><p>ORAÇÕES COORDENADAS E</p><p>SUBORDINADAS</p><p>Nos períodos compostos, as orações podem</p><p>se relacionar de duas maneiras: por coordenação e</p><p>subordinação.</p><p>As orações coordenadas não exercem</p><p>função sintática umas em relação às outras, isto é,</p><p>não apresentam dependência sintática entre elas,</p><p>embora estejam semanticamente relacionadas. Veja</p><p>o exemplo:</p><p>[Alice acordou cedo], [vestiu uma roupa</p><p>confortável] [e saiu com as amigas.]</p><p>Nesse período, temos três orações: 1ª: Alice</p><p>acordou cedo; 2ª: vestiu uma roupa confortável; 3ª:</p><p>e saiu com as amigas:</p><p>· na primeira delas, temos uma estrutura</p><p>sintática completa: sujeito (Alice), verbo</p><p>intransitivo (acordou) e um adjunto adverbial</p><p>de tempo (cedo);</p><p>· na segunda, a estrutura sintática também</p><p>está completa: sujeito oculto (ela/Alice),</p><p>verbo transitivo direto (vestiu) e objeto direto</p><p>(uma roupa);</p><p>· na terceira: sujeito oculto (ela/Alice), verbo</p><p>intransitivo (saiu), adjunto adverbial de</p><p>companhia (com as amigas).</p><p>Como podemos perceber, todos os termos</p><p>necessários estão dentro de cada oração, ou seja,</p><p>cada uma delas tem uma constituição própria, por</p><p>isso dizemos que são sintaticamente independentes,</p><p>embora semanticamente relacionadas.</p><p>Observe que as duas primeiras orações do</p><p>período não estão relacionadas por uma conjunção.</p><p>Existe apenas uma vírgula para separá-las. Nesse</p><p>caso, dizemos que as orações são assindéticas. A</p><p>terceira, oração, por sua vez, é introduzida por uma</p><p>conjunção (e) e é chamada de sindética.</p><p>As orações coordenadas sindéticas são</p><p>classificadas de acordo com o valor semântico da</p><p>conjunção que a introduz.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>48</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Classificação Conjunção Exemplo</p><p>Aditiva</p><p>e, nem, mas</p><p>também, como</p><p>também, bem</p><p>como etc.</p><p>Pedro chegou</p><p>às 18 horas, e</p><p>Paulo saiu em</p><p>seguida.</p><p>Adversativa</p><p>mas, porém,</p><p>contudo,</p><p>todavia,</p><p>entretanto, no</p><p>entanto etc.</p><p>Não se esforçou,</p><p>mas teve bom</p><p>resultado.</p><p>Alternativa</p><p>ou... ou, quer...</p><p>quer, seja... seja</p><p>etc.</p><p>Ou você</p><p>estuda, ou joga</p><p>videogame.</p><p>Explicativa</p><p>que, porque,</p><p>porquanto, pois</p><p>etc.</p><p>Não vá à festa,</p><p>porque você não</p><p>foi convidado.</p><p>Conclusiva</p><p>logo, portanto,</p><p>por isso,assim,</p><p>pois, por</p><p>consegu inte</p><p>etc.</p><p>Ele tem bom</p><p>h i s t ó r i c o</p><p>de saúde,</p><p>p o r t a n t o</p><p>ficará bem</p><p>rapidamente.</p><p>• coordenadas sindéticas aditivas: expressam</p><p>uma adição.</p><p>• coordenadas sindéticas adversativas:</p><p>evidenciam uma ideia de oposição à oração</p><p>anterior.</p><p>• coordenadas sindéticas alternativas:</p><p>expressam uma ideia de alternância em</p><p>relação à oração anterior.</p><p>• coordenadas sindéticas conclusivas:</p><p>indicam a conclusão de uma ideia expressa</p><p>na oração anterior.</p><p>• orações coordenadas sindéticas</p><p>explicativas: exprime a explicação de uma</p><p>ideia expressa na oração anterior.</p><p>Exercite o que aprendeu e indique a relação</p><p>expressa pela conjunção mas na fala de Calvin,</p><p>no segundo quadrinho.</p><p>Fique ligado!</p><p>Nas orações coordenadas, se o pois vier antes do verbo da oração coordenada sindética, ele será explicativo.</p><p>Ele está triste, pois está chorando.</p><p>Se vier depois do verbo da oração coordenada sindética, ele será conclusivo e aparecerá sempre entre vírgu-</p><p>las.</p><p>Ele está chorando; está, pois, triste.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>49</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAFique ligado!</p><p>As orações substantivas podem iniciar-se</p><p>pelos pronomes quem e qual ou advérbios, em</p><p>interrogações indiretas.</p><p>Não sei quem esteve aqui ontem.</p><p>Não sei quando ele chegará.</p><p>Para descobrir se a oração é substantiva,</p><p>podemos substituí-la pelo pronome “isso”</p><p>É necessário isso.</p><p>É Isso é necessário.</p><p>Objetiva Direta – exerce função</p><p>de objeto direto (complemento</p><p>sem preposição).</p><p>Desejo que todos venham.</p><p>Predicativa – exerce função de predicativo do</p><p>sujeito.</p><p>O problema é que não temos tempo.</p><p>Objetiva Indireta – exerce a função de objeto</p><p>indireto em relação ao verbo da oração principal.</p><p>Nesse caso, o verbo da oração principal é transitivo</p><p>indireto e a conjunção subordinativa vem precedida</p><p>de preposição, expressa ou não.</p><p>Necessitamos de que todos nos ajudem.</p><p>Necessitamos que todos nos ajudem.</p><p>Completiva Nominal – exerce a função de</p><p>complemento nominal de um nome da oração</p><p>principal. A conjunção aparece precedida de</p><p>preposição, que pode ser suprimida.</p><p>Tenho esperança de que ele ganhe a vaga.</p><p>Tenho esperança que ele ganhe a vaga.</p><p>Apositiva – exerce função de aposto.</p><p>Desejo-te uma coisa: muita sorte.</p><p>As orações subordinadas, diferentemente</p><p>do que acontece com as coordenadas, apresentam</p><p>uma dependência sintática e semântica em relação</p><p>à oração principal:</p><p>[É necessário] [que você estude mais.]</p><p>No exemplo acima, veja que está ausente um</p><p>termo da primeira oração. Onde está ele? Exatamente</p><p>na segunda oração. Toda ela representa o sujeito</p><p>da primeira oração. Percebeu o que é dependência</p><p>sintática? Volte à tirinha anterior e identifique o</p><p>período composto por subordinação.</p><p>No segundo quadrinho, encontramos o</p><p>período composto por subordinação: Ai, quando abri o</p><p>livro, as letras caíram todas no chão. Percebeu que há</p><p>dependência entre as orações?</p><p>As orações subordinadas são classificadas</p><p>de acordo com a sua função sintática: oração</p><p>subordinada substantiva, oração subordinada</p><p>adjetiva e oração subordinada adverbial.</p><p>https://www.dicio.com.br/integrante/</p><p>As orações substantivas são introduzidas</p><p>por conjunções subordinadas integrantes e podem</p><p>fazer o papel de um substantivo nos períodos. As</p><p>principais conjunções integrantes são que e se.</p><p>Essas orações são classificadas de acordo</p><p>com a função que o substantivo pode assumir</p><p>(sujeito) subjetiva, (complemento nominal)</p><p>completiva nominal, (predicativo) predicativa,</p><p>(aposto) apositiva, (objeto direto) objetiva direta e</p><p>(objeto indireto) objetiva indireta.</p><p>Subjetiva – exerce a função de sujeito do verbo</p><p>da oração principal.</p><p>É provável que ele chegue ainda hoje.</p><p>É necessário que você vá à escola.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>50</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Classifique as orações subordinadas</p><p>substantivas da tirinha, para treinar um pouco.</p><p>https://image.slidesharecdn.com/oraesadjetivas-140913091026-</p><p>phpapp01/95/oraes-adjetivas-1-638.jpg?cb=1410599484</p><p>As orações subordinadas adjetivas exercem</p><p>a mesma função de um adjetivo, pois modificam</p><p>um substantivo e têm função sintática de adjunto</p><p>adnominal. Referem-se a um nome (substantivo ou</p><p>pronome) presente na sentença principal, por meio</p><p>do pronome relativo (que, quem, qual, cujo, onde).</p><p>Os alunos, que estudaram para o vestibular,</p><p>conseguiram boas notas.</p><p>A oração “que estudaram” tem valor de um</p><p>adjetivo (estudiosos), daí ser uma oração subordinada</p><p>adjetiva.</p><p>As orações subordinadas adjetivas são</p><p>classificadas em dois tipos: explicativas e restritivas.</p><p>Orações restritivas: restringem a significação</p><p>do nome a que se referem (especificando-o) e,</p><p>por isso, são indispensáveis à compreensão dos</p><p>enunciados:</p><p>Os artistas que declararam o voto no</p><p>candidato foram criticados.</p><p>Percebeu a ideia da restrição? Apenas os</p><p>artistas que declararam voto foram criticados.</p><p>Orações explicativas: agregam uma</p><p>característica acessória ao nome a que se referem</p><p>e, por isso, são dispensáveis à compreensão do</p><p>significado essencial do enunciado:</p><p>Os artistas da peça, que declararam voto no</p><p>candidato, foram criticados.</p><p>A oração adjetiva, sinalizada pela vírgula,</p><p>explica o termo anterior “os artistas da peça”.</p><p>Para diferenciar a conjunção integrante que</p><p>do pronome relativo, você precisa se lembrar de que a</p><p>conjunção liga as orações sem retomar ou substituir</p><p>um termo anterior. O pronome relativo, por sua vez,</p><p>se refere a um termo anteriormente mencionado.</p><p>Veja os exemplos:</p><p>https://www.jornalgrandebahia.com.br/2012/09/o-mercado-politico-eleitoral-e-a-</p><p>ameaca-a-democracia-2/</p><p>No primeiro quadrinho, temos:</p><p>[“o eleitor detesta candidato] [que vive</p><p>fazendo promessa”]</p><p>“que” retoma o termo candidato na oração</p><p>anterior.</p><p>No segundo quadrinho: [Tem candidato aí</p><p>dizendo] [que não vai roubar], o que apenas integra</p><p>as orações sem fazer referência a nenhum termo.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>51</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAVamos aproveitar e revisar outras funções do</p><p>que:</p><p>Disponível em: http://joanaguga.blogspot.com/2017/02/funcoes-do-que.html</p><p>Passaremos agora ao estudo das orações</p><p>subordinadas adverbiais, que exercem a função de</p><p>adjunto adverbial em relação ao verbo da oração</p><p>principal. Indicam as circunstâncias em que ocorreu</p><p>o fato verbal presente na oração principal. Essas</p><p>orações são bem importantes para construção da</p><p>argumentação em um texto graças às relações de</p><p>sentido que exprimem. Vejamos isso.</p><p>Por que no verão o pico de montanhas muito</p><p>altas continua com neve?</p><p>A cada 180 metros, a temperatura diminui</p><p>um grau. Como essas montanhas ficam em</p><p>grandes altitudes, as temperaturas nessas alturas</p><p>são sempre muito baixas. Mesmo quando o dia é</p><p>mais quente, a neve não consegue derreter, porque</p><p>as noites são muito geladas. Além disso, se a neve</p><p>derreter, uma nova camada surge. Depois de 2.700</p><p>metros de altitude, a neve nos picos é eterna.</p><p>Disponível em: .</p><p>Acesso em: 29 de dezembro de 2020.</p><p>O autor recorre ao emprego das orações</p><p>subordinadas adverbiais para construir sua</p><p>argumentação. Observe como ele explica o fato de</p><p>as montanhas terem neve em seu pico mesmo no</p><p>verão:</p><p>Como essas montanhas ficam em</p><p>grandes altitudes, as temperaturas nessas</p><p>alturas são sempre muito baixas.</p><p>Por meio da oração destacada, é apresentada</p><p>a causa de as temperaturas serem muito baixas. No</p><p>período seguinte, o autor segue argumentando em</p><p>torno da ideia principal:</p><p>Mesmo quando o dia é mais quente, a</p><p>neve não consegue derreter, porque as noites</p><p>são muito geladas.</p><p>São apresentadas, inicialmente, duas ideias</p><p>que se opõem (o dia mais quente / a neve não</p><p>derrete). Para isso, lança-se mão de uma estrutura</p><p>concessiva introduzida pela conjunção mesmo. A</p><p>concessão revela um fato que foge à expectativa (se</p><p>o dia é muito quente, espera-se que a neve derreta,</p><p>mas ocorre justamente o contrário). Para fechar o</p><p>período, evidencia-se a causa: porque as noites são</p><p>muito geladas.</p><p>Além disso, se a neve derreter, uma nova</p><p>camada surge.</p><p>Por fim, fecha-se a argumentação, recorrendo-</p><p>se a uma relação de condição: se a neve derreter...</p><p>Essas orações se classificam de acordo com a</p><p>ideia expressa pela conjunção ou locução conjuntiva</p><p>que as introduz, mas, como já dissemos, o mais</p><p>importante não é memorizar uma lista de conjunções.</p><p>A análise da oração lhe permitirá deduzir a relação</p><p>estabelecida. Observe:</p><p>· Temporal: As crianças só fizeram as pazes,</p><p>depois que a professora explicou o que</p><p>aconteceu.</p><p>· Conformativa – Ela fez as correções,</p><p>conforme as orientações de sua professora.</p><p>· Causal: Não foram ao show sertanejo porque</p><p>choveu muito.</p><p>· Condicional: Irei ao supermercado hoje se for</p><p>preciso.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>52</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA · Consecutiva – O sistema implantado pela empresa mostrou-se ineficiente, de modo que teremos de</p><p>revê-lo.</p><p>· Comparativa: Ele nada como um peixe.</p><p>· Final: Confio a Vós a minha dor, a fim de que me conforte.</p><p>· Proporcional: À medida que as férias vão chegando, as pessoas vão se animando.</p><p>· Concessiva: As vendas, relativas ao setor de cosméticos, permanecem em alta, embora o país esteja em</p><p>crise.</p><p>A seguir estão as principais conjunções subordinativas adverbiais:</p><p>Tipos Principais conjunções</p><p>Causais porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto que, que, porquanto.</p><p>Condicionais se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado que, a menos que, a não ser que.</p><p>Conformativas conforme, segundo,</p><p>como, consoante.</p><p>Concessivas</p><p>por mais que, por menos que, apesar de que, embora, conquanto, mesmo que, ainda</p><p>que, se bem que.</p><p>Comparativas</p><p>mais, menos, menor, maior, pior, melhor de que ou do que, tal qual, tanto quanto,</p><p>como, assim como, como se, bem como, que nem.</p><p>Consecutivas</p><p>tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida pelo que em outra oração), de</p><p>maneira que, de forma que, de sorte que, de modo que.</p><p>Proporcionais à proporção que, ao passo que, à medida que, à proporção que.</p><p>Temporais</p><p>depois que, até que, desde que, cada vez que, todas as vezes que, antes que, sempre</p><p>que, logo que, mal, quando.</p><p>Finais a fim de que, para que.</p><p>Frequentemente, confundem-se as orações adverbiais causais e as coordenadas explicativas, então</p><p>esteja atento às explicações a seguir:</p><p>Choveu bastante hoje, pois a varanda e a sala estão alagadas.</p><p>Meu pai já está dormindo, porque todas as luzes estão apagadas.</p><p>No primeiro exemplo, fica claro que a varanda e a sala estarem alagadas não é uma causa para ter chovido</p><p>bastante, então a oração destacada é coordenada explicativa. Essa oração indica um evento posterior ao</p><p>apresentado na oração principal, que é uma característica das orações explicativas. No segundo período, as luzes</p><p>estarem apagadas não é causa para o pai estar dormindo, mas uma explicação em relação à constatação presente</p><p>na oração anterior. A explicação advém de uma dedução com base no fato explicitado na oração principal.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>53</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAFique ligado!</p><p>Fazer o teste de agramaticalidade também</p><p>pode ajudar a decidir se uma dada oração é</p><p>subordinada causal ou coordenada explicativa:</p><p>• na coordenação, a oração que é introduzida</p><p>pela conjunção não pode dar início à frase:</p><p>*Que vais sentir-te melhor, senta-te»</p><p>*Pois vais sentir-te melhor, senta-te»</p><p>• contrariamente ao que acontece com as</p><p>subordinadas causais, que podem iniciar a</p><p>frase:</p><p>Porque estava cansada, não fui à</p><p>festa.</p><p>Fonte: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-</p><p>iul.pt/consultorio/perguntas/que-explicativo-ou-causal/34748.</p><p>Acesso 12 março 2021.</p><p>Acompanhe outros exemplos:</p><p>Vitor tem vasto vocabulário, porque lê muito.</p><p>Não comprei o vestido, porque estava muito</p><p>caro.</p><p>Em ambos os exemplos, as orações expressam</p><p>uma relação de causa e efeito.</p><p>Analise agora os períodos abaixo:</p><p>Pense bem antes de falar (tempo)</p><p>Você, varrendo o quarto, não terá</p><p>encontrado algumas moedas? (tempo)</p><p>Abertas as portas, entraram as visitas</p><p>(tempo)</p><p>Por estar doente, faltou à reunião.</p><p>(causa)</p><p>Surpreendidos por repentina chuva,</p><p>pusemo-nos a correr. (causa)</p><p>Prevendo uma resposta indelicada, não</p><p>o interroguei. (causa)</p><p>Observe que não há presença de conjunção</p><p>nesses períodos, mas é possível depreender</p><p>a relação semântica que existe entre os</p><p>enunciados. Outra característica dessas orações</p><p>é que os verbos se encontram em uma das</p><p>formasnominais (infinitivo,gerúndio eparticípio).</p><p>Temos, nesses casos, orações reduzidas, que</p><p>podem ser reduzidas de gerúndio, infinitivo ou</p><p>particípio. Qualquer tipo de oração subordinada</p><p>pode aparecer na forma reduzida.</p><p>A garota afirmou precisar de ajuda.</p><p>[que precisava de ajuda – substantiva</p><p>objetiva direta]</p><p>Olhávamos os alunos brincando no</p><p>pátio. [que brincavam no pátio – adjetiva</p><p>restritiva]</p><p>Chegando em casa, soube da notícia.</p><p>[quando cheguei – adverbial temporal]</p><p>REGÊNCIA VERBAL E</p><p>NOMINAL</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>54</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Assim como o autor do bilhete, você já</p><p>deve ter ficado em dúvida em relação à forma de</p><p>complementação de verbos da língua portuguesa,</p><p>como é o caso de namorar. Para sanar essa e outras</p><p>dúvidas semelhantes, precisaremos recordar que</p><p>existe uma relação de dependência, ou subordinação,</p><p>entre os verbos e seus complementos e entre os</p><p>nomes e seus complementos, à qual denominamos</p><p>regência. Ocorre, portanto, uma relação de regência</p><p>quando há um termo regente que apresenta um</p><p>sentido incompleto sem o termo regido, ou seja, sem</p><p>o seu complemento.</p><p>No exemplo a, a seguir, o verbo dar mantém</p><p>relação de dependência, ou regência, com o objeto</p><p>direto (flores) e o objeto indireto (à namorada).</p><p>Dizemos nesse caso que a regência é verbal. A</p><p>regência verbal indica a relação que um verbo (termo</p><p>regente) estabelece com o seu complemento (termo</p><p>regido) através do uso ou não de uma preposição. Na</p><p>regência verbal os termos regidos são o objeto direto</p><p>(sem preposição) e o objeto indireto (com preposição)</p><p>a) Ele deu flores à namorada.</p><p>b) Estamos todos necessitados de afeto.</p><p>Em b, o predicativo do sujeito (adjetivo)</p><p>mantém relação de dependência com o termo de</p><p>afeto. Nesse caso, dizemos que a regência é nominal.</p><p>Esta é definida como a relação que um nome (termo</p><p>regente) estabelece com o seu complemento (termo</p><p>regido) através do uso de uma preposição.</p><p>Assim, conhecer regência é poder refletir</p><p>se determinado verbo ou nome necessita ou não</p><p>de complementos, o que resulta em escolhas de</p><p>preposições relacionadas a esses complementos. A</p><p>questão crucial da regência é compreender o uso da</p><p>preposição com verbos e nomes, e foi essa dúvida</p><p>que acometeu quem escreveu o bilhete acima: o</p><p>verbo namorar é ligado ao seu complemento por</p><p>meio de uma preposição ou não? Note que, na</p><p>primeira alternativa – Ele namora comigo –, existe</p><p>uma preposição ligada ao pronome (com + migo).</p><p>Na segunda, por sua vez, a regência entre o verbo</p><p>(namora) e seu complemento (me) é direta (sem</p><p>preposição). Respondendo à dúvida do escrevente,</p><p>esclarecemos que, de acordo com a norma-padrão,</p><p>o verbo namorar não admite a preposição com, isto</p><p>é, diz-se namorar alguém e não namorar com alguém.</p><p>Noportuguêsbrasileiro,nemsemprearegência</p><p>de verbos e nomes, na norma-padrão, corresponde à</p><p>empregada nas conversas cotidianas, o que expressa</p><p>a enorme variabilidade que caracteriza a língua nessa</p><p>questão. A seguir apresentamos mais um exemplo</p><p>que ilustra esse fato.</p><p>A frase da imagem ao lado, que é o título de</p><p>uma música de Mc Kevinho, está em desacordo</p><p>com a prescrição da norma- padrão, pois o adjetivo</p><p>apaixonado rege um complemento com a preposição</p><p>por e não em (nessa = em + essa) como é cantado na</p><p>música.</p><p>Raul Seixas, na música Metamorfose ambulante,</p><p>também faz uso variável da regência:</p><p>Prefiro ser</p><p>Essa metamorfose ambulante</p><p>[...]</p><p>Do que ter aquela velha opinião</p><p>Formada sobre tudo</p><p>Do que ter aquela velha opinião</p><p>Formada sobre tudo</p><p>A regência do verbo preferir orientada pela</p><p>norma-padrão é preferir a (preferir algo a outra coisa)</p><p>e não preferir do que, contudo, a construção usada</p><p>está adequada ao contexto de informalidade que a</p><p>música representa.</p><p>Ainda na mesma canção, vamos observar</p><p>outros versos:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>55</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SASe hoje eu sou estrela</p><p>Amanhã já se apagou</p><p>Se hoje eu te odeio</p><p>Amanhã lhe tenho amor</p><p>O verbo ter, no último verso rege o termo amor (tenho amor), que, por sua vez, rege o pronome lhe (lhe tenho</p><p>amor), que é um objeto indireto na língua: “tem amor a alguém”.</p><p>Convém observar também que alguns verbos têm a definição da regência em função do significado que</p><p>apresentam no contexto:</p><p>Disponível em: https://www.nadaver.com/consciencia-ambiental-e-al-gore-ou-nunca/</p><p>O verbo assistir, quando tem o sentido de ver ou presenciar, é usado, na norma-padrão, com a preposição</p><p>a. Na linguagem coloquial, contudo, essa preposição é desprezada como acontece na charge. No sentido de</p><p>prestar assistência, ajudar, socorrer, é transitivo direto:</p><p>O médico assistiu os pacientes.</p><p>Quando tem o sentido de caber, pertencer, é transitivo indireto e exige a preposição a:</p><p>Esse direito assiste a todas as crianças.</p><p>Ainda observando as particularidades da regência de alguns verbos, devemos olhar o caso de esquecer</p><p>e lembrar, que, quando pronominais (esquecer-se e lembrar-se) têm complemento regido pela preposição de:</p><p>esquecer-se de algo e lembrar-se de algo em oposição a esquecer algo e lembrar</p><p>algo.</p><p>Calvin e Haroldo. By Bill Watterperson.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>56</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Na fala de Calvin, no primeiro quadrinho (Eu esqueci de comprar seu presente), a construção aparece em</p><p>desacordo com a norma-padrão, que prescreve para esse caso: Eu me esqueci de comprar seu presente.</p><p>Para que você possa ampliar suas possibilidades de usar a língua, apresentamos a seguir a regência</p><p>orientada pela norma-padrão para alguns nomes e verbos.</p><p>Regência nominal</p><p>https://3.bp.blogspot.com/-Bh50W4YTLDo/TcFLlCMnLZI/AAAAAAAAAdw/8DqjFU2ZIWk/w1200-h630-p-k-no-nu/imagem1.JPG</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>57</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>https://www.docsity.com/pt/regencia-verbal-tabela/2512390/</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>58</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA OLHO NAS DICASS</p><p>1. Links:</p><p>a) Dúvidas de língua portuguesa:</p><p>https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/</p><p>b) Orações coordenadas e subordinadas:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/oracoes-coordenadas-oracoes-subordinadas.htm</p><p>c) Emprego da vírgula nas orações coordenadas e subordinadas:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/as-oracoes-coordenadas-uso-virgula.htm</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/o-uso-virgula-nas-oracoes-subordinadas.htm</p><p>RECAPITULANDO</p><p>https://i.pinimg.com/originals/a6/d9/9e/a6d99eca3138465c28524f94964354f8.png</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>59</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAHORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (Mackenzie-SP)</p><p>Hoje se reconhece cada vez mais a importância</p><p>do tato durante toda a vida do homem. Os animais de</p><p>estimação permitem às pessoas que precisam desse</p><p>estímulo sensorial exercitarem-no. O simples fato</p><p>de tocar um animal reduz a ansiedade e a tensão.</p><p>Acariciá-los é não só um modo de expressar afeto,</p><p>como também exerce um efeito benéfico sobre o</p><p>sistema cardiovascular do dono.</p><p>Erika Friedmann</p><p>Observe as afirmações seguintes:</p><p>I. O sujeito da primeira oração é indeterminado,</p><p>uma vez que qualquer pessoa pode fazer o</p><p>reconhecimento citado.</p><p>II. Na terceira oração, a palavra “que” é,</p><p>morfologicamente, um pronome relativo, cujo</p><p>antecedente é “pessoas” e, sintaticamente,</p><p>exerce a função de sujeito do verbo “precisar”.</p><p>III. A última oração classifica-se como coordenada</p><p>sindética aditiva.</p><p>Assinale,</p><p>A. se II e III estão corretas.</p><p>B. se todas estão corretas.</p><p>C. se apenas I está correta.</p><p>D. se todas estão incorretas.</p><p>E. se apenas II está correta.</p><p>Questão 2 (UFAM – 2009)</p><p>Assinale a alternativa em que o pronome</p><p>relativo, que se encontra em destaque, funciona</p><p>como sujeito.</p><p>A. Trabalhava sempre com toda a força de que era capaz.</p><p>B. Ingrato que era, costumava cuspir no prato em que</p><p>comia.</p><p>C. Há pessoas cuja ventura única consiste em parecer</p><p>aos outros venturosa.</p><p>D. No passado, o homem que dourava e iluminava a</p><p>cidade era o acendedor de lampiões.</p><p>E. Obrigado! Mas não é este o remédio de que preciso.</p><p>Questão 3 (UFU – MG)</p><p>Na frase</p><p>“Argumentei que não é justo que o padeiro</p><p>ganhe festas”, as orações introduzidas pela conjunção</p><p>que são, respectivamente,</p><p>A. ambas subordinadas substantivas objetivas diretas.</p><p>B. ambas subordinadas subjetivas.</p><p>C. subordinada substantiva objetiva direta e subordinada</p><p>substantiva subjetiva.</p><p>D. subordinada objetiva direta e coordenada assindética.</p><p>E. subordinada substantiva objetiva e subordinada</p><p>substantiva predicativa.</p><p>Questão 4 (PUC-SP–2006)</p><p>O conectivo e, em geral, coordena orações ou</p><p>termos de mesmo valor sintático, estabelecendo</p><p>sentido aditivo entre eles. Isso se confirma em todas</p><p>as alternativas a seguir, EXCETO em:</p><p>A. “[...] um país entra em transe emocional e algumas</p><p>pessoas se convencem de que basta uma torcida</p><p>muito forte [...].”</p><p>B. “[...] se pode vencer um inimigo poderoso, o crime</p><p>violento, apenas pela repetição de mantras e</p><p>mediante sinais feitos com as mãos imitando o voo</p><p>da pomba branca da paz.”</p><p>C. “[...] continuará intacto e movimentado o principal</p><p>caminho que elas percorrem das forjas do metal até</p><p>as mãos dos bandidos.”</p><p>D. “Depois raspam sua numeração e a vendem.”</p><p>E. “[...] podem ser organizados milhares de referendos e</p><p>o problema do crime continuará do mesmo tamanho.”</p><p>Questão 5 (UNEB – 2018)</p><p>Observe o seguinte período: “adentramos</p><p>um mundo em que o emprego, aquele vínculo entre</p><p>empresa e empregado, que dá ao funcionário uma</p><p>forte sensação de estabilidade associada a fatores,</p><p>como os benefícios trabalhistas, e, principalmente,</p><p>o salário mensal, está dando lugar ao conceito de</p><p>trabalho. (l. 48-54)</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>60</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Há uma afirmação correta sobre fatos</p><p>gramaticais presentes nesse trecho em</p><p>I. O período é composto por coordenação.</p><p>II. “está dando lugar” se refere a “o emprego”.</p><p>III. “aquele vínculo entre empresa e empregado”</p><p>constitui um aposto.</p><p>IV. Há duas ocorrências do conectivo que, como</p><p>conjunção integrante.</p><p>V. “ao funcionário” tem a função de complemento</p><p>nominal.</p><p>A alternativa em que todas as afirmativas</p><p>indicadas estão corretas é a</p><p>01) I e II.</p><p>02) II e III.</p><p>03) IV e V.</p><p>04) I, III e V.</p><p>05) II, IV e V.</p><p>Questão 6 (UESB – 2019)</p><p>“Assim, para que o desenvolvimento da ciência</p><p>e da tecnologia seja menos excludente, é necessário</p><p>considerar os reais problemas da população, os</p><p>riscos técnico-produtivos e a mudança social.” (l.46-</p><p>49)</p><p>Há uma afirmação correta sobre esse período</p><p>em</p><p>I. Trata-se de um período composto por subordinação</p><p>com três orações.</p><p>II. São núcleos do sujeito da primeira oração: “ciência”</p><p>e “tecnologia”.</p><p>III. A expressão “é necessário” tem um sujeito</p><p>oracional.</p><p>IV. Os verbos desse período estão todos no modo</p><p>indicativo.</p><p>V. As expressões “os reais problemas da população”</p><p>e “a mudança social” têm a mesma função sintática,</p><p>na mesma oração.</p><p>A alternativa em que todas as afirmativas</p><p>indicadas estão corretas é a</p><p>01) I e II.</p><p>02) I e IV.</p><p>03) IV e V.</p><p>04) I, III e V.</p><p>05) II, III e IV</p><p>Questão 7 (IMA)</p><p>Temos uma oração subordinada adverbial</p><p>concessiva em:</p><p>A. ( ) Se eu tivesse dinheiro, compraria hoje um carro.</p><p>B. ( ) Fizemos a consulta, conforme a solicitação dos</p><p>auditores.</p><p>C. ( ) Enquanto a mídia entrevistava o especialista, os</p><p>telespectadores assistiam impávidos.</p><p>D. ( ) O especialista não concordará com sua opinião,</p><p>por mais que você insista.</p><p>Questão 8 (PUC-SP)</p><p>“João amava Teresa que amava Raimundo</p><p>que amava Maria que amava Joaquim que</p><p>amava Lili</p><p>que não amava ninguém.</p><p>João foi para os Estados Unidos, Teresa para o</p><p>convento,</p><p>Raimundo morreu de desastre, Maria ficou pra</p><p>tia,</p><p>Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto</p><p>Fernandes</p><p>que não tinha entrado na história”.</p><p>Carlos Drummond de Andrade</p><p>A primeira parte do poema (versos de 1 a 3) é</p><p>marcada, sintaticamente, pela presença de orações</p><p>____________, cujos termos introdutórios atuam</p><p>como _______________.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>61</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAA. subordinadas adjetivas restritivas – conectivos –</p><p>sujeitos.</p><p>B. coordenadas sindéticas explicativas – simples</p><p>conectivos.</p><p>C. subordinadas adverbiais comparativas – simples</p><p>conectivos.</p><p>D. subordinadas adjetivas explicativas – conectivos –</p><p>sujeitos.</p><p>E. coordenadas sindéticas aditivas – simples conectivos.</p><p>Questão 9 (PUC – SP)</p><p>Considere a palavra destacada neste período:</p><p>“E há poetas míopes que pensam que é o arrebol”.</p><p>Ela introduz, respectivamente, orações:</p><p>A. subordinada substantiva completiva nominal e</p><p>subordinada substantiva objetiva direta.</p><p>B. subordinada substantiva objetiva direta e</p><p>subordinada substantiva predicativa.</p><p>C. subordinada adjetiva restritiva e subordinada</p><p>adjetiva explicativa.</p><p>D. subordinada substantiva predicativa e</p><p>subordinada substantiva objetiva direta.</p><p>E. subordinada adjetiva restritiva e subordinada</p><p>substantiva objetiva direta.</p><p>Questão 10 (IBFC-2013)</p><p>Leia as sentenças:</p><p>É preciso</p><p>e aplicativos de mensagens</p><p>instantâneas, onde produzimos textos repletos de</p><p>emojis, figurinhas e memes – textos multimodais. São</p><p>também exemplos de textos multimodais tirinhas,</p><p>cards e infográficos, como exemplificamos a seguir.</p><p>Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vo-</p><p>zes/bad-bad-server/dia-internacional-emoji-7-pessoas-</p><p>-que-estao-usando-os-emojis-errados/</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>3</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>Infográfico produzido pela Editoria de Arte do jornal O</p><p>Globo (2020).</p><p>Graças à nossa capacidade da linguagem, o</p><p>tempo todo estamos estabelecendo contato com</p><p>as pessoas, seja por meio da fala, seja por meio da</p><p>escrita, seja por meio de gestos, para os usuários</p><p>de LIBRAS. Antes mesmo de pronunciar nossas</p><p>primeiras palavras, nossas expressões faciais,</p><p>gestos e sons nos mantêm em interação constante</p><p>com tudo à nossa volta.</p><p>https ://portuguesparacomunicacao .wordpress .</p><p>com/2012/11/12/70/</p><p>No processo interativo, cada texto</p><p>produzido, oral, visual ou escrito, apresenta uma</p><p>intencionalidade: informar, esclarecer, entreter,</p><p>emocionar, aconselhar, expor um ponto de vista,</p><p>refutar uma ideia, advertir, persuadir etc. Mesmo o</p><p>aparentemente despretensioso “Oi, tudo bem?”, dito</p><p>a um velho conhecido que encontramos na rua revela</p><p>alguma intenção.</p><p>O objetivo de qualquer ato comunicativo</p><p>está vinculado à intenção de quem o produz, e a</p><p>comunicação pode ser mais ou menos bem-sucedida</p><p>a depender de nossa capacidade de identificação</p><p>dessas intencionalidades. Tal capacidade nos permite</p><p>entender, por exemplo, que, na maioria as vezes, “Oi,</p><p>tudo bem?” é apenas uma saudação e não indica que</p><p>o emissor tenha interesse em uma reposta objetiva</p><p>sobre nosso estado.</p><p>A linguagem assume, então, diferentes</p><p>funções, cujas características são definidas com</p><p>base na ênfase que se dá a cada um dos elementos</p><p>da comunicação, definidos pelo linguista russo</p><p>Roman Jakobson: emissor, receptor, código, canal de</p><p>comunicação e contexto.</p><p>Esquema da comunicação. Disponível em:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/redacao/elementos-pre-</p><p>sentes-no-ato- comunicacao.htm</p><p>O remetente é aquele que emite a mensagem.</p><p>Esta, por sua vez, é o objeto da comunicação e é</p><p>constituída pelo conteúdo das informações. O canal</p><p>é o meio pelo qual a mensagem circula (voz, ondas</p><p>sonoras, uma folha de papel, um blog, um livro). O</p><p>código é o conjunto de signos e suas combinações de</p><p>usos (a língua portuguesa, por exemplo). O referente</p><p>é o contexto ou situação a que a mensagem diz</p><p>respeito. O destinatário é aquele que recebe a</p><p>mensagem.</p><p>Agora, leia a notícia a seguir e tente identificar</p><p>qual é o seu objetivo:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>4</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Nobel de medicina 2019: entenda a</p><p>descoberta que levou ao prêmio</p><p>O trabalho de três pesquisadores ajudou a entender</p><p>como as células do corpo adaptam-se à quantidade de</p><p>oxigênio no ambiente.</p><p>Rafael Battaglia</p><p>Os vencedores do prêmio Nobel de</p><p>Medicina de 2019 foram anunciados nesta</p><p>segunda-feira (7). São eles: William Kaelin e</p><p>Gregg Semenza, dos EUA, e Sir Peter Ratcliffe,</p><p>do Reino Unido. O prêmio foi dado pelas suas</p><p>descobertas sobre como as células do nosso</p><p>corpo percebem e adaptam-se aos níveis de</p><p>oxigênio disponível no ambiente.</p><p>Os três pesquisadores desenvolveram</p><p>seus trabalhos individualmente desde os</p><p>anos 1990. Juntas, suas pesquisas descrevem</p><p>um importante mecanismo fisiológico — a</p><p>resposta hipóxica das células — essencial para</p><p>que indivíduos consigam sobreviver em lugares</p><p>mais altos, onde há menor concentração de</p><p>oxigênio.</p><p>Além de desvendar como esse</p><p>mecanismo funciona, os organizadores do Nobel</p><p>ressaltaram a importância das descobertas</p><p>para futuras aplicações médicas (...).</p><p>BATTAGLIA, R. Nobel de medicina 2019: entenda a desco-</p><p>berta que levou ao prêmio. Superinteressante. Disponível</p><p>em: https://super.abril.com.br/ciencia/nobel-de-medici-</p><p>na-2019-entenda-a-descoberta-que-levou-ao-premio/.</p><p>Acesso em: 28 out. 2019.</p><p>Você deve ter percebido que o objetivo da</p><p>notícia é informar aos leitores a descoberta realizada</p><p>pelos cientistas. Dizemos, então, que há aí a</p><p>predominância da função referencial ou denotativa,</p><p>característica dos textos jornalísticos. Geralmente,</p><p>nessa função, o texto é construído na 3ª pessoa</p><p>e estão ausentes expressões que evidenciem a</p><p>opinião do emissor. Além disso, a linguagem tem</p><p>caráter denotativo, ou seja, as palavras costumam</p><p>ser usadas em seu sentido literal. O foco, neste caso,</p><p>recai sobre o contexto – o referente. São exemplos de</p><p>uso da função referencial cardápios de restaurantes,</p><p>manchetes de jornal, gráficos e mapas.</p><p>Podemos dizer que a função referencial está</p><p>presente na maior parte dos textos que encontramos,</p><p>uma vez que a intenção de informar quase sempre é</p><p>evidente em nossos atos de comunicação. Importa</p><p>dizer que, em um mesmo texto, podem ser verificadas</p><p>várias funções, contudo é preciso reconhecer aquela</p><p>que se destaca como principal.</p><p>O texto a seguir, que exemplifica a função</p><p>referencial da linguagem, foi usado numa questão</p><p>da prova de Língua Portuguesa do ENEM – 2011.</p><p>Justifique por que essa função é predominante nele.</p><p>É água que não acaba mais</p><p>Dados preliminares divulgados por</p><p>pesquisadores da Universidade Federal do Pará</p><p>(UFPA)apontaramoAquíferoAlterdoChãocomo</p><p>o maior depósito de água potável do planeta.</p><p>Com volume estimado em 86.000 quilômetros</p><p>cúbicos de água doce, a reserva subterrânea</p><p>está localizada sob os estados do Amazonas,</p><p>Pará e Amapá. “Essa quantidade de água seria</p><p>suficiente para abastecer a população mundial</p><p>durante 500 anos”, diz Milton Matta, geólogo</p><p>da UFPA. Em termos comparativos, Alter do</p><p>Chão tem quase o dobro do volume de água</p><p>do Aquífero Guarani (com 45 000 quilômetros</p><p>cúbicos). Até então, Guarani era a maior reserva</p><p>subterrânea do mundo, distribuída por Brasil,</p><p>Argentina, Paraguai e Uruguai.</p><p>Revista Época, n. 623, 26 abr., 2010.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>5</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAAnotíciaapresentaresultadosdeumapesquisa</p><p>científica realizada por uma universidade brasileira.</p><p>Você percebeu que o autor não prioriza suas opiniões</p><p>pessoais, tampouco utiliza elementos de persuasão</p><p>do leitor ou elementos estéticos em sua linguagem.</p><p>Ao contrário, utiliza-se de uma linguagem impessoal</p><p>e recorre a informações objetivas e precisas.</p><p>Vimos que, nos textos em que predomina</p><p>a função referencial, é comum o discurso em</p><p>terceira pessoa, o que se explica pelo fato de que,</p><p>quando escrevemos em primeira pessoa, deixamos</p><p>transparecer a nossa subjetividade, e essa não é a</p><p>intenção de textos eminentemente informativos.</p><p>Por outro lado, em músicas, textos teatrais, anúncios</p><p>publicitários, entrevistas, depoimentos e textos</p><p>literários, em geral, percebe-se que o discurso é</p><p>construído na primeira pessoa, ressaltando, assim, a</p><p>subjetividadedalinguagem.Nessescasos,predomina</p><p>a função emotiva ou expressiva. Ao usá-la, o emissor</p><p>deseja conquistar a adesão do interlocutor ao seu</p><p>ponto de vista. Essa expressividade é perceptível na</p><p>letra da canção Senhas, de Adriana Calcanhoto, e no</p><p>quadrinho a seguir. Confira.</p><p>Eu não gosto do bom gosto</p><p>Eu não gosto de bom senso</p><p>Eu não gosto dos bons modos</p><p>Não gosto</p><p>Eu aguento até rigores</p><p>Eu não tenho pena dos traídos</p><p>Eu hospedo infratores e banidos</p><p>Eu respeito conveniências</p><p>Eu não ligo pra conchavos</p><p>Eu suporto aparências</p><p>Eu não gosto de maus-tratos</p><p>Mas o que eu não gosto é do bom gosto</p><p>Eu não gosto de bom senso</p><p>Eu não gosto dos bons modos</p><p>Não gosto (...).</p><p>(Senhas – Adriana Calcanhotto)</p><p>Além do uso da primeira pessoa, em textos</p><p>cuja função predominante é a emotiva, são</p><p>frequentes adjetivos valorativos e sinais de</p><p>pontuação que revelam expressividade, como</p><p>reticências e pontos de exclamação.</p><p>Há situações em que o foco da comunicação</p><p>recai sobre a mensagem e a maneira como é</p><p>elaborada, de modo a ressaltar seu significado.</p><p>Nesse caso, tem-se a função poética, e, ao empregá-</p><p>la, o emissor recorre a recursos que enriqueçam</p><p>a construção</p><p>que ela se encante por mim!</p><p>Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.</p><p>Assinale abaixo a alternativa que classifica,</p><p>correta e respectivamente, as orações subordinadas</p><p>substantivas (O.S.S.) destacadas:</p><p>A. ( ) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta.</p><p>B. ( ) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal</p><p>C. ( ) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.</p><p>D. ( ) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva</p><p>nominal.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro</p><p>e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2006.</p><p>GONÇALVES, Rodrigo Tadeu; BASSO, Renato</p><p>Miguel. O português em Portugal depois de 1500</p><p>e a Língua Portuguesa no mundo. In: GONÇALVES,</p><p>Rodrigo Tadeu; BASSO, Renato Miguel. História da</p><p>língua. Florianópolis: LLV/CCE/UFSC, 2010.</p><p>BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática</p><p>Portuguesa. 38. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova</p><p>Fronteira, 2015.</p><p>BORBA, Francisco da Silva. Introdução aos</p><p>Estudos Linguísticos. São Paulo: Nacional, 1973.</p><p>CUNHA, Celso; CINTRA, Luís F. Lindley.</p><p>Subordinação – A oração subordinada como termo de</p><p>outra oração. In: ___ Nova gramática do português</p><p>contemporâneo. 5.ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2008,</p><p>p. 612-631.</p><p>FARACO; MOURA. Gramática. São Paulo:</p><p>Editora Ática, 1998.</p><p>ILARI, R.; BASSO, R. O português da gente: a</p><p>língua que estudamos, a língua que falamos. 2. ed.</p><p>São Paulo: Contexto, 2006.</p><p>KURY, Adriano da Gama. Novas Lições de</p><p>Análise Sintática. São Paulo: Ática, 1999.</p><p>ROCHA LIMA, C. H. da. Gramática Normativa</p><p>da Língua Portuguesa. Rio de. Janeiro: José Olympio,</p><p>2006. ROCHA LIMA, C. H. da. Gramática Normativa</p><p>da Língua Portuguesa. Rio de. Janeiro: José Olympio,</p><p>2006.</p><p>SANDMAN, Antônio. Morfologia Lexical. São</p><p>Paulo: Contexto, 1992.</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/</p><p>https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/</p><p>https://educacao.uol.com.br/</p><p>https : //ed isc ip l inas .usp .br/p lug inf i le .</p><p>php/174227/mod_resource/content/1/01d17t03.</p><p>pdf</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>62</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA GABARITO</p><p>Questão Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Bloco 4</p><p>01 B A C A</p><p>02 B 13 A D</p><p>03 C B C C</p><p>04 D B E E</p><p>05 01 B 04 02</p><p>06 A B C 04</p><p>07 A C A D</p><p>08 3 D B A</p><p>09 B A D E</p><p>10 B A D B</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>1</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>LITERATURA</p><p>Olá, querido(a) estudante!</p><p>Este é apenas um módulo de introdução aos</p><p>estudos literários, portanto, o maior desempenho</p><p>nesta área dependerá de você, em seguir as</p><p>orientações, aprofundar os estudos e acompanhar as</p><p>sugestões de leitura complementar, vídeos, músicas</p><p>e sites.</p><p>A Literatura origina-se da palavra latina littera,</p><p>que signi ca “letra”, e sempre esteve presente na</p><p>história do homem, desde os tempos mais primórdios,</p><p>mesmo antes da invenção da escrita. Neste caso, a</p><p>literatura se manifestava da forma oral, através de</p><p>músicas, poesias e histórias que eram contadas por</p><p>gerações. Por isso, a inserção da Literatura como arte</p><p>e valorização da cultura da humanidade é de suma</p><p>importância para entender como pensa, socializa</p><p>e o fazer ciência das diferentes civilizações que</p><p>povoaram e povoam o mundo. Conhecer a literatura</p><p>é também conhecer parte da História do ser humano,</p><p>sua criação e seu entrosamento com as diferentes</p><p>ciências e áreas do conhecimento.</p><p>Este módulo de estudos constitui uma</p><p>compilação de diferentes textos, com nalidade</p><p>didática, mas organizada de forma lógica e</p><p>sequenciada. Ele irá te ajudar a entender como os</p><p>movimentos literários no Brasil se desenvolveram,</p><p>suas características e principais autores, bem como</p><p>os fatos históricos atrelados a eles. Por isso, ele</p><p>está organizado em 4 blocos, com proposições de</p><p>atividades, indicações de bibliotecas virtuais, livros,</p><p>artigos cientí cos e outras produções.</p><p>Em seguida, apresento a você algumas dicas</p><p>de como estudar literatura, aproveitando o seu</p><p>tempo e evitando perder o foco com coisas não tão</p><p>importantes. Além disso, um quadro-sinótico com um</p><p>resumão auxiliará você a conferir as características da</p><p>literatura e seus movimentos no Brasil. Boa sorte!</p><p>Bons estudos!</p><p>Líbia Gertrudes de Melo</p><p>Dicas para facilitar o seu trabalho e organizar</p><p>seus estudos:</p><p>■ O texto literário deve ser o ponto de partida</p><p>para o seu estudo. Através dele, você deverá</p><p>buscar sobre o autor e sua obra, bem como o</p><p>movimento literário e histórico a que pertence;</p><p>■ Entenda os movimentos literários, suas</p><p>características e in uências históricas,</p><p>buscando de nir os temas mais recorrentes de</p><p>um determinado autor estudado;</p><p>■ Procure comparar diferenças e aproximações</p><p>entre os autores de um mesmo movimento</p><p>literário e também de outros;</p><p>■ Analise a marca individual de cada autor, sua</p><p>escrita autoral e, principalmente, o que o faz</p><p>pertencer (ou não) a determinado movimento</p><p>literário;</p><p>■ Sempre faça anotações sobre o que você</p><p>aprendeu daquele autor e/ou do movimento</p><p>literário estudado;</p><p>■ Procure fazer anotações também durante as</p><p>aulas de literatura, não só o que o professor</p><p>explica, mas também suas impressões pessoais</p><p>sobre o assunto;</p><p>■ Faça resumos, chamentos, chas de leituras de</p><p>autores e obras lidas, sejam elas livros, poesias,</p><p>crônicas... isso ajuda a construir um repertório;</p><p>■ Procure relacionar a literatura lida com as</p><p>notícias do mundo contemporâneo, as provas</p><p>do ENEM, por exemplo, costumam partir de</p><p>temas atuais para abordar as características de</p><p>um movimento literário;</p><p>■ E última dica: leia, leia, leia e anote!</p><p>(texto com adaptações retirado de “Literatura</p><p>Brasileira”, William R. Cereja & Thereza Cochar,</p><p>São Paulo:Atual, 1995).</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>2</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>ESTILO LITERÁRIO /</p><p>DESTAQUES CARACTERÍSTICAS GERAIS</p><p>ERA COLONIAL</p><p>QUINHENTISMO</p><p>Início:A Carta de Caminha</p><p>Contexto histórico:</p><p>• Os portugueses chegam</p><p>ao Brasil</p><p>• A chegada dos</p><p>primeiros jesuítas ao</p><p>Brasil</p><p>Literatura documental, histórica, de caráter informativo.</p><p>A Carta de Caminhaé o primeiro documento literário brasileiro.</p><p>Carta descritiva com espírito ufanista e nativista. Foi</p><p>parodiada de forma satírica por Oswald de Andrade, poeta</p><p>modernista.</p><p>O Quinhentismo serviu de inspiração literária para alguns poetas e</p><p>escritores do Romantismo e do Modernismo.</p><p>No Romantismo:Gonçalves Dias,José de Alencar.</p><p>No Modernismo:Oswald de Andrade.</p><p>Destacaram-se:</p><p>-Pero Vaz de Caminha - A Carta de Caminha</p><p>-Pe. José de Anchieta - escreveu textos religiosos, um teatro</p><p>religioso. Tinha devoção ao culto mariano. Recebeu influência</p><p>da tradição medieval. Obs.: Não recebeu influência da poesia</p><p>lírica de Camões (soneto).</p><p>-Pe. Manuel da Nóbrega</p><p>ERA COLONIAL</p><p>BARROCO</p><p>Início: Prosopopeia - poema</p><p>épico deBento Teixeira, em 1601</p><p>Contexto histórico:</p><p>• As invasões holandesas</p><p>no Brasil</p><p>• Os bandeirantes</p><p>Frequência das antíteses e paradoxos, fugacidade do tempo e</p><p>incerteza da vida.</p><p>Características: rebuscamento, virtuosismo, ornamentação</p><p>exagerada, jogo sutil de palavras e ideias, ousadia de</p><p>metáforas e associações.</p><p>Cultismo ou Gongorismo:abuso de metáforas, hipérboles e</p><p>antíteses. Obsessão pela linguagem culta, jogo de palavras.</p><p>Conceptismo (Quevedo): jogo de ideias, pesquisa e essência</p><p>íntima.</p><p>Destacaram-se:</p><p>-Gregório de Matos - apelidado de «A Boca do Inferno».</p><p>Oscilou entre o sagrado e o profano. Poeta lírico, satírico,</p><p>reflexivo, filosófico, sacro, encomiástico, obsceno. Não foi</p><p>poeta épico.</p><p>- Bento Teixeira</p><p>-Pe. Antonio Vieira - Expoente máximo da Literatura Brasileira</p><p>e da Literatura Portuguesa, pois durante sua estada em</p><p>Portugal aderiu a temas nacionais portugueses e durante</p><p>a sua permanência no Brasil, aderiu a temas nacionais</p><p>brasileiros. Era prosador e não poeta, e conceptista, pois</p><p>atacou o cultismo. Escreveu sermões, entre eles o Sermão da</p><p>Sexagésima.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>3</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>ERA COLONIAL</p><p>ARCADISMO</p><p>Início:Publicação deObras</p><p>Poéticas, em 1768, de Cláudio</p><p>Manuel da Costa, obra</p><p>inicial do</p><p>Arcadismo brasileiro.</p><p>Contexto histórico:</p><p>• A Incon dência Mineira</p><p>• A Revolução Farroupilha</p><p>• A vinda da Família Real</p><p>para o Brasil</p><p>Pastoralismo, bucolismo. Ideal de vida simples, junto à natureza</p><p>(locus amoenus).</p><p>Fugere urbem(“evitar a cidade”, “fugir da civilização”). busca do</p><p>equilíbrio e da naturalidade, no contato com a natureza.</p><p>Carpe diem («aproveite o dia»). Consciência da fugacidade do</p><p>tempo.</p><p>Simplicidade, clareza e equilíbrio. Emprego moderado de guras</p><p>de linguagem.</p><p>Natureza racional (é vista como um cenário, como uma fotogra a,</p><p>como um pano de fundo.</p><p>Pseudônimos.</p><p>Fingimento / Arti cialismo</p><p>Destacaram-se:</p><p>-Tomás Antonio Gonzaga - poeta maior do Arcadismo brasileiro</p><p>com suas liras Marília de Dirceu. Pseudônimo como poeta</p><p>lírico: Dirceu; pseudônimo como poeta satírico: Critilo (Cartas</p><p>Chilenas).Autores épicos do Arcadismo brasileiro:</p><p>-Cláudio Manuel da Costa - Poeta lírico e épico. Seu</p><p>pseudônimo é Glaudeste Satúrnio. Seus sonetos são de</p><p>imitação Camoniana. Obra: Vila Rica.</p><p>-Basílio da Gama - Obra: O Uraguai.</p><p>-Santa Rita Durão - Obra: Caramuru.Obs.: O índio antes de José</p><p>de Alencar aparece nos poemas épicos O Uraguai e Caramuru.</p><p>Portanto, o Arcadismo preparou o Romantismo.</p><p>ERA NACIONAL</p><p>ROMANTISMO</p><p>Início:publicação deSuspiros</p><p>Poéticos, em 1836,</p><p>deGonçalves de Magalhães</p><p>Contexto histórico:</p><p>• A Imprensa no Brasil</p><p>• A crise do 2º Reinado</p><p>• A abolição da</p><p>escravidão</p><p>Predomínio da emoção, do sentimento (subjetivismo); evasão</p><p>ou escapismo (fuga à realidade). Nacionalismo, religiosidade,</p><p>ilogismo, idealização da mulher, amor platônico. Liberdade de</p><p>criação e despreocupação com a forma; predomínio da metáfora.</p><p>1ª geração romântica: 1840/50 - indianista ou nacionalista. A</p><p>temática era o índio, a pátria.</p><p>Destacou-se:</p><p>-Gonçalves Dias - Obras: Canção do Exílio e I Juca Pirama.</p><p>2ª geração romântica:1850/60 - byroniana, mal-do-século,</p><p>individualista ou ultra-romântica. A temática era a morte.</p><p>Destacou-se:</p><p>Álvares de Azevedo - poeta da dúvida, tinha obsessão pela</p><p>morte. Recebeu influência de Byron e Shakespeare. Oscila entre</p><p>a realidade e a fantasia. Obra: Livro de contosNoite na taverna.</p><p>3ª geração romântica: 1860/70 - condoreira, social ou</p><p>hugoana. A temática é a abolição e a república.</p><p>Destacaram-se:</p><p>Poesia:</p><p>-Castro Alves - poeta representante da burguesia liberal.</p><p>Obras: Espumas Flutuantes,O Navio Negreiro,Vozes d’África.</p><p>Prosa:</p><p>-José de Alencar (representante maior) - defensor do «falar</p><p>brasileiro» / dá forma ao herói / amalgamando a sua vida à</p><p>natureza.</p><p>-Joaquim Manuel de Macedo - Obra: A Moreninha.</p><p>-Bernardo Guimarães - Obra: A escrava Isaura.</p><p>-Manuel Antônio de Almeida - Obra: Memórias de um sargento de</p><p>milícias.</p><p>Modalidades do Romantismo: Romance de folhetim - Teixeira</p><p>e Sousa,O lho do pescador.</p><p>Romance urbano -Joaquim Manuel de Macedo,A Moreninha.</p><p>Romance regionalista:Bernardo Guimarães,O ermitão de Muquém.</p><p>Romance indianista e histórico - José de Alencar,O Guarani.</p><p>Obs.: O Romantismo está para o Modernismo.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>4</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>ERA NACIONAL</p><p>REALISMO / NATURALISMO</p><p>REALISMO</p><p>Início:Memórias Póstumas de</p><p>Brás Cubas, de Machado de</p><p>Assis, publicado em 1881.</p><p>NATURALISMO</p><p>Início: O Mulato, de Aluísio</p><p>Azevedo</p><p>Contexto histórico:</p><p>• A Proclamação da</p><p>República</p><p>• A Primeira República</p><p>REALISMO</p><p>Literatura de combate social, crítica à burguesia, ao adultério e ao</p><p>clero.</p><p>Análise psicológica dos personagens.</p><p>Objetividade, temas contemporâneos.</p><p>Destacou-se:</p><p>Machado de Assis - trilogia: Memórias Póstumas de Brás</p><p>Cubas (narrado em 1ª pessoa); Quincas Borba («ao vencedor</p><p>as batatas»); Dom Casmurro (narrado em 1ª pessoa - enigma</p><p>de traição)</p><p>NATURALISMO</p><p>Desdobramento do Realismo.</p><p>Escritores naturalistas retratam pessoas marginalizadas pela</p><p>sociedade.</p><p>O Naturalismo é fruto da experiência.</p><p>Análise biológica e patológica das personagens.</p><p>Determinismo acentuado.</p><p>As personagens são compradas aos animais (zoomor smo).</p><p>Destacaram-se:</p><p>-Aluísio Azevedo - Obras: O Mulato;O Cortiço (romance social,</p><p>personagem principal do romance é o próprio cortiço).</p><p>-Raul Pompeia - Obra: O Ateneu.</p><p>ERA NACIONAL</p><p>PARNASIANISMO</p><p>Início:Fanfarras, deTeó lo Dias</p><p>Contexto histórico:</p><p>• Contemporâneo do</p><p>Realismo - Naturalismo</p><p>Estilo especi camente poético, desenvolveu-se junto com o</p><p>Realismo - Naturalismo.</p><p>A maior preocupação dos poetas parnasianos é com o fazer</p><p>poético.</p><p>Arte pela arte.</p><p>Poesia descritiva sem conteúdo; vocabulário nobre; objetividade.</p><p>Os poetas parnasianos são considerados “os mestres do passado”.</p><p>Por suas manias de precisão foram criticados severamente pelos</p><p>poetas do 1º Tempo Modernista.</p><p>Destacou-se:</p><p>Olavo Bilac (poeta representante) - Pro ssão de Fé.</p><p>ERA NACIONAL</p><p>SIMBOLISMO</p><p>Início: Missal e Broquéis, de</p><p>Cruz e Souza, em 1893</p><p>Contexto histórico:</p><p>• Fundação da Academia</p><p>Brasileira de Letras</p><p>Origem: a poesia de Baudelaire.</p><p>Características: desmistificação da poesia, sinestesia,</p><p>musicalidade, preferência pela cor branca, sensualismo, dor</p><p>e revolta.</p><p>Destacou-se:</p><p>Cruz e Souza (poeta representante) - Obra: Missal e Broquéis.</p><p>ERA NACIONAL</p><p>PRÉ-MODERNISMO</p><p>Início: Os Sertões, Euclides da</p><p>Cunha, em 1902; eCanaã, Graça</p><p>Aranha</p><p>Contexto histórico:</p><p>• Guerra do Contestado</p><p>• A Revolta dos 18 do</p><p>Forte de Copacabana</p><p>• A revolta da Vacina</p><p>Convivem juntas duas tendências:</p><p>1. Conservadora: sobrevivência da mentalidade positivista,</p><p>agnóstica e liberal.</p><p>Destacou-se:</p><p>Euclides da Cunha - Obra: Os Sertões (miséria e</p><p>subdesenvolvimento nordestino).</p><p>2. Renovadora: incorporação de aspectos da realidade</p><p>brasileira.</p><p>Destacaram-se:</p><p>-Lima Barreto,Triste Fim de Policarpo Quaresma (a vida urbana e</p><p>as transformações de início de século).</p><p>-Monteiro Lobato - livro de contos Urupês (a miséria do</p><p>caboclo, a decadência da cultura cafeeira). Obs.: Foi Monteiro</p><p>Lobato quem criticou a exposição da pintoraAnita Malfatti,</p><p>chamando-a de “Paranóia ou Misti cação”.</p><p>- Graça Aranha,Canaã (imigração além do Espírito Santo).</p><p>Poeta representante: Augusto dos Anjos - Obra: Eu e outras</p><p>poesias.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>5</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>ERA NACIONAL</p><p>MODERNISMO</p><p>PRIMEIRA FASE</p><p>Início:Semana de Arte</p><p>Moderna, em 1922</p><p>Contexto histórico:</p><p>• Fundação do Partido</p><p>Comunista Brasileiro</p><p>• A Revolução de 1930</p><p>Poesia nacionalista.</p><p>Espírito irreverente, polêmico e destruidor, movimentocontra.</p><p>Anarquismo, luta contra o tradicionalismo; paródia, humor.</p><p>Liberdade de estética. Verso livre sem uso da métrica. Linguagem</p><p>coloquial.</p><p>Destacaram-se:</p><p>-Mário de Andrade - Obra: Pauliceia desvairada (Prefácio</p><p>Interessantíssimo)</p><p>-Oswald de Andrade - Obra: Manifesto antropofágico / Pau-Brasil</p><p>-Manuel Bandeira - Obra: Libertinagem</p><p>ERA NACIONAL</p><p>MODERNISMO</p><p>SEGUNDA FASE (1930)</p><p>Contexto histórico:</p><p>• A Era Vargas</p><p>• Lampião e o cangaço</p><p>no sertão</p><p>Destaca-se a prosa regionalista nordestina (prosa neo-realista e</p><p>neo-naturalista).</p><p>Representantes:</p><p>-Graciliano Ramos - representante maior, criador do romance</p><p>psicológico nordestino - Obras: Vidas Secas;São Bernardo.</p><p>-Jorge Amado - Obras: Mar Morto;Capitães da Areia.</p><p>-José Lins do Rego - Obras: Menino de Engenho;Fogo Morto.</p><p>-Rachel de Queiroz - Obra: O Quinze.</p><p>-José Américo de Almeida - Obra: A Bagaceira</p><p>Poesia 30/45 - ruma para o universal.</p><p>Carlos Drummond de Andrade faz poesia de tensão ideológica.</p><p>Fase de Drummond:</p><p>- Eu maior que o mundo - poema, humor, piada.</p><p>- Eu menor que o mundo - poesia de ação.</p><p>- Eu igual ao mundo - poesia metafísica.</p><p>Poetas espiritualistas:</p><p>-Cecília Meireles - herdeira do Simbolismo.</p><p>-Jorge de Lima - Invenção de Orpheu.</p><p>-Vinícius de Moraes - Soneto da Fidelidade.</p><p>ERA NACIONAL</p><p>MODERNISMO</p><p>TERCEIRA FASE (1945)</p><p>Contexto histórico:</p><p>• A Redemocratização</p><p>do Brasil</p><p>• A ditadura militar no</p><p>Brasil</p><p>Continua predominando a prosa.</p><p>Representantes:</p><p>-Guimarães Rosa - Neologismo - Obra: Sagarana.</p><p>-Clarice Lispector - Introspectiva - Obra: Laços de</p><p>Família, onde</p><p>a autora procura retratar o cotidiano monótono e sufocante da</p><p>família burguesa brasileira.</p><p>Obs.: Os escritores acima procuram universalizar o romance</p><p>nacional. São considerados pela crítica literária, escritores</p><p>instrumentalistas.</p><p>Poesia concreta:</p><p>-João Cabral de Melo Neto - poeta de poucas palavras.</p><p>Obra de maior relevância literária: Morte e Vida Severina. Tem</p><p>intertextualidade com o teatro Vicentino.</p><p>://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/portugues/literatura_brasileira/estilos_literarios/cronologia_quadro</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>6</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>BLOCO TEMÁTICO 1 A</p><p>LITERATURA NOS TEXTOS</p><p>ESCRITOS E ORAIS</p><p>Neste bloco temático, nosso foco será o</p><p>estudo do texto em suas formas e características.</p><p>Fazemos isso com uma ponte entre três textos,</p><p>de um movimento literário que explicaremos</p><p>na sequência ao conteúdo 1. Sobre estes textos,</p><p>apresentamos a seguir dois conteúdos: “Gêneros</p><p>literários”, que tratam dos diferentes gêneros de</p><p>textos produzidos pela Literatura e compõem um</p><p>acervo diversi cado e rico; e Quinhentismo, quando</p><p>inauguramos a nossa literatura no Brasil, a partir de</p><p>enfoques geográ cos, históricos e econômicos, e</p><p>também catequéticos. Sobre os gêneros, conteúdo 1,</p><p>citamos como ilustração a ode, que consiste em um</p><p>texto em verso, organizado por estrofes simétricas</p><p>(ou seja, que possuem a mesma medida) e tratam de</p><p>assuntos relacionados a diferentes temas, de forma</p><p>cerimoniosa, mas ao mesmo tempo com caráter</p><p>alegre e animador. Normalmente as odes eram feitas</p><p>para cantar, acompanhadas de algum instrumento</p><p>de corda. Foi na Antiguidade Clássica que a ode teve</p><p>sua origem, e podemos destacar Safo, poetisa grega,</p><p>como uma das maiores representantes. A ode, por</p><p>seu estilo melodioso, ritmado, é associada ao hino e</p><p>era dividida em pública e privada. Veja abaixo a “Ode</p><p>a Afrodite”, feita por Safo de Lesbos:</p><p>Ó Afrodite sem-morte, do manto orido ofuscante,</p><p> lha de Zeus, tecelã de ardis,</p><p>suplico-te, ó dominadora,</p><p>não me abatas de angústias e dores</p><p>mas vem a mim. Como da outra vez</p><p>em que de longe minha voz</p><p>escutastes, e do pai deixada a casa,</p><p>no áureo coche viestes.</p><p>Soberbos velozes pássaros</p><p>sobre a negra terra te trouxeram,</p><p>rápidas asas movendo</p><p>pelo ar celeste.</p><p>E eis que chegaram. E tu, Bendita,</p><p>sorridente do rosto imortal</p><p>indagas do que novamente sofro</p><p>e a que te invoco outra vez,</p><p>e o que mais desejo</p><p>que na alma inquieta se cumpra.</p><p>“A quem queres que dobre a teu amor,</p><p>ó Safo? Quem te ofende?</p><p>Aquela que ora foge, logo te seguirá,</p><p>a que favores recusa, os oferecerá,</p><p>e se não ama, em breve,</p><p>contravontade amará.”</p><p>Vem pois a mim, e agora,</p><p>dissolve o duro tormento,</p><p>ocorra o que anseia minh’alma,</p><p>alia-te a mim, Afrodite!</p><p>Poema disponível em: http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/</p><p>lavra/safo-de-lesbos-ode-ou-hino-a-afrodite</p><p>OS GÊNEROS LITERÁRIOS</p><p>Disponível em: https://www.vestmapamental.com.br/literatura/generos-</p><p>literarios/</p><p>Os gêneros literários reúnemumconjunto de</p><p>obras que apresentam características análogas</p><p>de forma e conteúdo. Essa classificação pode</p><p>ser feita de acordo com critérios semânticos,</p><p>sintáticos, fonológicos, formais, contextuais, entre</p><p>outros.Eles sedividemem três categoriasbásicas:</p><p>gêneros épico, lírico e dramático. Vale salientar</p><p>também que, atualmente, os textos literários são</p><p>organizados em três gêneros: narrativo, lírico e</p><p>dramático.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>7</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Gênero épico ou narrativo: No gênero</p><p>épico ou narrativo há a presença de um narrador,</p><p>responsável por contar uma história na qual as</p><p>personagens atuam em um determinado espaço</p><p>e tempo. Pertencem a esse gênero as seguintes</p><p>modalidades:</p><p>Épico; fábula; epopeia; novela; conto; crônica;</p><p>ensaio; romance.</p><p>Gênero lírico: Os textos do gênero lírico,</p><p>que expressam sentimentos e emoções, são</p><p>permeados pela função poética da linguagem.</p><p>Neles, há a predominância de pronomes e verbos</p><p>na 1ª pessoa, além da exploração da musicalidade</p><p>das palavras. Estão entre as principais estruturas</p><p>utilizadas para a composição do poema:</p><p>Elegia; ode; écloga; soneto.</p><p>Gênero dramático: De acordo com a</p><p>de nição de Aristóteles, em sua Arte Poética, os</p><p>textos dramáticos são próprios para a representação</p><p>e apreendem a obra literária em verso ou prosa</p><p>passíveis de encenação teatral. A voz narrativa</p><p>está entregue às personagens, atores que contam</p><p>uma história por meio de diálogos ou monólogos.</p><p>Pertencem ao gênero dramático os seguintes textos:</p><p>Auto; comédia; tragédia; tragicomédia; farsa.</p><p>Para que você conheça melhor os gêneros</p><p>épico ou narrativo, lírico e dramático e aprofunde</p><p>seus conhecimentos sobre o assunto, o Brasil</p><p>Escola preparou para você uma seção sobre os</p><p>gêneros literários na qual você encontrará vários</p><p>artigos que discutem o tema de maneira clara,</p><p>simples e eficiente. Boa leitura e bons estudos!</p><p>Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/</p><p>literatura/generos-literarios.htm</p><p>O QUINHENTISMO</p><p>Disponível em: https://www.slideshare.net/NdiaFrana/quinhentismo-i</p><p>O Quinhentismo representa a primeira</p><p>manifestação literária no Brasil, que também cou</p><p>conhecida como “literatura de informação”.</p><p>É um período literário que reúne relatos de</p><p>viagem com características informativas e descritivas.</p><p>São textos que descrevem as terras descobertas pelos</p><p>portugueses no século XVI, desde a fauna, a ora e o</p><p>povo.</p><p>Vale lembrar que o Quinhentismo brasileiro</p><p>ocorreu paralelo ao Classicismo português e o nome</p><p>do período refere-se a data de início: 1500.</p><p>Quinhentismo no Brasil</p><p>Com a chegada dos portugueses em território</p><p>brasileiro em 1500, as terras encontradas foram</p><p>relatadas pelos escrivães que acompanhavam os</p><p>navios.</p><p>Assim, a literatura de informação foi produzida</p><p>pelos viajantes no início do século XVI, no período do</p><p>Descobrimento do Brasil e das Grandes navegações.</p><p>Além disso, os jesuítas, responsáveis por</p><p>catequizarem os índios, criaram uma nova categoria</p><p>de textos que zeram parte do quinhentismo: a</p><p>“literatura de catequese”.</p><p>Os principais cronistas desse período são: Pero</p><p>Vaz de Caminha, Pero Magalhães Gândavo, Padre</p><p>Manuel da Nóbrega e Padre José de Anchieta.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>8</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Características do</p><p>Quinhentismo</p><p>· Crônicas de viagens;</p><p>· Textos descritivos e informativos;</p><p>· Conquista material e espiritual;</p><p>· Linguagem simples;</p><p>· Utilização de adjetivos.</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Quinhentismo</p><p>Muitos viajantes e jesuítas contribuíram com</p><p>seus relatos para informar aos que estavam do outro</p><p>lado do Atlântico suas impressões acerca da nova</p><p>terra encontrada.</p><p>Por isso, muitos dos textos que compõem a</p><p>literatura quinhentista possuem forte pessoalidade,</p><p>ou seja, as impressões de cada autor. A obra desse</p><p>período que mais se destaca é a “Carta de Pero Vaz de</p><p>Caminha” ao Rei de Portugal.</p><p>1. Pero Vaz de Caminha (1450-1500)</p><p>Escrivão-mor da esquadra liderada por Pedro</p><p>Álvares Cabral (1468-1520), Pero Vaz de Caminha,</p><p>escritor e vereador português, registrou suas</p><p>primeiras impressões acerca das terras brasileiras.</p><p>Fez isso por meio da “Carta de Achamento do Brasil”</p><p>datada de 1.º de maio de 1500.</p><p>ACarta de Pero Vaz de Caminha, escrita para</p><p>o Rei de Portugal, D. Manuel, é considerada o marco</p><p>inicial da Literatura Brasileira, visto ser o primeiro</p><p>documento escrito sobre a história do Brasil.</p><p>Seu conteúdo aborda os primeiros contatos</p><p>dos lusitanos com os indígenas brasileiros, bem como</p><p>as informações e impressões sobre a descoberta das</p><p>novas terras.</p><p>2. José de Anchieta (1534-1597)</p><p>José de Anchieta foi historiador, gramático,</p><p>poeta, teatrólogo e um padre jesuíta espanhol. No</p><p>Brasil, ele teve a função de catequizar os índios,</p><p>sendo um defensor desse povo contra os abusos</p><p>dos colonizadores portugueses.</p><p>Dessa maneira, ele aprendeu a língua tupi e</p><p>desenvolveu a primeira gramática</p><p>da língua indígena,</p><p>chamada de “Língua Geral”.</p><p>Suas principais obras são “Arte de gramática da</p><p>língua mais usada na costa do Brasil” (1595) e “Poema</p><p>à virgem”.</p><p>A obra do Padre José de Anchieta só foi</p><p>totalmente publicada no Brasil na segunda metade</p><p>do século XX.</p><p>3. Pero de Magalhães Gândavo (1540-1580)</p><p>Pero de Magalhães foi gramático, professor,</p><p>historiador e cronista português. Ficou conhecido</p><p>pelos relatos que fez sobre a fauna, a ora e a</p><p>dimensão das terras brasileiras em seu livro “História</p><p>da província de Santa Cruz a que vulgarmente</p><p>chamamos de Brasil”.</p><p>Além dos animais distintos e das plantas exóti-</p><p>cas, ele descreve sobre os povos indígenas e a</p><p>descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral.</p><p>Outra obra que merece destaque é “O Tratado da</p><p>Terra do Brasil” (1576).</p><p>4. Manuel da Nóbrega (1517-1570)</p><p>Padre Manuel da Nóbrega foi um jesuíta</p><p>português e chefe da primeira missão jesuítica</p><p>à América: Armada de Tomé de Sousa (1549).</p><p>Participou da primeira missa realizada no Brasil</p><p>e da fundação das cidades de Salvador e Rio de</p><p>Janeiro.</p><p>Seu trabalho no Brasil foi de catequizar os</p><p>índios e suas obras que merecem destaque são:</p><p>· “Informação da Terra do Brasil” (1549);</p><p>· “Diálogo sobre a conversão do gentio”</p><p>(1557);</p><p>· “Tratado contra a Antropofagia” (1559).</p><p>Para aprofundar mais este conteúdo, ele está</p><p>disponível em: https://www.todamateria.</p><p>com.br/quinhentismo/</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>9</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1. Bibliotecas Virtuais e Museus:</p><p>a) Biblioteca:</p><p>https://enciclopedia.itaucultural.org.br/busca?</p><p>q=literatura+de+informa%C3%A7%C3%A3o</p><p>b) Museu:</p><p>https://www.museudalinguaportuguesa.</p><p>org.br/?gcl id=CjwKCAiAhbeCBhBcEiwAk v2c</p><p>Y 0 2 c W Q d _ J 0 8 o l q f v r Vd r 2 T t 3 b Q K 5 H _ q 7 2 D _</p><p>wf8MSYUCJKDenUV9cZhoCC5cQAvD_BwE</p><p>2. Livros:</p><p>a) Cronistas do descobrimento: este livro,</p><p>disponível em pdf, traz algumas informações sobre</p><p>os viajantes que estiveram presentes na esquadra de</p><p>Cabral e/ou participaram do projeto de conhecimento</p><p>da terra e conversão dos indígenas.</p><p>h t t p s : / / o p v e s t n e v e s . f i l e s . w o r d p r e s s .</p><p>com/2017/09/cronistas- do - descobr imento -</p><p>antc3b4nio-oliviere-e-marco-a-vila-org.pdf</p><p>3. Vídeos no youtube:</p><p>a) h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m /</p><p>watch?v=WULOzFYZ30g</p><p>b) https : //w w w.youtube.com/watch?v=4__</p><p>T44F4Pks</p><p>c) h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m /</p><p>watch?v=R8uBLFjxGSg</p><p>RECAPITULANDO</p><p>TEXTO 1</p><p>Jesus na manjedoura – Pe. José de Anchieta</p><p>- Que fazeis, menino Deus,</p><p>Nestas palhas encostado?</p><p>- Jazo aqui por teu pecado.</p><p>- Ó menino mui formoso,</p><p>Pois que sois suma riqueza,</p><p>Como estais em tal pobreza?</p><p>- Por fazer-te glorioso</p><p>E de graça mui colmado,</p><p>Jazo aqui por teu pecado.</p><p>- Pois que não cabeis no céu,</p><p>Dizei-me, santo Menino,</p><p>Que vos fez tão pequenino?</p><p>- O amor me deu este véu,</p><p>Em que jazo embrulhado,</p><p>Por despir-te do pecado.</p><p>- Ó menino de Belém,</p><p>Pois sois Deus de eternidade,</p><p>Quem vos fez de tal idade?</p><p>- Por querer-te todo o bem</p><p>E te dar eterno estado,</p><p>Tal me fez o teu pecado.</p><p>Disponível em: https://quinhentismo2.webnode.com/poemas/</p><p>Proposição de questões</p><p>1. Converse com seus colegas as características</p><p>deste poema e sua classi cação do gênero</p><p>literário;</p><p>2. Converse com seu professor sobre o estilo</p><p>deste texto e sobre seu autor.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>10</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>TEXTO 2</p><p>Senhor: O bacharel mestre João, físico e</p><p>cirurgião de Vossa Alteza, beijo vossas reais mãos.</p><p>Senhor: porque, de tudo o cá passado, largamente</p><p>escreveram a Vossa Alteza, assim Aires Correia como</p><p>todos os outros, somente escreverei sobre dois</p><p>pontos. Senhor: ontem, segunda-feira, que foram 27</p><p>de abril, descemos em terra, eu e o piloto do capitão-</p><p>mor e o piloto de Sancho de Tovar; tomamos a altura</p><p>do sol ao meio-dia e achamos 56 graus, e a sombra</p><p>era setentrional, pelo que, segundo as regras do</p><p>astrolábio, julgamos estar afastados da equinocial</p><p>por 17°, e ter por conseguinte a altura do pólo</p><p>antártico em 17°, segundo é manifesto na esfera. E</p><p>isto é quanto a um dos pontos, pelo que saberá Vossa</p><p>Alteza que todos os pilotos vão tanto adiante de mim,</p><p>que Pero Escolar vai adiante 150 léguas, e outros</p><p>mais, e outros menos, mas quem diz a verdade não</p><p>se pode certi car até que em boa hora cheguemos</p><p>ao cabo de Boa Esperança e ali saberemos quem vai</p><p>mais certo, se eles com a carta, ou eu com a carta e</p><p>o astrolábio. Quanto, Senhor, ao sítio desta terra,</p><p>mande Vossa Alteza trazer um mapa-múndi que tem</p><p>Pero Vaz Bisagudo e por aí poderá ver Vossa Alteza</p><p>o sítio desta terra; mas aquele mapa múndi não</p><p>certi ca se esta terra é habitada ou não; é mapa dos</p><p>antigos e ali achará Vossa Alteza escrita também a</p><p>Mina. Ontem quase entendemos por acenos que esta</p><p>era ilha, e que eram quatro, e que doutra ilha vêm</p><p>aqui almadias a pelejar com eles e os levam cativos.</p><p>Fonte: http://www.culturatura.com.br/dochist/Carta%20de%20</p><p>Mestre%20Jo%C3%A3o%20Faras.pdf</p><p>TEXTO 3</p><p>A pele deles é parda e um pouco avermelhada.</p><p>Têm rostos e narizes bem feitos. Andam nus, sem</p><p>cobertura alguma. Nem se preocupam em cobrir</p><p>ou deixar de cobrir suas vergonhas mais do se que</p><p>preocupariam em mostrar o rosto. E a esse respeito</p><p>são bastante inocentes. Ambos traziam o lábio</p><p>inferior furado e metido nele um osso verdadeiro, de</p><p>comprimento de uma mão travessa, e da grossura de</p><p>um fuso de algodão, no na ponta como um furador.</p><p>(…)</p><p>Os cabelos deles são lisos. E os usavam cortados</p><p>e raspados até acima das orelhas. E um deles trazia</p><p>como uma cabeleira feita de penas amarelas que lhe</p><p>cobria toda a cabeça até a nuca (…).</p><p>Fonte: http://historiadornet.blogspot.com/2012/04/trechos-da-carta-</p><p>de-pero-vaz-de-caminha.html</p><p>Proposição de questões</p><p>1. Qual o gênero literário dos textos 2 e 3?</p><p>Quais as características deste gênero?</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/</p><p>tarefa/25539446</p><p>2. O que cada texto representa dentro da</p><p>literatura Brasileira? Qual movimento</p><p>literário em que eles se tornam</p><p>representativos?</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/</p><p>tarefa/16384771</p><p>HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1</p><p>O gênero narrativo, na maioria das vezes, é</p><p>expresso pela:</p><p>a) Poesia.</p><p>b) Show.</p><p>c) Jornal.</p><p>d) Romance.</p><p>e) Ode.</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/25539446</p><p>Questão 2</p><p>Assinale a a rmativa correta:</p><p>a) Aristóteles a rma que os textos épicos</p><p>apresentam uma narrativa e sempre terão um</p><p>narrador-personagem.</p><p>b) A tragédia é um gênero literário.</p><p>c) O gênero lírico é um texto de caráter emocional,</p><p>porém, as emoções expressas nesse gênero não</p><p>representam a subjetividade do autor; é apenas</p><p> cção.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>11</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>d) O gênero dramático apresenta esta estrutura:</p><p>apresentação e desfecho.</p><p>e) Os elementos essenciais de uma narrativa são:</p><p>narrador, enredo, personagens, tempo e espaço.</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/16384771</p><p>Questão 3 (Fuvest)</p><p>Entende-se por Literatura Informativa no Brasil:</p><p>a) o conjunto de relatos de viajantes e missionários</p><p>europeus, sobre a natureza e o homem brasileiros.</p><p>b) a história dos jesuítas que aqui estiveram no</p><p>século XVI.</p><p>c) as obras escritas com a nalidade de catequese</p><p>do indígena.</p><p>d) os poemas do padre José de Anchieta.</p><p>e) os sonetos de Gregório de Matos.</p><p>Questão 4 (UFSM)</p><p>Sobre a literatura produzida no primeiro século</p><p>da vida colonial brasileira, é correto a rmar que:</p><p>a) É formada principalmente de poemas narrativos</p><p>e textos dramáticos que visavam à catequese.</p><p>b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.</p><p>c) É constituída por documentos que informam</p><p>acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.</p><p>d) Os textos que a constituem apresentam evidente</p><p>preocupação artística e pedagógica.</p><p>e) Descreve com delidade e sem idealizações</p><p>a terra e o homem, ao relatar as condições</p><p>encontradas no Novo Mundo.</p><p>Questão 5</p><p>(UFSM)</p><p>Sobre a literatura produzida no primeiro século</p><p>da vida colonial brasileira, é correto a rmar que:</p><p>a) É formada principalmente de poemas narrativos</p><p>e textos dramáticos que visavam à catequese.</p><p>b) Inicia com Prosopopeia, de Bento Teixeira.</p><p>c) É constituída por documentos que informam</p><p>acerca da terra brasileira e pela literatura jesuítica.</p><p>d) Os textos que a constituem apresentam evidente</p><p>preocupação artística e pedagógica.</p><p>e) Descreve com delidade e sem idealizações</p><p>a terra e o homem, ao relatar as condições</p><p>encontradas no Novo Mundo.</p><p>Questão 6 (UFV)</p><p>Leia a estrofe abaixo e faça o que se pede:</p><p>Dos vícios já desligados</p><p>nos pajés não crendo mais,</p><p>nem suas danças rituais,</p><p>nem seus mágicos cuidados.</p><p>(ANCHIETA, José de. O auto de São Lourenço [tradução e adaptação de Walmir</p><p>Ayala] Rio de Janeiro: Ediouro[s.d.]p. 110)</p><p>Assinale a a rmativa verdadeira, considerando</p><p>a estrofe acima, pronunciada pelos meninos índios</p><p>em procissão:</p><p>a) Os meninos índios representam o processo de</p><p>aculturação em sua concretude mais visível, como</p><p>produto nal de todo um empreendimento do</p><p>qual participaram com igual empenho a Coroa</p><p>Portuguesa e a Companhia de Jesus.</p><p>b) A presença dos meninos índios representa</p><p>uma síntese perfeita e acabada daquilo que se</p><p>convencionou chamar de literatura informativa.</p><p>c) Os meninos índios estão a rmando os valores</p><p>de sua própria cultura, ao mencionar as danças</p><p>rituais e as magias praticadas pelos pajés.</p><p>d) Os meninos índios são guras alegóricas cuja</p><p>construção como personagens atende a todos os</p><p>requintes da dramaturgia renascentista.</p><p>e) Os meninos índios representam a revolta dos</p><p>nativos contra a catequese trazida pelos jesuítas,</p><p>de quem querem libertar-se tão logo seja</p><p>possível.</p><p>Questão 7</p><p>A famosa “Carta de achamento do Brasil”, mais</p><p>conhecida como “A carta de Pero Vaz de Caminha”, foi</p><p>o primeiro manuscrito que teve como objeto a terra</p><p>recém-descoberta. Nela encontramos o primeiro</p><p>registro de nosso país, feito pelo escrivão do rei de</p><p>Portugal, Pero Vaz de Caminha.</p><p>Disponível em: https://exercicios.brasilescola.uol.com.</p><p>br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-quinhentismo.</p><p>htm#:~:text=A%20famosa%20%E2%80%9CCarta%20</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>12</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>de%2020achamento,Portugal%2C%20Pero%20Vaz%20</p><p>de%20Caminha</p><p>Podemos inferir, então, a seguinte intenção</p><p>dos portugueses:</p><p>a) objetivavam o resgate de valores e conceitos</p><p>sociais brasileiros.</p><p>b) buscavam descobrir, através da arte, a história da</p><p>terra recém-descoberta.</p><p>c) estavam empenhados em conhecer um pouco</p><p>mais sobre a arte brasileira.</p><p>d) rmar um pacto de cordialidade com os nativos</p><p>da terra descoberta.</p><p>e) explorar a tão promissora nova terra.</p><p>Questão 8</p><p>Leia o texto “Erro de português”, de Oswald de</p><p>Andrade, para responder à questão.</p><p>Erro de português</p><p>Quando o português chegou</p><p>Debaixo duma bruta chuva</p><p>Vestiu o índio</p><p>Que pena! Fosse uma manhã de sol</p><p>O índio tinha despido</p><p>O português.</p><p>Oswald de Andrade</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/23084430</p><p>Podemos observar que há uma crítica do autor</p><p>em relação aos povos colonizadores, sobretudo</p><p>uma crítica sobre as intenções dos padres jesuítas,</p><p>amplamente expressas na literatura produzida</p><p>durante o Quinhentismo. A crítica de Oswald de</p><p>Andrade está presente no verso:</p><p>a) “Quando o português chegou (...)”;</p><p>b) “(...) Vestiu o índio (...)”;</p><p>c) “(...) Debaixo de uma bruta chuva (...)”;</p><p>d) “(...) O índio tinha despido (...)”;</p><p>e) “(...) Que pena! Fosse uma manhã de sol (...)”.</p><p>Ver Resposta</p><p>Questão 9</p><p>A literatura jesuítica foi uma das manifestações</p><p>literárias que surgiu com a chegada dos portugueses</p><p>no Brasil, no século XVI.</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/33625027</p><p>Sobre essa manifestação éincorreto afirmar:</p><p>a) Possuía um teor religioso e reunia textos escritos</p><p>pelos colonizadores.</p><p>b) Os principais assuntos explorados eram</p><p>cotidianos e religiosos.</p><p>c) Os textos eram descritivos e informativos e</p><p>possuíam uma linguagem simples.</p><p>d) Foi escrita pelos jesuítas, tendo José de Anchieta</p><p>como maior representante.</p><p>e) Também era chamada de literatura de catequese,</p><p>tendo em conta seu caráter religioso</p><p>Questão 10</p><p>“Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão</p><p>traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram</p><p>para a terra, como se os houvesse ali.</p><p>Mostraram-lhes um carneiro; não zeram caso dele.</p><p>Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo</p><p>dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe</p><p>pegaram, mas como espantados.</p><p>Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos,</p><p>fartéis, mel, gos passados. Não quiseram comer</p><p>daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo</p><p>a lançavam fora.</p><p>Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a</p><p>boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais.</p><p>Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram</p><p>cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas</p><p>lavaram as bocas e lançaram-na fora.</p><p>Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal</p><p>que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-</p><p>as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta</p><p>do braço, e acenava para a terra e novamente para as</p><p>contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro</p><p>por aquilo.”</p><p>(Carta de Pero Vaz de Caminha, 1500)</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>13</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>A Carta de Pero Vaz de Caminha foi o primeiro</p><p>documento redigido no Brasil e possui um valor</p><p>histórico e literário inegável. Sobre a Carta é correto</p><p>a rmar:</p><p>a) Foi escrita por Pedro Álvares Cabral quando o</p><p>conquistador chegou ao Brasil.</p><p>b) O intuito era descrever sobre o novo local</p><p>encontrado pelos portugueses.</p><p>c) Redigida em versos, a Carta foi entregue ao Rei</p><p>Dom Manuel de Portugal.</p><p>d) De caráter objetivo, o escrivão descreveu as</p><p>paisagens do local.</p><p>e) O escrivão espanhol, Pero Vaz de Caminha, foi</p><p>quem escreveu a Carta.</p><p>BLOCO TEMÁTICO 2 -</p><p>ENTRE O PROJETO DE UMA</p><p>LITERATURA AINDA PRESA</p><p>AOS MOLDES EUROPEUS E</p><p>POR UM BRASIL BRASILEIRO</p><p>Independência ou Morte, Pedro Américo, 1888. Disponível em: http://www.</p><p>mp.usp.br/exposicoes</p><p>Neste bloco você encontrará duas vertentes</p><p>de uma literatura. No primeiro momento, de uma</p><p>literatura ainda em construção de identidade, mas</p><p>ainda presa ao modelo europeu; no outro, uma</p><p>tentativa de construir um projeto nacional. Se por um</p><p>lado, vemos a literatura re etida pelo colonialismo</p><p>do século XVII e início do século XVIII, temos</p><p>também um cenário de lutas, revoltas e tentativas</p><p>de independência, como é o caso da Incon dência</p><p>Mineira, Cabanagem, Balaiada e Farroupilha, que</p><p>foram cenário desta época. A Literatura, porém, deste</p><p>período, é re etida pelo Barroco, contraditório e</p><p>con ituoso, e pelo Arcadismo, bucólico e transitório.</p><p>Ainda timidamente “abre-alas” para o discurso</p><p>nacional. Só a partir da segunda metade do século</p><p>XVIII, com a independência do Brasil, em 1822, que</p><p>vemos nascer na Literatura a necessidade de uma</p><p>cultura nacional, brasileira e que representasse em</p><p>suas histórias personagens genuinamente brasileiros.</p><p>Estamos falando do Romantismo, que inaugura</p><p>este sentimento nacional e também por isso, ele se</p><p>apresenta tão diverso.</p><p>Na tela acima, do pintor brasileiro Pedro</p><p>Américo, vemos esta representação da busca</p><p>incessante de uma representatividade nacional, o que</p><p>rea rma os valores vividos neste período. Apesar de</p><p>ter sido pintada 66 anos pós a independência, o autor</p><p>procurou criar um cenário de um sentimentalismo</p><p>aos expor três personagens diversas, além do</p><p>Imperador D. Pedro, que se apresenta em destaque,</p><p>numa espécie de platô, em relação aos demais. Junto</p><p>ao imperador, os cavaleiros da independência, à</p><p>frente em posição inferior, os portugueses e no lado</p><p>esquerdo da tela, o camponês guiando um carro de</p><p>bois, assiste à cena com espanto e curiosidade.</p><p>O BARROCO</p><p>OBarroco no Brasil tem início no final do</p><p>século XVII. No país, essa tendência artística teve</p><p>grande destaque</p><p>na arquitetura, escultura, pintura</p><p>e literatura.</p><p>Na literatura, o marco inicial do barroco é a</p><p>publicação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento</p><p>Teixeira. Na escultura e arquitetura, Aleijadinho</p><p>foi, sem dúvida, um dos maiores artistas barrocos</p><p>brasileiros.</p><p>Contexto Histórico: Resumo</p><p>Foi durante o período colonial que o barroco</p><p> oresceu no Brasil. A capital Salvador foi transferida</p><p>para o Rio de Janeiro e, com isso, o número de</p><p>habitantes aumentou consideravelmente no país.</p><p>Aliado à exploração de ouro, que passou a</p><p>ser a principal atividade econômica desenvolvida,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>14</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>o aumento da população propiciou um forte</p><p>desenvolvimento econômico.</p><p>Com a queda das exportações de açúcar</p><p>nordestino no mercado consumidor mundial, têm</p><p>início o chamado “ciclo do ouro”. Nesse período,</p><p>Minas Gerais passou a ser o grande foco, tendo em</p><p>conta as jazidas encontradas no local.</p><p>Foi ali que a arte barroca mineira começou a</p><p>despontar com Aleijadinho na escultura e arquitetura,</p><p>e o Mestre Ataíde, na pintura.</p><p>Saiba mais sobre o Aleijadinho.</p><p>Características do Barroco no</p><p>Brasil</p><p>As principais características do barroco literário</p><p>brasileiro são:</p><p> Linguagem dramática;</p><p> Racionalismo;</p><p> Exagero e rebuscamento;</p><p> Uso de guras de linguagem;</p><p> União do religioso e do profano;</p><p> Arte dualista;</p><p> Jogo de contrastes;</p><p> Valorização dos detalhes;</p><p> Cultismo (jogo de palavras);</p><p> Conceptismo (jogo de ideias).</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Barroco no Brasil</p><p>Os principais autores e obras escritas no Brasil</p><p>são:</p><p>1. Bento Teixeira (1561-1618)</p><p>Nascido no Porto, Portugal, Bento Teixeira é o</p><p>autor da obra “Prosopopeia” (1601), que inaugura o</p><p>movimento do barroco literário no Brasil. Esse poema</p><p>épico com 94 estrofes exalta a obra de Jorge de</p><p>Albuquerque Coelho, terceiro donatário da capitania</p><p>de Pernambuco.</p><p>2. Gregório de Matos (1633-1696)</p><p>Nascido em Salvador,Gregório de Matos foi um</p><p>dos maiores representantes da literatura barroca</p><p>no Brasil. Sua obra reúne mais de 700 textos de</p><p>poemas líricos, satíricos, eróticos e religiosos.</p><p>Parte de suas poesias ironizava diversos aspectos</p><p>da sociedade e, por isso, ficou conhecido como</p><p>“Boca do Inferno”.</p><p>3. Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711)</p><p>Nascido em Salvador, Manuel Botelho de</p><p>Oliveira foi o primeiro brasileiro a publicar versos</p><p>no estilo barroco. De sua obra poética, destaca-se:</p><p>“Música do Parnaso” (1705).</p><p>4. Frei Vicente de Salvador (1564-1636)</p><p>Nascido próximo da capital baiana, O Frei</p><p>Vicente de Salvador foi historiógrafo e o primeiro</p><p>prosador do país. Teólogo de formação, estudou na</p><p>Universidade de Coimbra e de volta ao Brasil exerceu</p><p>os cargos de cônego, vigário e franciscano. De sua</p><p>obra, destacam-se: “História do Brasil” e “História da</p><p>Custódia do Brasil”</p><p>5. Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-</p><p>1768)</p><p>Nascido na Bahia, o Frei Manuel da Santa Maria</p><p>de Itaparica foi um frade franciscano. De sua poesia,</p><p>destacam-se as obras: “Eustáquios” e “Descrição da</p><p>Ilha de Itaparica”.</p><p>Para saber mais: https://www.todamateria.com.br/barro-</p><p>co-no-brasil/</p><p>O ARCADISMO</p><p>No Brasil, o Arcadismo teve como marco inicial</p><p>a publicação de“Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel</p><p>da Costa em 1768 e, ademais, a fundação da “Arcádia</p><p>Ultramarina”, em Vila Rica.</p><p>Vale lembrar que o nome dessa escola literária</p><p>provém das Arcádias, ou seja, das sociedades literárias</p><p>da época.</p><p>Os principais escritores brasileiros desse</p><p>período são: Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita</p><p>Durão, Basílio da Gama e Tomás Antônio Gonzaga.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>15</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Características do Arcadismo</p><p> Exaltação da natureza</p><p> Valorização do cotidiano e da vida simples,</p><p>pastoril e no campo (bucolismo)</p><p> Crítica a vida nos centros urbanos</p><p> Modelo clássico</p><p> Linguagem simples</p><p> Utilização de pseudônimos</p><p> Objetividade</p><p> Temas simples: amor, vida, casamento,</p><p>paisagem</p><p> Fugere Urbem (fugir da cidade)</p><p> Inutilia Truncat (cortar o inútil)</p><p> Aurea Mediocritas (mediocridade áurea/vida</p><p>comum)</p><p> Locus Amoenus (refúgio ameno/agradável)</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Arcadismo no Brasil</p><p>1. Cláudio Manuel da Costa (1729-1789)</p><p>O poeta mineiro em seus textos, aborda</p><p>elementos locais, descrevendo paisagens, temática</p><p>pastoril e expressando um forte sentimento</p><p>nacionalista.</p><p>Suas obras que merecem destaque: Obras</p><p>Poéticas (1768) e Villa Rica (1773).</p><p>2. José de Santa Rita Durão (1722-1784)</p><p>Autor do poema épico Caramuru (1781), Freire</p><p>Santa Rita Durão foi poeta e orador, considerado um</p><p>dos precursores do indianismo no Brasil.</p><p>3. José Basílio da Gama (1741-1795)</p><p>Poeta mineiro e autor do poema épico O</p><p>Uraguai (1769), Basílio da Gama, nesse texto,</p><p>aborda as disputas entre os europeus, os jesuítas</p><p>e os índios sendo considerado um marco na</p><p>literatura brasileira.</p><p>Suas Principais obras são: O</p><p>Uraguai (1769), Epitalâmio às Núpcias da Senhora</p><p>Dona Maria Amália (1769), A Declamação</p><p>Trágica (1772) e Quitúbia(1791).</p><p>4. Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)</p><p>A obra que merece destaque é Marília de</p><p>Dirceu (1792) carregada de lirismo e baseada</p><p>no seu romance com a brasileira Maria Doroteia</p><p>Joaquina de Seixas.</p><p>Com fortes impulsos afetivos, Dirceu declara-</p><p>se para sua pastora idealizada: Marília. Suas principais</p><p>obras:Marília de Dirceu e Cartas Chilenas (1863).]</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/arcadismo-no-brasil/</p><p>O ROMANTISMO</p><p>O Romantismo foi um dos principais</p><p>movimentos de arte do século XIX e, no</p><p>Brasil, teve como marco inicial a publicação da</p><p>obra Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves</p><p>de Magalhães, em1836. Possuindo manifestações</p><p>tanto em prosa quanto em verso, o Romantismo</p><p>brasileiro é considerado um dos principais marcos da</p><p>Literatura em nosso país.</p><p>Uma das razões para isso é a importância</p><p>daestética romântica para o momento histórico</p><p>em que essa arte está inserida no Brasil: a</p><p>chegada da Família Real e a reclassificação</p><p>do território nacional, deixando de ser uma</p><p>colônia de exploração e, doravante, passando</p><p>a intitular-se Reino Unido a Portugal. Alguns</p><p>principais autores do Romantismo brasileiro</p><p>são José de Alencar, Gonçalves Dias, Álvares de</p><p>Azevedo,Casimiro de Abreu e Castro Alves.</p><p>Contexto histórico</p><p>O principal fato histórico que permeia o</p><p>Romantismo no Brasil é a chegada da Família</p><p>Real portuguesa, em 1808. Nesse período, o</p><p>país deixou o cialmente de ser uma colônia de</p><p>exploração e passou a ser a sede doReino Unido de</p><p>Portugal, Brasil e Algarves. Com isso, uma série</p><p>de modernizações começou a ocorrer no país.</p><p>Algumas das principais delas são:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>16</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p> Criação da imprensa brasileira;</p><p> Construção doMuseu Nacional (incendiado em</p><p>2018);</p><p> Fundação do Banco do Brasil;</p><p> Decreto de abertura dos portos às nações ami-</p><p>gas;</p><p> Criação do Ministério da Marinha, das Relações</p><p>Exteriores e do Tesouro Nacional, assim como a</p><p>fundação da Casa de Suplicação do Brasil (atual</p><p>Supremo Tribunal da Justiça).</p><p>O Romantismo é o movimento artístico que</p><p>representa a burguesia do século XVIII e XIX, ou</p><p>seja, o movimento é o de uma produção danova</p><p>eliteda sociedade, que havia superado os regimes</p><p>absolutistas em diversos países. Por conta disso,</p><p>osideaisdessa burguesia são aqueles presentes nas</p><p>obras românticas. Alguns deles são:</p><p> egocentrismo (culto ao “eu”; o indivíduo como</p><p>centro da existência)</p><p> nacionalismo;</p><p> exaltação da natureza enquanto cúmplice do su-</p><p>jeito;</p><p> idealização do herói, do amor e da mulher;</p><p> fuga da realidade por meio da morte, do sonho,</p><p>da loucura ou da arte.</p><p>Para além dessas características gerais,</p><p>vale ressaltar que as manifestações da poesia e</p><p>daprosa, dentro do Romantismo, tiveram, cada uma,</p><p>suas particularidades, conforme vamos explicar a</p><p>seguir.</p><p>Casimiro de Abreu foi um dos grandes nomes do ultrarromantismo.*</p><p>→Fases do Romantismo na</p><p>poesia</p><p>⇒ Indianistas (Primeira Geração</p><p>Romântica): tiveram como principal expoente o</p><p>poeta Gonçalves Dias. Os poetas indianistas foram</p><p>os maisnacionalistasentre os românticos. Em seus</p><p>poemas, como o célebre I-Juca Pirama, nota-se a</p><p>exaltação da natureza nacional e a construção do</p><p>índio como herói brasileiro:</p><p>Meu canto de morte,</p><p>Guerreiros, ouvi:</p><p>Sou lho das selvas,</p><p>Nas selvas cresci;</p><p>Guerreiros, descendo</p><p>Da tribo Tupi.</p><p>Da tribo pujante,</p><p>Que agora anda errante</p><p>Por fado inconstante,</p><p>Guerreiros, nasci:</p><p>Sou bravo, sou forte,</p><p>Sou lho do Norte;</p><p>Meu canto de morte,</p><p>Guerreiros, ouvi.</p><p>I-Juca Pirama, Gonçalves Dias</p><p>⇒ Ultrarromânticos (Segunda</p><p>Geração Romântica): também conhecida</p><p>como byroniana ou spleen, é marcada</p><p>pelo sentimentalismo acentuado, pessimismo e</p><p>fuga da realidade — pela morte, pelo sonho, pela</p><p>loucura ou pela arte. Os principais representantes</p><p>desse grupo foram Álvares de Azevedo e Casimiro de</p><p>Abreu.</p><p>Eu deixo a vida como quem deixa o tédio</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>17</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Do deserto, o poento caminheiro,</p><p>— Como as horas de um longo pesadelo</p><p>Que se desfaz ao dobre de um sineiro;</p><p>Lembrança de Morrer, Álvares de Azevedo.</p><p>⇒ Condoreiros (Terceira Geração Romântica):</p><p>chamada também de social ou hugoana (em</p><p>homenagem ao escritor francês Victor Hugo, uma</p><p>espécie de pai dessa geração), é notadamente</p><p>marcada peladenúncia social. O principal escritor</p><p>dessa vertente romântica, no Brasil, foi Castro Alves, e,</p><p>em seus versos, percebe-se claramente um discurso</p><p>combatente àescravidão vigente no país.</p><p>Ontem a Serra Leoa,</p><p>A guerra, a caça ao leão,</p><p>O sono dormido à toa</p><p>Sob as tendas d’amplidão!</p><p>Hoje... o porão negro, fundo,</p><p>Infecto, apertado, imundo,</p><p>Tendo a peste por jaguar...</p><p>E o sono sempre cortado</p><p>Pelo arranco de um nado,</p><p>E o baque de um corpo ao mar...</p><p>Ontem plena liberdade,</p><p>A vontade por poder...</p><p>Hoje... cúm’lo de maldade,</p><p>Nem são livres p’ra morrer...</p><p>Navio Negreiro, Castro Alves.</p><p>⇒ Prosa</p><p>O Romantismo no Brasil coincide com a</p><p>chegada, no país, da imprensa. Isso signi ca que,</p><p>a partir de então, foi possível publicar jornais e</p><p>livros no Brasil, tornando a produção cultural mais</p><p>barata e, consequentemente, mais viável. Uma das</p><p>principais formas de publicação utilizadas na época</p><p>era ofolhetim, uma técnica de escrita e divulgação</p><p>de textos literários (em geral, romances e novelas)</p><p>por meio dos jornais e em partes. Dessa forma, a cada</p><p>edição do jornal, havia a publicação de um capítulo</p><p>da obra, tal qual observamos nas telenovelas ou</p><p>séries contemporâneas.</p><p>O principal prosador do romantismo brasileiro</p><p>foi José de Alencar, e sua obra contém romances</p><p>indianistas (Iracema e O Guarani, por exemplo),</p><p>prosas urbanas (tais comoSenhora) e narrativas rurais</p><p>(o romanceTilé um exemplar desse tipo).</p><p>Além, muito além daquela serra, que ainda azu-</p><p>la no horizonte, nasceu Iracema.</p><p>Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha</p><p>os cabelos mais negros que a asa da graúna, e</p><p>mais longos que seu talhe de palmeira.</p><p>O favo da jati não era doce como seu sorriso;</p><p>nem a baunilha recendia no bosque como seu</p><p>hálito perfumado</p><p>Mais rápida que a corça selvagem, a morena</p><p>virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde</p><p>campeava sua guerreira tribo, da grande nação</p><p>tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava</p><p>apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as</p><p>primeiras águas.</p><p>Iracema, José de Alencar.</p><p>Iracema”, de José de Alencar, é um dos grandes clássicos da Literatura</p><p>brasileira.*“</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Romantismo no Brasil</p><p>A seguir, os principais autores do Romantismo</p><p>brasileiro e suas respectivas obras:</p><p>1. Gonçalves Dias</p><p>■ Segundos Cantos(1848)</p><p>■ Últimos Cantos (1851)</p><p>■ Os Timbiras(1857)</p><p>■ Cantos (1857)</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>18</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>2. Álvares de Azevedo</p><p>■ Lira dos Vinte Anos(1853)</p><p>■ Noite na Taverna (1855)</p><p>3. Casimiro de Abreu</p><p>■ Primaveras(1859)</p><p>4. Castro Alves</p><p>■ Espumas Flutuantes(1870)</p><p>■ A Cachoeira de Paulo Afonso(1876)</p><p>■ Os Escravos (1883)</p><p>5. José de Alencar</p><p>■ O guarani(1857)</p><p>■ Iracema (1865)</p><p>■ Til(1871)</p><p>■ Senhora (1875)</p><p>*Créditos das imagens:rook76 / Shutterstock</p><p>Disponível em: https://brasilescola.uol.com.</p><p>b r / l i t e r a t u r a / r o m a n t i s m o - n o - b r a s i l .</p><p>h t m # : ~ : t e x t = O % 2 0 R o m a n t i s m o % 2 0</p><p>n o % 2 0 B r a s i l % 2 0 f o i , s e r % 2 0</p><p>d i v i d i d o % 2 0 e m % 2 0 t r % C 3 % A A s % 2 0</p><p>gera%C3%A7%C3%B5es.&text=Alguns%20</p><p>p r i n c i p a i s % 2 0 a u t o r e s % 2 0 d o % 2 0 R o -</p><p>mantismo,de%20Abreu%20e%20Castro%20</p><p>Alves.</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1. Texto para aprofundamento:</p><p>Neste site do Itaú Cultural, além do</p><p>aprofundamento dos conteúdos estudados no bloco</p><p>II, você encontra dicas de vídeos, livros, cinema,</p><p>artes plásticas e material em pdf para seu estudo.</p><p>Vale a pena navegar e encontrar também dicas e</p><p>curiosidades:</p><p>a) https://enciclopedia.itaucultural.org.br/</p><p>busca?categoria=literatura&utm_source=google-</p><p>-search&utm_medium=cpc&utm_campaign=F2_</p><p>GO_SE_Conte%C3%BAdo_Enciclop%C3%A9-</p><p>diaLiteratura&gclid=CjwKCAiAhbeCBhBcEiwAkv2cY</p><p>9WXslDAo0MMaGMUpPDK0WDt28Q5QTsm8XG5lfBj</p><p>eIrFwTNjdBZ_SxoC1ToQAvD_BwE</p><p>2. Mapas conceituais sobre os movimentos</p><p>literários:</p><p>a) Barroco: http://webeeducacao.blogspot.</p><p>com/2010/10/mapa-conceitual-sobre-o-periodo-</p><p>barroco.html</p><p>b) Arcadismo: http://martaalvesdasilva.blogspot.</p><p>com/2007/11/mapa-conceitual-arcadismo.html</p><p>c) Romantismo: http://acleidebf.blogspot.</p><p>com/2015/08/mapa-conceitual-do-romantismo.</p><p>html</p><p>3. Slides para estudo:</p><p>a) Barroco: https://pt.slideshare.net/</p><p>viviantrombini/barroco-25042432</p><p>b) Arcadismo: https://www.slideserve.</p><p>com/dannon/arcadismo/?utm_</p><p>source=slideserve&utm_medium=website&utm_</p><p>campaign=auto+related+load</p><p>c) Romantismo: https://slideplayer.com.br/</p><p>slide/364403/</p><p>RECAPITULANDO</p><p>TEXTO 4</p><p>O poeta na última hora da sua vida –</p><p>Gregório de Matos</p><p>Meu Deus, que estais pendente em um</p><p>madeiro,/</p><p>Em cuja lei protesto de viver,/</p><p>Em cuja santa lei hei de morrer/</p><p>Animoso, constante, rme e inteiro.</p><p>Neste lance, por ser o derradeiro,/</p><p>Pois vejo a minha vida anoitecer,/</p><p>É, meu Jesus, a hora de se ver/</p><p>A brandura de um Pai manso Cordeiro.</p><p>Mui grande é vosso amor, e meu delito,/</p><p>Porém, pode ter m todo o pecar,/</p><p>E não o vosso amor que é in nito.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>19</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Esta razão me obriga a con ar,/</p><p>Que por mais que pequei, neste con ito/</p><p>Espero em vosso amor de me salvar.</p><p>Disponivel em:http://www.cespe.unb.br/interacao/Poemas_Selecionados_%20</p><p>Gregorio_de_Matos.pdf</p><p>TEXTO 5</p><p>Marília de Dirceu– Tomás A. Gonzaga</p><p>PARTE I</p><p>Lira I</p><p>Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,</p><p>Que viva de guardar alheio gado;</p><p>De tosco trato, d’ expressões grosseiro,</p><p>Dos frios gelos, e dos sóis queimado.</p><p>Tenho próprio casal, e nele assisto;</p><p>Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;</p><p>Das brancas ovelhinhas tiro o leite,</p><p>E mais as nas lãs, de que me visto.</p><p>Graças, Marília bela,</p><p>Graças à minha Estrela!</p><p>Eu vi o meu semblante numa fonte,</p><p>Dos anos inda não está cortado:</p><p>Os pastores, que habitam este monte,</p><p>Com tal destreza toco a sanfoninha,</p><p>Que inveja até me tem o próprio Alceste:</p><p>Ao som dela concerto a voz celeste;</p><p>Nem canto letra, que não seja minha,</p><p>Graças, Marília bela,</p><p>Graças à minha Estrela!</p><p>Mas tendo tantos dotes da ventura,</p><p>Só apreço lhes dou, gentil Pastora,</p><p>Depois que teu afeto me segura,</p><p>Que queres do que tenho ser senhora.</p><p>É bom, minha Marília, é bom ser dono</p><p>De um rebanho, que cubra monte, e prado;</p><p>Porém, gentil Pastora, o teu agrado</p><p>Vale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.</p><p>Graças, Marília bela,</p><p>Graças à minha Estrela!</p><p>Os teus olhos espalham luz divina,</p><p>A quem a luz do Sol em vão se atreve:</p><p>Papoula, ou rosa delicada, e na,</p><p>Te cobre as faces, que são cor de neve.</p><p>Os teus cabelos são uns os d’ouro;</p><p>Teu lindo</p><p>corpo bálsamos vapora.</p><p>Ah! Não, não fez o Céu, gentil Pastora,</p><p>Para glória de Amor igual tesouro.</p><p>Graças, Marília bela,</p><p>Graças à minha Estrela!</p><p>Leve-me a sementeira muito embora</p><p>O rio sobre os campos levantado:</p><p>Acabe, acabe a peste matadora,</p><p>Sem deixar uma rês, o nédio gado.</p><p>Já destes bens, Marília, não preciso:</p><p>Nem me cega a paixão, que o mundo arrasta;</p><p>Para viver feliz, Marília, basta</p><p>Que os olhos movas, e me dês um riso.</p><p>Graças, Marília bela,</p><p>Graças à minha Estrela!</p><p>(...)</p><p>Disponível em: http://biblio.com.br/defaultz.</p><p>asp?link=http://biblio.com.br/conteudo/</p><p>TomasAntonioGonzaga/mariliadedirceu.htm</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>20</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>TEXTO 6</p><p>Canção do exílio - Gonçalves Dias</p><p>Minha terra tem palmeiras</p><p>Onde canta o Sabiá,</p><p>As aves, que aqui gorjeiam,</p><p>Não gorjeiam como lá.</p><p>Nosso céu tem mais estrelas,</p><p>Nossas várzeas têm mais ores,</p><p>Nossos bosques têm mais vida,</p><p>Nossa vida mais amores.</p><p>Em cismar, sozinho, à noite,</p><p>Mais prazer encontro eu lá;</p><p>Minha terra tem palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá.</p><p>Minha terra tem primores,</p><p>Que tais não encontro eu cá;</p><p>Em cismar – sozinho, à noite –</p><p>Mais prazer encontro eu lá;</p><p>Minha terra tem palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá.</p><p>Não permita Deus que eu morra,</p><p>Sem que eu volte para lá;</p><p>Sem que desfrute os primores</p><p>Que não encontro por cá;</p><p>Sem qu’inda aviste as palmeiras,</p><p>Onde canta o Sabiá.</p><p>Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/ca-</p><p>derno_virtual/texto/cancao-do-exilio/index.html</p><p>TEXTO 7</p><p>Canto de regresso à pátria - Carlos</p><p>Drummond</p><p>Minha terra tem palmares</p><p>Onde gorjeia o mar</p><p>Os passarinhos daqui</p><p>Não cantam como os de lá</p><p>Minha terra tem mais rosas</p><p>E quase que mais amores</p><p>Minha terra tem mais ouro</p><p>Minha terra tem mais terra</p><p>Ouro terra amor e rosas</p><p>Eu quero tudo de lá</p><p>Não permita Deus que eu morra</p><p>Sem que volte para lá</p><p>Não permita Deus que eu morra</p><p>Sem que volte pra São Paulo</p><p>Sem que veja a Rua 15</p><p>E o progresso de São Paulo.</p><p>Fonte e para saber mais: https://brasilescola.uol.com.br/</p><p>literatura/poemas-primeira-geracao-modernista.htm</p><p>TEXTO 8</p><p>(Paródia de “Canção do Exílio”, Gonçalves</p><p>Dias) - Jordana Cruvinel</p><p>Minha terra tem funkeiros</p><p>onde canta o MC</p><p>tem axé e sertanejo</p><p>não sei porque “tô” aqui</p><p>Nosso céu tem mais fumaça</p><p>nos enterros tem mais dores</p><p>nossas praças tem mais manos</p><p>nossos humanos sem valores</p><p>Se andar sozinho à noite</p><p>é pedir pra ser roubado</p><p>dos ladrões não tão discretos</p><p>quanto os que estão no senado</p><p>Não permita Deus que eu morra</p><p>sem conseguir o que almejei</p><p>mudar o circo dos horrores</p><p>onde quem tem dinheiro é rei</p><p>Disponível em: http://www.educacaoanguera.ba.gov.br/</p><p>upload/arq_upload_1463595324573cb13cd2512.pdf</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>21</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>TEXTO 9</p><p>RanRubens - Paródia (Canção do Exílio-</p><p>Gonçalves Dias)</p><p>Minha terra tem úmbu,</p><p>Onde canta o carcará;</p><p>As aves, aqui vivem em cantoria,</p><p>Não como lá, que fogem da luz do dia.</p><p>Sim nosso céu tem mais estrelas,</p><p>E as mais belas e raras ores,</p><p>Nossos bosques têm mandacarú, chique-chique e</p><p>faxeiro</p><p>Nossa vida mais umburana e melhor o umbuzeiro.</p><p>Em aperriar, sozinho, à noite,</p><p>Mais tradição eu encontro lá;</p><p>Minha terra tem úmbu,</p><p>Onde canta o carcará.</p><p>Minha terra tem riquezas,</p><p>Que tais não encontro eu cá;</p><p>Em aperriar, sozinho, à noite,</p><p>Mais tradição eu encontro lá;</p><p>Minha terra tem úmbu,</p><p>Onde canta o carcará.</p><p>Não permita Deus que eu morra,</p><p>Sem que eu volte há misturar;</p><p>Sem que disfrute os sabores</p><p>da umbuzada ao vatapá;</p><p>Sem eu aconchegue na sombra do umbuzeiro,</p><p>Onde canta o carcará.</p><p>Disponível em: https://www.pensador.com/parodia_da_</p><p>cancao_do_exilio/</p><p>Proposição de questões</p><p>1. Que tal seguir as dicas de saber mais e</p><p>entender os textos 4 e 5 como representantes dos</p><p>movimentos respectivos Barroco e Arcadismo?</p><p>Construa, após pesquisa e com a ajuda do seu</p><p>professor um mapa mental avaliando os dois poemas,</p><p>suas características e contrastes.</p><p>2. Converse com seu professor sobre os textos.</p><p>Pesquise o que é paródia e tente relacioná-los a</p><p>algum movimento literário e a um gênero, informe-</p><p>se a fonte que levou a construção das paródias acima</p><p>(textos 6, 7, 8 e 9).</p><p>HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (FEI)</p><p>Em tristes sombras morre a formosura,</p><p>em contínuas tristezas a alegria</p><p>Nos versos citados acima, Gregório de Matos</p><p>empregou uma gura de linguagem que consiste</p><p>em aproximar termos de signi cados opostos,</p><p>como “tristezas” e “alegria”. O nome desta gura de</p><p>linguagem é:</p><p>a) metáfora</p><p>b) aliteração</p><p>c) eufemismo</p><p>d) antítese</p><p>e) sinédoque</p><p>Questão 2 (UFV)</p><p>Leia o texto:</p><p>Goza, goza da or da mocidade,</p><p>Que o tempo trota a toda ligeireza,</p><p>E imprime em toda or sua pisada.</p><p>Oh, não aguardes, que a madura idade</p><p>Te converta essa or, essa beleza,</p><p>Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.</p><p>(Gregório de Matos)</p><p>Os tercetos acima ilustram:</p><p>a) caráter de jogo verbal próprio da poesia lírica do</p><p>séc. XVI, sustentando uma crítica à preocupação</p><p>feminina com a beleza.</p><p>b) jogo metafórico do Barroco, a respeito da</p><p>fugacidade da vida, exaltando gozo do momento.</p><p>c) estilo pedagógico da poesia neoclássica, rati cando</p><p>as re exões do poeta sobre as mulheres maduras.</p><p>d) as características de um romântico, porque fala de</p><p> ores, terra, sombras.</p><p>e) uma poesia que fala de uma existência mais</p><p>materialista do que espiritual, própria da visão de</p><p>mundo nostálgico-cultista.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>22</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Questão 3 (UFRS)</p><p>Considere as seguintes a rmações sobre o</p><p>Barroco brasileiro:</p><p>I. A arte barroca caracteriza-se por apresentar</p><p>dualidades, con itos, paradoxos e contrastes, que</p><p>convivem tensamente na unidade da obra.</p><p>II. O conceptismo e o cultismo, expressões da</p><p>poesia barroca, apresentam um imaginário bucólico,</p><p>sempre povoado de pastoras e ninfas.</p><p>III. A oposição entre Reforma e Contra-Reforma</p><p>expressa, no plano religioso, os mesmos dilemas de</p><p>que o Barroco se ocupa.</p><p>Quais estão corretas:</p><p>a) Apenas I.</p><p>b) Apenas II.</p><p>c) Apenas III.</p><p>d) Apenas I e III.</p><p>e) I, II e III.</p><p>Questão 4 (ITA)</p><p>Uma das a rmações abaixo é incorreta.</p><p>Assinale-a:</p><p>a) O escritor árcade reaproveita os seres criados</p><p>pela mitologia greco-romana, deuses e entidades</p><p>pagãs. Mas esses mesmos deuses convivem com</p><p>outros seres do mundo cristão.</p><p>b) A produção literária do Arcadismo brasileiro</p><p>constitui-se sobretudo de poesia, que pode ser</p><p>lírico-amorosa, épica e satírica.</p><p>c) O árcade recusa o jogo de palavras e as</p><p>complicadas construções da linguagem barroca,</p><p>preferindo a clareza, a ordem lógica na escrita.</p><p>d) O poema épico Caramuru, de Santa Rita Durão,</p><p>tem como assunto o descobrimento da Bahia,</p><p>levado a efeito por Diogo Álvares Correia, misto</p><p>de missionários e colonos português.</p><p>e) A morte de Moema, índia que se deixa picar por</p><p>uma serpente, como prova de delidade e amor</p><p>ao índio Cacambo, é trecho mais conhecido da</p><p>obra O Uraguai, de Basílio da Gama.</p><p>Questão 5</p><p>Texto 1 (UFSCar)</p><p>Eu quero uma casa no campo</p><p>do tamanho ideal</p><p>pau-a-pique e sapê</p><p>Onde eu possa plantar meus amigos</p><p>meus discos</p><p>meus livros</p><p>e nada mais</p><p>(Zé Rodrix e Tavito)</p><p>Texto 2</p><p>Se o bem desta choupana pode tanto,</p><p>Que chega a ter mais preço, e mais valia,</p><p>Que da cidade o lisonjeiro encanto;</p><p>Aqui descanse a louca fantasia;</p><p>E o que té agora se tornava em pranto,</p><p>Se converta em afetos de alegria.</p><p>(Cláudio Manuel da Costa)</p><p>Disponível em: https://exercicios.brasilescola.uol.com.</p><p>br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-arcadismo.</p><p>htm#resp-3</p><p>Embora muito distantes entre si na linha do</p><p>tempo, os textos aproximam-se, pois o ideal que</p><p>defendem é</p><p>a) o uso da emoção em detrimento da razão, pois</p><p>esta retira do homem seus melhores sentimentos.</p><p>b) o desejo de enriquecer no campo, aproveitando</p><p>as riquezas naturais.</p><p>c) a dedicação à produção poética junto à natureza,</p><p>fonte de inspiração dos poetas.</p><p>d) o aproveitamento do dia presente - o carpe diem-</p><p>, pois o tempo passa rapidamente.</p><p>e) o sonho de uma vida mais simples</p><p>e natural,</p><p>distante dos centros urbanos.</p><p>Questão 6</p><p>Disponível em: https://exercicios.brasilescola.uol.com.</p><p>br/exercicios-literatura/exercicios-sobre-arcadismo.</p><p>htm#resp-3</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>23</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Sobre as características do Arcadismo, é correto</p><p>a rmar, exceto:</p><p>a) Os poetas árcades defendiam o bucolismo como</p><p>estilo de vida no campo, longe dos centros</p><p>urbanos. A vida pobre e feliz no ambiente</p><p>campestre contrasta com a vida luxuosa e triste</p><p>na cidade.</p><p>b) Apego excessivo pela forma em detrimento do</p><p>conteúdo. O Arcadismo defendeu a “arte pela</p><p>arte”, um retorno aos ideais literários clássicos.</p><p>c) Como expressão artística da burguesia, o</p><p>Arcadismo veiculou também certos ideais</p><p>políticos e ideológicos dessa classe, formulados</p><p>pelo Iluminismo.</p><p>d) O desejo de aproveitar o dia e a vida enquanto</p><p>é possível, também conhecido comocarpe diem.</p><p>e) A poesia árcade apresentou um convencionalismo</p><p>amoroso: não há variações emocionais de um</p><p>poema para o outro nem de poeta para poeta,</p><p>importando mais escrever poemas como os</p><p>poetas clássicos escreviam.</p><p>Questão 7 (Enem)</p><p>Soneto</p><p>Já da morte o palor me cobre o rosto,</p><p>Nos lá bios meus o alento desfalece,</p><p>Surda agonia o corac ̧ã o fenece,</p><p>E devora meu ser mortal desgosto!</p><p>Do leito embalde no macio encosto</p><p>Tento o sono reter!... já esmorece</p><p>O corpo exausto que o repouso esquece...</p><p>Eis o estado em que a má goa me tem posto!</p><p>O adeus, o teu adeus, minha saudade,</p><p>Fazem que insano do viver me prive</p><p>E tenha os olhos meus na escuridade.</p><p>Dá -me a esperança com que o ser mantive!</p><p>Volve ao amante os olhos por piedade,</p><p>Olhos por quem viveu quem já nã o vive!</p><p>AZEVEDO, A. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000.</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/30611727</p><p>O nú cleo temá tico do soneto citado é tí pico</p><p>da segunda geração romântica, porém con gura</p><p>um lirismo que o projeta para além desse momento</p><p>especí co. O fundamento desse lirismo é</p><p>a) a angú stia alimentada pela constatac ̧ã o da</p><p>irreversibilidade da morte.</p><p>b) a melancolia que frustra a possibilidade de reaçã o</p><p>diante da perda.</p><p>c) o descontrole das emoc ̧õ es provocado pela</p><p>autopiedade.</p><p>d) o desejo de morrer como alí vio para a desilusã o</p><p>amorosa.</p><p>e) o gosto pela escuridã o como soluc ̧ã o para o</p><p>sofrimento.</p><p>Questão 8 (Enem)</p><p>No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a</p><p>personagem, critica sutilmente um outro estilo de</p><p>época: o Romantismo.</p><p>“Naquele tempo contava apenas uns quinze</p><p>ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura</p><p>da nossa raça, e, com certeza, a mais voluntariosa.</p><p>Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza,</p><p>entre as mocinhas do tempo, porque isto não é</p><p>romance, em que o autor sobredoura a realidade e</p><p>fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também</p><p>não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda</p><p>ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da</p><p>natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno,</p><p>que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os ns</p><p>secretos da criação.”</p><p>ASSIS, Machado de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro:</p><p>Jackson,1957.</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exerci-</p><p>cios-sobre-pre-modernismo/</p><p>A frase do texto em que se percebe a crítica do</p><p>narrador ao romantismo está transcrita na alternativa:</p><p>a) “… o autor sobredoura a realidade e fecha os</p><p>olhos às sardas e espinhas …”</p><p>b) “… era talvez a mais atrevida criatura da nossa</p><p>raça …”</p><p>c) “Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza,</p><p>cheia daquele feitiço, precário e eterno, …”</p><p>d) “Naquele tempo contava apenas uns quinze ou</p><p>dezesseis anos … “</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>24</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>e) “… o indivíduo passa a outro indivíduo, para os</p><p> ns secretos da criação.”</p><p>Questão 9 (Mackenzie)</p><p>A natureza, nessa estrofe:</p><p>“Do tamarindo a or abriu-se, há pouco,</p><p>Já solta o bogari mais doce aroma!</p><p>Como prece de amor, como estas preces,</p><p>No silêncio da noite o bosque exala.”</p><p>Gonçalves Dias</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exerci-</p><p>cios-sobre-pre-modernismo/</p><p>Obs.:</p><p>tamarindo = árvore frutífera; o fruto dessa mesma</p><p>planta</p><p>bogari = arbusto de ores brancas</p><p>a) é concebida como uma força indomável que</p><p>submete o eu lírico a uma experiência erótica</p><p>instintiva.</p><p>b) expressa sentimentos amorosos.</p><p>c) é representada por divindade mítica da tradição</p><p>clássica.</p><p>d) funciona apenas como quadro cenográ co para</p><p>o idílio amoroso.</p><p>e) é recriada objetivamente, com base em</p><p>elementos da fauna e da ora nacionais.</p><p>Questão 10 (Enem)</p><p>O sertão e o sertanejo</p><p>Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses</p><p>campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim</p><p>crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-</p><p>se em vicejante tapete de relva, quando lavra o</p><p>incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero</p><p>desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro.</p><p>Minando surda na touceira, queda a vida centelha.</p><p>Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que</p><p>seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula,</p><p>como que a contemplar medrosa e vacilante os</p><p>espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo,</p><p>detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais</p><p>lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo</p><p>até se extinguir de todo, deixando como sinal da</p><p>avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe</p><p>foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte</p><p>melancolia; de todos os lados éticas perspectivas. É</p><p>cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que</p><p>uma varinha de fada andou por aqueles sombrios</p><p>recantos a traçar às pressas jardins encantados e</p><p>nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de</p><p>espantosa atividade. Transborda a vida.</p><p>TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1999 (adaptado).</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exerci-</p><p>cios-sobre-pre-modernismo/</p><p>O romance romântico teve fundamental</p><p>importância na formação da ideia de nação.</p><p>Considerando o trecho acima, é possível reconhecer</p><p>que uma das principais e permanentes contribuições</p><p>do Romantismo para construção da identidade da</p><p>nação é a:</p><p>a) possibilidade de apresentar uma dimensão</p><p>desconhecida da natureza nacional, marcada</p><p>pelo subdesenvolvimento e pela falta de</p><p>perspectiva de renovação.</p><p>b) consciência da exploração da terra pelos</p><p>colonizadores e pela classe dominante local, o</p><p>que coibiu a exploração desenfreada das riquezas</p><p>naturais do país.</p><p>c) construção, em linguagem simples, realista</p><p>e documental, sem fantasia ou exaltação, de</p><p>uma imagem da terra que revelou o quanto é</p><p>grandiosa a natureza brasileira.</p><p>d) expansão dos limites geográ cos da terra, que</p><p>promoveu o sentimento de unidade do território</p><p>nacional e deu a conhecer os lugares mais</p><p>distantes do Brasil aos brasileiros.</p><p>e) valorização da vida urbana e do progresso, em</p><p>detrimento do interior do Brasil, formulando</p><p>um conceito de nação centrado nos modelos da</p><p>nascente burguesia brasileira.</p><p>Disponível em : https://www.todamateria.com.br/</p><p>questoes-sobre-romantismo/</p><p>Ver Resposta</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>25</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>BLOCO TEMÁTICO 3:</p><p>A LITERATURA E O</p><p>PROCESSO EXPERIMENTAL:</p><p>CIENTIFICISMO,</p><p>ESPIRITUALISMO E</p><p>SUBVERSÃO</p><p>Disponível em: https://www.portugues.com.br/literatura/memorias-</p><p>postumas-de-bras-cubas.html</p><p>Convidamos você a mergulhar numa Literatura</p><p>que procura associar o cienti cismo com a arte,</p><p>o espiritualismo com a literatura, e o jornalismo</p><p>investigativo às denúncias das sociais, geográ cas e</p><p>antropológicas.</p><p>Aqui discutiremos obras que têm como</p><p>personagem principal um autor-defunto, ou seria</p><p>um defunto-autor? Estamos falando de “Memórias</p><p>Póstumas de Brás Cubas, romance escrito por</p><p>Machado de Assis que inaugura o Realismo no Brasil,</p><p>em 1881. Temos um cenário de pós-independência,</p><p>preparando-se para a Proclamação da República</p><p>e a Abolição da Escravatura, mas que consolida</p><p>ideais cienticistas e iluministas que marcaram</p><p>o século XVIII e início do XIX. Estes pensamentos</p><p>in uenciaram decisivamente os movimentos de</p><p>revolução, independência e abolição de muitos</p><p>países na América, e prepara um terreno fértil para</p><p>as mudanças políticas, sociais e históricas do nosso</p><p>país. Neste cenário, surge o Realismo e o Naturalismo</p><p>no Brasil. Podemos resumir suas características como</p><p>uma literatura de análise psicológica e patológica da</p><p>sociedade.</p><p>Em contrapartida, após o Realismo/</p><p>Naturalismo surge um movimento, in uenciado</p><p>por Charles Baudelaire, que procura trazer à poesia</p><p>a sinestesia, o sonho, o devaneio e o espiritualismo</p><p>místico. O Simbolismo no Brasil abre as portas para o</p><p>intimismo psicológico e psicanalista, mas reivindica a</p><p>poesia negra para o cenário nacional. Este movimento</p><p>da literatura negra estava encravado em nossa</p><p>história literária desde o início da colonização, mas</p><p>começa a ter visibilidade no Parnasianismo, com a</p><p>crítica positiva à obra de Auta de Souza. Em seguida,</p><p>surge o Pré-modernismo, impulsionado com obras</p><p>de denúncia social, e servirão de veículo de transição</p><p>para a Semana de Arte Moderna. Entre as obras</p><p>icônicas do Pré-Modernismo, vale citar “Os Sertões”,</p><p>de Euclides da Cunha, “Memórias de um Sargento de</p><p>Milícias”, de Lima Barreto e “Canaã”, de Graça Aranha.</p><p>REALISMO/NATURALISMO</p><p>Entre os anos de 1840 a 1889, o Brasil passava</p><p>pelo período do Segundo Reinado e imperava no</p><p>país o que cara conhecido como “Parlamentarismo</p><p>às avessas”. O então Imperador D. Pedro II distribuía</p><p>os cargos de primeiro-ministro aos senadores e aos</p><p>deputados que faziam parte do Partido Liberal ou do</p><p>Partido Conservador, desta forma ambos os partidos</p><p>se revezavam no poder, mas sempre seguindo os</p><p>interesses da oligarquia agrária. Porém, por volta da</p><p>década de 1870, esta oligarquia agrária sofreu uma</p><p>enorme pressão internacional para o desenvolvimento</p><p>do capitalismo industrial brasileiro, que foi obrigado</p><p>a acelerar o processo de modernização, que até então</p><p>se dava muito lentamente. Com a proibição do trá co</p><p>negreiro cresce no Brasil a mão-de-obra imigrante,</p><p>com isto há o desenvolvimento da indústria cafeeira</p><p>no interior do estado de São Paulo. Ferrovias são</p><p>construídas e ao longo de seus trilhos desenvolvem-</p><p>se fábricas que dão origem à classe média urbana.</p><p>Esta nova classe social não estava satisfeita com a</p><p>falta de representatividade política e tinham que</p><p>aceitar a liderança dos cafeicultores paulistas, que</p><p>eram responsáveis pelos trabalhadores assalariados</p><p>no país e defendiam as mudanças estruturais, como</p><p>a substituição da Monarquia pela República. Estas</p><p>lideranças conseguiram derrubar a Monarquia e</p><p>implantar a República em 1889, porém, mais uma</p><p>vez, a classe média e os militares foram deixados</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>26</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>de lado. Então, representantes das oligarquias de</p><p>São Paulo e de Minas Gerais passaram a controlar</p><p>o Estado brasileiro por meio de uma aliança entre</p><p>os dois estados, esta aliança cou conhecida como</p><p>“Política do café-com-leite”.</p><p>A Europa não foi responsável apenas por forçar</p><p>uma alavancada no desenvolvimento comercial,</p><p>urbano e industrial no Brasil. Da Europa também</p><p>foram trazidas nova ideias, entre elas o positivismo de</p><p>Auguste Comte, o determinismo histórico de Taine,</p><p>o socialismo utópico de Proudhon e o socialismo</p><p>cientí co de Karl Marx, o evolucionismo de Darwin</p><p>e a negação do Cristianismo de Renan. Por mais que</p><p>o Brasil da época fosse um país com ideias liberais,</p><p>republicanas, “modernas”, no entanto, tinha que</p><p>conviver com uma estrutura político-econômica</p><p>oligárquica, agrária, latifundiária e coronelista.</p><p>O que todo este contexto histórico tem</p><p>a ver com o surgimento do Realismo/Naturalis-</p><p>mo no Brasil? É que as primeiras publicações de</p><p>obras com este estilo no Brasil tinham como ce-</p><p>nário o ambiente urbano de cidade grande, devi-</p><p>do ao rápido desenvolvimento das cidades nesta</p><p>época. Além disto, seguiam as mesmas caracte-</p><p>rísticas da literatura europeia da época, apresen-</p><p>tando apenas algumas variações locais.</p><p>Este novo movimento literário no Brasil</p><p>teve início com a publicação do romanceO Mu-</p><p>lato de Aluísio Azevedo, que era um romance</p><p>naturalista, e do romance realista de Machado</p><p>de Assis intitulado Memórias Póstumas de Brás</p><p>Cubas, ambos em 1881. Além destas duas obras,</p><p>merece destaqueO Ateneu, a única obra bastante</p><p>conhecida de Raul Pompéia.O Ateneu possui um</p><p>etilo que cou conhecido como impressionista,</p><p>pois sua narrativa era construída por uma série</p><p>de impressões e recordações do Narrador. Este</p><p>romance foi publicado em 1888 e já esboçava</p><p>uma reação ao Naturalismo.</p><p>Enquanto a maior parte dos românticos se</p><p>limitava em apenas lastimar essa visão de mundo</p><p>que lhe aparecia à frente, o realista colocava a chaga</p><p>da corrupção social à mostra. Duas instituições</p><p>principalmente foram alvos desse desmascaramento:</p><p>a família e a Igreja, que valorizavam, sobretudo,</p><p>interesses pessoais e econômicos. Com o avanço</p><p>das ciências, desenvolveu-se no homem um</p><p>espírito de análise, onde a razão se prevalecia em</p><p>frente à emoção, no que há também uma dose de</p><p>materialismo. As ideias democráticas ganhavam</p><p>campo a cada dia devido ao crescimento das</p><p>diferenças sociais. Além disto, houve um período de</p><p>grandes mudanças e questionamentos, pois a partir</p><p>da Revolução Industrial, os fatos se sucederam muito</p><p>rapidamente, deixando pouco espaço para a reação.</p><p>Por mais que estes dois estilos sejam</p><p>classi cados como uma única fase da literatura</p><p>brasileira, o Realismo e o Naturalismo possuem</p><p>suas próprias características. A obra realista volta-</p><p>se às relações sociais, observando costumes,</p><p>relacionamentos familiares e amorosos, corrupção</p><p>das grandes instituições como o Estado, a Igreja, a</p><p>Família, o casamento, etc. Enquanto isto, o Naturalista</p><p>também é Realista, mas representa uma tendência</p><p>mais voltada ao cientí co, com aplicações das teorias</p><p>cienti cas em voga na época, dando ênfase nas</p><p>personagens, ao instinto e ao patológico, ou seja,</p><p>considerando o homem em sua condição animal.</p><p>Características do Realismo:</p><p> Veracidade: Demonstra o que ocorre na</p><p>sociedade sem ocultar ou distorcer os fatos.</p><p> Contemporaneidade: Descreve a realidade,</p><p>fala sobre o que está acontecendo de</p><p>verdade.</p><p> Retrato el das personagens: caráter,</p><p>aspecto negativos da natureza humana.</p><p> Gosto pelos detalhes: lentidão na narrativa.</p><p> Amor: a mulher objeto de prazer e adultério.</p><p> Denúncia das injustiças sociais: mostra para</p><p>todos a realidade dos fatos.</p><p> Determinismo e relação entre causa e</p><p>efeito: o realista procurava uma explicação</p><p>lógica para as atitudes das personagens,</p><p>considerando a soma de fatores que</p><p>justi casse suas ações. Na literatura</p><p>naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao</p><p>meio ambiente e á hereditariedade como</p><p>forças determinantes do comportamento</p><p>dos indivíduos.</p><p> Linguagem próxima à realidade: simples,</p><p>natural, clara e equilibrada.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>27</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Características do</p><p>Naturalismo:</p><p> Narrativa com forte análise social.</p><p> Grupos humanos marginalizados.</p><p> Valorização do coletivo.</p><p> Interesse dos títulos das obras com a mesma</p><p>preocupação pelo marginal.</p><p> Romances experimentais.</p><p> Preocupação com o cientí co em Charles</p><p>Darwin “O homem é um animal”.</p><p> Materialismo – Religião é instituição social.</p><p> Vulgarização dos sentidos: sexo em</p><p>qualquer lugar.</p><p> Exploração das taras humanas, instinto,</p><p>neuroses, cargas hereditárias, casos</p><p>patológicos.</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Realismo e do Naturalismo no</p><p>Brasil</p><p>Dentre os principais autores do Realismo no</p><p>Brasil, estão Raul Pompéia, Visconde de Taunaye o</p><p>principal deles, Machado de Assis.</p><p>1. Raul Pompéia. Entre suas obras, O Ateneu é,</p><p>sobretudo, um exemplo impressionista na</p><p>literatura brasileira, também considerada</p><p>uma obra Naturalista. Visconde de Taunay</p><p>destaca-se</p><p>da linguagem, como as figuras de</p><p>linguagem. Trata-se de uma função ligada à estética,</p><p>uma vez que se preocupa com a forma do texto e</p><p>centra-se na criatividade artística. A função poética</p><p>também está presente em textos não verbais –</p><p>fotografias, pintura, música etc.</p><p>A linguagem literária não possui</p><p>necessariamente uma finalidade objetiva, o que lhe</p><p>proporciona maior liberdade criativa para empregar</p><p>Caulos. V</p><p>p. 25.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>6</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA os vocábulos de modo lúdico e polissêmico. O leitor,</p><p>por sua vez, pode construir inúmeras interpretações.</p><p>Para que você consiga perceber a riqueza dos textos</p><p>literários, é importante ter consciência desses</p><p>exercícios estéticos explorados pelos autores. Veja</p><p>os exemplos a seguir.</p><p>https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQJ_dE1V5Mvnhow-FaH</p><p>B7QSWG91v51Dbe2xCzJZC7KkafyhK3Kc</p><p>https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/funcao-poe-</p><p>tica.htm</p><p>Veja, a seguir, que a linguagem poética também</p><p>pode estar presente nos textos em prosa:</p><p>Cidade de Deus</p><p>Os abismos têm várias faces e encantam,</p><p>atraem para o seu seio como as histórias em</p><p>quadrinhos que chegavam ao morro compradas</p><p>nas feiras da Maia Lacerda e do Rio Comprido,</p><p>baratas como a tripa de porco que sobrava na</p><p>casa do compadre maneiro que nem sempre era</p><p>compadre de batismo. Era apenas o adjetivo,</p><p>usado como substantivo, sinônimo de uma boa</p><p>amizade, de um relacionamento que era tecido por</p><p>favores, empréstimos impagáveis e consideração</p><p>até na hora da morte. LINS, Paulo. Cidade de Deus.</p><p>São Paulo: Companhia das Letras, 1997.</p><p>Note como o autor foge ao sentido literal das</p><p>palavras e recorre a uma linguagem cheia de imagens</p><p>e comparações.</p><p>Você se lembra deste trecho do livro Memórias</p><p>Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis?</p><p>Algum tempo hesitei se devia abrir estas</p><p>memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se</p><p>poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a</p><p>minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar</p><p>pelo nascimento, duas considerações me levaram</p><p>a adotar diferente método: a primeira é que eu</p><p>não sou propriamente um autor defunto, mas</p><p>um defunto autor, para quem a campa foi outro</p><p>berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais</p><p>galante e mais novo. Moisés, que também contou</p><p>a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo;</p><p>diferença radical entre este livro e o Pentateuco.</p><p>Nele, o narrador conta-nos sobra o próprio</p><p>processo de escrita de suas memórias. O código, a</p><p>língua escrita, no caso, está sendo realçada. E esse</p><p>realce se faz por meio do próprio código linguístico.</p><p>Estamos diante da função metalinguística. A</p><p>tirinha a seguir também exemplifica essa função da</p><p>linguagem, uma vez que ela aborda como assunto o</p><p>próprio gênero tirinha.</p><p>São também exemplos de metalinguagem: os</p><p>verbetes de dicionário, as gramáticas, o autorretrato</p><p>de um pintor, o desenho de alguém desenhando,</p><p>uma propaganda que divulga a propaganda.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>7</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>A perspicácia. René Magritte.</p><p>O anúncio a seguir, ao mesmo tempo em que</p><p>exemplifica a metalinguagem, também ilustra</p><p>outra função da linguagem: a função apelativa</p><p>ou conativa. Dizemos isso porque há também</p><p>nele a intenção de influenciar o comportamento</p><p>do receptor. Ou seja, deseja-se que ele anuncie</p><p>seu produto. São características dessa função:</p><p>verbos no imperativo, presença de vocativo,</p><p>pronomes de 2ª pessoa.</p><p>www.plurex.com.br</p><p>Vejamos se você compreendeu o que falamos</p><p>sobre a função apelativa. Explique por que ela é a</p><p>função predominante no texto a seguir:</p><p>Vexames</p><p>Muita gente não sabe usar um celular. Veja o</p><p>que você não deve fazer com ele.</p><p>• Não ande com o celular pendurado na calça.</p><p>Fica feio. Guarde-o na mochila. Dá para</p><p>escutá-lo do mesmo jeito.</p><p>• Desligue o celular durante as aulas – ou em</p><p>lugares públicos, como o cinema. Depois você</p><p>acessa a caixa postal e pega a mensagem.</p><p>• Nunca telefone durante a aula. Não adianta</p><p>se abaixar, nem cobrir o celular com o cabelo.</p><p>As pessoas vão perceber que você está no</p><p>telefone.</p><p>• Quando estiver com apenas uma amiga, não</p><p>fique horas falando no celular.</p><p>• Não fique oferecendo o seu telefone só para</p><p>ser simpática. Lembre-se da conta que vai</p><p>chegar.</p><p>Revista Capricho, 21 nov.,1999.</p><p>O texto lido, apesar de não ser publicitário, tem</p><p>como foco o destinatário, procurando influenciá-</p><p>lo em relação à maneira de usar o celular. Veja que</p><p>aparecem vários verbos conjugados no imperativo</p><p>(desligue, ande, fique), além do pronome de segunda</p><p>pessoa (você). Esse modo verbal é utilizado para</p><p>dar instruções, ordens ou fazer recomendações ao</p><p>interlocutor, por isso é adequado para textos em que</p><p>está presente a função apelativa.</p><p>Quando cumprimentamos alguém ao</p><p>entrarmos no elevador, desejamos, quase sempre,</p><p>apenas manter contato com o nosso interlocutor</p><p>e, revelando-nos como pessoa educada, reforçar</p><p>os vínculos sociais. Ou seja, queremos testar o</p><p>funcionamento do nosso canal de comunicação e,</p><p>para isso, recorremos à função fática da linguagem.</p><p>Da mesma forma, ao atendermos ao telefone,</p><p>dizemos “alô”, numa clara intenção de verificar</p><p>se nosso meio de comunicação está em pleno</p><p>funcionamento. Na tirinha a seguir, ao comentar</p><p>sobre o tempo, o personagem também tem a</p><p>intenção de testar o canal e, quem sabe, havendo</p><p>receptividade por parte do interlocutor, iniciar uma</p><p>conversa. Ao responder “ahã”, o interlocutor apenas</p><p>sinaliza que o canal está funcionando sem, contudo,</p><p>demonstrar interesse em prosseguir o diálogo.</p><p>www.garfield.com</p><p>Expressões como veja bem, entende?, né,</p><p>bem, entendeu? – chamadas de marcadores</p><p>conversacionais – exemplificam o emprego da</p><p>linguagem fática. Seu significado no texto é apenas</p><p>interativo.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>8</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA A linguagem é um campo infindável de</p><p>possibilidades de uso e põe a serviço de seus falantes</p><p>inúmeros recursos para que a mensagem elaborada</p><p>possa alcançar a funcionalidade pretendida. Continue</p><p>aprendendo sobre essa fantástica capacidade</p><p>humana na seção a seguir, mas, se preferir, vá até</p><p>o final deste bloco e responda às questões sobre o</p><p>assunto que acabou de estudar.</p><p>LÍNGUA PORTUGUESA E</p><p>VARIAÇÃO</p><p>Da mesma forma que o francês, o espanhol, o</p><p>italiano, o galego e o romeno, o português compõe</p><p>o grupo das chamadas línguas românicas ou</p><p>neolatinas, que são aquelas cujas origens remontam</p><p>ao latim. O latim era a língua falada no Lácio, região</p><p>central da Itália, e, com a expansão do Império</p><p>Romano, no início do século III a.C., foi levado aos</p><p>diversos territórios conquistados, que se estendiam</p><p>pela Europa, pelo norte da África e por diversas</p><p>regiões da Ásia.</p><p>No Império Romano, o latim se manifestava de</p><p>duas formas diferentes: o latim clássico e o vulgar.</p><p>A modalidade clássica era falada por pessoas cultas</p><p>do império, como os poetas, filósofos e senadores,</p><p>por exemplo, enquanto o latim vulgar era falado</p><p>pelo restante da população – soldados, agricultores,</p><p>artífices, escravos etc. Ao chegar à Península Ibérica,</p><p>região que compreende Portugal e Espanha, o latim</p><p>acabou se misturando às línguas que eram faladas</p><p>por lá, o que provocou a formação de diversos dialetos</p><p>(chamados de romanços), que se modificaram e</p><p>acabaram compondo novos idiomas.</p><p>Cancioneiro da Ajuda, onde está registrada a Cantiga da Ribeirinha. Disponível</p><p>em: https://cantigas.fcsh.unl.pt/manuscrito.asp?cdcant=124&cdmanu=177&norde</p><p>m=1&x=1.</p><p>No caso do português, estima-se que sua</p><p>formação ocorreu, entre fins do século XII e início</p><p>do XIII, a partir do contato do latim vulgar com o</p><p>galego, idioma falado na Galícia, que hoje faz parte</p><p>do território espanhol. A junção e a transformação</p><p>dessas duas línguas resultaram no galego-</p><p>português, que constitui a base para a formação</p><p>do português e perdurou entre os séculos VIII e XIII.</p><p>Um dos primeiros registros escritos em galego-</p><p>português é a Cantiga da Ribeirinha, de 1198, escrita</p><p>por Paio Soares de Taveirós, que a dedicou</p><p>na literatura regionalista. Sua obra-</p><p>prima, Inocência, é transitória entre Romantismo</p><p>e Realismo.</p><p>2. Machado de Assis. Contribuiu com grandes</p><p>obras, como a introdutória do estilo Memórias</p><p>Póstumas de Brás Cubas, sucedida por Quincas</p><p>Borba e Dom Casmurro. As três obras envolvem</p><p>adultérioe apresentam inúmeros temas sob uma</p><p>ótica crítica e irônica, característica do autor. As</p><p>obrasMemórias Póstumas de Brás Cubas e Dom</p><p>Casmurro destacam-se por serem narradas em</p><p>primeira pessoa, característica incomum no</p><p>romance realista. Esaú e Jacó e Memorial de</p><p>Aires figuram na fase filosófica e madura do</p><p>autor, sendo, também, obras realistas.</p><p>Além destes autores, destacam-se no</p><p>Naturalismo:</p><p>1. Aluísio de Azevedo;</p><p>2. Domingos Olímpio;</p><p>3. Oliveira Paiva;</p><p>4. Adolfo Caminha;</p><p>5. Rodolfo Teó lo;</p><p>6. Antônio Sales;</p><p>7. Inglês de Sousa;</p><p>8. Júlio Ribeiro.</p><p>Disponível: https://meuversejar.wordpress.com/historia-da-literatura-</p><p>brasileira/realismonaturalismoparnasianismo-1881-a-1893/</p><p>O PARNASIANISMO</p><p>OParnasianismo no Brasilteve como marco</p><p>inicial a publicação da obra “Fanfarras”, de Teó lo</p><p>Dias, em 1882.</p><p>Os mais importantes escritores brasileiros do</p><p>período formavam a chamada “Tríade Parnasiana”, a</p><p>qual era composta por Olavo Bilac, Alberto de Oliveira</p><p>e Raimundo Correia.</p><p>Os escritores parnasianos buscavam o sentido</p><p>para a existência humana por meio da perfeição</p><p>estética. Por isso, a preocupação residia na“Arte pela</p><p>Arte”, ou seja, a forma como caraterística principal</p><p>da poesia.</p><p>Características do</p><p>Parnasianismo</p><p> Arte pela arte</p><p> Objetivismo e universalismo</p><p> Cienti cismo e positivismo</p><p> Temas baseados na realidade (objetos e</p><p>paisagens), fatos históricos, mitologia grega e</p><p>cultura clássica</p><p> Busca da perfeição</p><p> Sacralidade e o culto à forma</p><p> Preocupação com a estética, metri cação,</p><p>versi cação</p><p> Utilização de rimas ricas e palavras raras</p><p> Preferência por estruturas xas (soneto)</p><p> Descrição visual bem detalhada</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>28</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Parnasianismo no Brasil</p><p>1. Teó lo Dias (1854-1889)</p><p>Patrono da cadeira 36 na Academia Brasileira</p><p>de Letras, em 1882 publicou “Fanfarras”, obra que</p><p>marca o início do parnasianismo no Brasil.</p><p>Outras obras que merecem destaque: Flores</p><p>e Amores (1874), Cantos Tropicais (1878),Lira dos</p><p>Verdes Anos(1878),A Comédia dos Deuses (1888).</p><p>2. Olavo Bilac (1865-1918)</p><p>Sua obra é caracterizada pela linguagem</p><p>clássica, com conteúdos: históricos, patrióticos,</p><p>emotivos, platônicos e sensuais. Vale lembrar que o</p><p>Hino à Bandeira do Brasil foi escrito por Olavo Bilac.</p><p>Suas principais obras</p><p>são:Poesias (1888), Crônicas e Novelas (1894), Crítica</p><p>e Fantasia (1904), Conferências</p><p>Literárias (1906), Dicionário de Rimas (1913), Tratado</p><p>de Versi cação (1910), Ironia e Piedade (1916)</p><p>eTarde(1919).</p><p>3. Alberto de Oliveira (1857-1937)</p><p>Publicou sua primeira obra, “Canções</p><p>Românticas”, em 1878. A despeito desse livro</p><p>apresentar características românticas, Alberto de</p><p>Oliveira foi um exímio poeta parnasiano cuja obra é</p><p>caracterizada por temáticas e estruturas parnasianas,</p><p>por exemplo, descrição minuciosa, composição de</p><p>retratos, quadros e cenas.</p><p>Suas obras que merecem</p><p>destaque são: Meridionais (1884), Versos e</p><p>Rimas (1895),Poesias(1900),Céu, Terra e Mar (1914),O</p><p>Culto da Forma na Poesia Brasileira(1916).</p><p>4. Raimundo Correia (1859-1911)</p><p>Sua obra apresenta características românticas,</p><p>parnasianas e simbolistas. Dessa maneira, suas</p><p>poesias possuem um caráter pessimista e subjetivo, ao</p><p>mesmo tempo que apresentam grande preocupação</p><p>métrica.</p><p>Outras obras que merecem</p><p>destaque são: Sinfonias (1883), Versos e</p><p>Versões (1887), Aleluias(1891),Poesias(1898).</p><p>5. Auta de Souza</p><p>Auta de Souza nasceu em 1876, no município</p><p>de Macaíba, Rio Grande do Norte. Seus pais</p><p>morreram quando ela era criança e Auta foi criada</p><p>pelos avós maternos em Recife. Com 12 anos, uma</p><p>nova tragédia marcou sua vida: seu irmão mais novo</p><p>morreu queimado em uma explosão, provocada</p><p>acidentalmente por um candeeiro.</p><p>Seu grande e único livro publicado foi “Horto”,</p><p>de 1900, que mereceu prefácio do mais consagrado</p><p>poeta brasileiro da época, Olavo Bilac. Pouco depois,</p><p>em 7 de fevereiro de 1901, com 24 anos, Auta</p><p>sucumbiria à tuberculose.</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/parnasianismo-no-</p><p>brasil/</p><p>O SIMBOLISMO</p><p>Osimbolismo no Brasilsurge em 1893</p><p>com a publicação de “Missal” e “Broquéis”, de Cruz</p><p>e Souza. Esse é considerado o maior represen-</p><p>tante do movimento no país, ao lado de Alphon-</p><p>sus de Guimarães.</p><p>Características do Simbolismo</p><p> Não-racionalidade</p><p> Subjetivismo, individualismo e imaginação</p><p> Espiritualidade e transcendentalidade</p><p> Subconsciente e inconsciente</p><p> Musicalidade e misticismo</p><p> Figuras de linguagem: sinestesia, aliteração,</p><p>assonância</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Simbolismo no Brasil</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>29</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>1. Cruz e Sousa (1861-1898)</p><p>Considerado o precursor do simbolismo no</p><p>Brasil,João da Cruz e Sousa foi um poeta brasileiro</p><p>nascido em Florianópolis.</p><p>Sua obra é marcada pela musicalidade e</p><p>espiritualidade com temáticas individualistas,</p><p>satânicas, sensuais. Suas principais obras: Missal</p><p>(1893), Broquéis (1893), Tropos e fantasias (1885),</p><p>Faróis (1900) e Últimos Sonetos (1905).</p><p>2. Alphonsus de Guimarães (1870-1921)</p><p>Um dos principais poetas simbolistas do</p><p>Brasil,Afonso Henrique da Costa Guimarães, possui</p><p>uma obra marcada pela sensibilidade, espiritualidade,</p><p>misticismo, religiosidade. Sua temática é a morte, a</p><p>solidão, o sofrimento e o amor.</p><p>Sua produção literária apresenta características</p><p>neo-romântico, árcades e simbolistas. Suas.principais</p><p>obras: Setenário das dores de Nossa Senhora (1899),</p><p>Dona Mística (1899), Kyriale (1902), Pastoral aos</p><p>crentes do amor e da morte (1923).</p><p>3. Augusto dos Anjos (1884-1914)</p><p>Augusto dos Anjos foi um dos grandes poetas</p><p>brasileiros simbolistas, embora, muitas vezes,</p><p>sua obra apresente características pré-modernas.</p><p>Patrono da cadeira número 1 da Academia</p><p>Paraibana de Letras, publicou um livro intitulado “Eu”,</p><p>e foi chamado de “Poeta da morte”. Isso porque seus</p><p>poemas exploram temas sombrios.</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/simbolismo-no-brasil/</p><p>O PRÉ-MODERNISMO</p><p>Pré-modernismo é como ficou conhecido</p><p>o período literário brasileiro que vai de 1902</p><p>até 1922. Na Europa, o período que antecedeu</p><p>ao modernismo foi marcado pela tensão política</p><p>entre os países imperialistas e pelo surgimento</p><p>dos movimentos de vanguarda. Já no Brasil, a</p><p>Proclamação da República, o surgimento das favelas</p><p>e a Guerra de Canudos são alguns fatos históricos</p><p>que levaram os autores desse período a realizarem</p><p>críticas sociais, econômicas e políticas em suas obras.</p><p>Por ser um período de transição, o pré-</p><p>modernismo apresenta traços de estilos do século</p><p>XIX, como: realismo, naturalismo, parnasianismo</p><p>e simbolismo. Além disso, é marcado por</p><p>umnacionalismo crítico, ou seja, sem idealizações</p><p>românticas. Desse modo, autores como Lima Barreto,</p><p>Graça Aranha e Monteiro Lobato mostraram, em</p><p>prosa, um Brasil sem retoques, enquanto o poeta</p><p>Augusto dos Anjos revelava sua descrença na espécie</p><p>humana.</p><p>Contexto histórico do pré-</p><p>modernismo</p><p>O nal do século XIX e início do século XX,</p><p>na Europa, foi marcado pela competição entre</p><p>as grandes potências em relação à expansão</p><p>imperialista, ou seja, a exploração econômica de</p><p>países subdesenvolvidos. Isso gerou, portanto,</p><p>um clima de tensão entre as nações dominantes e</p><p>causou o crescimento de discursos nacionalistas</p><p>que fomentavam essa rivalidade, desencadeando</p><p>a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).</p><p>Já noBrasil, em 1889, ocorreu aProclamação</p><p>da República. A partir desse evento histórico,</p><p>as grandes cidades do país iniciaram um</p><p>processo de reestruturação do espaço urbano. O</p><p>objetivo era eliminar as marcas da arquitetura</p><p>portuguesa e, por extensão, do período</p><p>monárquico. Assim, em cidades como o Rio de</p><p>Janeiro, ocorreu o chamado “bota-abaixo”.</p><p>Segundo Eloísa Petti Pinheiro, doutora em</p><p>História da Arquitetura:</p><p>“A intervenção no espaço construído do Rio é</p><p>conhecida como a ‘Reforma Passos’, a ‘era das</p><p>demolições’ ou, mais popularmente, como</p><p>o ‘bota-abaixo’, realizada com a intenção de</p><p>acabar com a corte colonial portuguesa, in-</p><p>fecta, imunda e antiga, para dar passagem a</p><p>um centro moderno, ‘afrancesado’ e saneado.</p><p>O Brasil quer mudar sua imagem modi cando</p><p>as feições de sua capital e os costumes de seus</p><p>habitantes. Com o início das reformas, em 1902,</p><p>começa a transformação: o centro da cidade é o</p><p>cenário de uma luta social, onde entra em cena um</p><p>novo urbanismo, símbolo do progresso, da limpeza,</p><p>da saúde, da beleza e da civilização, evidenciando-</p><p>se, a partir desse momento, uma nova identidade</p><p>nacional.”</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>30</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Como resultado dessa intervenção no espaço</p><p>urbano, houve o deslocamento de pessoas pobres,</p><p>que residiam em cortiços, para regiões periféricas.</p><p>Surgiram, dessa forma, as favelas. Além disso,</p><p>osescravos libertos, substituídos pela mão de obra</p><p>europeia, estavam entregues à própria sorte, sem</p><p>nenhuma ajuda para sobreviverem. Entretanto, em</p><p>contraposição a essa miséria, o estado de São Paulo</p><p>enriquecia com acultura de café.</p><p>Foto de Flávio de Barros — sobreviventes da Guerra de Canudos, em 1897.</p><p>Já no Nordeste, o motivo da miséria era</p><p>outro: a seca. Nesse contexto de desesperança,</p><p>ganhou força a voz de um líder, o beato Antônio</p><p>Conselheiro (1830-1897). Ele conseguiu, com suas</p><p>profecias sobre o m do mundo, juntar muitos</p><p>seguidores, pessoas que, diante da realidade difícil,</p><p>não tinham outro recurso a não ser recorrer à fé. Essa</p><p>situação levou àGuerra de Canudos (1896-1897).</p><p>Énesse contexto,marcado pordisparidades</p><p>sociais e con itos políticos, que surgiu o pré-</p><p>modernismo. Assim, os autores desse período</p><p>acabaram re etindo, em suas obras, essa realidade.</p><p>Não havendo mais espaço para idealizações, mostrar</p><p>a realidade crua do país tornou-se uma missão para</p><p>eles.</p><p>Características do pré-</p><p>modernismo</p><p>O pré-modernismo não é considerado um</p><p>estilo de época, pois apresenta uma multiplicidade</p><p>de temáticas. É entendido como um período</p><p>literário brasileiro que faz a transição entre</p><p>o simbolismo e o modernismo. Por isso, é possível</p><p>encontrar, nas obras dessa época, características de</p><p>estilos passados, como: parnasianismo, realismo,</p><p>naturalismo e simbolismo. Assim, estão inseridos</p><p>nessa fase oslivros publicados entre 1902 e 1922.</p><p>No mais, os autores desse período</p><p>imprimiam em suas obras elementos que</p><p>preanunciavam o modernismo, tais como:</p><p>nacionalismo crítico, realismo, crítica social, política</p><p>e econômica. Portanto, a obra inaugural dessa</p><p>fase éOs sertões, de Euclides da Cunha, em que o</p><p>jornalista mostra não o lado dos vitoriosos, mas o dos</p><p>revoltosos da Guerra de Canudos.</p><p>Principais autores e obras do</p><p>Pré-modernismo no Brasil</p><p>No período que compreende os anos de</p><p>1902 a 1922, várias obras literárias importantes</p><p>foram publicadas no Brasil. A primeira delas é Os</p><p>sertões (1902), de Euclides da Cunha, na qual o autor</p><p>busca entender os motivos que levaram à revolta</p><p>de Canudos, com base em umolhar jornalístico e</p><p>cientí co, em franca consonância com onaturalismo.</p><p>Assim, o livro é dividido em três partes:</p><p>· A terra: descrição detalhada e cientí ca do</p><p>sertão nordestino.</p><p>· O homem: apresentação do sertanejo</p><p>pela visão naturalista, que defendia a</p><p>in uência do meio e da raça sobre o</p><p>indivíduo.</p><p>· A luta: narração da luta entre as tropas</p><p>do governo e os seguidores de Antônio</p><p>Conselheiro.</p><p>O livroTriste fi m de Policarpo Quaresma (1915),</p><p>de Lima Barreto, traz um personagem ingênuo</p><p>que idealiza o Brasil, mas, no nal do romance,</p><p>a realidade social, econômica e política do país</p><p>impõe-se à fantasia de Policarpo Quaresma. Essa</p><p>obra traz um nacionalismo crítico que se opõe ao</p><p>nacionalismo ufanista do romantismo, ironizado</p><p>nela.</p><p>Em Canaã (1902), Graça Aranha coloca em</p><p>foco a imigração, acontecimento histórico do</p><p> nal do século XIX e início do século XX. A obra é</p><p>considerada um romance-tese, já que é permeada</p><p>por re exões losó cas. Esse tipo de romance é</p><p>típico do naturalismo. Também é marca desse estilo</p><p>a temática racial. Nessa perspectiva, Bárbara del Rio</p><p>Araújo, mestre em Estudos Literários, comenta:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>31</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>“[...], Alfredo Bosi analisa Canaã como uma</p><p>renovada abordagem do nacional. Trata-o</p><p>como uma nova consciência das fontes nacio-</p><p>nais a re etir situações novas como a imigra-</p><p>ção alemã no Espírito Santo, desembocando</p><p>emdiscussões raciais, sociais e morais, pre-</p><p>lúdio inequívoco ao Modernismo. Quanto ao</p><p>estilo desenvolvido, o crítico tentar apontar a</p><p>obra como umromance de tese, o qual con-</p><p> itua num jogo de ideias mundo tropical e a</p><p>mente germânica, Brasil e Europa. Os perso-</p><p>nagens Milkau e Lentz, o primeiro a profetizar</p><p>a vitória dos povos arianos sobre os mestiços</p><p>e o segundo a pregar uma integração harmo-</p><p>niosa dos povos, polarizam o contraste en-</p><p>treracismo e universalismo da obra.”</p><p>Já Monteiro Lobato, em seu livro de</p><p>contosUrupês (1918), traz a figura do Jeca Tatu, o</p><p>caipira. Ao contrário do homem do campo idealizado</p><p>no romantismo, o caipira de Lobato é cheio de</p><p>defeitos, incluindo, entre eles, a preguiça:</p><p>“Porque a verdade nua manda dizer que en-</p><p>tre as raças de variado matiz, formadoras da</p><p>nacionalidade e metidas entre o estrangeiro</p><p>recente e o aborígine de tabuinha no beiço,</p><p>uma existe a vegetar de cócoras, incapaz de</p><p>evolução, impenetrável ao progresso. Feia e</p><p>sorna, nada a põe de pé.”</p><p>O personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, serviu de inspiração para o ator e</p><p>cineasta Amácio Mazzaropi (1912-1981).[1]</p><p>Nessas obras, é possível apontar as</p><p>seguintescaracterísticas pré-modernistas:</p><p>· o nacionalismo (de caráter crítico),</p><p>· as críticas sociais,</p><p>· a análise de questões raciais (muitas vezes,</p><p>em diálogo com o naturalismo),</p><p>· a crítica ao romantismo.</p><p>Por m, temos o único poeta desse</p><p>período: Augusto dos Anjos. Sua poesia é</p><p>tipicamente de transição. Isso porque não possui</p><p>idealizações, é realista, e, também, porque apresenta</p><p>marcas do naturalismo (vocabulário cienti cista), do</p><p>parnasianismo (rigor formal: metri cação e rimas)</p><p>e do simbolismo (referências místicas, entre outras</p><p>marcas).</p><p>Autor de um livro só,</p><p>chamado Eu (1912), Augusto dos Anjos traz para</p><p>a literatura brasileira uma poesia que, muitas</p><p>vezes, dialoga com o grotesco. Em seu soneto</p><p>“Versos íntimos”, o eu lírico mostra-sepessimista em</p><p>relação à humanidade. Nesse poema, além</p><p>do realismo (falta de idealização), é possível</p><p>perceber a in uência parnasiana (decassílabos),</p><p>simbolista (maiúscula alegorizante — Ingratidão</p><p>eHomem) e naturalista (in uência do meio: “Mora</p><p>entre feras, sente inevitável/ Necessidade de também</p><p>ser fera):</p><p>Vês! Ninguém assistiu ao formidável</p><p>Enterro de tua última quimera.</p><p>Somente a Ingratidão — esta pantera —</p><p>Foi tua companheira inseparável!</p><p>Acostuma-te à lama que te espera!</p><p>O Homem, que, nesta terra miserável,</p><p>Mora entre feras, sente inevitável</p><p>Necessidade de também ser fera.</p><p>Toma um fósforo. Acende teu cigarro!</p><p>O beijo, amigo, é a véspera do escarro,</p><p>A mão que afaga é a mesma que apedreja.</p><p>Se a alguém causa inda pena a tua chaga,</p><p>Apedreja essa mão vil que te afaga,</p><p>Escarra nessa boca que te beija!</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>32</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>OLHO NAS DICAS:</p><p>1. Aprofundamento dos conteúdos:</p><p>a) https://blogdoenem.com.br/tag/revisao-li-</p><p>teratura/</p><p>2. Slides:</p><p>a) Realismo /Naturalismo: https://slideplayer.</p><p>com.br/slide/393743/</p><p>b) Parnasianismo: https://www.slideserve.</p><p>com/barrett-edwards/parnasianismo-no-brasil</p><p>c) Simbolismo: https://pt.slideshare.net/Naldi-</p><p>nhoAmorim/simbolismo-14337211</p><p>d) Pré-Modernismo: https://pt.slideshare.net/</p><p>zeniamendes40/pr-modernismoslides</p><p>RECAPITULANDO</p><p>TEXTO 10</p><p>Anjo ferido, Hugo Simberg. Fonte: http://www.portaldovestibulando.</p><p>com/2017/03/1_29.html</p><p>TEXTO 11</p><p>Segundo Cereja (1995) “nenhuma arte é</p><p>inteiramente objetiva”, e a literatura, que é uma dessas</p><p>artes, não é diferente. Uma pintura, por exemplo, por</p><p>mais que seu autor diga ser seu autorretrato nunca</p><p>será inteiramente real, pois sempre representará</p><p>as emoções, os pensamentos, as ideias de seu</p><p>autor, através dos riscos, pinceladas mais e menos</p><p>fortes, cores... sempre uma obra de arte cairá na</p><p>subjetividade. Assim pensavam os simbolistas, ao</p><p>contrário dos parnasianos. Esses primeiros achavam</p><p>que até a ciência, que julgava suas explicações</p><p>“positivas” não podiam explicar todos os fenômenos.</p><p>Assim, os simbolistas caram à margem do</p><p>cienti cismo do século XIX e tentaram resgatar alguns</p><p>valores do Romantismo, movimento contestado</p><p>pelos realistas do século XIX, tais como espiritualismo,</p><p>desejo de transcendência, integração com o universo</p><p>(holismo), misticismo e outros temas como alma,</p><p>morte, dor, purgação eram temas recorrentes</p><p>deste movimento literário que, por usar muito os</p><p>simbolismos, recebeu o nome de Simbolismo.</p><p>CEREJA, William R. & COCHAR, Thereza. Literatura</p><p>Brasileira. São Paulo: Atual, 1995.</p><p>Proposição de questões</p><p>1. Procure pesquisar sobre os movimentos do Blo-</p><p>co III, dialogue com seu professor, e relacione a</p><p>imagem (texto 10) com o texto 11 e aborde o que</p><p>mais aproxima o Simbolismo do Pré-modernismo.</p><p>HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (Upe-ssa 2 2016)</p><p>Enquadram-se os três sonetos em distintos</p><p>Movimentos Literários. Leia-os e analise-os.</p><p>Poema 1</p><p>Já da morte o palor me cobre o rosto,</p><p>Nos lábios meus o alento desfalece,</p><p>Surda agonia o coração fenece,</p><p>E devora meu ser mortal desgosto!</p><p>Do leito embalde no macio encosto</p><p>Tento o sono reter!… já esmorece</p><p>O corpo exausto que o repouso esquece…</p><p>Eis o estado em que a mágoa me tem posto!</p><p>O adeus, o teu adeus, minha saudade,</p><p>Fazem que insano do viver me prive</p><p>E tenha os olhos meus na escuridade.</p><p>Dá-me a esperança com que o ser mantive!</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>33</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Volve ao amante os olhos por piedade,</p><p>Olhos por quem viveu quem já não vive!</p><p>(Álvares de Azevedo,Lira dos 20 anos)</p><p>Poema 2</p><p>A Morte (Olavo Bilac)</p><p>Oh! a jornada negra! A alma se despedaça...</p><p>Tremem as mãos... O olhar, molhado e ansioso, espia,</p><p>E vê fugir, fugir a ribanceira fria</p><p>Por onde a procissão dos dias mortos passa.</p><p>No céu gelado expira o derradeiro dia,</p><p>Na última região que o teu olhar devassa!</p><p>E só, trevoso e largo, o mar estardalhaça</p><p>No indizível horror de uma noite vazia...</p><p>Pobre! por que, a sofrer, a leste e a oeste, ao norte</p><p>E ao sul, desperdiçaste a força de tua alma?</p><p>Tinhas tão perto o Bem, tendo tão perto a Morte!</p><p>Paz à tua ambição! paz à tua loucura!</p><p>A conquista melhor é a conquista da Calma:</p><p>- Conquistaste o país do Sono e da Ventura!</p><p>Poema 3</p><p>A Morte (Cruz e Sousa)</p><p>Oh! que doce tristeza e que ternura</p><p>No olhar ansioso, a ito dos que morrem…</p><p>De que âncoras profundas se socorrem</p><p>Os que penetram nessa noite escura!</p><p>Da vida aos frios véus da sepultura</p><p>Vagos momentos trêmulos decorrem…</p><p>E dos olhos as lágrimas escorrem</p><p>Como faróis da humana Desventura.</p><p>Descem então aos golfos congelados</p><p>Os que na terra vagam suspirando,</p><p>Com os velhos corações tantalizados.</p><p>Tudo negro e sinistro vai rolando</p><p>Báratro a baixo, aos ecos soluçados</p><p>Do vendaval da Morte ondeando, uivando…</p><p>A leitura dos poemas comprova que o tema da</p><p>morte tanto quanto o tema do amor estão presentes</p><p>em textos de todos os movimentos literários e em</p><p>produção de diferentes poetas. Nos três poemas,</p><p>o tema da morte é ponto fundamental. Sobre isso,</p><p>assinale a alternativa CORRETA.</p><p>a) Álvares de Azevedo, em diversos poemas, ao falar</p><p>da morte, tema pelo qual tem certa obsessão,</p><p>usa constantemente a palavrapalor,cujo sentido</p><p>cromático se refere à palidez mórbida da morte,</p><p>característica da poesia desse autor.</p><p>b) Olavo Bilac toma a morte muito poucas vezes</p><p>como tema, ainda que, ao fazê-lo, cria um eu</p><p>lírico despojado de tom confessional, próprio do</p><p>Romantismo, mantendo assim imparcialidade e</p><p>impessoalidade.</p><p>c) O poema 3 apresenta elementos cromáticos</p><p>e sinestésicos, tais como doce tristeza e noite</p><p>escura.Contudo, embora seu tema seja a morte,</p><p>o autor não utiliza esse vocábulo, substituindo-o</p><p>por metáforas, o que é próprio daqueles que</p><p>fazem parte do parnaso.</p><p>d) Há, no poema 2, determinados elementos</p><p>que revelam, à semelhança do 3, preocupação</p><p>com os aspectos formais, aproximando-os do</p><p>Classicismo e do Arcadismo.</p><p>e) Existe uma ordem sequencial dos poemas que</p><p>permite ao leitor relacioná-los ao Simbolismo,</p><p>Romantismo e Parnasianismo. Dessa forma,</p><p>pode-se a rmar que o poema 1 é simbolista, pois</p><p>apresenta um discurso de cunho confessional,</p><p>peculiar a esse Movimento Literário.</p><p>Questão 2 (Unesp 2016)</p><p>Leia o poema do português Eugênio de Castro</p><p>(1869-1944) para responder à questão a seguir.</p><p>MÃOS (Obras poéticas, 1968.)</p><p>Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,</p><p>o vosso gesto é como um balouçar de palma;</p><p>o vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso</p><p>gesto canta!</p><p>Mãos de veludo, mãos de mártir e de santa,</p><p>rolas à volta da negra torre da minh’alma.</p><p>Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes,</p><p>Caridosas Irmãs do hospício da minh’alma,</p><p>O vosso gesto é como um balouçar de palma,</p><p>Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes...</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>34</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Mãos a ladas, mãos de insigne formosura,</p><p>Mãos de pérola, mãos cor de velho mar m,</p><p>Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,</p><p>Duas velas à or duma baía escura.</p><p>Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,</p><p>Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos</p><p>ninhos,</p><p>Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,</p><p>Mas que depois me haveis coroado de rosas!</p><p>A lhadas do luar, mãos de rainha,</p><p>Mãos que sois um perpétuo amanhecer,</p><p>Alegrai, como dois netinhos, o viver</p><p>Da minha alma, velha avó entrevadinha.</p><p>Veri ca-se certa liberdade métrica na</p><p>construção do poema. Na primeira estrofe, tal</p><p>liberdade comprova-se pela:</p><p>a) construção do hendecassílabo fora dos rígidos</p><p>modelos clássicos.</p><p>b) variedade do verso decassílabo e do verso</p><p>alexandrino.</p><p>c) presença de um verso com número menor de</p><p>sílabas que os alexandrinos.</p><p>d) desobediência aos padrões de pontuação</p><p>tradicionais do decassílabo.</p><p>e) presença de dois versos com número maior de</p><p>sílabas que os alexandrinos.</p><p>Questão 3 (Enem 2014)</p><p>Vida obscura</p><p>Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,</p><p>ó ser humilde entre os humildes seres,</p><p>embriagado, tonto de prazeres,</p><p>o mundo para ti foi negro e duro.</p><p>Atravessaste no silêncio escuro</p><p>a vida presa a trágicos deveres</p><p>e chegaste ao saber de altos saberes</p><p>tornando-te mais simples e mais puro.</p><p>Ninguém te viu o sentimento inquieto,</p><p>magoado, oculto e aterrador, secreto,</p><p>que o coração te apunhalou no mundo,</p><p>Mas eu que sempre te segui os passos</p><p>sei que cruz infernal prendeu-te os braços</p><p>e o teu suspiro como foi profundo!</p><p>SOUSA, C. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1961.</p><p>Com uma obra densa e expressiva no</p><p>Simbolismo brasileiro, Cruz e Sousa transpôs para seu</p><p>lirismo uma sensibilidade em con ito com a realidade</p><p>vivenciada. No soneto, essa percepção traduz-se em</p><p>a) sofrimento tácito diante dos limites impostos</p><p>pela discriminação.</p><p>b) tendência latente ao vício como resposta ao</p><p>isolamento social.</p><p>c) extenuação condicionada a uma rotina de tarefas</p><p>degradantes.</p><p>d) frustração amorosa canalizada para as atividades</p><p>intelectuais.</p><p>e) vocação religiosa manifesta na aproximação com</p><p>a fé cristã.</p><p>Questão 4 (PUC-PR-2007)</p><p>Assinale a alternativa que contém a a rmação</p><p>correta sobre o Naturalismo no Brasil.</p><p>a) O Naturalismo,</p><p>por seus princípios cientí cos,</p><p>considerava as narrativas literárias exemplos de</p><p>demonstração de teses e idéias sobre a sociedade</p><p>e o homem.</p><p>b) O Naturalismo usou elementos da natureza</p><p>selvagem do Brasil do século XIX para defender</p><p>teses sobre os defeitos da cultura primitiva.</p><p>c) A valorização da natureza rude veri cada nos</p><p>poetas árcades se prolonga na visão naturalista</p><p>do século XIX, que toma a natureza decadente</p><p>dos cortiços para provar os malefícios da</p><p>mestiçagem.</p><p>d) O Naturalismo no Brasil esteve sempre ligado à</p><p>beleza das paisagens das cidades e do interior do</p><p>Brasil.</p><p>e) O Naturalismo do século XIX no Brasil difundiu na</p><p>literatura uma linguagem cientí ca e hermética,</p><p>fazendo com que os textos literários fossem lidos</p><p>apenas por intelectuais.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>35</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Questão 5 (Enem)</p><p>O sertão e o sertanejo</p><p>Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses</p><p>campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim</p><p>crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-</p><p>se em vicejante tapete de relva, quando lavra o</p><p>incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero</p><p>desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro.</p><p>Minando surda na touceira, queda a vida centelha.</p><p>Corra daí a instantes qualquer aragem, por débil que</p><p>seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula,</p><p>como que a contemplar medrosa e vacilante os</p><p>espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo,</p><p>detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais</p><p>lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo</p><p>até se extinguir de todo, deixando como sinal da</p><p>avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe</p><p>foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte</p><p>melancolia; de todos os lados éticas perspectivas. É</p><p>cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que</p><p>uma varinha de fada andou por aqueles sombrios</p><p>recantos a traçar às pressas jardins encantados e</p><p>nunca vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de</p><p>espantosa atividade. Transborda a vida.</p><p>TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1999 (adaptado).</p><p>O romance romântico teve fundamental</p><p>importância na formação da ideia de nação.</p><p>Considerando o trecho acima, é possível reconhecer</p><p>que uma das principais e permanentes contribuições</p><p>do Romantismo para construção da identidade da</p><p>nação é a:</p><p>a) possibilidade de apresentar uma dimensão</p><p>desconhecida da natureza nacional, marcada</p><p>pelo subdesenvolvimento e pela falta de</p><p>perspectiva de renovação.</p><p>b) consciência da exploração da terra pelos</p><p>colonizadores e pela classe dominante local, o</p><p>que coibiu a exploração desenfreada das riquezas</p><p>naturais do país.</p><p>c) construção, em linguagem simples, realista</p><p>e documental, sem fantasia ou exaltação, de</p><p>uma imagem da terra que revelou o quanto é</p><p>grandiosa a natureza brasileira.</p><p>d) expansão dos limites geográ cos da terra, que</p><p>promoveu o sentimento de unidade do território</p><p>nacional e deu a conhecer os lugares mais</p><p>distantes do Brasil aos brasileiros.</p><p>e) valorização da vida urbana e do progresso, em</p><p>detrimento do interior do Brasil, formulando</p><p>um conceito de nação centrado nos modelos da</p><p>nascente burguesia brasileira.</p><p>Questão 6 (Fuvest)</p><p>Entre as obras mais comentadas do Visconde</p><p>de Taunay estão: O Encilhamento, A Retirada da</p><p>Laguna e, principalmente, o romance:</p><p>a) A Moreninha.</p><p>b) Inocência.</p><p>c) Clarissa.</p><p>d) Rosa.</p><p>e) A Escrava Isaura.</p><p>Questão 7</p><p>São características do Pré-Modernismo:</p><p>a) Riqueza em detalhes e pelo exagero.</p><p>b) Linguagem coloquial.</p><p>c) Exaltação da natureza.</p><p>d) Marginalidade dos personagens.</p><p>e) Nacionalismo e Indianismo.</p><p>Questão 8</p><p>Indique a alternativa que contenha apenas</p><p>autores pré-modernistas:</p><p>a) Euclides da Cunha, Graça Aranha, Monteiro</p><p>Lobato.</p><p>b) Arianos Suassuna, Graciliano Ramos, Monteiro</p><p>Lobato.</p><p>c) Lima Barreto, José de Anchieta, Euclides da</p><p>Cunha.</p><p>d) José de Anchieta, Santa Rita Durão, Tomás</p><p>Antônio Gonzaga.</p><p>e) Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, Clarice</p><p>Lispector.</p><p>Questão 9</p><p>“Malazarte”, “A Estética da Vida” e</p><p>“Correspondência de Machado de Assis e Joaquim</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>36</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Nabuco” foram escritas por qual escritor pré-</p><p>modernista?</p><p>a) Machado de Assis</p><p>b) Graça Aranha</p><p>c) Paulo Leminski</p><p>d) Euclides da Cunha</p><p>e) Lima Barreto</p><p>Questão 10</p><p>Esse pré-modernista foi um dos fundadores</p><p>da Academia Brasileira de Letras e rompeu com ela.</p><p>São suas palavras: “Se a Academia se desvia desse</p><p>movimento regenerador, se a Academia não se</p><p>renova, morra a Academia!”. De que escritor estamos</p><p>falando?</p><p>a) Monteiro Lobato</p><p>b) Aluísio de Azevedo</p><p>c) Machado de Assis</p><p>d) Graça Aranha</p><p>e) José Veríssimo</p><p>Para comentário de questões e respostas: http://www.portaldovestibulando.</p><p>com/2017/03/1_29.html</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exerci-</p><p>cios-sobre-pre-modernismo/</p><p>BLOCO TEMÁTICO 4:</p><p>MODERNISMO E TENDÊNCIAS</p><p>CONTEMPORÂNEAS</p><p>Neste bloco 4, estudaremos uma literatura</p><p>mais próxima de nossa realidade atual, onde a</p><p>escrita deixa de ser um lugar só de criação artística</p><p>e expressão do “eu lírico” e passa a ser também um</p><p>registro experimental. A partir da Semana de Arte</p><p>Moderna, a Literatura Brasileira passa por uma</p><p>transformação, em que o local, o cotidiano, o regional,</p><p>entram com toda força como cenário do processo de</p><p>criação. Produções artísticas inspiradas nos modelos</p><p>europeus, agora são moldes para uma recriação, uma</p><p>antropofagia.</p><p>Mas adiante, teremos a literatura</p><p>contemporânea, assim conhecida, mas sem ainda</p><p>denominação. O poema-processo. A poesia práxis,</p><p>a poesia marginal e concretismo são apenas alguns</p><p>exemplos.</p><p>Você está preparado para tantas inovações?</p><p>Avante, camaradas!</p><p>Abaporu, Tarsila do Amaral, 1928. Disponível em: https://www.todamateria.</p><p>com.br/modernismo-no-brasil/</p><p>AS FASES DO MODERNISMO</p><p>O modernismo no Brasil foi um movimento</p><p>artístico, cultural e literário que se caracterizou pela</p><p>liberdade estética, o nacionalismo e a crítica social.</p><p>Inspirado pelas inovações artísticas das vanguar-</p><p>das europeias (cubismo, futurismo, dadaísmo,</p><p>expressionismo e surrealismo), ele teve como</p><p>marco inicial aSemana de Arte Moderna, que</p><p>aconteceu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de</p><p>1922, no Theatro Municipal de São Paulo.</p><p>No país, o cenário era de insatisfação, pois</p><p>muitas pessoas consideravam a política, a economia</p><p>e a cultura estagnadas. Parte disso estava relacionado</p><p>com o modelo político vigente baseado na política</p><p>do café com leite.</p><p>Com o poder concentrado nas mãos de grandes</p><p>fazendeiros, paulistas e mineiros se revezavam no</p><p>poder. Isso ocorreu até 1930, quando um golpe de</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>37</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>estado depôs o presidente Washington Luís, pondo</p><p> m à República velha.</p><p>Foi nesse cenário de incertezas que um grupo</p><p>de artistas, empenhados em propor uma renovação</p><p>estética na arte, apresentam um novo olhar, mais</p><p>libertário, contrário ao tradicionalismo e o rigor</p><p>estético.</p><p>Assim, surge a Semana de Arte Moderna,</p><p>liderada pelo chamado “Grupo dos cinco”: Anita</p><p>Malfatti, Mário de Andrade, Menotti del Picchia,</p><p>Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.</p><p>Esse evento, que reuniu diversas apresentações</p><p>e exposições, colaborou com o surgimento de</p><p>revistas, manifestos, movimentos artísticos e grupos</p><p>com experimentações estéticas inovadoras. Tudo isso</p><p>permitiu consolidar as ideias modernistas e inaugurar</p><p>o movimento no país.</p><p>Contexto histórico do</p><p>modernismo no Brasil</p><p>O modernismo no Brasil surge logo após a</p><p>Primeira Guerra Mundial (1914-1918) que levou</p><p>a morte de milhares de pessoas, a destruição de</p><p>diversas cidades e a instabilidade política e social.</p><p>Assim, numa tentativa de reestruturar o</p><p>país politicamente, e também o campo das artes -</p><p>estimulado pelas vanguardas europeias, encontra-se</p><p>a motivação para romper com o tradicionalismo.</p><p>No país, o movimento modernista surgiu na se-</p><p>gunda fase da República velha (1889-1930), cha-</p><p>mada de República das Oligarquias ou República</p><p>do café com leite. Nesse contexto, o poder era</p><p>revezado entre paulistas e mineiros e dominado</p><p>por aristocratas fazendeiros.</p><p>Em decorrência disso e do aumento da in ação</p><p>que fazia aumentar a crise e propulsionava greves</p><p>e protestos, o momento era de insatisfação. Ao</p><p>mesmo tempo, o movimento tenentista ganhava</p><p>força e tentava derrubar o esquema das oligarquias,</p><p>cujo poder estava concentrado nas mãos das elites</p><p>agrárias tradicionais.</p><p>Algumas revoltas que aconteceram nesse</p><p>momento pelos tenentistas foram: a revolta do forte</p><p>de Copacabana, em julho de 1922, no Rio de Janeiro;</p><p>a revolta paulista de 1924, que ocorreu na cidade de</p><p>São Paulo; e a Coluna Prestes (1925-1927). Todos elas</p><p>reivindicavam o m da República Velha e do sistema</p><p>oligárquico.</p><p>A crise econômica gerada pela quebra da</p><p>bolsa de valores de Nova Iorque, em 1929, acelerou</p><p>esse processo e essa mudança foi alcançada com a</p><p>Revolução de 30. Assim, um golpe de estado depôs</p><p>o presidente Washington Luís e marcou o m da</p><p>República velha. Começa, então, a Era Vargas que</p><p>durou até 1945, ano que termina da Segunda Guerra</p><p>Mundial.</p><p>Fases do modernismo no</p><p>Brasil</p><p>O modernismo no Brasil foi um longo período</p><p>(1922-1960) que reuniu diversas características e</p><p>obras, por isso, esteve dividido em três fases, também</p><p>chamadas de gerações:</p><p> Primeira fase modernista (1922-1930) - a fase</p><p>heroica ou de destruição</p><p> Segunda fase modernista (1930-1945) - a fase</p><p>de consolidação ou geração de 30</p><p> Terceira fase modernista (1945-1960) - a</p><p>geração de 45</p><p>Primeira fase modernista no</p><p>Brasil (1922-1930)</p><p>A primeira fase do modernismo esteve voltada</p><p>para a busca de uma identidade nacional. Nesse</p><p>momento, diversos artistas aproveitaram a agitação</p><p>causada pela semana de arte moderna para romper</p><p>com os modelos preconcebidos que, segundo eles,</p><p>eram limitados e impediam a criatividade.</p><p>Inspirado nas ideias das vanguardas artísticas</p><p>europeias, os artistas buscam uma renovação estética.</p><p>Por esse motivo, ela é conhecida como a “fase heroica”,</p><p>sendo a mais radical de todas. É também chamada de</p><p>“fase de destruição”, pois propunha a destruição dos</p><p>modelos que vigoravam no cenário artístico-cultural</p><p>do país.</p><p>A consolidação de uma arte genuinamente</p><p>brasileira possibilitou a valorização da cultura e</p><p>do folclore. Junto a isso, os artistas estabelecem</p><p>a liberdade formal, rompendo com a sintaxe e</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>38</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>utilizando uma linguagem mais coloquial para se</p><p>aproximar da fala cotidiana.</p><p>Muitas revistas e manifestos foram criados,</p><p>o que fez surgir alguns movimentos, dos quais se</p><p>destacam: o movimento pau-brasil, o movimento</p><p>antropofágico, o movimento regionalista e o</p><p>movimento verde-amarelo.</p><p>Saiba mais sobre cada um dos movimentos</p><p>modernistas da primeira fase:</p><p> Movimento Pau-Brasil</p><p> Movimento Antropofágico</p><p> Grupo modernista-regionalista de Recife</p><p> Movimento Verde-Amarelo e a Escola da Anta</p><p>Características da primeira</p><p>fase modernista</p><p> fase mais radical e nacionalista;</p><p> busca de uma identidade nacional;</p><p> maior liberdade formal com rupturas da sintaxe;</p><p> presença de regionalismos e linguagem</p><p>informal;</p><p> valorização do folclore, arte e cultura popular</p><p>brasileira;</p><p> uso de versos livres, que não possuem métrica</p><p>(medida);</p><p> uso de versos brancos, com ausência de rimas;</p><p> utilização do sarcasmo e da ironia.</p><p>Principais autores e obras da</p><p>primeira fase modernista no</p><p>Brasil</p><p>Os escritores e as obras mais relevantes da</p><p>primeira geração modernista, foram:</p><p>1. Mario de Andrade (1893-1945) -</p><p>Obras:Paulicéia Desvairada (1922), Amar, Verbo</p><p>Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928).</p><p>2. Oswald de Andrade (1890-1954) - Obras: Os</p><p>condenados (1922), Memórias Sentimentais de</p><p>João Miramar (1924) e Pau Brasil(1925).</p><p>3. Manuel Bandeira (1886-1968) - Obras: A</p><p>cinza das horas (1917), Carnaval (1919)</p><p>e Libertinagem (1930).</p><p>Con ra abaixo um trecho do poema de Manuel</p><p>Bandeira que representa a posição dos modernistas</p><p>nessa primeira fase:</p><p>Poética</p><p>Estou farto do lirismo comedido</p><p>Do lirismo bem comportado</p><p>Do lirismo funcionário público com livro de ponto</p><p>expediente</p><p>protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor.</p><p>Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no</p><p>dicionário o</p><p>cunho vernáculo de um vocábulo.</p><p>Abaixo os puristas</p><p>(...)</p><p>Quero antes o lirismo dos loucos</p><p>O lirismo dos bêbados</p><p>O lirismo difícil e pungente dos bêbedos</p><p>O lirismo dos clowns de Shakespeare</p><p>— Não quero mais saber do lirismo que não é liber-</p><p>tação.</p><p>Saiba mais sobre os autores da primeira fase do modernismo no Brasil.</p><p>Segunda fase modernista no</p><p>Brasil (1930-1945)</p><p>A segunda fase do modernismo, chamada</p><p>de fase de consolidação ou geração de 30, começou</p><p>em 1930 e durou até 1945, quando termina a Segunda</p><p>Guerra Mundial.</p><p>Diferente da primeira fase, que apresentava</p><p>um caráter mais destrutivo e radical, na segunda</p><p>geração, os artistas demonstram maior equilíbrio e</p><p>racionalidade em seus escritos.</p><p>Esse momento de amadurecimento da</p><p>literatura brasileira é caracterizado por temáticas</p><p>nacionalistas, regionalistas e de caráter social,</p><p>com predomínio de uma literatura mais crítica e</p><p>revolucionária. Além da prosa de cção, a poesia</p><p>brasileira se consolida, o que signi ca o maior êxito</p><p>para os modernistas.</p><p>Esse é um momento muito fértil da literatura</p><p>brasileira onde encontramos uma vasta produção de</p><p>textos poéticos em verso e prosa.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>39</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Características da segunda</p><p>fase modernista</p><p> fase de consolidação do modernismo no Brasil;</p><p> vasta produção literária em poesia e prosa</p><p>(poesia de 30 e romance de 30);</p><p> valorização do regionalismo e da linguagem</p><p>popular;</p><p> utilização de versos livres, sem métrica, e</p><p>brancos, sem rimas;</p><p> crítica à realidade social brasileira;</p><p> valorização da diversidade cultural do país;</p><p> temática cotidiana, social, histórica e religiosa.</p><p>Principais autores e obras da</p><p>segunda fase modernista no</p><p>Brasil</p><p>Os poetas e as obras que se destacaram na</p><p>chamada “poesia de 30” foram:</p><p>1. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)</p><p>- Obras: Alguma poesia (1930), A Rosa do</p><p>povo (1945) e Claro Enigma (1951).</p><p>2. Murilo Mendes (1901-1975) -</p><p>Obras:Poemas (1930),A poesia em pânico (1937)</p><p>e As metamorfoses (1944).</p><p>3. Jorge de Lima (1893-1953) - Obras: Novos</p><p>poemas (1929), O acendedor de lampiões (1932)</p><p>e O anjo (1934).</p><p>4. Cecília Meireles (1901-1964) -</p><p>Obras: Espectros (1919), Romanceiro da</p><p>Incon dência (1953) e Batuque, Samba e</p><p>Macumba (1935).</p><p>5. Vinicius de Moraes (1913-1980) - Obras:Poemas,</p><p>Sonetos e Baladas (1946), Antologia</p><p>Poética (1954), Orfeu da Conceição (1954).</p><p>Con ra abaixo um dos poemas mais</p><p>emblemáticos de Carlos Drummond de Andrade,</p><p>publicado na revista deAntropofagia (1928), e que</p><p>causou um grande escândalo na época:</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra</p><p>Tinha uma pedra no meio do caminho</p><p>Tinha uma pedra</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra.</p><p>Nunca me esquecerei desse acontecimento</p><p>Na vida de minhas retinas tão fatigadas.</p><p>Nunca me esquecerei que no meio do caminho</p><p>Tinha uma pedra</p><p>Tinha uma pedra no meio do caminho</p><p>No meio do caminho tinha uma pedra.</p><p>Já na prosa da segunda geração, ou “romance</p><p>de 30”, os escritores e as obras que se destacaram</p><p>foram:</p><p>1. Graciliano Ramos (1892-1953)</p><p>- Obras: Vidas Secas (1938), São</p><p>Bernardo(1934),Angústia (1936), Memórias do</p><p>cárcere (1953).</p><p>2. José Lins do Rego (1901-1957) - Obras:</p><p>Menino do</p><p>ngenho(1932),Doidinho (1933), Banguê(1934)</p><p>e Fogo morto (1943).</p><p>3. Jorge Amado (1912-2001) - Obras: O País do</p><p>Carnaval (1930), Mar morto (1936) e Capitães</p><p>da areia (1937).</p><p>4. Rachel de Queiroz (1910-2003) - Obras: O</p><p>quinze (1930), Caminho das pedras (1937)</p><p>e Memorial de Maria Moura (1992).</p><p>5. Érico Veríssimo (1905-1975) - Obras:Olhai os lírios</p><p>do campo (1938),O Tempo e o Vento - 3 volumes</p><p>(1948-1961) e Incidente</p><p>em Antares (1971).</p><p>Veja abaixo um trecho da obraVidas Secas, de</p><p>Graciliano Ramos, que retrata a vida de uma família</p><p>de retirantes no sertão brasileiro:</p><p>Na planície avermelhada os juazeiros</p><p>alargavam duas manchas verdes. Os infelizes</p><p>tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados</p><p>e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas</p><p>como haviam repousado bastante na areia do rio</p><p>seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia</p><p>horas que procuravam uma sombra. A folhagem dos</p><p>juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados</p><p>da catinga rala.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>40</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Terceira fase modernista no</p><p>Brasil (1945-1960)</p><p>Com o m da Segunda Guerra Mundial e o</p><p>processo de redemocratização do país, em 1945, a arte</p><p>brasileira produzida na terceira fase do modernismo</p><p>ganha novos contornos e linguagens. Muitos críticos</p><p>literários defendem que essa fase terminou em 1960,</p><p>já outros acreditam que ela perdura até o presente.</p><p>Esse momento, que cou conhecido como</p><p>“Geração de 45”, reuniu um grupo de escritores,</p><p>muitas vezes chamados de neoparnasianos, que</p><p>buscavam uma poesia mais equilibrada e objetiva.</p><p>Assim, a liberdade formal, característica das</p><p>fases anteriores, é deixada de lado para dar lugar à</p><p>métrica e o culto à forma, com produções inspiradas</p><p>no Parnasianismo e Simbolismo.</p><p>Além da poesia, há uma diversidade grande na</p><p>prosa com a prosa urbana, intimista e regionalista.</p><p>Características da terceira</p><p>fase modernista</p><p> linguagem mais objetiva e equilibrada;</p><p> in uência do Parnasianismo e Simbolismo;</p><p> oposição à liberdade formal;</p><p> forte preocupação com a estética e a perfeição;</p><p> valorização da métrica e da rima;</p><p> temática social e humana.</p><p>Principais autores e obras da</p><p>terceira fase modernista no</p><p>Brasil</p><p>Os escritores que se destacaram nessa fase, na</p><p>poesia e na prosa, foram:</p><p>1. Mario Quintana (1906-1994) - Obras:Rua dos</p><p>cataventos (1940), Canções (1946) e Baú de</p><p>espantos (1986).</p><p>2. João Cabral de Melo Neto (1920-1999)</p><p>- Obras: Pedra do sono (1942), O cão sem</p><p>plumas (1950) e Morte e vida severina (1957).</p><p>3. Guimarães Rosa (1908-1967) -</p><p>Obras: Sagarana (1946), Primeiras</p><p>Estórias (1962) e Grande Sertão: Veredas (1956).</p><p>4. Clarice Lispector (1920-1977) - Obras:Perto do</p><p>coração selvagem (1942), A paixão segundo G.</p><p>H (1964) e A hora da estrela (1977).</p><p>Disponível em: https://www.todamateria.com.br/</p><p>modernismo-no-brasil/</p><p>O QUE É LITERATURA</p><p>CONTEMPORÂNEA?</p><p>A literatura contemporânea é a que vivenciamos</p><p>atualmente. Começou após o encerramento do pós-</p><p>modernismo, por volta da metade do século XX.</p><p>A transição de uma escola literária para</p><p>outra se dá por meio de mudanças no cotidiano de</p><p>determinada época.Acontecimentos que envolvem</p><p>a sociedade em geral, e até mesmo a política, fazem</p><p>com que os movimentos artísticos mudem, com</p><p>aspectos característicos de cada período.</p><p>Sendo assim, podemos a rmar que aliteratura</p><p>contemporânea brasileira é um reflexo dos</p><p>acontecimentos do momento: o desenvolvimento</p><p>industrial e tecnológico acentuado e a crise nos</p><p>meios político e social.</p><p>Contexto histórico</p><p>Para compreender melhoro que é a literatura</p><p>contemporânea, é interessante entender o contexto</p><p>histórico da época. Muitas características dessa</p><p>escola, que veremos quais são no próximo tópico, são</p><p>explicadas pela sucessão de fatos transcorridos.</p><p>Nos anos 60, sob o governo populista de</p><p>Juscelino Kubitscheck, a população brasileira foi</p><p>tomada por uma euforia política e econômica. Isso</p><p>re etiu na cultura em diversos movimentos artísticos,</p><p>comoBossa Nova, Cinema Novo, Vanguarda, teatro</p><p>de Arena e a chegada da televisão. Então, com o</p><p>golpe militar, que derrubou João Goulart, a euforia</p><p>teve m.</p><p>O clima de censura e o medo se instauraram</p><p>no país. Com o fechamento do congresso, jornais,</p><p>revistas, lmes, músicas e peças de teatro censurados</p><p>e o exílio de intelectuais, políticos e artistas que se</p><p>opunham à ditadura militar, foi necessário usar</p><p>disfarces na cultura.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>41</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Os movimentos artísticos precisaram</p><p>encontrar formas diferentes para se expressar ou</p><p>até mesmo acontecer por “debaixo dos panos”. O</p><p>tricampeonato da seleção brasileira de futebol foi</p><p>usado como motivo nacionalista para silenciar o</p><p>povo.</p><p>No nal dos anos 70, o então presidente</p><p>Figueiredo sancionou a Lei da Anistia, que permitiu</p><p>o retorno dos exilados para o Brasil. Assim, o clima de</p><p>otimismo voltou para os descontentes com aditadura</p><p>militar que, por sua vez, acabou em 1985 com</p><p>o movimento Diretas Já! Em 1998, foi eleito para</p><p>presidente Fernando Collor de Mello, sendo deposto</p><p>2 anos depois.</p><p>Características da literatura</p><p>contemporânea</p><p>Nas últimas décadas, a multiplicidade é um</p><p>ponto marcante da cultura brasileira. Podemos dizer</p><p>que a literatura contemporânea brasileira é um</p><p>apanhado de diversas escolas literárias anteriores.</p><p>Sendo assim, as características dela são:</p><p> quebra do limite entre a arte erudita e a popular;</p><p> intertextualidade: quando há o diálogo com</p><p>outras obras que o autor presume que sejam</p><p>conhecidas;</p><p> ecletismo: mistura de estilos, contemplando</p><p>gostos diversi cados;</p><p> vários modos denarrativas;</p><p> preocupação com o presente, sem planejamento</p><p>para o futuro;</p><p> temas do cotidiano;</p><p> engajamento social;</p><p> técnicas novas de arte e escrita;</p><p> elaboração de contos ecrônicas;</p><p> obras reduzidas (minicontos, mini crônicas, etc).</p><p>Tendências contemporâneas</p><p>da literatura brasileira</p><p>Antes de expor quais são as tendências</p><p>contemporâneas da literatura brasileira, é preciso</p><p>conceituá-las. Tendências ou estilos literários são</p><p>padrões de escrita, ou outra manifestação de arte,</p><p>que caracterizam uma escola.</p><p>As tendências contemporâneas da literatura</p><p>brasileira são divididas em duas linhas. A</p><p>primeira é a tradicional, que conta com autores</p><p>e características pós-modernistas reformuladas.</p><p>Como exemplo temos as vertentes do romantismo:</p><p> regionalista;</p><p> intimista;</p><p> urbano-social;</p><p> político;</p><p> memorialista;</p><p> experimentais e metalinguísticos.</p><p>A segunda é a alternativa, com autores que,</p><p>de fato, queriam romper com o tradicional, lançando</p><p>novas maneiras e estilos de expressar a sua arte. O</p><p>destaque ca para apoesia, em que os sentimentos</p><p>oprimidos pela ditadura ganham espaço.</p><p>Concretismo (1950)</p><p>É um tipo de poesia que não tem forma,</p><p>nem versos de nidos, diferentemente do lirismo.</p><p>Ele pode ser lido de qualquer direção. Embora tenha</p><p>surgido antes, ganhou visibilidade após a Exposição</p><p>Nacional da Arte Concreta de São Paulo.</p><p>Poema processo</p><p>Em 1964, dois autores — Décio Pignatari e o</p><p>Luiz Ângelo Pinto — criaram o poema semiótico ou</p><p>código, dando início a esse estilo, que geralmente</p><p>é visual.O Poema Processo tem semelhança com</p><p>o dadaísmo — movimento artístico e literário</p><p>considerado o mais radical da Vanguarda</p><p>Europeia.</p><p>Poesia social</p><p>Os versos da Poesia Social saem do padrão</p><p>da concreta e da lírica, impondo temas de interesse</p><p>social, como aGuerra Fria e o Neocapitalismo. Após</p><p>o golpe militar, ela é considerada um estilo de</p><p>resistência, junto com outras expressões culturais.</p><p>Poesia marginal</p><p>A poesia marginal vai na contramão da</p><p>cultura do Brasil na época da ditadura militar. Ela</p><p>tinha o objetivo de expressar toda a violência diária</p><p>sofrida pelos opositores ao regime, e ir contra o</p><p>conservadorismo da sociedade.Suas características</p><p>marcantes são a ironia, o sarcasmo, as gírias e o</p><p>humor.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>42</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Principais autores e obras da</p><p>literatura contemporânea no</p><p>Brasil</p><p>Bom, agora que você já sabeo que é a literatura</p><p>contemporânea brasileira, que tal descobrir quais</p><p>são osalguns autoresque fazem parte dessa escola</p><p>literária? Con ra a seguir os grandes nomes e</p><p>algumas de suas respectivas obras de sucesso:</p><p>1. Ariano Suassuna (1927-2014):</p><p>escreveu “Auto</p><p>da Compadecida” (1955) e “O Romance d’A</p><p>Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do</p><p>Vai-e-Volta”;</p><p>2. Antônio Callado (1917-1997): escritor de “A</p><p>Madona de Cedro” (1957), “Quarup” (1967) e</p><p>“O Tesouro de Chica da Silva” (1962);</p><p>3. Caio Fernando Abreu (1948-1996): autor de</p><p>“Morangos Mofados” (1982) e “Onde Andará</p><p>Dulce Veiga?” (1990);</p><p>4. Cora Coralina (1889-1985): autora de “Poemas</p><p>dos Becos de Goiás e Estórias Mais” (1965) e</p><p>“Estórias da Casa Velha da Ponte” (1985);</p><p>5. Ferreira Gullar (1930-2016): escritor de “Poema</p><p>Sujo” (1976) e “Em Alguma Parte Alguma” (2010).</p><p>Como vimos, a literatura contemporânea</p><p>é marcada por uma mistura de estilos literários,</p><p>como um re exo dos acontecimentos de sua época.</p><p>Ela perdura até hoje com grandes obras e autores</p><p>reconhecidos internacionalmente.</p><p>Fonte: https://www.stoodi.com.br/</p><p>blog/2019/10/02/literatura-contemporanea-</p><p>o-que-e/</p><p>OLHO NAS DICAS:</p><p>1. Aprofundamento dos conteúdos:</p><p>a) https://beduka.com/blog/materias/litera-</p><p>tura/resumo-do-modernismo/</p><p>b) https://brasilescola.uol.com.br/</p><p>literatura/o-modernismo-no-brasil.htm</p><p>2. Slides/mapas conceituais:</p><p>a) Modernismo:</p><p>Slides:</p><p>https://pt.slideshare.net/kevinalcatel/moder-</p><p>nismo-brasileiro-49338810</p><p>Mapa:</p><p>ht t p : / / t a re f i n h a s o b re a m e s a . b l o g s p o t .</p><p>com/2011/04/mapa-conceitual-da-primeira-fase-do.</p><p>html</p><p>b) Contemporaneidade:</p><p>Slides:</p><p>https://pt.slideshare.net/brunospiri/literatura-</p><p>contemporanea-25293056</p><p>3. Indicação de livros</p><p>a) O santo e a porca, Ariano Sussuana</p><p>Fonte: http://educacao.globo.com/literatura/</p><p>assunto/resumos-de-livros/o-santo-e-a-porca.html</p><p>b) Pão e poesia, Sérgio Vaz</p><p>Fonte: https://www.travessa.com.br/literatura-</p><p>-pao-e-poesia/artigo/85f4b457-62ce-4959-a-</p><p>637-355084f0b759</p><p>c) Toda poesia, Paulo Leminski</p><p>Fonte: https://www2.unicentro.br/pet-</p><p>letras/2017/08/30/resumo-da-obra-toda-poesia-de-</p><p>paulo-leminski/?doing_wp_cron=1575728506.1282</p><p>379627227783203125</p><p>d) A teus pés, Ana Cristina César</p><p>Fonte e para ler mais:https://www.passeiweb.com/</p><p>estudos/livros/a_teus_pes</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>43</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>A LITERATURA NEGRA NO</p><p>BRASIL</p><p>Em meados de 2013, Vagner Amaro emperrou</p><p>na tarefa de montar um acervo de literatura</p><p>contemporânea de autoria negra na biblioteca</p><p>em que trabalhava: encontrava-se pouca coisa e</p><p>com di culdade no circuito comercial de livrarias e</p><p>editoras. Passados alguns anos, em 2015, descobriu</p><p>que a autora recém premiada com o prestigiado</p><p>Jabuti pelo livro de contosOlhos D’Água,Conceição</p><p>Evaristo, tinha grande parte da sua produção fora</p><p>das prateleiras e catálogos, quando não esgotada</p><p>e sem reedições. Os dois eventos, Amaro já sabia,</p><p>não eram mero acaso, mas o re exo de um mercado</p><p>consolidado que torna invisível a produção literária</p><p>de autores e autoras negros. Assim, pouco tempo</p><p>depois, ele fundou a Malê, uma pequena editora</p><p>carioca voltada para publicação de literatura de</p><p>autoria negra.</p><p>Com pouco mais de dois anos e cerca de 30</p><p>títulos, a Malê – nome inspirado na revolta dos</p><p>malês, levante de escravos na cidade de Salvador,</p><p>que aconteceu em 1835 – alcançou um prestígio</p><p>que é prova de que o editor estava certo não apenas</p><p>sobre a invisibilidade de autores negros no mercado,</p><p>mas também sobre a oportunidade oferecida por</p><p>essa lacuna. Em 01/05/2018, o autor moçambicano</p><p>Dany Wambire participou da Feira Nacional de Livros</p><p>de Poços de Caldas, e, no final de julho, o congolês</p><p>Alain Mabanckou participou da Flip 2018 – Festa</p><p>Literária Internacional de Paraty – ambos editados</p><p>pela Malê. “Eu parti de um problema que afetava</p><p>a literatura brasileira, mas hoje ampliamos este</p><p>foco para autores afrodescendentes e africanos,</p><p>principalmente os que ainda não foram editados</p><p>aqui, como é o caso dos dois”, diz Amaro.</p><p>“Qualquer ação que vise democratizar a</p><p>ampliação de leitores, terá que passar pela questão</p><p>da diversidade e da representatividade na literatura”,</p><p>comenta Amaro. E a falta de representatividade não</p><p>é apenas uma sensação, mas uma realidade aferida,</p><p>inclusive, numericamente. Uma pesquisa coordenada</p><p>pela professora Regina Dalcastagnè, da Universidade</p><p>de Brasília (UNB), por exemplo, mostra dados</p><p>indiscutíveis sobre a publicação de romances nas</p><p>principais editoras do país. Entre 2004 e 2014, apenas</p><p>2,5% dos autores publicados não eram brancos. No</p><p>mesmo recorte temporal, só 6,9% dos personagens</p><p>retratados nos romances eram negros, sendo que só</p><p>4,5% eram protagonistas da história. E, entre 1990</p><p>e 2004, o top cinco de ocupações dos personagens</p><p>negros era:bandido, empregado doméstico, escravo,</p><p>pro ssional do sexo e dona de casa.</p><p>A pesquisa coordenada por Dalcastagnè</p><p>compila dados desde 1965 e o que se enxerga é</p><p>a continuidade, quando não a piora, do cenário</p><p>de homogeneidade que se estende também para</p><p>outros setores da sociedade (veja tabelas abaixo).</p><p>Ao contrário do cenário feminino, em que o número</p><p>de mulheres autoras cresceu nos últimos 20 anos</p><p>– apesar de ainda ser muito mais baixo que o de</p><p>autores –, o número de escritores negros se manteve</p><p>praticamente o mesmo. Segundo Dalcastagnè,</p><p>historicamente há uma série de questões envolvidas</p><p>nessa disparidade, mas a permanência do cenário</p><p>mostra uma especi cidade do mercado. “Talvez eles</p><p>não sejam editados porque são sempre encarados</p><p>como uma literatura de nicho. Por que a literatura de</p><p>um homem branco, de classe média, é considerada</p><p>universal e a de uma mulher negra não seria?”,</p><p>comenta a pesquisadora.</p><p>Sexo dos autores (Pesquisa “Personagens</p><p>do romance brasileiro”, orientada por Regina</p><p>Dalcastagnè)</p><p>Período</p><p>1965-</p><p>1979</p><p>1990-</p><p>2004</p><p>2005-</p><p>2014</p><p>Feminino 15 (17,4%) 45 (27,3%) 58 (29,4%)</p><p>Masculino 71 (82,6%)</p><p>120</p><p>(72,7%)</p><p>139 (70,6%)</p><p>Total 86 165 197</p><p>Cor dos autores (Pesquisa “Personagens</p><p>do romance brasileiro”, orientada por Regina</p><p>Dalcastagnè)</p><p>Período 1965-1979 1990-</p><p>2004 2005-2014</p><p>Brancos 80 (93,0%)</p><p>155</p><p>(93,9%)</p><p>192</p><p>(97,5%)</p><p>Não</p><p>identi cados</p><p>6 (7,0%) 6 (3,6%) -</p><p>Não-brancos - 4 (2,4%) 5 (2,5%)</p><p>Total 86 165 197</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>44</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>“Ouvi de muitos leitores da Malê que eles</p><p>apenas passaram a gostar de ler quando entraram</p><p>em contato com textos da literatura negra. Em</p><p>um país com índices de leitura tão baixos, co</p><p>pensando quantos leitores potenciais não estão</p><p>sendo perdidos”, diz Amaro. Para ele, embora os</p><p>elementos de identi cação com os textos literários</p><p>sejam complexos, e grande parte da importância</p><p>da literatura seja exatamente a possibilidade de se</p><p>identi car com histórias bem diferentes das nossas,</p><p>não é difícil entender que para uma pessoa negra ler</p><p>apenas a ccionalização da vida de pessoas brancas</p><p>é algo ruim. “Não é apenas uma questão política,</p><p>mas estética. A manipulação da forma literária por</p><p>diferentes grupos sociais pode gerar resultados</p><p>diferentes. Por isso, também, é tão importante inserir</p><p>novas vozes em nosso campo literário”, concorda a</p><p>pesquisadora Dalcastagnè.</p><p>Para ler mais: https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/21/</p><p>cultura/1526921273_678732.html</p><p>Fonte: http://tucanafrosergipe.blogspot.</p><p>com/2014/02/charge-do-dia-voce-e-100-</p><p>negro.html</p><p>Proposição de questões</p><p>1. Converse com seus colegas e seu professor, pes-</p><p>quise sobre a Literatura negra no Brasil e re ita</p><p>sobre a charge acima, produzindo um pequeno</p><p>texto fruto da re exão e da pesquisa.</p><p>LITERATURA DE</p><p>ESCRITA FEMININA PRÉ-</p><p>MODERNISMO: QUANTAS</p><p>AUTORAS BRASILEIRAS E</p><p>NEGRAS VOCÊ JÁ LEU?</p><p>Aposto que não muitas, mas elas existem! E</p><p>são feministas, mães, da periferia, trabalhadoras e</p><p>pesquisadoras que sabem colocar em palavras o</p><p>ponto de vista da mulher negra que sente tudo na</p><p>pele. Tratam de diversos temas de uma maneira</p><p>emocionante, mas, infelizmente, são pouco</p><p>divulgadas e publicadas – é quase impossível</p><p>encontrar obras em livrarias.</p><p>Conversamos com Bianca Gonçalves,</p><p>pesquisadora da USP e idealizadora do projetoLeia</p><p>Mulheres Negras, e juntas, selecionamos</p><p>15 escritoras</p><p>negras brasileiras que você precisa conhecer. A nal,</p><p>como diria Alzira Ru no: o possível, estamos fazendo</p><p>agora; o impossível demora um pouco mais!</p><p>1. Maria Firmina dos Reis</p><p>Ninguém mais, ninguém menos que a</p><p>primeira romancista brasileira. Maria Firmina</p><p>nasceu no Maranhão em 1825. Ao longo dos</p><p>seus 92 anos de vida, teve diversas publicações, a</p><p>primeira foi o romanceÚrsula, considerado um dos</p><p>primeiros escritos produzidos por uma mulher no</p><p>Brasil. Durante a campanha abolicionista, o livro A</p><p>Escrava reforçou a postura antiescravista de</p><p>Maria, que é compositora do hino da abolição da</p><p>Escravatura. Fundadora da primeira escola mista</p><p>e gratuita do estado, a escritora sempre lutou pela</p><p>educação, igualdade racial e de gênero.</p><p>2. Carolina Maria de Jesus</p><p>Quando questionada sobre o motivo de</p><p>escrever, Carolina respondeu: “Quando eu não tinha</p><p>nada o que comer, em vez de xingar eu escrevia.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>45</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>Tem pessoas que, quando estão nervosas, xingam</p><p>ou pensam na morte como solução. Eu escrevia o</p><p>meu diário”. A moradora da antiga favela do Canindé,</p><p>zona norte de São Paulo, trabalhava como catadora</p><p>e registrava seu cotidiano em páginas amareladas</p><p>encontradas no lixo. A escritora foi descoberta por</p><p>um jornalista, e assim teve publicado seu livroQuarto</p><p>de Despejo – Diário de uma favelada que trata do dia</p><p>a dia repleto de discriminação de uma mulher negra,</p><p>mãe, pobre e favelada. Além disso, o livro é referência</p><p>para os estudos socioculturais brasileiros e apesar de</p><p>ter sido publicado em 1960, narra uma realidade que</p><p>infelizmente ainda é a de muita gente.</p><p>Depois dessas publicações, foram lançados os</p><p>livrosCasa de Alvenaria,Pedaços de fome e Provérbios.</p><p>Mas há também trabalhos póstumos, o mais recente</p><p>é de 2014Onde Estaes Felicidade.</p><p>3. Elizandra Souza</p><p>A escritora e jornalista também luta para dar</p><p>voz à periferia na Zona Sul de São Paulo. Elisandra</p><p>Souza publicou o livro de poesias Águas da</p><p>Cabaça em 2012 e tem participação em revistas</p><p>e antologias literárias como Negrafias eCadernos</p><p>Negros (publicação importante que se mantém</p><p>há mais de trinta anos divulgando nomes da</p><p>literatura negra, vale muito a pena conhecer). Ela</p><p>é editora da Agenda Cultural da Periferia na Ação</p><p>Educativa e fundadora do coletivo Mjiba (Mjiba</p><p>significa mulher revolucionária</p><p>a publicar artigos acadêmicos sobre</p><p>relações sociais e de gênero na faculdade de História.</p><p>Foi a partir daí que desenvolveu um senso crítico</p><p>aguçado para falar do racismo do dia a dia. Seu</p><p>primeiro livro,Cada Tridente em Seu Lugar, abordou</p><p>o tema polêmico do acesso e permanência dos</p><p>negros nas universidades. A mineirinha já escreveu</p><p>romances, literatura infanto-juvenil e crônicas.</p><p>14. Esmeralda Ribeiro</p><p>Escritora, jornalista e coordenadora do grupo</p><p>Quilombhoje, Esmeralda participa de palestras</p><p>e seminários abordando sua experiência como</p><p>escritora. Além de poemas em coletâneas nacionais</p><p>e internacionais,Malungos e Milongas é um livro de</p><p>contos publicado pela autora. Sobre como iniciou</p><p>sua carreira literária, Esmeralda diz “A morte, a</p><p>dor, o amor e a saudade foram sentimentos que</p><p>deram outro ritmo à minha vida; foi em 1978 com</p><p>o falecimento do meu pai que escrevi um poema</p><p>em prosa intitulado Sábado, com esse poema</p><p>andei por caminhos até acabar com a minha solidão</p><p>literária. Meus temas preferidos são suspense, magia,</p><p>surrealismo, policial”.</p><p>15. Mel Duarte</p><p>Mel Duarte tem atépoesia inspirada em Jair</p><p>Bolsonaro. A escritora paulista é ativista e produtora</p><p>cultural. Lançou recentemente o livro Negra, Nua</p><p>e Crua. Segundo Mel, seu último trabalho é um</p><p>compilado de experiências e sensações. “Ali não tem</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>47</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>só a Mel falando. Pelo retorno que recebo de outras</p><p>mulheres, percebo que tem muito de nós e isso é</p><p>o que me dá gás para continuar”. Em 2013, a poeta</p><p>publicou o livroFragmentos Dispersos.</p><p>Fonte: https://www.geledes.org.br/30-livros-para-ler-mais-</p><p>escritoras-negras-em-2019/</p><p>OLHO NAS DICAS:</p><p>1. Indicação de livros</p><p>a) Úrsula, Maria Firmina dos Reis</p><p>Sinopse - Lançado em 1859, é considerado o</p><p>primeiro romance publicado por uma mulher no</p><p>Brasil. É também o primeiro romance abolicionista da</p><p>literatura brasileira, e também, o primeiro romance</p><p>da literatura afro-brasileira. A história de amor</p><p>ultrarromântico entre Úrsula e Tancredo tem como</p><p>pano de fundo a temática do negro a partir de uma</p><p>perspectiva comprometida em recuperar e narrar a</p><p>condição do ser negro em nosso país. A edição lançada</p><p>em 2018 pela Edições Câmarainclui o romanceÚrsula,</p><p>o conto abolicionistaA escrava, o indianistaGupevae</p><p>a antologia de poesiasCantos à beira-mar, reunidos</p><p>pela sua inequívoca qualidade literária. A edição</p><p>digital pode ser baixada gratuitamente no site da</p><p>Livraria da Câmara.Edições Câmara.</p><p>Fonte: https://www.geledes.org.br/30-livros-</p><p>para-ler-mais-escritoras-negras-em-2019/</p><p>b) Olhos d’Água, Conceição Evaristo</p><p>Sinopse - Conceição Evaristo, uma das</p><p>escritoras brasileiras mais importantes, cujo</p><p>reconhecimento fez com que o público iniciasse uma</p><p>campanha pedindo para que a autora fosse aceita</p><p>na Academia Brasileira de Letras, recebeu o prêmio</p><p>Jabuti por Olhos d’água e chegou a declarar que</p><p>alguns autores brasileiros só passaram a falar com</p><p>ela após essa premiação. “Foi preciso o prêmio Jabuti</p><p>para comprovar que essa mulher negra não está</p><p>neste espaço literário por intromissão. É porque ela</p><p>escreve mesmo”.</p><p>Em Olhos d’água estão presentes mães,</p><p>muitas mães. E também filhas, avós, amantes,</p><p>homens e mulheres – todos evocados em seus</p><p>vínculos e dilemas sociais, sexuais, existenciais,</p><p>numapluralidadeevulnerabilidadequeconstituem</p><p>a humana condição. Sem quaisquer idealizações,</p><p>são aqui recriadas com firmeza e talento as duras</p><p>condições enfrentadas pela comunidade afro-</p><p>brasileira. Editora Pallas</p><p>Fonte: https://www.geledes.org.br/30-livros-</p><p>para-ler-mais-escritoras-negras-em-2019/</p><p>2. Obras do vestibular da UNEB:</p><p>a) Tenda dos milagres, Jorge Amado.</p><p>Sinopse: Tenda dos milagres é, basicamente, a</p><p>narrativa das proezas e dos amores de Pedro Arcanjo,</p><p>mestiço pobre, bedel da Faculdade de Medicina da</p><p>Bahia, que se converte em estudioso apaixonado</p><p>de sua gente, publicando livros sobre o sincretismo</p><p>genético e cultural do povo baiano. De leitor e</p><p>autodidata Pedro Arcanjo ascende à posição de autor</p><p>cujos livros são referência no combate ao racismo e</p><p>à repressão à cultura afro-brasileira. Ao lidar pioneira</p><p>e francamente com tais temas, Arcanjo cai sob a</p><p>mira da elite “branqueada” da Bahia. É perseguido.</p><p>Perde o emprego. E uma cortina de silêncio se forma</p><p>em torno de sua obra, eclipsando-a. Só depois da</p><p>morte do autor é que ela irá se impor, triunfando</p><p>sobre o racismo provinciano, graças ao interesse</p><p>que desperta num cientista estrangeiro. A gura</p><p>de Arcanjo vai, então, renascendo das cinzas, num</p><p>processo de revisão que se move do campo erudito</p><p>para o popular, atingindo o ponto máximo com a</p><p>homenagem que lhe é prestada, no carnaval da</p><p>Bahia, pela Escola de Samba Filhos do Tororó.</p><p>Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/tenda-dos-</p><p>milagres.htm</p><p>b) A morte e a morte de Quincas Berro D´agua,</p><p>Jorge Amado</p><p>Sinopse: Joaquim Soares da Cunha foi</p><p>funcionário público, pai e marido exemplar até o dia</p><p>em que se aposentou do serviço público. A partir</p><p>daí, jogou tudo para o alto: família, respeitabilidade,</p><p>conhecidos, amigos, tradição. Caiu na malandragem,</p><p>no alcoolismo, na jogatina. Trocou a vida familiar</p><p>pela convivência com as prostitutas, os bêbados, os</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>48</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>marinheiros, os jogadores e pequenos meliantes e</p><p>contraventores da ralé de Salvador.</p><p>Fonte: https://www.mundovestibular.com.br/estudos/resumo-de-livro/a-morte-e-a-</p><p>morte-de-quincas-berro-dagua-jorge-amado-resumo/</p><p>c) O largo da Palma, Adonias lho</p><p>Sinopse: O Largo da Palma é uma obra composta</p><p>por seis novelas do escritor baiano Adonias Filho: A</p><p>moça dos pãezinhos de queijo, O largo de branco, Um</p><p>avô muito velho, Um corpo sem nome, Os enforcados</p><p>e A pedra. Situando suas tramas nos arredores do</p><p>largo que dá nome ao livro, Adonias mistura o sagrado</p><p>e o profano, o urbano e o rural, o erudito e o popular.</p><p>No começo da primeira novela, o autor faz uma</p><p>descrição do Largo da Palma: “Cercam-no casarões</p><p>antigos que abrem passagens para as ruas estreitas</p><p>e para uma ladeira pequena e torta que também</p><p>se chama da Palma. E, se o largo e a ladeira são da</p><p>Palma, é porque lá está a igreja que lhes empresta</p><p>o nome. Humilde e enrugadinha, com três séculos</p><p>de idade, nada ali acontece que não testemunhe</p><p>em sua curiosidade de velha muito velha”.</p><p>“Neste O Largo da Palma, se colhem as mesmas lições</p><p>de pânico e inconformismo das sagas anteriores</p><p>desse escritor. Narradas, de novo, com a mesma</p><p>exemplar maestria, e regadas, como sempre, de</p><p>latejante sangue humano”, escreveu o poeta, crítico</p><p>e historiador Mário da Silva Brito.</p><p>Disponível em: https://www.record.com.br/</p><p>produto/o-largo-da-palma/</p><p>d) Essa Terra, Antônio Torres</p><p>Sinopse: obra de Antônio Torres, primeiramente</p><p>publicadoem 1976, é uma obra quase autobiográ ca.</p><p>Um relato emocionante do impacto da “cidade</p><p>grande” sobre o retirante, o imigrante nordestino.O</p><p>próprio autor – nascido na pequena cidade de Junco,</p><p>interior da Bahia– percorreu os mesmos caminhos</p><p>dos seus personagens, deixando o Nordeste</p><p>paraprocurar a sorte nas metrópoles do Sudeste.</p><p>Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/essa_terra/</p><p>e) O desterro dos mortos, Aleilton Fonseca</p><p>Sinopse: O desterro dos mortos constitui-</p><p>se de um conjunto de 12 contos escritos numa</p><p>linguagem simples e elegante, com uma profusão</p><p>de vivências e experiências experimentadas por</p><p>personagens emblemáticos do cotidiano. As histórias</p><p>são surpreendentes, cheias de humanidade e busca</p><p>de compreensão do outro. E os narradores estão</p><p>sempre empenhados em desvendar e compreender</p><p>as vicissitudes da existência humana.</p><p>Disponível em: http://www.r2cpress.com.br/</p><p>v1/2012/06/02/o-desterro-dos-mortos/</p><p>f) Além de Estar, Helena Parente Cunha</p><p>Sinopse: Para quem gosta de psicologia, lirismo,</p><p>subjetividade a or da pele, eis Helena Parente Cunha,</p><p>com sua obra “Além</p><p>de estar”, repleta de poesias que</p><p>vão “além de estar”, mas buscando o ser-tão, ser tão</p><p>veredas e nas andanças da vida, repensar o estar, ser</p><p>e pertencer ao-no mundo.</p><p>Disponível: https://diversaslinguagens.wordpress.com/2013/10/29/</p><p>alem-de-estar-de-helena-parente-cunha/#:~:text=Para%20</p><p>quem%20gosta%20de%20psicologia,e%20pertencer%20</p><p>ao%2Dno%20mundo</p><p>HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (ENEM)</p><p>“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um</p><p>manifesto do movimento modernista brasileiro</p><p>de 1922. No poema, o autor elabora críticas e</p><p>propostas que representam o pensamento estético</p><p>predominante na época.</p><p>Poética</p><p>Estou farto do lirismo comedido</p><p>Do lirismo bem comportado</p><p>Do lirismo funcionário público com livro de ponto</p><p>expediente</p><p>protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.</p><p>Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicio-</p><p>nário</p><p>o cunho vernáculo de um vocábulo.</p><p>Abaixo os puristas</p><p>[...]</p><p>Quero antes o lirismo dos loucos</p><p>O lirismo dos bêbedos</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>49</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>O lirismo difícil e pungente dos bêbedos</p><p>O lirismo dos clowns de Shakespeare</p><p>- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.</p><p>(BANDEIRA,Manuel. Poesia completa e prosa.Rio</p><p>de janeiro: José Aguilar, 1974)</p><p>Com base na leitura do poema, podemos</p><p>a rmar corretamente que o poeta:</p><p>a) Critica o lirismo louco do movimento modernista.</p><p>b) Critica todo e qualquer lirismo na literatura.</p><p>c) Propõe o retorno ao lirismo do movimento</p><p>clássico.</p><p>d) Propõe o retorno do movimento romântico.</p><p>e) Propõe a criação de um novo lirismo.</p><p>Questão 2 (ENEM)</p><p>O uso do pronome átono no início das frases</p><p>é destacado por um poeta e por um gramático nos</p><p>textos abaixo.</p><p>Pronominais</p><p>Dê-me um cigarro</p><p>Diz a gramática</p><p>Do professor e do aluno</p><p>E do mulato sabido</p><p>Mas o bom negro e o bom branco</p><p>Da Nação Brasileira</p><p>Dizem todos os dias</p><p>Deixa disso camarada</p><p>Me dá um cigarro.</p><p>(ANDRADE, Oswald de. Seleção de textos. São Paulo: Nova Cultural, 1988.)</p><p>“Iniciar a frase com pronome átono só é lícito</p><p>na conversação familiar, despreocupada, ou na</p><p>língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos</p><p>personagens (...)”.</p><p>(CEGALLA. Domingos Paschoal. Novíssima gramática da língua</p><p>portuguesa. São Paulo: Nacional, 1980.)</p><p>Comparando a explicação dada pelos</p><p>autores sobre essa regra, pode-se a rmar que</p><p>ambos:</p><p>a) Condenam essa regra gramatical.</p><p>b) Acreditam que apenas os esclarecidos sabem</p><p>essa regra.</p><p>c) Criticam a presença de regras na gramática.</p><p>d) A rmam que não há regras para uso de pronomes.</p><p>e) Relativizam essa regra gramatical.</p><p>Questão 3 (UEL-PR)</p><p>As reações negativas do público à Semana de</p><p>Arte Moderna re etem:</p><p>a) a xação do espírito brasileiro no propósito de</p><p>menosprezo das criações nacionalistas.</p><p>b) a possibilidade do futuro fracasso do Modernismo</p><p>como movimento estético literário.</p><p>c) a aversão dos autores em se comunicar com o</p><p>público presente no Teatro Municipal de São</p><p>Paulo.</p><p>d) a preferência pelas manifestações artísticas já</p><p>cristalizadas nas linhas do academicismo.</p><p>e) o pouco amadurecimento dos autores para</p><p>propostas de vanguarda.</p><p>Questão 4 (UEL-PR)</p><p>As reações negativas do público à Semana de</p><p>Arte Moderna re etem:</p><p>a) a xação do espírito brasileiro no propósito de</p><p>menosprezo das criações nacionalistas.</p><p>b) a possibilidade do futuro fracasso do Modernismo</p><p>como movimento estético literário.</p><p>c) a aversão dos autores em se comunicar com o</p><p>público presente no Teatro Municipal de São</p><p>Paulo.</p><p>d) a preferência pelas manifestações artísticas já</p><p>cristalizadas nas linhas do academicismo.</p><p>e) o pouco amadurecimento dos autores para</p><p>propostas de vanguarda.</p><p>Questão 5 (FMTM-MG)</p><p>A literatura das duas primeiras décadas do</p><p>século XX pode ser chamada “eclética” porque:</p><p>a) convivem, na época, diversas correntes estéticas.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>50</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>b) estavam vivos os melhores poetas parnasianos.</p><p>c) há o domínio da prosa sobre a poesia.</p><p>d) amadurecem as idéias que preparam o</p><p>Modernismo.</p><p>e) a prosa se volta para a problemática das regiões</p><p>brasileiras.</p><p>Questão 6</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/24954520</p><p>Macunaíma: o herói sem nenhum caráter é</p><p>obra representativa:</p><p>a) do Pré-Modernismo brasileiro, visto que registra</p><p>preocupação com as di culdades dos emigrantes</p><p>na cidade de São Paulo.</p><p>b) da primeira geração modernista, porque procura</p><p>resgatar manifestações culturais brasileiras.</p><p>c) da segunda geração modernista, uma vez que</p><p>os problemas políticos brasileiros aí se fazem</p><p>presentes.</p><p>d) do movimento futurista brasileiro, posto romper,</p><p>de maneira excessivamente agressiva, com a</p><p>tradição literária brasileira.</p><p>e) do movimento Pau-Brasil, uma vez que o</p><p>primitivismo é apontado como solução para os</p><p>problemas da cultura brasileira.</p><p>Questão 7 (UFV-MG)</p><p>Assinale a alternativa em que há uma</p><p>característica que não corresponde ao Modernismo</p><p>em sua primeira fase (1922-1930).</p><p>a) Ruptura radical e audaciosa em relação às</p><p>possíveis estéticas do passado, quebra total da</p><p>rotina literária.</p><p>b) Caráter turbulento, polemista, de demolição de</p><p>valores.</p><p>c) Exaltação exagerada de fatores como mocidade</p><p>e tempo; o novo, nesta fase, foi erigido como um</p><p>valor em si.</p><p>d) Movimento de inquietação e de insatisfação;</p><p>os novos se lançaram à luta em nome da</p><p>originalidade, da liberdade de pesquisa estética</p><p>e do direito de “errar”.</p><p>e) Apesar de toda a radicalidade do grupo, é</p><p>unânime a preocupação dos modernistas com o</p><p>purismo da linguagem.</p><p>Questão 8</p><p>Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/27958193</p><p>A poesia modernista da 1ª geração caracteriza-</p><p>se, formalmente, pelo predomínio de:</p><p>a) versos regulares, metri cados, sem rima.</p><p>b) versos brancos, sem metri cação regular, com</p><p>estrofes.</p><p>c) versos livres, sem metri cação regular, sem rima.</p><p>d) versos regulares, metri cados, com rima.</p><p>e) versos irregulares, com rima e preferência pelo</p><p>soneto.</p><p>Questão 9 (UFPI-PI)</p><p>A alternativa em que todas as características</p><p>correspondem ao Modernismo é:</p><p>a) concepção lúdica da arte, rigor formal.</p><p>b) moralismo, idealização da mulher.</p><p>c) verso livre, experimentalismo.</p><p>d) jogo antitético, culto da natureza</p><p>e) senso do mistério, liberdade formal.</p><p>Questão 10 (PUC-RJ)</p><p>O movimento artístico-literário que mobilizou</p><p>parcela signi cativa da intelectualidade brasileira</p><p>durante a década de 20 e procurou romper com os</p><p>padrões europeus da criação tinha como proposta:</p><p>I. a tentativa de buscar um conteúdo mais</p><p>popular para a problemática presente nas diferentes</p><p>formas de manifestação artística.</p><p>II. a tentativa de recuperação das idealizações</p><p>românticas ligadas à temática do índio brasileiro.</p><p>III. a valorização do passado colonial, ressaltada</p><p>a in uência portuguesa sobre a nossa sintaxe.</p><p>IV. a tentativa de constituição, no campo das</p><p>artes, da problemática da nacionalidade, ressaltadas</p><p>as peculiaridades do povo brasileiro.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>51</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>V. a desvalorização da problemática</p><p>regionalista, contida nas lendas e mitos brasileiros.</p><p>Assinale:</p><p>a) se somente as a rmativas I e IV estiverem corretas.</p><p>b) se somente as a rmativas I e V estiverem corretas.</p><p>c) se somente as a rmativas II e III estiverem</p><p>corretas.</p><p>d) se somente as a rmativas III e IV estiverem</p><p>corretas.</p><p>e) se somente as a rmativas II e V estiverem corretas.</p><p>Disponível em: http://cantinhomaissaber.blogspot.com/2016/07/</p><p>modernismo-brasileiro-exercicios-com.html</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>IMPORTANTE!</p><p>Este módulo constitui uma coletânea de textos,</p><p>pesquisados e analisados, depois compilados para a</p><p>produção deste material. Não constitui, portanto,</p><p>um trabalho autoral, exceto nas apresentações dos</p><p>capítulos.</p><p>CEREJA, William R. & COCHAR, Thereza. Literatura Brasileira. São Paulo:</p><p>Atual, 1995.</p><p>http://culturafm.cmais.com.br/radiometropolis/</p><p>lavra/safo-de-lesbos-ode-ou-hino-a-afrodite</p><p>a D. Maria</p><p>Paes Ribeiro (A Ribeirinha), amante do rei D. Sancho.</p><p>Em seu trajeto evolutivo, costuma-se</p><p>reconhecer algumas fases distintas da língua</p><p>portuguesa. Aqui nos referiremos a três períodos: o</p><p>português arcaico, que vai do nascimento da língua</p><p>(fins do século XII e início do XIII) até o início das</p><p>grandes navegações, por volta de 1415; o português</p><p>clássico, que se estende de 1415 até o ano da</p><p>publicação de Os Lusíadas e já apresentava inovações</p><p>que o aproximavam da língua atual; e português</p><p>moderno, que tem como marco de seu início o ano de</p><p>1572 e se estende até hoje, seguindo, naturalmente,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>9</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAseu rumo próprio nos vários territórios em que é</p><p>falado (ILARI; BASSO, 2006).</p><p>Com as grandes navegações portuguesas, a</p><p>partir do século XV, Portugal colonizou territórios</p><p>na África, na Ásia e na América, impondo aos povos</p><p>nativos a língua, a cultura e a religião europeias. Hoje,</p><p>a língua portuguesa está entre as dez mais faladas</p><p>no mundo e é oficial em oito países: Portugal, Brasil,</p><p>Moçambique, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde,</p><p>São Tomé e Príncipe e Timor Leste. É verdade</p><p>que em cada país, o idioma acabou adotando</p><p>características próprias, sejam gramaticais,</p><p>lexicais ou de pronúncia.</p><p>Países linguisticamente unidos. Disponível em: https://sites.google.com/site/</p><p>paisesafricanospalop/_/rsrc/1369911946833/home/bandeiras.gif</p><p>No Brasil, a língua portuguesa chegou através</p><p>dos colonizadores portugueses no ano de 1500</p><p>com a frota de Pedro Álvares Cabral. Os europeus</p><p>encontraram por aqui as populações indígenas, que</p><p>possuíam naquele momento mais de mil línguas</p><p>e incontáveis dialetos. Embora tenha ocorrido</p><p>resistência à dominação portuguesa, o processo</p><p>de colonização, iniciado em 1530, foi implacável,</p><p>e as comunidades indígenas foram dizimadas e</p><p>sua população foi consideravelmente reduzida ao</p><p>longo dos anos. Contudo, a história, a cultura e os</p><p>costumes dos povos indígenas ainda resistem nos</p><p>tempos presentes.</p><p>Você pode estar se indagando como ocorreu a</p><p>comunicação entre portugueses e indígenas nesse</p><p>cenário de multilinguismo. Acompanhe a citação a</p><p>seguir para desfazer a sua dúvida:</p><p>Para poder lidar com esse número</p><p>estonteante de línguas diferentes que havia</p><p>quando chegaram à América, os portugueses</p><p>lançaram mão da estratégia das “línguas gerais”.</p><p>Essas línguas serviam como língua franca, ou</p><p>seja, uma língua de contato usada em contextos</p><p>específicos e com funções também específicas,</p><p>como o comércio. A prática portuguesa da língua</p><p>geral foi usada também na África e na Ásia e</p><p>trata-se de usar a língua ora com maior número</p><p>de falantes ora de maior circulação numa dada</p><p>população, justamente para as interações</p><p>necessárias” (BASSO, 2010 p. 129).</p><p>No Brasil, foram usadas duas línguas gerais:</p><p>uma conhecida como língua geral paulista, falada</p><p>mais ao sul, e o nheengatu, ao norte. Esse meio de</p><p>comunicação foi usado pelos portugueses na relação</p><p>com os indígenas e pelos jesuítas na catequização.</p><p>A língua geral paulista foi bastante usada pelos</p><p>bandeirantes no século XVII e espalhou-se por várias</p><p>partes do país. Atualmente está extinta, ao contrário</p><p>do nheengatu, que permanece sendo falado em</p><p>cidades da região Norte, como é o caso de São Gabriel</p><p>da Cachoeira, no Amazonas.</p><p>Seguindo o seu projeto de colonização, os</p><p>portugueses começaram, em 1559, o tráfico negreiro</p><p>para o Brasil, que perdurou por quase quatro séculos.</p><p>Os africanos, retirados covardemente de suas terras,</p><p>vieram principalmente da Nigéria e de Angola, mas</p><p>também foram trazidos de outras regiões, a exemplo</p><p>de Moçambique e do norte da África.</p><p>O papel dos africanos foi, sem dúvida,</p><p>preponderante para a formação do português falado</p><p>no Brasil. Falantes de línguas como ewe, iorubá</p><p>(tronco kwa), quicongo, quinbundo, umbundo (tronco</p><p>bantu), mandinga, hauça (tronco mande) etc., os</p><p>negros escravizados aprenderam o português em</p><p>um ambiente bastante hostil e de maneira forçada,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>10</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA imprimindo-lhe características de suas línguas</p><p>nativas. É bom dizer que, ao falarmos da influência</p><p>africana na formação do português brasileiro, não</p><p>estamos nos referindo apenas à questão lexical, ou</p><p>seja à inserção de palavras africanas, como samba,</p><p>moleque, fubá etc., mas também à interferência na</p><p>organização gramatical da língua e em sua pronúncia.</p><p>Em razão dessa influência, o português afastou-</p><p>se, sobretudo em suas variedades populares, da</p><p>língua falada em Portugal. Não podemos deixar</p><p>de considerar também a influência das línguas</p><p>indígenas e de tantos outros povos de diferentes</p><p>nações que imigraram para o Brasil – italianos,</p><p>alemães, japoneses – a partir do final do século XIX.</p><p>De norte a sul do país compartilhamos a</p><p>mesma língua, mas em cada lugar ela assume suas</p><p>características próprias, decorrentes do pluralismo</p><p>cultural e étnico aqui existente. Não é possível</p><p>imaginar uma língua que não carregue tais marcas,</p><p>pois ela não existe fora da sociedade. Ela é também</p><p>“um atestado de nossa identidade”, na medida</p><p>em que nosso modo de falar revela importantes</p><p>características sobre nós: nossa condição econômica,</p><p>procedência geográfica, grau de instrução, faixa</p><p>etária.</p><p>[...] a língua que falamos deixa ver de</p><p>onde somos. De certa forma, ela nos apresenta</p><p>aos outros. Mostra a que grupo pertencemos. É</p><p>uma espécie de atestado de nossas identidades.</p><p>Revelamo-nos pela fala. Começamos a dizer-nos</p><p>por ela. Simplesmente pela forma, pelos sons,</p><p>pela entonação, pelo jeito com que falamos.</p><p>Antes mesmo que nos revelemos pelas coisas</p><p>que dizemos. As ideias, se dizem de nós, só vêm</p><p>depois do que já disseram nosso sotaque, nossas</p><p>entonações, nossas escolhas lexicais e opções</p><p>sintáticas (ANTUNES, 2009, p. 23-24).</p><p>Temos certeza de que você já conseguiu</p><p>identificar a procedência geográfica de um</p><p>indivíduo ou mesmo o seu nível de escolaridade</p><p>por meio do seu jeito de falar. Isso é possível</p><p>porque cada grupo social tem seu modo de</p><p>usar a língua, ou seja, a língua não é imutável</p><p>e imprimimos nela características de nossa</p><p>realidade sociocultural. Por ser uma instituição</p><p>viva, dinâmica, está em constante variação.</p><p>É importante que você compreenda que essa</p><p>característica não é exclusiva do português.</p><p>Todas as línguas humanas variam e mudam com</p><p>o tempo.</p><p>Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/variacoes-linguisticas.htm</p><p>Mas o que é variação? Entendemos por</p><p>variação as diversas formas de falar uma mesma</p><p>coisa com o mesmo significado. Veja bem... Quando</p><p>dizemos A gente fez o exercício ou Nós fizemos o</p><p>exercício, estamos dizendo a mesma informação,</p><p>mas de maneira diferente. Para que haja variação,</p><p>as duas ou mais expressões linguísticas precisam</p><p>ter o mesmo significado. No exemplo que estamos</p><p>analisando, os pronomes nós e a gente são duas</p><p>formas de representar a primeira pessoa do plural.</p><p>Logo, existe aí uma variação. Cada uma dessas</p><p>formas possíveis recebe o nome de variante.</p><p>Geladinho, dindim, sacolé e chupe-chupe também são</p><p>variantes que nomeiam o mesmo elemento.</p><p>Vamos aprofundar essa explicação, trazendo</p><p>mais alguns exemplos. Se fizermos a seguinte</p><p>pergunta: Você conhece Maria? Podemos obter as</p><p>seguintes respostas: Sim, conheço; Sim, conheço</p><p>ela; Sim, conheço Maria e ainda: Sim, conheço-a. No</p><p>primeiro caso, o objeto direto não foi preenchido;</p><p>no segundo, o preenchimento se deu por meio do</p><p>pronome reto ela; no terceiro, foi usado o substantivo</p><p>Maria e, na quarta opção, ocorreu o preenchimento</p><p>com o pronome oblíquo átono a. Vale dizer que essa</p><p>última alternativa é a forma prescrita pela gramática,</p><p>ou seja, é a forma padrão. Queremos, então, que</p><p>você perceba que na língua portuguesa falada no</p><p>Brasil, há mais de uma possibilidade ou variante para</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>11</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SApreencher a posição do objeto de terceira pessoa.</p><p>Vale dizer que nenhuma delas é mais correta ou</p><p>melhor</p><p>https://www.vestmapamental.com.br/literatu-</p><p>ra/generos-literarios/</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/literatura/generos-li-</p><p>terarios.htm</p><p>https://www.todamateria.com.br/quinhentismo/</p><p>https://quinhentismo2.webnode.com/poemas/</p><p>http://www.culturatura.com.br/dochist/Carta%20</p><p>de%20Mestre%20Jo%C3%A3o%20Faras.pdf</p><p>http://historiadornet.blogspot.com/2012/04/</p><p>trechos-da-carta-de-pero-vaz-de-caminha.html</p><p>https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-</p><p>literatura/exercicios-sobre-generos-literarios.</p><p>htm#questao-3 ; : https://www.todamateria.com.br/</p><p>exercicios-sobre-quinhentismo/</p><p>https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-</p><p>literatura/exercicios-sobre-quinhentismo.htm</p><p>https://www.todamateria.com.br/barroco-no-brasil/</p><p>https://www.todamateria.com.br/arcadismo-no-brasil/</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/literatura/</p><p>romantismo-no-brasil.htm#:~:text=O%20</p><p>Romantismo%20no%20Brasil%20foi,ser%20</p><p>dividido%20em%20tr%C3%AAs%20</p><p>gera%C3%A7%C3%B5es.&text=Alguns%20</p><p>principais%20autores%20do%20Ro-</p><p>mantismo,de%20Abreu%20e%20Castro%20Alves.</p><p>http://www.cespe.unb.br/interacao/Poemas_Sele-</p><p>cionados_%20Gregorio_de_Matos.pdf</p><p>http://biblio.com.br/defaultz.asp?link=http://</p><p>biblio.com.br/conteudo/TomasAntonioGonzaga/</p><p>mariliadedirceu.htm</p><p>https://www.escrevendoofuturo.org.br/caderno_</p><p>virtual/texto/cancao-do-exilio/index.html</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/literatura/poemas-pri-</p><p>meira-geracao-modernista.htm</p><p>http://www.educacaoanguera.ba.gov.br/upload/</p><p>arq_upload_1463595324573cb13cd2512.pdf</p><p>https://www.pensador.com/parodia_da_cancao_</p><p>do_exilio/</p><p>https://www.todamateria.com.br/questoes-sobre-</p><p>romantismo/</p><p>https://meuversejar.wordpress.com/</p><p>historia-da-literatura-brasileira/</p><p>realismonaturalismoparnasianismo-1881-a-1893/</p><p>https://www.todamateria.com.br/parnasianismo-no-</p><p>-brasil/</p><p>https://www.todamateria.com.br/simbolismo-no-</p><p>brasil/</p><p>http://www.portaldovestibulando.</p><p>com/2017/03/1_29.html</p><p>https://www.stoodi.com.br/blog/2019/10/02/litera-</p><p>tura-contemporanea-o-que-e/</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>52</p><p>LI</p><p>TE</p><p>R</p><p>AT</p><p>U</p><p>R</p><p>A</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/21/</p><p>cultura/1526921273_678732.html</p><p>https://www.todamateria.com.br/modernismo-no-bra-</p><p>sil/</p><p>http://tucanafrosergipe.blogspot.</p><p>com/2014/02/charge-do-dia-voce-e-100-negro.html</p><p>https://www.geledes.org.br/30-livros-para-ler-</p><p>-mais-escritoras-negras-em-2019/</p><p>https://www.geledes.org.br/30-livros-para-ler-</p><p>-mais-escritoras-negras-em-2019/</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/literatura/tenda-dos-</p><p>milagres.htm</p><p>https://www.mundovestibular.com.br/estudos/</p><p>resumo-de-livro/a-morte-e-a-morte-de-quincas-</p><p>berro-dagua-jorge-amado-resumo/</p><p>https://www.record.com.br/produto/o-largo-da-</p><p>palma/</p><p>https://www.passeiweb.com/estudos/livros/essa_</p><p>terra/</p><p>http://www.r2cpress.com.br/v1/2012/06/02/o-des-</p><p>terro-dos-mortos/</p><p>https://diversaslinguagens.</p><p>wordpress.com/2013/10/29/</p><p>de-estar-de-helena-parente-cunha/#:~:text=Pa-</p><p>ra%20quem%20gosta%20de%20psicologia,e%20</p><p>pertencer%20ao%2Dno%20mundo</p><p>VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI?</p><p>PARABÉNS!</p><p>Espero que este resumo de estudos tenha</p><p>lhe ajudado de alguma forma. O que apresentamos</p><p>foi um recorte de alguns momentos importantes</p><p>da nossa literatura, mas caram de foram alguns</p><p>aprofundamentos e também das in uências</p><p>estrangeiras, muito importantes para entender</p><p>como se deu a formação e educação literária no/do</p><p>Brasil. As sugestões de “saber mais” e “proposições</p><p>de questões” serviram para você aprofundar os</p><p>estudos e discutir com seus pares, a m de consolidar</p><p>seus conhecimentos, além das dicas e questões do</p><p>vestibular para praticar.</p><p>Continue avançando! Busque outros sites, links,</p><p>vídeos, compartilhe com seus colegas e uma</p><p>excelente prova!</p><p>[LÍBIA GERTRUDES DE MELO]</p><p>GABARITO</p><p>Questão Bloco 1 Bloco 2 Bloco 3 Bloco 4</p><p>01 D D A E</p><p>02 E B A D</p><p>03 A D A D</p><p>04 C C A D</p><p>05 C A D A</p><p>06 A B B B</p><p>07 E B B E</p><p>08 E A A C</p><p>09 A B B C</p><p>10 B A D A</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>1</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>OREDAÇÃO</p><p>Olá, Estudante!</p><p>Seja bem-vindo aos estudos da disciplina</p><p>Redação! Este módulo tem o objetivo de preparar</p><p>o estudante para a organização do texto escrito,</p><p>es peci camente o texto dissertativo-argumentativo.</p><p>Você sabe o que são gêneros textuais? E tipos</p><p>textuais? Como produzir uma boa redação? Como</p><p>argumentar? Essas dúvidas são presentes na vida de</p><p>diversos estudantes.</p><p>Redigir um texto parece, para muitos, um</p><p>procedimento difícil. Essa concepção, se não for</p><p>aprimorada, acaba se tornando um entrave ao</p><p>produzir um texto escrito. De fato, “ninguém dá o</p><p>que não tem” e é justamente por isso que o processo</p><p>de escrita requer do emissor algumas habilidades</p><p>que envolvem conhecimentos de forma especí ca.</p><p>Sendo assim, neste módulo você terá o contato</p><p>com os mais diversos gêneros textuais e será uma</p><p>oportunidade para produzir textos cada vez mais</p><p>adequados aos processos de seleção em diversas</p><p>instituições. É importante ressaltar que, quanto mais</p><p>você lê, mais construções linguísticas vão se xando</p><p>na sua memória e proporcionando, não só uma</p><p>aproximação com modalidade escrita, mas também</p><p>o aumento da capacidade argumentativa. Convido</p><p>você a ler tudo que estiver ao seu redor. Não perca a</p><p>oportunidade de desvendar os mistérios que podem</p><p>estar por debaixo do texto escrito. Para aprender a</p><p>fazer uma redação no vestibular, é preciso, antes</p><p>de tudo, delimitar o conceito básico da atividade</p><p>que se pretende empreender: o texto. Para o</p><p>senso comum, a resposta parece óbvia: trata-se</p><p>de um conjunto de palavras, de frases escritas.</p><p>Embora compreensível, essa de nição pode</p><p>ser considerada bastante limitada e até mesmo</p><p>inadequada sob um ponto de vista mais crítico.</p><p>Não chega a estranhar, porém, que essa noção</p><p>exista, pois ela remonta a uma tradição em que</p><p>as fronteiras entre as linguagens pareciam muito</p><p>claras. Mas tenha calma, pois “é caminhando</p><p>que se faz o caminho”.</p><p>Este material é apenas uma síntese e espero que</p><p>as leituras e atividades aqui propostas contribuam</p><p>signi cativamente, no sentido de ajudá-lo a enfrentar</p><p>os desa os inerentes às composições redacionais.</p><p>Avante! Vamos dar início aos estudos e</p><p>aprimorar a sua competência textual no que se refere</p><p>especi camente às habilidades de ler e produzir</p><p>textos escritos, principalmente o texto dissertativo-</p><p>argumentativo.</p><p>Ótimos estudos!</p><p>Maria Ionaia de Jesus Souza</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>2</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>BLOCO TEMÁTICO 1 - TEXTO E</p><p>LINGUAGEM</p><p>Neste bloco, além de adquirir novos</p><p>conhecimentos sobre o conceito de texto, leitura</p><p>e escrita, você poderá se debruçar nos estudos em</p><p>torno dos gêneros textuais e suas tipologias.</p><p>Iremos ressaltar as diferenças entre gêneros</p><p>textuais e tipologias textuais.</p><p>CONCEITOS INICIAIS SOBRE</p><p>TEXTO E LINGUAGEM</p><p>Podemos dizer que texto é um conjunto</p><p>de palavras e de frases escritas, todavia, um texto</p><p>é aquele que apresenta uma unidade de sentido</p><p>produzida por um autor e interpretada por um leitor.</p><p>Com maior apuro, é coerente dizer que um conjunto</p><p>de frases só constituirá verdadeiramente um texto</p><p>se houver uma unidade semântica e linguística</p><p>entre suas partes constituintes. É preciso ressaltar</p><p>que tal unidade às vezes encontra-se em níveis</p><p>mais profundos, fugindo à primeira percepção —</p><p>fenômeno comum na literatura, especialmente após</p><p>a experiência modernista. Fala-se hoje de textos</p><p>não verbais, em que as palavras não constituem a</p><p>linguagem predominante. Foi essa a perspectiva de</p><p>uma banca de avaliação da UERJ, em 2000, ao propor</p><p>a interpretação de uma foto de Sebastião Salgado.</p><p>Nesse caso, a de nição de texto destacaria sua função</p><p>comunicacional, cumprida pelo uso produtivo de</p><p>uma linguagem. À língua, seria acrescida a imagem,</p><p>formando um todo.</p><p>Da mesma maneira, charges, histórias em</p><p>quadrinhos, anúncios fazem parte do repertório de</p><p>provas e livros didáticos, demandando um processo</p><p>interpretativo por parte do estudante que leve em</p><p>consideração</p><p>o todo linguístico-semântico, formado</p><p>a partir de relações entre as partes.</p><p>Nessa perspectiva, não se pode dissociar o</p><p>conceito de texto do receptor a que é destinado. Sem</p><p>ele, a mensagem não seria decodi cada, e a obra não</p><p>teria sentido. Assim, cabe ao destinatário do texto,</p><p>em última análise, decidir sobre a pertinência e a</p><p>orientação que um determinado conjunto de signos</p><p>terá.</p><p>Em síntese, o texto seria a unidade linguística</p><p>visual e auditiva compreendida pelo interlocutor em</p><p>dada situação comunicativa. Quanto à linguagem</p><p>predominante, o texto pode ser verbal — oral</p><p>ou escrito — ou não verbal. No primeiro grupo,</p><p>encontram-se os romances, os contos, as novelas, as</p><p>conversas e as cartas, por exemplo; no segundo, as</p><p>placas de sinalização, as fotogra as, as pinturas e os</p><p>grá cos, entre outros.</p><p>Em grande parte dos livros didáticos e</p><p>das gramáticas da língua portuguesa, o texto é</p><p>compreendido como um conjunto de frases que</p><p>estabelecem uma relação. Entretanto, esse conceito</p><p>não comporta a potencialidade que esse elemento</p><p>linguístico possui.</p><p> Em nosso cotidiano, produzimos textos</p><p>(orais ou escritos) constantemente.</p><p>Essas produções se caracterizam</p><p>conforme o nosso objetivo</p><p>comunicacional, isto é, com o que nós</p><p>desejamos transmitir/informar através</p><p>dessa unidade signi cativa/informativa</p><p>que chamamos de texto.</p><p> Por essa razão, neste material,</p><p>compreenderemos o texto como:</p><p>Unidade linguística e semântica</p><p>compreendida por um leitor em uma determinada</p><p>situação/contexto.</p><p>Para compreendermos esse conceito,</p><p>precisamos analisar os termos que o constituem.</p><p>■ Como unidade, compreendemos a relação</p><p>que os elementos constituintes de um texto</p><p>(palavras, frases, orações, parágrafos, capítulos)</p><p>estabelecem. É através dessa relação que o</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>3</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>texto constrói sua unicidade, torna-se um todo</p><p>sobre um determinado conteúdo;</p><p>Como linguística, compreendemos as formas</p><p>de linguagem (verbal e não verbal) pelas quais um</p><p>texto pode ser construído e que estabelecem a</p><p>comunicação (forma do texto).</p><p>Escrever é, em última análise, colocar ideias</p><p>no papel de forma organizada. Ora, as ideias não</p><p>surgem do nada; elas são frutos dos processos</p><p>de comunicação dos quais participamos e das</p><p>informações a que temos acesso vivenciando</p><p>experiências, conversando (“trocando ideias” como</p><p>se diz popularmente) e lendo, lendo, lendo.</p><p>Mas, uma leitura sem compreensão não é</p><p>leitura. Ler sem compreender é parar na primeira</p><p>etapa do processo, ou seja, na etapa da decodi cação</p><p>do sinal grá co. Por isso, a leitura precisa ser atenta,</p><p>inteligente, uma leitura em que haja interação entre</p><p>o leitor e o texto lido, um atuando sobre o outro. Ler</p><p>é atribuir signi cado; é construir um signi cado para o</p><p>texto lido.</p><p>Ao fazer isso, estamos nos construindo,</p><p>ampliando nossa leitura de mundo.</p><p>Carlos Drummond de Andrade, em um poema</p><p>signi cativamente intitulado “Procura da poesia”,</p><p>escreve a seguinte estrofe:</p><p>Chega mais perto e contempla as palavras.</p><p>Cada uma</p><p>tem mil faces secretas sob a face neutra</p><p>e te pergunta, sem interesse pela resposta,</p><p>pobre ou terrível, que lhe deres:</p><p>Trouxeste a chave?</p><p>Todo texto é um desa o proposto ao leitor,</p><p>nesse embate, a interrogação do poeta é fundamental:</p><p>trouxeste a chave? Essa chave que abrirá as portas e</p><p>desvendará os mistérios de um texto?</p><p>Assim como os textos, essa chave tem mil faces</p><p>e a matéria de que é feita se transmuda: ora pode ser</p><p>uma referência história, ora o emprego de uma palavra</p><p>ou de uma gura de linguagem, ora ainda o diálogo</p><p>aberto, implícita ou explicitamente, com outro texto;</p><p>ora cada um desses elementos separadamente, ora</p><p>vários deles atuando simultaneamente.</p><p>Existem diversos campos do conhecimento,</p><p>cientí cos ou não, que estudam o fenômeno da</p><p>linguagem. Para o objetivo que nos interessa, porém,</p><p>basta re etir sobre abordagens simpli cadas. O</p><p>dicionário Aurélio, por exemplo, de ne linguagem</p><p>como o “sistema de signos que serve de meio de</p><p>comunicação entre indivíduos e pode ser percebido</p><p>pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a</p><p>distinguir-se uma linguagem visual, uma linguagem</p><p>auditiva, uma linguagem tátil etc., ou, ainda, outras</p><p>mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de</p><p>elementos diversos”.</p><p>Percebe-se que o objetivo maior de qualquer</p><p>linguagem — também conhecida como código</p><p>— é produzir sentido para alguém. Isso ocorre,</p><p>necessariamente, dentro de um processo de</p><p>comunicação. Por isso, a linguagem está sempre</p><p>associada aos demais elementos desse conjunto:</p><p>emissor, receptor, canal, contexto e mensagem. De</p><p>fato, não pode haver comunicação se não houver</p><p>pelo menos duas pessoas, um canal físico (ar, telefone,</p><p>televisão), um contexto (sala, bairro, cidade, país),</p><p>uma mensagem (conteúdo) e um código (idiomas,</p><p>desenhos, gestos). Observe o sistema a seguir:</p><p>A partir dessa constatação, podemos inferir</p><p>que as diferentes linguagens — ou, dito de outro</p><p>modo, as diferentes formas de expressão — variam</p><p>de acordo com os elementos participantes. Se</p><p>estivermos conversando em uma festa com um</p><p>amigo, podemos utilizar termos mais informais, até</p><p>Mensagem</p><p>códi-</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>4</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>mesmo gírias, e certa dose de humor; se quisermos,</p><p>no entanto, escrever uma carta ao diretor do colégio</p><p>em que estudamos, utilizaremos expressões mais</p><p>formais, um vocabulário universal e um tom sério.</p><p>Qual das duas linguagens é a melhor? Ora, nenhuma.</p><p>Cada uma é mais adequada a uma situação. Por isso, o</p><p>estudo do uso do código implica, obrigatoriamente,</p><p>a re exão sobre os elementos presentes em cada</p><p>contexto.</p><p>Na produção de um texto para o vestibular</p><p>ou para o Enem, em particular, não há dúvida de</p><p>que o tipo de receptor e sua expectativa, o tipo de</p><p>mensagem a ser transmitida, o assunto cobrado,</p><p>entre outros aspectos, delimitam nossa comunicação.</p><p>Dessa forma, mesmo pessoas muito tímidas para</p><p>falar em uma roda de conversa, por exemplo, podem</p><p>ter um excelente desempenho na dissertação.</p><p>Inversamente, pessoas bastante comunicativas e</p><p>extrovertidas às vezes cometem falhas graves na</p><p>comunicação formal.</p><p>Portanto, é fundamental entender os diferentes</p><p>tipos de linguagem e sua adequação a situações</p><p>diversas, para poder escolher sem erro a melhor</p><p>forma de expressão para a escrita que nos é exigida.</p><p>Registro / Modalidade</p><p>Se a linguagem é o instrumento da</p><p>comunicação humana, devemos acrescentar que uma</p><p>série de fatores acaba por in uenciar na produção e</p><p>na recepção de um texto. Leia os fragmentos a seguir:</p><p>— Vossa senhoria poderia fazer o</p><p>obséquio de suspender sua fala por alguns</p><p>instantes, a m de que eu possa terminar</p><p>minhas observações?</p><p>— Cala a boca que eu quero falar!</p><p>Em ambos os casos, o emissor pretende</p><p>conseguir do receptor sua atenção silenciosa,</p><p>valendo-se, para isso, de diferentes estratégias. Qual</p><p>delas é a melhor? A primeira, educada e respeitosa,</p><p>ou a segunda, forte e direta? Depende do contexto,</p><p>responderão com razão os mais atentos. A nal,</p><p>em um simpósio acadêmico, a linguagem será</p><p>necessariamente distinta daquela a ser utilizada em</p><p>uma discussão familiar.</p><p>Para distinguir essas diferentes situações,</p><p>os linguistas lidam com o conceito de “níveis” de</p><p>linguagem. Essa nomenclatura, no entanto, apesar</p><p>de ser a mais difundida, pode encobrir alguns</p><p>preconceitos socioculturais. Por essa razão, têm</p><p>sido usadas outras expressões: uso, registro ou</p><p>modalidade (em vez de “nível”). De qualquer forma,</p><p>é possível propor uma classi cação criteriosa para os</p><p>diferentes registros linguísticos.</p><p>De modo amplo, podem-se veri car duas</p><p>posturas do emissor quanto à sua preocupação com</p><p>a forma de expressão e, particularmente, à correção</p><p>gramatical. Assim, quando há respeito à norma culta</p><p>do idioma, diz-se que a modalidade é formal. Um</p><p>texto sem erros gramaticais seria, por assim dizer,</p><p>um texto formal. Ainda</p><p>dentro desse tipo, porém,</p><p>podemos veri car diferentes níveis de preocupação,</p><p>o que nos leva a uma distinção interna. Se o autor</p><p>tem um trabalho minucioso de elaboração formal,</p><p>dizemos que sua linguagem é hiperculta ou erudita.</p><p>Os grandes acadêmicos ou literatos costumam</p><p> gurar nesse grupo. Se o cuidado do autor resume-se</p><p>a evitar erros, mantendo a naturalidade da uência, a</p><p>linguagem empregada será classi cada como culta.</p><p>Em um segundo grande grupo, estariam</p><p>os textos cuja linguagem apresenta incorreções</p><p>gramaticais, tendo por essa razão um registro</p><p>informal. Mais uma vez, veri camos pelo menos</p><p>duas tendências dentro dessa classi cação. De um</p><p>lado, emissores que cometem apenas pequenas</p><p>falhas, muitas vezes imperceptíveis para pessoas</p><p>que não sejam especialistas em Gramática, sua</p><p>linguagem será classi cada como coloquial. De</p><p>outro, encontram-se pessoas normalmente pouco</p><p>instruídas, que cometem erros graves, especialmente</p><p>de ortogra a e concordância – perceptíveis, em tese,</p><p>por quem tenha cursado pelo menos o Ensino Médio.</p><p>Nesse caso, sua linguagem se classi ca como inculta</p><p>ou vulgar.</p><p>Esquematicamente, teríamos a seguinte</p><p>tipologia:</p><p>Registro Formal</p><p>• Erudito/Hiperculto: Fa-lo-ía se lhe fosse</p><p>anuído?</p><p>• Culto: Você faria isso se fosse possível?</p><p>Registro Informal</p><p>• Coloquial: Dá pra fazer isso?</p><p>• Vulgar/Inculto: Num dá pra mim fazê. Tu</p><p>pode?</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>5</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Nem sempre, porém, essa classi cação</p><p>proposta é su ciente para compreender os usos da</p><p>linguagem. Duas classi cações à parte devem ser</p><p>consideradas em um estudo completo sobre os tipos</p><p>de linguagem.</p><p>Em primeiro lugar, há que se destacar a</p><p>linguagem regional, em que o vocabulário e certas</p><p>construções frasais podem parecer estranhas a um</p><p>estrangeiro, mas são perfeitamente “comunicantes”</p><p>para os falantes da região. O escritor Luís Fernando</p><p>Veríssimo, por exemplo, criou o personagem do</p><p>Analista de Bagé, cuja linguagem re ete o modo de</p><p>expressão típico da região Sul do país: “Tenho esta</p><p>mania desde piá.”</p><p>Em segundo lugar, pode-se veri car aquilo</p><p>que alguns especialistas denominam linguagem</p><p>grupal, típica de certos grupos de pessoas e, por isso,</p><p>hermética (fechada) para o restante da comunidade.</p><p>Na comunicação entre especialistas, o vocabulário</p><p>costuma ser bastante usual para o grupo. Estudiosos</p><p>de loso a talvez não tivessem tanta di culdade em</p><p>entender o seguinte fragmento: “De fato, a partir do</p><p>momento em que a dialética local/global se revela</p><p>imanente aos substratos ideais, tudo leva a crer que</p><p>as metalinguagens categoriais de colagem são em</p><p>certa medida universais e devem ter uma imanência</p><p>lógica.”</p><p>Mas a linguagem grupal não se restringe</p><p>ao campo técnico-pro ssional. Certos grupos</p><p>desenvolvem formas próprias de comunicação, a</p><p>que se convencionou chamar gírias. Assim, quando</p><p>adolescentes dizem que “a parada é sinistra”, estão</p><p>se comunicando com propriedade, embora não se</p><p>façam entender por todos os falantes.</p><p>Gêneros textuais e tipologias</p><p>Os gêneros textuais são classi cações dos mais</p><p>variados textos de acordo com suas características</p><p>comuns e suas relações com a comunicação e a</p><p>linguagem através de seu conteúdo. Existem diversos</p><p>gêneros textuais que são determinados pelo seu</p><p>discurso e sua funcionalidade. Dessa forma é preciso</p><p>estar atento às especi cidades de cada gênero, pois</p><p>o mesmo pode se encontrar em mais de um tipo de</p><p>texto. Por exemplo, a receita de bolo que é um gênero</p><p>ao mesmo tempo descritivo como também injuntivo.</p><p>TIPOS DE GÊNEROS</p><p>T I P O LO G I A</p><p>TEXTUAL</p><p>GÊNEROS TEXTUAIS</p><p>Narrativos</p><p>Caracterizados por conter: persona-</p><p>gens, ações, enredo, narrador.</p><p>Ex. romance; novela; crônica; contos</p><p>de fada; fábula; lendas.</p><p>Descritivos</p><p>Caracterizados por se ocupar de</p><p>relatar características de algo ou al-</p><p>guém.</p><p>Ex. diário; relatos; biogra a; notícia;</p><p>currículo; lista de compras.</p><p>Expositivos</p><p>Têm a função de expor uma ideia</p><p>através de de nições, conceitos,</p><p>comparações.</p><p>Ex. seminários; palestras; entrevis-</p><p>tas; trabalhos acadêmicos; enciclo-</p><p>pédias.</p><p>Argumenta-</p><p>tivos</p><p>Ocupam-se de expor um assunto ou</p><p>um tema e defender uma ideia atra-</p><p>vés da argumentação.</p><p>Ex. editoriais; carta de opinião; arti-</p><p>gos; ensaios; monogra a; disserta-</p><p>ções; teses.</p><p>Injuntivos</p><p>Também chamados de instrucio-</p><p>nais, tem por função indicar ordem,</p><p>orientações, persuadir o leitor. Aqui</p><p>podem-se encontrar verbos no im-</p><p>perativo.</p><p>Ex. propaganda; receitas; bula; regu-</p><p>lamento; manual de instruções.</p><p>Os tipos textuais são formas nas quais os textos</p><p>se organizam, se agrupam, conforme sua nalidade</p><p>comunicativa. São as classi cações recebidas por</p><p>um texto de acordo com as estruturas gramaticais,</p><p>dependendo de suas características. Num texto, é</p><p>preciso identi car as estruturas textuais, a m de</p><p>compreender a que tipo pertence.</p><p>É importante observar o critério de</p><p>predominância para compreender as características</p><p>de cada tipo de texto, e isso auxilia em sua melhor</p><p>interpretação. Além disso, é necessário se entender</p><p>qual a interpretação do autor sobre o contexto</p><p>evidenciado nas linhas textuais.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>6</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Narração Foco nas ações; personagens; es-</p><p>paço; tempo; ação; narrador.</p><p>Descrição Foco nas características; descrição</p><p>objetiva; descrição subjetiva.</p><p>Dissertação Opiniões, argumentos, teses, pon-</p><p>tos de vista. Expositivo ou Argu-</p><p>mentativo.</p><p>Charge/Tiri-</p><p>nha</p><p>Linguagem não verbal, imagens,</p><p>contextualização, temas atempo-</p><p>rais, humor.</p><p>Texto Instru-</p><p>cional/Injun-</p><p>tivo</p><p>Foco nas orientações, informações</p><p>e apontamentos. Ex.: manuais, re-</p><p>ceitas, etc.</p><p>UM TEXTO SEMPRE</p><p>POSSUI UM OBJETIVO</p><p>COMUNICACIONAL!</p><p>Os principais tipos textuais estudados nas</p><p>aulas de língua portuguesa são: narração, descrição,</p><p>injunção, exposição, dissertação e argumentação. No</p><p>momento, nos atentaremos às tipologias dissertativa</p><p>e argumentativa.</p><p>Além da classi cação exposta acima, podemos,</p><p>também, classi car os textos em: práticos, cientí cos e</p><p>literários;</p><p>Nesse caso, o texto dissertativo-argumentativo</p><p>enquadra-se na categoria prática, uma vez que ele</p><p>realiza uma re exão sobre um determinado tema do</p><p>nosso cotidiano.</p><p>Fonte: RABIN, Bruno. Pré-vestibular social: redação. v. 1</p><p>/ Bruno Rabin, Rafael Pinna, Liana Biar. – 4. ed. rev. – Rio de</p><p>Janeiro: Fundação Cecierj, 2014.</p><p>PARA MAIS ESTUDOS CONSULTAR: http://institucional.</p><p>educacao.ba.gov.br/sites/default/files/private/midiateca/</p><p>documentos/2016/moduloi2016upt.pdf</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1. Filmes que mostram como a linguagem pode</p><p>apresentar realidades diferentes, aproximando ou</p><p>distanciando as pessoas:</p><p>a) Bacurau;</p><p>b) A chegada;</p><p>c) Buscando;</p><p>d) O Escafandro e a Borboleta;</p><p>e) Billy Elliot;</p><p>f ) Um lugar selencioso.</p><p>2. Sites sobre texto e linguagem:</p><p>a) http://www.piraquara.pr.gov.br/aprefeitura/</p><p>secretariaseorgaos/educacao/uploadAddress/</p><p>Gneros_Final%5B2356%5D.pdf</p><p>b) https://www.prevest.com.br/dados/editor/file/</p><p>Tipologia_textual_e_G_neros_textuais.pdf</p><p>3. Vídeos sobre texto e linguagem:</p><p>a) https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=jGCH3TAO3H8</p><p>b) https://www.youtube.com/</p><p>watch?v=jGCH3TAO3H8</p><p>RECAPITULANDO</p><p>Disponível em: https://iapemi.com.br/infogra co-generos-textuais-x-tipos-textuais/</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>7</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>https://www.todamateria.com.br/linguagem-formal-e-</p><p>-informal/</p><p>HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (ENEM/2012)</p><p>Verbo ser</p><p>QUE VAI SER quando crescer? Vivem</p><p>perguntando em redor. Que é ser? É ter um corpo,</p><p>um jeito, um nome? Tenho os três. E sou? Tenho de</p><p>mudar quando crescer? Usar outro nome, corpo e</p><p>jeito? Ou a gente só principia a ser quando cresce?</p><p>É terrível, ser? Dói? É bom? É triste? Ser: pronunciado</p><p>tão depressa, e cabe tantas coisas? Repito: ser, ser, ser.</p><p>Er. R. Que vou ser quando crescer? Sou obrigado a?</p><p>Posso escolher? Não dá para entender. Não vou ser.</p><p>Não quero ser.</p><p>Vou crescer assim mesmo. Sem ser.</p><p>Esquecer.</p><p>ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992</p><p>.</p><p>A inquietação existencial do autor com a</p><p>autoimagem corporal e a sua corporeidade se</p><p>desdobra em questões existenciais que têm origem</p><p>a) no con ito do padrão corporal imposto contra as</p><p>convicções de ser autêntico e singular.</p><p>b) na aceitação das imposições da sociedade</p><p>seguindo a in uência de outros.</p><p>c) na con ança no futuro, ofuscada pelas tradições</p><p>e culturas familiares.</p><p>d) no anseio de divulgar hábitos enraizados,</p><p>negligenciados por seus antepassados.</p><p>e) na certeza da exclusão, revelada pela indiferença</p><p>de seus pares.</p><p>Questão 2 (ENEM/2012)</p><p>Cartaz afixado nas bibliotecas centrais e setoriais da Universidade Federal de</p><p>Goiás (UFG), 2011</p><p>Considerando-se a nalidade comunicativa</p><p>comum do gênero e o contexto especí co do</p><p>Sistema de Biblioteca da UFG, esse cartaz tem função</p><p>predominantemente:</p><p>a) socializadora, contribuindo para a popularização</p><p>da arte.</p><p>b) sedutora, considerando a leitura como uma obra</p><p>de arte.</p><p>c) estética, propiciando uma apreciação</p><p>despretensiosa da obra.</p><p>d) educativa, orientando o comportamento de</p><p>usuários de um serviço.</p><p>e) contemplativa, evidenciando a importância de</p><p>artistas internacionais.</p><p>Questão 3: Observe a tirinha da Mafalda para</p><p>responder.</p><p>Disponível em: https://futuroacademico.ucdb.br/dicas/mafalda-sabe-das-coisas/</p><p>As tirinhas da menininha de cabelos lanzudos</p><p>se tornaram famosas por sua forte crítica social</p><p>ao mundo moderno, porém sem nunca deixar de</p><p>nos divertir. Nessa tirinha Mafalda questiona o</p><p>posicionamento de Miguelito, pois,</p><p>a) a atitude do menino demonstra determinação</p><p>em fazer a escolha de esperar algo acontecer.</p><p>b) o posicionamento de Miguelito não condiz com</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>8</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>as ações das pessoas do mundo.</p><p>c) ao se deparar com a situação, Mafalda analisa os</p><p>contextos do mundo onde as pessoas sempre</p><p>estão esperando que algo seja dado.</p><p>d) magina que Miguelito tem razões para car a</p><p>espera de alguma coisa.</p><p>e) todas as alternativas estão incorretas</p><p>Questão 4: (ENEM/2010)</p><p>MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO</p><p>QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA</p><p>CONDIÇÃO: 12X SEM JUROS.</p><p>Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.</p><p>Ao circularem socialmente, os textos realizam-</p><p>se como práticas de linguagem, assumindo funções</p><p>especí cas, formais e de conteúdo. Considerando</p><p>o contexto em que circula o texto publicitário, seu</p><p>objetivo básico é,</p><p>a) de nir regras de comportamento social pautadas</p><p>no combate ao consumismo exagerado.</p><p>b) in uenciar o comportamento do leitor, por meio</p><p>de apelos que visam à adesão ao consumo.</p><p>c) defender a importância do conhecimento de</p><p>informática pela população de baixo poder</p><p>aquisitivo.</p><p>d) facilitar o uso de equipamentos de informática</p><p>pelas classes sociais economicamente</p><p>desfavorecidas.</p><p>e) questionar o fato de o homem ser mais inteligente</p><p>que a máquina, mesmo a mais moderna.</p><p>Questão 5 (ENEM/2016)</p><p>De domingo</p><p>— Outrossim?</p><p>— O quê?</p><p>— O que o quê?</p><p>— O que você disse.</p><p>— Outrossim?</p><p>— É.</p><p>— O que que tem?</p><p>— Nada. Só achei engraçado.</p><p>— Não vejo a graça.</p><p>— Você vai concordar que não é uma palavra de</p><p>todos os dias.</p><p>— Ah, não é. Aliás, eu só uso domingo.</p><p>— Se bem que parece uma palavra de segunda-</p><p>feira.</p><p>— Não. Palavra de segunda-feira é “óbice”.</p><p>— “Ônus”.</p><p>— “Ônus” também. “Desiderato”. “Resquício”.</p><p>— “Resquício” é de domingo.</p><p>— Não, não. Segunda. No máximo terça.</p><p>— Mas “outrossim”, francamente…</p><p>— Qual o problema?</p><p>— Retira o “outrossim”.</p><p>— Não retiro. É uma ótima palavra. Aliás, é uma</p><p>palavra difícil de usar. Não é qualquer um que usa</p><p>“outrossim”.</p><p>(VERÍSSIMO. L.F. Comédias da vida privada. Porto Alegre: LP&M, 1996)</p><p>No texto, há uma discussão sobre o uso de</p><p>algumas palavras da língua portuguesa. Esse uso</p><p>promove o(a)</p><p>a) marcação temporal, evidenciada pela presença</p><p>de palavras indicativas dos dias da semana.</p><p>b) tom humorístico, ocasionado pela ocorrência de</p><p>palavras empregadas em contextos formais.</p><p>c) caracterização da identidade linguística dos</p><p>interlocutores, percebida pela recorrência de</p><p>palavras regionais.</p><p>d) distanciamento entre os interlocutores,</p><p>provocado pelo emprego de palavras com</p><p>signi cados poucos conhecidos.</p><p>e) inadequação vocabular, demonstrada pela</p><p>seleção de palavras desconhecidas por parte de</p><p>um dos interlocutores do diálogo.</p><p>Questão 6 (ENEM/2013)</p><p>A diva</p><p>Vamos ao teatro, Maria José?</p><p>Quem me dera,</p><p>desmanchei em rosca quinze kilos de farinha,</p><p>tou podre. Outro dia a gente vamos.</p><p>Falou meio triste, culpada,</p><p>e um pouco alegre por recusar com orgulho.</p><p>TEATRO! Disse no espelho.</p><p>TEATRO! Mais alto, desgrenhada.</p><p>TEATRO! E os cacos voaram</p><p>sem nenhum aplauso.</p><p>Perfeita.</p><p>PRADO, A.Oráculos de maio. São Paulo: Siciliano, 1999.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>9</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Os diferentes gêneros textuais desempenham</p><p>funções sociais diversas, reconhecidas pelo leitor com</p><p>base em suas características especí cas, bem como</p><p>na situação comunicativa em que ele é produzido.</p><p>Assim, o textoA diva</p><p>a) narra um fato real vivido por Maria José.</p><p>b) surpreende o leitor pelo seu efeito poético.</p><p>c) relata uma experiência teatral pro ssional.</p><p>d) descreve uma ação típica de uma mulher</p><p>sonhadora.</p><p>e) defende um ponto de vista relativo ao exercício</p><p>teatral.</p><p>Questão 7 (ENEM/2012)</p><p>Ao interpretar um anúncio publicitário, sempre considere os elementos verbais e</p><p>não verbais. Disponível em: www.portaldapropaganda.com.br</p><p>A publicidade, de uma forma geral, alia</p><p>elementos verbais e imagéticos na constituição de</p><p>seus textos. Nessa peça publicitária, cujo tema é a</p><p>sustentabilidade, o autor procura convencer o leitor a</p><p>a) assumir uma atitude re exiva diante dos</p><p>fenômenos naturais.</p><p>b) evitar o consumo excessivo de produtos</p><p>reutilizáveis.</p><p>c) aderir à onda sustentável, evitando o consumo</p><p>excessivo.</p><p>d) abraçar a campanha, desenvolvendo projetos</p><p>sustentáveis.</p><p>e) consumir produtos de modo responsável e</p><p>ecológico.</p><p>Questão 8 (ENEM/2010)</p><p>Machado de Assis</p><p>Joaquim Maria Machado de Assis, cronista,</p><p>contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista,</p><p>romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do</p><p>Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um</p><p>operário mestiço de negro e português, Francisco</p><p>José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de</p><p>Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do</p><p>país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo</p><p>e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata,</p><p>que se dedica ao menino e o matricula na escola</p><p>pública, única que frequentou o autodidata Machado</p><p>de Assis.</p><p>Considerando os seus conhecimentos sobre os</p><p>gêneros textuais, o texto citado constitui-se de</p><p>a) fatos ccionais, relacionados a outros de caráter</p><p>realista, relativos à vida de um renomado escritor.</p><p>b) representações generalizadas acerca da vida de</p><p>membros da sociedade por seus trabalhos e vida</p><p>cotidiana.</p><p>c) explicações da vida de um renomado escritor,</p><p>com estrutura argumentativa, destacando como</p><p>tema seus principais feitos.</p><p>d) questões controversas e fatos diversos da vida</p><p>de personalidade histórica, ressaltando sua</p><p>intimidade familiar em detrimento de seus feitos</p><p>públicos.</p><p>e) apresentação da vida de uma personalidade,</p><p>organizada sobretudo pela ordem tipológica da</p><p>narração, com um estilo marcado por linguagem</p><p>objetiva.</p><p>Questão 9 (ENEM/2009)</p><p>EmTouro Indomável, que a cinemateca lança</p><p>nesta semana nos Estados de São Paulo e Rio de</p><p>Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm dos</p><p>demônios de La Motta – que zeram dele tanto um</p><p>astro no ringue como um homem fadado à destruição.</p><p>Dirigida como um senso vertiginoso do destino de</p><p>seu personagem, essa obra-prima de Martin Scorcese</p><p>é daqueles lmes que falam à perfeição de seu tema</p><p>(o boxe) para então transcendê-lo e tratar do que</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>10</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>importa:</p><p>aquilo que faz dos seres humanos apenas</p><p>isso mesmo, humanos e tremendamente imperfeitos.</p><p>Revista Veja, 18 fev. 2009 (adaptado).</p><p>Ao escolher este gênero textual, o produtor do</p><p>texto objetivou</p><p>a) Construir uma apreciação irônica do lme.</p><p>b) Evidenciar argumentos contrários ao lme de</p><p>Scorcese.</p><p>c) Elaborar uma narrativa com descrição de tipos</p><p>literários.</p><p>d) Apresentar ao leitor um painel da obra e se</p><p>posicionar criticamente.</p><p>e) A rmar que o lme transcende o seu objetivo</p><p>inicial e, por isso, perde sua qualidade.</p><p>Questão 10 (ENEM/2010)</p><p>Câncer 21/06 a 21/07</p><p>O eclipse em seu signo vai desencadear</p><p>mudanças na sua autoestima e no seu modo de</p><p>agir. O corpo indicará onde você falha – se anda</p><p>engolindo sapos, a área gástrica se ressentirá. O</p><p>que cou guardado virá à tona, pois este novo ciclo</p><p>exige uma “desintoxicação”. Seja comedida em suas</p><p>ações, já que precisará de energia para se recompor.</p><p>Há preocupação com a família, e a comunicação</p><p>entre os irmãos trava. Lembre-se: palavra preciosa</p><p>é palavra dita na hora certa. Isso ajuda também</p><p>na vida amorosa, que será testada. Melhor conter</p><p>as expectativas e ter calma, avaliando as próprias</p><p>carências de modo maduro. Sentirá vontade de olhar</p><p>além das questões materiais – sua con ança virá da</p><p>intimidade com os assuntos da alma.</p><p>Revista Cláudia. Nº 7, ano 48, jul. 2009.</p><p>O reconhecimento dos diferentes gêneros</p><p>textuais, seu contexto de uso, sua função especí ca,</p><p>seu objetivo comunicativo e seu formato mais comum</p><p>relacionam-se aos conhecimentos construídos sócio</p><p>culturalmente. A análise dos elementos constitutivos</p><p>desse texto demonstra que sua função é</p><p>a) Vender um produto anunciado.</p><p>b) Informar sobre astronomia.</p><p>c) Ensinar os cuidados com a saúde.</p><p>d) Expor a opinião de leitores em um jornal.</p><p>e) Aconselhar sobre amor, família, saúde, trabalho.</p><p>BLOCO TEMÁTICO</p><p>2 PESSOALIDADE X</p><p>IMPESSOALIDADE COM</p><p>COESÃO E COERÊNCIA</p><p>Neste bloco, você vai compreender como</p><p>estruturar uma argumentação coerente, fazendo</p><p>uso da pessoa verbal apropriada nas redações de</p><p>vestibulares e Enem. Anime-se, pois o conhecimento</p><p>pode ser uma porta para o seu crescimento</p><p>pro ssional!</p><p>PESSOALIDADE X</p><p>IMPESSOALIDADE</p><p>Uma primeira distinção que se pode</p><p>estabelecer acerca dos usos da linguagem diz</p><p>respeito ao grau de intervenção do autor no texto.</p><p>Esse aspecto pode ser veri cado no nível morfológico,</p><p>de acordo com o uso de duas classes gramaticais. No</p><p>caso dos pronomes, sabe-se que eles correspondem</p><p>às assim chamadas pessoas do discurso: 1ª, 2ª e 3ª; no</p><p>caso dos verbos, sua conjugação permite perceber a</p><p>que pessoa do discurso se refere. Em termos práticos,</p><p>palavras como “eu”, “mim”, “este”, “meu”, “vi”, “vencerei”</p><p>indicam a 1ª pessoa do singular; palavras como “ele”,</p><p>“aquilo”, “sua”, “percebe”, “estabeleceu” dizem respeito</p><p>à 3ª pessoa do singular.</p><p>Obviamente, sendo a 1ª pessoa (do singular</p><p>ou do plural) a “pessoa que fala” — isto é, o emissor</p><p>—, sempre que ela aparece em um texto, pode-se</p><p>perceber a presença do autor. Por isso, denominamos</p><p>a linguagem empregada de pessoal. Se, ao contrário,</p><p>a 1ª pessoa está ausente e o autor utiliza apenas a</p><p>3ª pessoa, a linguagem do texto é impessoal. Dito</p><p>de outro modo, será pessoal todo texto que utilizar,</p><p>mesmo que apenas uma vez, um pronome ou verbo</p><p>em 1ª pessoa.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>11</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>É preciso, porém, fazer uma ressalva.</p><p>Quando a 1ª pessoa utilizada é apenas a do</p><p>plural (“nós”, “nosso”, “sabemos”), diz-se que</p><p>a pessoalidade do texto não é tão forte, pois o</p><p>autor se “esconde” sob o grupo. Por isso, em</p><p>redações dissertativas, esse uso tem sido aceito</p><p>com frequência, ainda que se trate de um texto</p><p>conceitualmente impessoal.</p><p>Linguagem pessoal é diferente de conteúdo</p><p>opinativo. Existe uma confusão bastante frequente</p><p>entre alunos que começam a lidar com a modalidade</p><p>dissertativa. Para muitos, parece contraditório que o</p><p>autor defenda uma opinião, um ponto de vista, mas</p><p>o faça com uma linguagem impessoal. Para desfazer</p><p>essa dúvida, vale lembrar que linguagem diz respeito</p><p>à forma, isto é, ao modo de organizar o discurso,</p><p>enquanto opinião remete ao conteúdo, isto é, àquilo</p><p>que se diz. Trata-se, a rigor, de dimensões distintas.</p><p>De forma didática, pode-se a rmar que o</p><p>conteúdo de um texto pode ser opinativo ou factual.</p><p>Ele é opinativo quando o autor do texto apresenta</p><p>uma visão da realidade, sujeita à discussão, uma vez</p><p>que parte de sua subjetividade – e a subjetividade</p><p>humana é bastante diversi cada. O conteúdo do</p><p>texto é factual quando o autor apresenta dados</p><p>objetivos da realidade, sem sugerir seu ponto de</p><p>vista. Trata-se daquilo que se convencionou chamar</p><p>de imparcialidade.</p><p>Examine o quadro a seguir:</p><p>Conteúdo</p><p>Fato Opinião</p><p>L</p><p>in</p><p>gu</p><p>ag</p><p>em</p><p>Impes-</p><p>soal</p><p>Esta cadeira é</p><p>branca.</p><p>Esta cadeira é</p><p>confortável.</p><p>Pessoal Eu me sento</p><p>nesta cadeira</p><p>quase todos os</p><p>sábados.</p><p>Eu acho esta</p><p>cadeira confor-</p><p>tável.</p><p>No caso das frases factuais, perceba que se</p><p>fala de algo que não pode ser discutido, pois remete</p><p>à ideia de “verdade”. É claro que, se aprofundarmos</p><p>nossa visão crítica sobre as coisas, poderemos</p><p>dizer que mesmo as aparentes “verdades objetivas”</p><p>escondem opiniões, versões, pontos de vista.</p><p>Embora isso faça sentido - como veremos nas aulas</p><p>de argumentação –, podemos dizer que, até certo</p><p>contexto, pode-se dizer que existe a verdade factual,</p><p>como exempli cado no quadro.</p><p>No caso da segunda coluna, perceba que o</p><p>traço comum às frases opinativas é a presença de</p><p>um adjetivo (“confortável”) que não indica uma</p><p>característica presente na cadeira, mas na relação</p><p>de quem fala sobre ela. Trata-se, portanto, de um</p><p>conteúdo discutível, pois outro falante poderia</p><p>considerar a mesma cadeira desconfortável.</p><p>Nesse sentido, a diferença entre “Esta cadeira</p><p>é confortável” e “Eu acho esta cadeira confortável” –</p><p>que é o uso da 1ª pessoa no segundo caso – pode ser</p><p>percebida como uma diferença de força expressiva.</p><p>Isso porque a frase impessoal transmite, como se fosse</p><p>verdade, uma opinião, tornando-se, possivelmente,</p><p>mais convincente. Daí seu uso preferencial nos textos</p><p>dissertativos.</p><p>https://cursoenemgratuito.com.br/impessoalidade-na-redacao/</p><p>COESÃO E COERÊNCIA</p><p>Certa vez, um jornal de grande circulação</p><p>estampou a seguinte manchete:</p><p>Professoras mandam carta a deputados</p><p>protestando contra o aumento de seus salários.</p><p>Da forma como foi redigida a manchete,</p><p>o leitor poderia entendê-la de duas maneiras: as</p><p>professoras, descontentes com o pequeno aumento</p><p>que tiveram em seus salários, resolveram mandar</p><p>uma carta aos deputados protestando contra tal</p><p>fato ou, indignadas com o aumento salarial que os</p><p>deputados tiveram, resolveram escrever para eles,</p><p>protestando. Essa dupla interpretação decorre do</p><p>emprego do pronome seus, que no caso pode tanto</p><p>se referir a “professoras” como a “deputados”.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>12</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Um texto é uma unidade de sentido; por isso,</p><p>os elementos que o compõem (palavras, orações,</p><p>frases) devem estar harmonicamente relacionados.</p><p>Quando há perfeita conexão entre esses elementos</p><p>do texto, dizemos que ocorreu coesão.</p><p>Na manchete do jornal, em que prevalece</p><p>a função referencial – a informação –, o fato de</p><p>um elemento poder estar associado a dois termos</p><p>distintos rompe a harmonia do texto, não havendo,</p><p>pois, coesão.</p><p>A coesão textual é elemento facilitador para</p><p>a compreensão do texto, mas é a coerência que</p><p>lhe dá sentido. Podemos ter textos desprovidos de</p><p>elementos de coesão, mas coerentes, bem como</p><p>textos que apresentam mecanismos de coesão,</p><p>mas que não são coerentes. Enquanto a coesão se</p><p>manifesta no plano linguístico, ou seja, nas relações</p><p>semânticas e gramaticais entre as partes do texto,</p><p>a coerência se manifesta no plano das ideias, dos</p><p>conceitos.</p><p>Texto – do latim textu-, “tecido, entrelaçamento”.</p><p>Partindo da origem etimológica, o texto resulta da</p><p>ação</p><p>de tecer, de entrelaçar unidades que formam</p><p>um todo inter-relacionado; Texto – conjunto de</p><p>enunciados (orais ou escritos) relacionados entre si</p><p>e que formam um todo com sentido. A coerência e</p><p>a coesão são dois princípios básicos de estruturação</p><p>de um texto.</p><p>Um texto é coerente quando aquilo que ele</p><p>transmite está de acordo com o conhecimento que</p><p>cada locutor e interlocutor têm do mundo.</p><p>■ As ruas estão molhadas porque não choveu.</p><p>■ Ele estuda tanto que não sabe nada.</p><p>A incoerência dos enunciados resulta dos nexos</p><p>estabelecidos nos mesmos, os quais não respeitam o</p><p>conhecimento que temos do mundo.</p><p>É possível, por processos linguísticos, reparar</p><p>esta anormalidade de situações:</p><p>■ As ruas estão molhadas apesar de não ter</p><p>chovido.</p><p>■ É impressionante: ele estuda tanto e não sabe</p><p>nada!</p><p>As expressões sublinhadas assinalam que</p><p>a situação descrita não deve ser interpretada</p><p>dentro do que é expectável de acordo com o nosso</p><p>conhecimento dos fatos.</p><p>A coerência depende, assim, das relações</p><p>de sentido que se estabelecem entre as palavras.</p><p>Essas relações devem obedecer a três princípios:</p><p>i) o princípio da relevância,</p><p>ii) o princípio da não contradição,</p><p>iii) o princípio da não redundância ou não</p><p>tautologia.</p><p>Assim, o princípio da relevância (exclui a</p><p>representação de situações ou eventos que não</p><p>estejam logicamente relacionados entre si); o</p><p>princípio da não contradição (exclui a representação</p><p>de situações logicamente incompatíveis), ex.: Júlio</p><p>é alto e baixo, magro e gordo; e o princípio da não</p><p>redundância (um texto não pode ser nulamente</p><p>informativo).</p><p>A coerência textual depende, ainda, da</p><p>progressão temática (introdução da informação nova</p><p>que faz evoluir o texto) e da continuidade semântica</p><p>(recorrência da informação que assegura a unidade</p><p>do texto).</p><p>A pontuação é também fundamental para a</p><p>coerência do texto. Um texto mal pontuado é difícil</p><p>de perceber, podendo tornar-se absolutamente</p><p>incompreensível.</p><p>Ex.: “Morra Salazar não faz falta à nação.”</p><p>“Morra Salazar, não faz falta à nação.”</p><p>“Morra Salazar? Não. Faz falta à nação.”</p><p>Falamos de coesão textual quando nos</p><p>referimos ao modo como os componentes super ciais</p><p>do texto (palavras; frases; períodos; parágrafos) se</p><p>encontram ligados entre si. Isto é,</p><p>A coesão textual diz respeito aos</p><p>mecanismos gramaticais de tipo sintático-</p><p>semântico que se utilizam para explicitar as</p><p>relações existentes entre as frases, os períodos</p><p>e os parágrafos de um texto.</p><p>Segundo Mira Mateus (1983), “todos os</p><p>processos de sequencialização que asseguram</p><p>(ou tornam recuperável) uma ligação linguística</p><p>signi cativa entre os elementos que ocorrem na</p><p>superfície textual podem ser encarados como</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>13</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>instrumentos de coesão” que se organizam da</p><p>seguinte forma:</p><p>Exemplos:</p><p>a) Coesão frásica: Respeita à ligação entre os</p><p>componentes da frase. Veri ca-se ao nível</p><p>da concordância entre o nome e os seus</p><p>determinantes, entre o sujeito e o verbo, entre</p><p>o sujeito e os seus predicadores, bem como ao</p><p>nível da ordem dos vocábulos na oração e ao</p><p>nível da regência nominal e verbal.</p><p>• O Pico é a ilha mais bonita do arquipélago</p><p>açoriano;</p><p>• Elas trouxeram camisolas amarelas;</p><p>• O homem admirava a bailarina que dançava</p><p>com um olhar lânguido;</p><p>• O homem, com um olhar lânguido, admirava</p><p>a bailarina que dançava;</p><p>• O homem admirava a bailarina que, com um</p><p>olhar lânguido, dançava.</p><p>b) Coesão frásica:</p><p>• Ele preside ao grupo. (tem lugar de honra)</p><p>• Ele preside o grupo. (dirige como presidente)</p><p>• A liquidação da Lacoste é imperdível! Coesão</p><p>• A liquidação promovida pela Lacoste é</p><p>imperdível!</p><p>c) Coesão interfásica: Consiste na articulação</p><p>relevante e adequada de frases ou de sequências</p><p>de frases (segmentos textuais). A coesão</p><p>interfrásica é assegurada pelos marcadores</p><p>discursivos (articuladores ou conetores). Deste</p><p>modo, quando escrevemos, ou falamos, devemos</p><p>assegurar-nos de que usamos o conector</p><p>adequado à relação que queremos expressar.</p><p>d) Coesão temporal: A coesão temporal é assegurada</p><p>pela sequencialização dos enunciados de acordo</p><p>com uma lógica temporal que é assegurada</p><p>através do emprego adequado dos tempos</p><p>verbais, do uso de advérbios/expressões</p><p>adverbiais que ajudam a situar o leitor no tempo</p><p>e do uso de grupos nominais e preposicionais</p><p>com valor temporal.</p><p>• Só começarei a estudar amanhã; agora</p><p>estou jogando xadrez.</p><p>e) Coesão referencial: Este tipo de coesão refere-se a</p><p>um conjunto de termos/expressões que remetem</p><p>para a mesma entidade presente no texto. Assim,</p><p>a coesão referencial realiza-se através de:</p><p>• Anáfora (gramatical) - Elemento que se</p><p>interpreta em relação a um elemento lexical</p><p>aparecido anteriormente no discurso –</p><p>antecedente. Ex.: A Rosa faltou hoje à aula,</p><p>mas ela nunca falta!</p><p>• Catáfora - Designa um tipo particular de</p><p>anáfora, em que o termo anafórico precede</p><p>o antecedente. O elemento que antecede</p><p>a anáfora e com o qual ela se referencia é</p><p>chamado antecedente referencial. Ex.: Ela</p><p>nunca falta à aula, mas a Rosa hoje faltou.</p><p>• A anáfora gramatical realiza-se com</p><p>elementos tipicamente gramaticais:</p><p>pronomes pessoais de 3.ª pessoa (ele,</p><p>ela, lhe…); determinantes e pronomes</p><p>possessivos de 3.ª pessoa (seu, sua, suas…);</p><p>morfemas verbais de 3.ª pessoa – ele</p><p>cantou, ela cantava, ele tinha cantado, ela</p><p>cantaria); advérbios; pronome relativo que,</p><p>que pela sua natureza sintática de referência</p><p>a um antecedente é também anafórico.</p><p>f ) Coesão lexical: realiza-se através de:</p><p>• Anáfora lexical que, por seu turno, se realiza</p><p>através de: Repetição Ex.: Ele comprou</p><p>um carro; O carro atinge 180 km por hora;</p><p>Sinonímia Ex:. Aconselhei o rapaz’; Mas o</p><p>adolescente não me ouviu;</p><p>• Hiperonímia Ex.: Ele comprou um carro; O</p><p>veículo é muito rápido;</p><p>• Hiponímia Ex.: Um veículo agrícola</p><p>atravessou-se na estrada; O trator era</p><p>conduzido por um inexperiente;</p><p>• Nominalização Ex.: Ele comprou um carro</p><p>veloz e seguro. A velocidade e a segurança</p><p>entusiasmaram-no.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>14</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1. Vídeos com dicas para você fazer textos com</p><p>coesão e coerência:</p><p>a) https://youtu.be/Awv6QP_wHSw</p><p>b) https://youtu.be/voO8FT-9q6Y</p><p>2. Textos com síntese sobre coesão e coerência:</p><p>a) h t t p s : / / w w w. n o r m a c u l t a . c o m . b r /</p><p>coerencia-e-coesao/</p><p>b) https://www.concursosnobrasil.com.br/</p><p>escola/portugues/coesao-e-coerencia-</p><p>textual.html</p><p>RECAPITULANDO</p><p>H ORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (Simulado/INEP)</p><p>Aumento do efeito estufa ameaça plantas,</p><p>diz estudo.</p><p>O aumento de dióxido de carbono na</p><p>atmosfera, resultante do uso de combustíveis fósseis</p><p>e das queimadas, pode ter consequências calamitosas</p><p>para o clima mundial, mas também pode afetar</p><p>diretamente o crescimento das plantas. Cientistas</p><p>da Universidade de Basel, na Suíça, mostraram que,</p><p>embora o dióxido de carbono seja essencial para o</p><p>crescimento dos vegetais, quantidades excessivas</p><p>desse gás prejudicam a saúde das plantas e têm</p><p>efeitos incalculáveis na agricultura de vários países.</p><p>O Estado de São Paulo, 20 set. 1992, p.32.</p><p>O texto acima possui elementos coesivos que</p><p>promovem sua manutenção temática. A partir dessa</p><p>perspectiva, conclui-se que</p><p>a) a palavra “mas”, na linha 3, contradiz a</p><p>a rmação inicial do texto: linhas 1 e 2.</p><p>b) a palavra “embora”, na linha 5, introduz uma</p><p>explicação que não encontra complemento no</p><p>restante do texto.</p><p>b) as expressões: “consequências calamitosas”,</p><p>na linha 2, e “efeitos incalculáveis”, na linha 7,</p><p>reforçam a ideia que perpassa o texto sobre o</p><p>perigo do efeito estufa.</p><p>c) o uso da palavra “cientistas”, na linha 4, é</p><p>desnecessário para dar credibilidade ao texto,</p><p>uma vez que se fala em “estudo” no título do</p><p>texto.</p><p>d) a palavra “gás”, na linha 6, refere-se a “combustíveis</p><p>fósseis” e “queimadas”, na linhas 2, reforçando a</p><p>ideia de catástrofe.</p><p>Questão 2 (ENEM /2014)</p><p>Há qualquer coisa de especial</p><p>nisso de botar</p><p>a cara na janela em crônica de jornal ‒ eu não fazia</p><p>isso há muitos anos, enquanto me escondia em</p><p>poesia e cção. Crônica algumas vezes também é</p><p>feita, intencionalmente, para provocar. Além do</p><p>mais, em certos dias mesmo o escritor mais escolado</p><p>não está lá grande coisa. Tem os que mostram sua</p><p>cara escrevendo para reclamar: moderna demais,</p><p>antiquada demais. Alguns discorrem sobre o assunto,</p><p>e é gostoso compartilhar ideias. Há os textos que</p><p>parecem passar despercebidos, outros rendem um</p><p>montão de recados: “Você escreveu exatamente o</p><p>que eu sinto”, “Isso é exatamente o que falo com</p><p>meus pacientes”, “É isso que digo para meus pais”,</p><p>“Comentei com minha namorada”. Os estímulos</p><p>são valiosos pra quem nesses tempos andava meio</p><p>assim: é como me botarem no colo ‒ também eu</p><p>preciso. Na verdade, nunca fui tão posta no colo</p><p>por leitores como na janela do jornal. De modo que</p><p>está sendo ótima, essa brincadeiraséria, com alguns</p><p>textos que iam acabar neste livro, outros espalhados</p><p>por aí. Porque eu levo a sério ser sério… mesmo</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>15</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>quando parece que estou brincando:essa é uma das</p><p>maravilhas de escrever. Como escrevi há muitos anos</p><p>e continua sendo a minha verdade: palavras são meu</p><p>jeito mais secreto de calar.</p><p>LUFT, L. Pensar é transgredir. Rio de janeiro: Record, 2004.</p><p>Os textos fazem uso constante de recurso que</p><p>permitem a articulação entre suas partes. Quanto à</p><p>construção do fragmento, o elemento</p><p>a) “nisso” introduz o fragmento “botar a</p><p>cara na janela em crônica de jornal”.</p><p>b) “assim” é uma paráfrase de “é como me botarem</p><p>no colo”.</p><p>c) “isso” remete a “escondia em poesia e cção”.</p><p>d) “alguns” antecipa a informação “É isso que digo</p><p>para meus pais”.</p><p>e) “essa” recupera a informação anterior “janela do</p><p>jornal”.</p><p>Questão 3 (ENEM /2012)</p><p>Labaredas nas trevas Fragmentos do diário</p><p>secreto de Teodor Konrad Nalecz Korzeniowski</p><p>20 DE JULHO [1912]</p><p>Peter Sumerville pede-me que escreva um</p><p>artigo sobre Crane. Envio-lhe uma carta: “Acredite-</p><p>me, prezado senhor, nenhum jornal ou revista se</p><p>interessaria por qualquer coisa que eu, ou outra</p><p>pessoa, escrevesse sobre Stephen Crane. Ririam</p><p>da sugestão. […] Di cilmente encontro alguém,</p><p>agora, que saiba quem é Stephen Crane ou lembre-</p><p>se de algo dele. Para os jovens escritores que estão</p><p>surgindo ele simplesmente não existe.”</p><p>20 DE DEZEMBRO [1919]</p><p>Muito peixe foi embrulhado pelas folhas de</p><p>jornal. Sou reconhecido como o maior escritor vivo</p><p>da língua inglesa. Já se passaram dezenove anos</p><p>desde que Crane morreu, mas eu não o esqueço. E</p><p>parece que outros também não. The London Mercury</p><p>resolveu celebrar os vinte e cinco anos de publicação</p><p>de um livro que, segundo eles, foi “um fenômeno</p><p>hoje esquecido” e me pediram um artigo.</p><p>FONSECA, R. Romance negro e outras histórias. São Paulo: Companhia das</p><p>Letras, 1992 (fragmento).</p><p>Na construção de textos literários, os autores</p><p>recorrem com frequência a expressões metafóricas.</p><p>Ao empregar o enunciado metafórico “Muito peixe</p><p>foi embrulhado pelas folhas de jornal”, pretendeu-se</p><p>estabelecer, entre os dois fragmentos do texto em</p><p>questão, uma relação semântica de</p><p>a) causalidade, segundo a qual se relacionam as</p><p>partes de um texto, em que uma contém a causa</p><p>e a outra, a consequência.</p><p>b) temporalidade, segundo a qual se articulam as</p><p>partes de um texto, situando no tempo o que é</p><p>relatado nas partes em questão.</p><p>c) condicionalidade, segundo a qual se combinam</p><p>duas partes de um texto, em que uma resulta</p><p>ou depende de circunstâncias apresentadas na</p><p>outra.</p><p>d) adversidade, segundo a qual se articulam duas</p><p>partes de um texto em que uma apresenta uma</p><p>orientação argumentativa distinta e oposta à</p><p>outra.</p><p>e) nalidade, segundo a qual se articulam duas</p><p>partes de um texto em que uma apresenta o</p><p>meio, por exemplo, para uma ação e a outra, o</p><p>desfecho da mesma.</p><p>Questão 4 (ENEM/2011)</p><p>Cultivar um estilo de vida saudável é</p><p>extremamente importante para diminuir o risco de</p><p>infarto, mas também de problemas como morte súbita</p><p>e derrame. Signi ca que manter uma alimentação</p><p>saudável e praticar atividade física regularmente</p><p>já reduz, por si só, as chances de desenvolver</p><p>vários problemas. Além disso, é importante para o</p><p>controle da pressão arterial, dos níveis de colesterol</p><p>e de glicose no sangue. Também ajuda a diminuir o</p><p>estresse e aumentar a capacidade física, fatores que,</p><p>somados, reduzem as chances de infarto. Exercitar-</p><p>se, nesses casos, com acompanhamento médico e</p><p>moderação, é altamente recomendável.</p><p>ATALIA, M. Nossa vida. Época . 23 mar. 2009.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>16</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>As ideias veiculadas no texto se organizam</p><p>estabelecendo relações que atuam na construção do</p><p>sentido. A esse respeito, identi ca-se, no fragmento,</p><p>que</p><p>a) a expressão “Além disso” marca uma sequenciação</p><p>de ideias.</p><p>b) o conectivo “mas também” inicia oração que</p><p>exprime ideia de contraste.</p><p>c) o termo “como”, em “como morte súbita e</p><p>derrame”, introduz uma generalização.</p><p>d) o termo “Também” exprime uma justi cativa.</p><p>e) o termo “fatores” retoma coesivamente “níveis de</p><p>colesterol e de glicose no sangue”.</p><p>Questão 5 (ENEM/2010)</p><p>O Flamengo começou a partida no</p><p>ataque, enquanto o Botafogo procurava fazer uma</p><p>forte marcação no meio campo e tentar lançamentos</p><p>para Victor Simões, isolado entre os zagueiros rubro-</p><p>negros. Mesmo com mais posse de bola, o time</p><p>dirigido por Cuca tinha grande di culdade de chegar</p><p>à área alvinegrapor causa dobloqueio montado pelo</p><p>Botafogo na frente da sua área.</p><p>No entanto, na primeira chance rubro-negra,</p><p>saiu o gol.Apóscruzamento da direita de Ibson, a zaga</p><p>alvinegra rebateu a bola de cabeça para o meio da</p><p>área. Kléberson apareceu na jogada e cabeceou por</p><p>cima do goleiro Renan. Ronaldo Angelim apareceu</p><p>nas costas da defesa e empurrou para o fundo da</p><p>rede quase que em cima da linha: Flamengo 1 a 0.</p><p>Disponível em:https://momentodofutebol.blogspot.com (adaptado).</p><p>O texto, que narra uma parte do jogo nal do</p><p>Campeonato Carioca de futebol, realizado em 2009,</p><p>contém vários conectivos, sendo que</p><p>a) após é conectivo de causa, já que apresenta o</p><p>motivo de a zaga alvinegra ter rebatido a bola de</p><p>cabeça.</p><p>b) enquantotem um signi cado alternativo, porque</p><p>conecta duas opções possíveis para serem</p><p>aplicadas no jogo.</p><p>c) no entanto tem signi cado de tempo, porque</p><p>ordena os fatos observados no jogo em ordem</p><p>cronológica de ocorrência.</p><p>d) mesmo traz ideia de concessão, já que “com</p><p>mais posse de bola”, ter di culdade não é algo</p><p>naturalmente esperado.</p><p>e) por causa de indica consequência, porque as</p><p>tentativas de ataque do Flamengo motivaram o</p><p>Botafogo a fazer um bloqueio.</p><p>Questão 6 (ENEM – 2010)</p><p>Os lhos de Anna eram bons, uma coisa</p><p>verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho,</p><p>exigiam para si, malcriados, instantes cada vez</p><p>mais completos. A cozinha era en m espaçosa,</p><p>o fogão enguiçado dava estouros. O calor era</p><p>forte no apartamento que estavam aos poucos</p><p>pagando.Maso vento batendo nas cortinas que ela</p><p>mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia</p><p>parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte.</p><p>Como um lavrador. Ela plantara as sementes que</p><p>tinha na mão, não outras,masessas apenas.</p><p>LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro:</p><p>Rocco, 1998.</p><p>A autora emprega por duas vezes o</p><p>conectivo mas no fragmento apresentado.</p><p>Observando aspectos da organização, estruturação e</p><p>funcionalidade dos elementos que articulam o texto,</p><p>o conectivomas</p><p>a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações</p><p>em que aparece no texto.</p><p>b) quebra a uidez do texto e prejudica a</p><p>compreensão, se usado no início da frase.</p><p>c) ocupa posição xa, sendo inadequado seu uso</p><p>na abertura da frase.</p><p>d) contém uma ideia de sequência temporal que</p><p>direciona a conclusão do leitor.</p><p>e) assume funções discursivas distintas nos dois</p><p>contextos de uso.</p><p>Questão 7 (Enem/ 2013)</p><p>Gripado, penso entre espirros em como</p><p>a palavra gripe nos chegou após uma série de</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>17</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a</p><p>epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além</p><p>do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o</p><p>italiano in uenzae o francêsgrippe. O primeiro era</p><p>um termo derivado do latim medieval in uentia,</p><p>que signi cava “in uência dos astros sobre os</p><p>homens”. O segundo era apenas a forma nominal do</p><p>verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que zesse</p><p>referência ao modo violento como o vírus se apossa</p><p>do organismo infectado.</p><p>RODRIGUES. S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.</p><p>Para se entender o trecho como uma unidade</p><p>de sentido, é preciso que o leitor reconheça a</p><p>ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão</p><p>é construída predominantemente pela retomada de</p><p>um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento</p><p>do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:</p><p>a) “[…] a palavra gripe nos chegou após uma série</p><p>de contágios entre línguas.”</p><p>b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe</p><p>[…]”.</p><p>c) “O primeiro era um termo derivado do latim</p><p>medieval in uentia, que signi cava ‘in uência</p><p>dos astros sobre os homens’.”</p><p>d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo</p><p>gripper […]”.</p><p>e) “Supõe-se que zesse referência ao modo</p><p>violento como o vírus se apossa do organismo</p><p>infectado.”</p><p>Questão 8 (2º EQ UERJ/2012)</p><p>Na coesão textual, os pronomes podem ser</p><p>empregados para fazer a ligação entre o que está</p><p>sendo dito e o que foi enunciado anteriormente.</p><p>O pronome sublinhado que estabelece ligação</p><p>com uma parte anterior do texto está na seguinte</p><p>passagem:</p><p>a) “A con guração do mundo do trabalho écada vez</p><p>mais volátil” (l. 8)</p><p>b) Outra grande consequência, de acordo com o</p><p>professor, diz respeito à saúde dos trabalhadores,</p><p>(l. 16)</p><p>c) “Trata-se de um cenário em quetodosperdem,”</p><p>(l. 17-18)</p><p>d) qual o tipo de desenvolvimento quenós, como</p><p>cidadãos, queremos ter? (l. 22)</p><p>e) o econômico e o social, como acontece da</p><p>economia solidária.(l. 23)</p><p>Questão 9 (ENEM/2017)</p><p>Por meio de recursos linguísticos, os textos</p><p>mobilizam estratégias para introduzir e retomar</p><p>ideias, promovendo a progressão do tema. No</p><p>fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é</p><p>introduzido pela expressão,</p><p>a) “a singularidade”</p><p>b) “tais vantagens”</p><p>c) “os gabos”</p><p>d) “longe disso”</p><p>e) “em geral”</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>18</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Questão 10 (UFPR/2010)</p><p>Considere as seguintes sentenças.</p><p>I. Ainda que os salários estejam cada vez</p><p>mais defasados, o aumento de preços diminui</p><p>consideravelmente seu poder de compras.</p><p>II. O Governo resolveu não se comprometer com</p><p>nenhuma das facções formadas no congresso.Desse</p><p>modo, todos carão à vontade para negociar as</p><p>possíveis saídas.</p><p>III.Embora o Brasil possua muito solo fértil com</p><p>vocação para o plantio, isso conseguiu atenuar</p><p>rapidamente o problema da fome.</p><p>IV. Choveu muito no inverno deste ano.Entretanto,</p><p>novos projetos de irrigação foram necessários.</p><p>As expressões grifadas NÃO estabelecem</p><p>as relações de signi cado adequadas, criando</p><p>problemas de coerência, em:</p><p>a) II apenas.</p><p>b) I e III apenas.</p><p>c) I e IV apenas.</p><p>d) II, III e IV apenas.</p><p>e) II e IV apenas.</p><p>http://porsimas.blogspot.com/2019/03/</p><p>https://conhecimentocientifico.r7.com/funcao-emotiva/</p><p>BLOCO TEMÁTICO 3 TEMA,</p><p>TÍTULO E TESE: USANDO</p><p>ARGUMENTOS COERENTES</p><p>No bloco 3, você terá a oportunidade de</p><p>compreender como estruturar uma tese na contrução</p><p>do texto dissertativo-argumentativo. Endenderá</p><p>que o uso de argumentos corentes numa tese pode</p><p>auxilar no processo de escrita do desenvovimento</p><p>da redação. Não desita! É hora de explorar o seu</p><p>potencial!</p><p>TEMA, TÍTULO E TESE</p><p>Quando queremos ir a algum lugar a que nunca</p><p>fomos, costumamos, mesmo que só mentalmente,</p><p>fazer um roteiro. Se formos de ônibus, procuramos</p><p>saber qual linha tomar, em que ponto descer, etc. Se</p><p>resolvermos ir de automóvel, não será diferente.</p><p>Caso não tenhamos em mente o roteiro,</p><p>corremos o risco de car rodando à toa e não chegar</p><p>ao destino; se conseguirmos chegar, teremos perdido</p><p>muito tempo nessa tarefa.</p><p>Com a elaboração de uma redação,</p><p>principalmente no caso de um texto dissertativo, não</p><p>é diferente: se não preparamos previamente um plano</p><p>ou um roteiro, corremos o risco de car dando voltas</p><p>em torno do tema, sem chegar a lugar nenhum. Por</p><p>isso, antes de escrever sua redação é preciso planejá-</p><p>la bem, procurando elaborar um esquema. Cuidado</p><p>para não confundir esquema com rascunho. Esquema</p><p>é um guia que estabelecemos para ser seguido, no</p><p>qual colocamos em frases sucintas (ou mesmo em</p><p>simples palavras) o roteiro para a elaboração do</p><p>texto. No rascunho, vamos dando forma à redação</p><p>porque nele as ideias colocadas no esquema passam</p><p>a ser redigidas, tomando a forma de frases até chegar</p><p>a um texto coerente.</p><p>Quando escrevemos, devemos observar</p><p>certas normas de organização bastante particulares,</p><p>que merecem um estudo cuidadoso. Para auxiliar</p><p>seu estudo, é preciso entender as diferenças entre</p><p>tema, título e tese. Tema é o fator mais abrangente</p><p>e também omais importante dentro desses três.</p><p>Afinal, fugir do tema zera a sua redação. “Beleza,</p><p>mas como eu sei o que, de fato, é o tema”?</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>19</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>“Tema é o recorte de um assunto que vai</p><p>servir de base para o seu texto.”</p><p>O assunto é algo bem amplo. Por</p><p>exemplo: “cinema”. Isso é um assunto. Existem</p><p>diversas formas diferentes da gente falar sobre</p><p>cinema.“Cinema nacional” também é um assunto.</p><p>Imagine o tanto de coisas que podemos falar sobre</p><p>isso? Dá pra falar sobre a qualidade dos lmes</p><p>nacionais, a acessibilidade, a história, en m.</p><p>O recorte é um pedaço menor do assunto.</p><p>Algo mais de nido sobre o qual temos certeza do</p><p>que precisamos falar. Por exemplo, como foi o tema</p><p>de uma redação do Enem: “Democratização do</p><p>acesso ao cinema no Brasil”. Esse recorte de um</p><p>assunto muito mais amplo (cinema) é otema da sua</p><p>redação. Você precisa, não apenas falar sobre</p><p>cinema, mas sobre a sua democratização no</p><p>Brasil. Qualquer assunto que não tenha relação</p><p>com esse, irá resultar num zero para sua redação.</p><p>“Beleza? Bora pro próximo”!</p><p>E tese, o que é?</p><p>“É a opinião resumida do autor sobre o</p><p>tema. E que será defendida ao longo do texto.”</p><p>Ou seja, a tese é:o que você pensa sobre o</p><p>tema? Você acha que o cinema é democratizado?</p><p>Não? Então, por quê? Você acha que ele está</p><p>sendo democratizado? Hm, como? E por aí vai.</p><p>Além de formular sua opinião, é preciso pensar</p><p>como você vai convencer o leitor de que ela faz</p><p>sentido. Vamos a um exemplo:</p><p>Exemplo de tese:</p><p>“A democratização do cinema brasileiro é muito</p><p>importante não apenas para o crescimento econômico</p><p>do país por meio de uma das indústrias que mais cresce</p><p>no mundo. Mas, também, na construção e identi cação</p><p>da identidade do nosso povo nas telonas.”</p><p>Argumento 1: é importante para o</p><p>crescimento econômico do país.</p><p>Argumento 2: ajuda o povo a construir sua</p><p>própria identidade.</p><p>Vocês viram que foram colocadas duas</p><p>opiniões dentro da tese, certo? Bom, primeiro, já</p><p> cou claro que há um apoio à democratização e que</p><p>ela precisa melhorar, segundo essa tese. Agora, por</p><p>que foram dados dois argumentos para sustentar</p><p>isso? É porque o primeiro argumento foi defendido</p><p>no primeiro parágrafo do desenvolvimento.</p><p>Já o segundo, no segundo parágrafo do</p><p>desenvolvimento.</p><p>Isso é uma regra? Não é uma regra, não. Porém,</p><p>é uma forma de facilitar muito a compreensão da sua</p><p>redação e deixar muito mais fácil para o corretor</p><p>entender seu ponto de vista. É quase como dar</p><p>um guia para o seu leitor de tudo que ele vai</p><p>encontrar em cada parágrafo. É bem possível que</p><p>isso ajude a melhorar sua nota, não é?</p><p>Vimos então que a tese representa um</p><p>trecho da introdução no qual é apresentado o</p><p>posicionamento</p><p>do autor sobre a proposta</p><p>temática.</p><p>Considerada uma linha de raciocínio, a tese</p><p>apresentará ao leitor qual será o caminho adotado</p><p>pelo autor do texto, ou seja, qual é ponto de vista</p><p>desse autor sobre o tema.</p><p>Uma redação composta por uma tese bem</p><p>elaborada destaca-se entre as demais, uma vez que</p><p>apresenta o DNA da redação, isto é, o caminho</p><p>que o texto seguirá, apresentando o que será</p><p>desenvolvido no decorrer do texto.</p><p>Geralmente, a tese se caracteriza por ser um</p><p>simples enunciado e a utilização de adjetivos pode</p><p>auxiliar em sua construção.</p><p>A caracterização é um elemento chave para</p><p>a construção de boas teses, visto que, em razão da</p><p>pouca quantidade de linhas, ela deverá ser concisa.</p><p>Observe, a seguir, um exemplo de tese sobre o</p><p>tema “A redução da maioridade penal no Brasil”:</p><p>Impunidade. Esse é o sentimento que leva</p><p>grande parte dos brasileiros a defender a redução</p><p>da maioridade penal para 16 anos. O estado de</p><p>violência no qual o país está inserido, somado</p><p>à frequente associação de menores aos atos de</p><p>violência expostos pela mídia, gera um desejo</p><p>na população de vingança, que se consuma com</p><p>a prisão desses transgressores das regras morais</p><p>que regem a sociedade. Entretanto, estudiosos e</p><p>entidades internacionais condenam essa proposta,</p><p>alegando que não reduz a criminalidade. Deve-se,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>20</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>então, se analisar os dois extremos para resolver</p><p>esse impasse e encontrar a melhor forma de dizer</p><p>que diminuir a maioridade não é o caminho mais</p><p>interessante.</p><p>Através do último enunciado, conseguimos</p><p>perceber qual é a perspectiva do autor sobre</p><p>a problemática apresentada (posicionando-se</p><p>contra a redução da maioridade). Dessa maneira, no</p><p>decorrer do texto, o autor apresentará argumentos</p><p>defendendo a sua posição, mediante análise de</p><p>duas perspectivas (como fora evidenciado no</p><p>trecho destacado) a m de convencer os leitores</p><p>que a redução da maioridade penal não é a solução</p><p>adequada.</p><p>Observe, a seguir, outro exemplo de tese bem</p><p>construída sobre o tema “A importância do hábito da</p><p>leitura nos dias atuais”.</p><p>Certa vez, Paulo Freire, importante educador</p><p>e lósofo brasileiro, destacou a necessidade de a</p><p>leitura ser um ato de amor. Em outra ocasião, Jorge</p><p>Luis Borges, poeta argentino, apontou o ato de ler</p><p>como uma forma de felicidade. De fato, durante</p><p>séculos, tal atividade foi fonte de conhecimento</p><p>e desenvolvimento da sociedade, trazendo</p><p>importantes ensinamentos a quem a tinha como</p><p>um hábito. Entretanto, nos dias de hoje, tal avidez</p><p>tem perdido seu espaço no meio social, vítima</p><p>de uma falta de incentivo por parte dos setores</p><p>responsáveis por criá-lo (desenvolvimento I) e do</p><p>próprio mercado, que desestimula um hábito</p><p>crucial na vida da população (desenvolvimento II).</p><p>O trecho em destaque, para além de</p><p>apresentar a perspectiva do autor, evidencia quais</p><p>serão os possíveis tópicos a serem desenvolvidos no</p><p>desenvolvimento I e desenvolvimento II.</p><p>O conectivo “entretanto” estabelece uma</p><p>relação de contrariedade com o que foi dito</p><p>anteriormente, funcionando como um elo entre os</p><p>dois trechos da redação.</p><p>O adjetivo crucial enfatiza a opinião do</p><p>autor sobre o hábito da leitura, concedendo maior</p><p>destaque ao trecho.</p><p>Vale ressaltar que não há uma fórmula perfeita</p><p>para a elaboração de teses. É recomendado que os</p><p>estudantes desenvolvam introduções e, durante os</p><p>processos de criação, atentem-se ao que se é escrito,</p><p>observando se o seu posicionamento está exposto</p><p>de forma clara e coesa.</p><p>Outra recomendação é a utilização de</p><p>adjetivos na elaboração de teses, visto que essa</p><p>classe gramatical é responsável por caracterizar os</p><p>elementos. Assim, o estudante poderá expor qual</p><p>é o seu posicionamento através do processo de</p><p>adjetivação do elemento abordado. Observem o</p><p>exemplo a seguir:</p><p> Tema: “A legalização do aborto no Brasil”</p><p> Trecho da tese: “ [...] Assim, é inaceitável que</p><p>uma ação que fere o direito à vida daqueles que</p><p>não podem se defender seja dilacerado através</p><p>da legalização do aborto”.</p><p>Observem que os adjetivos inaceitável e</p><p>dilacerado auxiliam na construção do posicionamento</p><p>do autor sobre o tema (apresentando-se contra a</p><p>legalização do aborto).</p><p>E título o que é?</p><p>“Nome que você dá ao seu texto. De</p><p>preferência, depois que ele está pronto.”</p><p>O título é a parte mais fácil. Depois que você</p><p>já escreveu tudo, deu seus argumentos, defendeu</p><p>sua tese e fez sua proposta de intervenção, é hora de</p><p>dar nome à obra. “Ah, mas eu posso colocar o título</p><p>antes de escrever o texto?” É claro que você pode. Só</p><p>tome cuidado para manter a coerência com aquele</p><p>título até o m do seu texto. Por isso se recomenda</p><p>colocar o título no nal. Isso pode deixar você mais</p><p>livre para escrever, não precisando ser el a um título</p><p>pré-determinado. Mas o texto é seu. Fique livre para</p><p>escolher!</p><p>Dicas para fazer títulos</p><p>criativos:</p><p>Você geralmente empaca na hora de pensar</p><p>em um título criativo? Então, aqui vai uma dica:Use</p><p>referências pense em músicas, nome de livros,</p><p> lmes, frases famosas de autores e as use como base</p><p>para o seu título. Tudo que você precisa fazer é mudar</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>21</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>um pouco a frase, dar uma estilizada e adaptada para</p><p>ter uma ligação com o contexto do que você deseja</p><p>escrever. Isso vai facilitar muito o seu título.</p><p>Argumentação</p><p>Disponível em: file:///C:/Users/espanhol/Downloads/</p><p>ARGUMENTAO.pdf</p><p>Argumentar é a capacidade de relacionar</p><p>fatos, teses, estudos, opiniões, problemas</p><p>e possíveis soluções a fim de fundamentar</p><p>determinadopensamento ou ideia.Osargumentos</p><p>devem ter uma fundamentação, eles são as</p><p>provas que sustentam a tese. Com as estratégias</p><p>argumentativas, usamos recursos para envolver o</p><p>interlocutor.</p><p>Vejamos alguns tipos de argumentos.</p><p>• Comparação: estabelece o confronto entre</p><p>duas realidades diferentes;</p><p>• Alusão histórica: retoma acontecimentos do</p><p>passado para explicar fatos do presente;</p><p>• Argumentos com provas concretas: apre-</p><p>sentação de dados estatísticos, resultados de</p><p>pesquisas/enquetes, índices e etc.;</p><p>• Argumentos consensuais: são aqueles</p><p>em que certas “verdades” aceitas por to-</p><p>dos são utilizadas. São afirmações que</p><p>não precisam da comprovação, como por</p><p>exemplo: todo ser humano precisa de boa</p><p>alimentação e lazer;</p><p>• Argumentos de autoridade ou de exem-</p><p>plo: apresenta-se o ponto de vista ou imi-</p><p>tação das ações de uma autoridade ou uma</p><p>pessoa reconhecida na área do assunto em</p><p>discussão. São frases célebres, trechos impor-</p><p>tantes de cientistas, lósofos, etc.;</p><p>• Argumentos de presença: ilustrar com his-</p><p>tórias, lendas ou parábolas a tese que quere-</p><p>mos defender;</p><p>• Argumentos de retorção: utiliza os próprios</p><p>argumentos do outro para destruí-lo.</p><p>A partir da discussão podemos considerar que</p><p>a argumentação exerce um papel preponderante</p><p>ao exercício da cidadania. E no período escolar,</p><p>esta atividade se expressa intensamente. Em seu</p><p>momento especí co, o ato de argumentar com</p><p>propriedade poderá de nir seu futuro.</p><p>Vimos que a argumentação é um recurso que</p><p>tem como propósito convencer alguém, para que</p><p>esse tenha a opinião ou o comportamento alterado.</p><p>Sempre que argumentamos, temos o intuito de fazer</p><p>com que o outro pense como nós. No momento da</p><p>construção textual, os argumentos são essenciais,</p><p>esses serão as provas que apresentaremos, com o</p><p>propósito de defender nossa ideia e convencer o</p><p>leitor de que essa é a correta. Dentre os diferentes</p><p>tipos de argumentos que existem, a escolha certa</p><p>consolida o texto.</p><p>Alguns exemplos:</p><p>Argumentação por citação</p><p>Sempre que queremos defender uma ideia,</p><p>procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como</p><p>nós acerca do tema em evidência. Apresentamos no</p><p>corpo de nosso texto a menção de uma informação</p><p>extraída de outra fonte. A citação pode ser</p><p>apresentada assim:</p><p>Assim parece ser porque, para Piaget, “toda</p><p>moral consiste num sistema de regras e a essência</p><p>de toda moralidade deve ser procurada no respeito</p><p>que o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget,</p><p>1994, p.11). A essência da moral é o respeito às</p><p>regras. A capacidade intelectual de compreender</p><p>que a regra expressa uma racionalidade em si</p><p>mesma equilibrada.</p><p>O trecho citado deve estar de acordo com as</p><p>ideias do texto, assim, tal estratégia poderá funcionar</p><p>bem.</p><p>Argumentação por comprovação</p><p>A sustentação da argumentação se dará a partir</p><p>das informações apresentadas (dados, estatísticas,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>22</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>percentuais) que a acompanham. Esse recurso é</p><p>explorado quando o objetivo é contestar um ponto</p><p>de vista equivocado. Veja:</p><p>O ministro da Educação, Cristovam Buarque,</p><p>lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O</p><p>estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e</p><p>do Censo Educacional do Ministério da Educação,</p><p>mostra o número de crianças de sete a catorze</p><p>anos que estão fora das escolas em cada estado.</p><p>Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão</p><p>de crianças, ou 5,5 % da população nessa faixa</p><p>etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é</p><p>obrigatório, não frequentam as salas de aula.</p><p>O pior índice é do Amazonas: 16,8% das</p><p>crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da</p><p>escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas</p><p>2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio</p><p>Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com</p><p>3,2% (168,7 mil).</p><p>Nesse tipo de citação, o autor precisa de dados</p><p>que demonstrem sua tese.</p><p>Argumentação por raciocínio lógico</p><p>A criação de relações de causa e efeito é um</p><p>recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão</p><p>(a rmada no texto) é necessária, e não fruto de uma</p><p>interpretação pessoal que pode ser contestada. Veja:</p><p>“O fumo é o mais grave problema de saúde</p><p>pública no Brasil. Assim como não admitimos que os</p><p>comerciantes de maconha, crack ou heroína façam</p><p>propaganda para os nossos lhos na TV, todas</p><p>as formas de publicidade do cigarro deveriam ser</p><p>proibidas terminantemente. Para os desobedientes,</p><p>cadeia.”</p><p>VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20</p><p>de maio de 2000.</p><p>Para a construção de um bom texto</p><p>argumentativo, faz-se necessário o conhecimento</p><p>sobre a questão proposta, fundamentação para que</p><p>seja realizado com sucesso.</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1- Vídeos com dicas sobre “Argumentação”:</p><p>a) https://youtu.be/_PJM0YJGWdo</p><p>b) https://youtu.be/XfUgGf6Sq28</p><p>2- Textos com síntese sobre “Argumentação:</p><p>a) https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/</p><p>lingua-portuguesa/argumentacao</p><p>b) https://brasilescola.uol.com.br/redacao/</p><p>a-argumentacao.htm</p><p>RECAPITULANDO</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>23</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1 (ENEM/2012)</p><p>Não somos tão especiais</p><p>Todas as características tidas como exclusivas</p><p>dos humanos são compartilhadas por outros animais,</p><p>ainda que em menor grau.</p><p>INTELIGÊNCIA</p><p>A ideia de que somos os únicos animais</p><p>racionais tem sido destruída desde os anos 40. A</p><p>maioria das aves e mamíferos tem algum tipo de</p><p>raciocínio.</p><p>AMOR</p><p>O amor, tido como o mais elevado dos</p><p>sentimentos, é parecido em várias espécies, como</p><p>os corvos, que também criam laços duradouros,</p><p>se preocupam com o ente querido e ficam de luto</p><p>depois de sua morte.</p><p>CONSCIÊNCIA</p><p>Chimpanzés se reconhecem no espelho.</p><p>Orangotangos observam e enganam humanos</p><p>distraídos. Sinais de que sabem quem são e se</p><p>distinguem dos outros. Ou seja, são conscientes.</p><p>CULTURA</p><p>O primatologista Frans de Waal juntou vários</p><p>exemplos de cetáceos e primatas que são capazes</p><p>de aprender novos hábitos e de transmiti-los para as</p><p>gerações seguintes. O que é cultura se não isso?</p><p>BURGIERMAN, D. Superinteressante, n.º 190, jul. 2003.</p><p>O título do texto traz o ponto de vista do autor</p><p>sobre a suposta supremacia dos humanos em relação</p><p>aos outros animais. As estratégias argumentativas</p><p>utilizadas para sustentar esse ponto de vista são</p><p>a) denição e hierarquia.</p><p>b) exemplicação e comparação.</p><p>c) causa e consequência.</p><p>d) nalidade e meios.</p><p>e) autoridade e modelo.</p><p>Questão 2 (UFMG/adaptada)</p><p>A revolução digital</p><p>Texto e papel. Parceiros de uma história de</p><p>êxitos. Pareciam feitos um para o outro.</p><p>Disse “pareciam”, assim, com o verbo no</p><p>passado, e já me explico: estão em processo de</p><p>separação.</p><p>Secular, a união não ruirá do dia para a noite.</p><p>Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada</p><p> m de tarde.</p><p>O texto mantinha com o papel uma relação</p><p>de dependência. A perpetuação da escrita parecia</p><p>condicionada à produção de celulose.</p><p>Súbito, a palavra descobriu um novo meio de</p><p>propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram</p><p>as nuvens de elétrons.</p><p>A mudança conduz a veredas ainda</p><p>inexploradas. De concreto há apenas a impressão de</p><p>que, longe de enfraquecer, a ebulição digital toni ca</p><p>a escrita.</p><p>E isso é bom. Quando nos chega por um</p><p>ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-</p><p>nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.</p><p>Em outras palavras: falada, a palavra perde-</p><p>se nos desvãos da memória; impressa, desperta o</p><p>cérebro, produzindo uma circulação de ideias que</p><p>gera novos textos.</p><p>A Internet é, por assim dizer, um livro interativo.</p><p>Plugados à rede, somos autores e leitores. Podemos</p><p>visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou</p><p>simplesmente arriscar textos próprios.</p><p>Otto Lara Resende costumava dizer que</p><p>as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de</p><p>correspondências. Antes de morrer, brindou-me com</p><p>dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te</p><p>uma carta qualquer dia desses”.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>24</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Não sei se teve tempo de render-se ao</p><p>computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria</p><p>surpreso com a popularização crescente do correio</p><p>eletrônico.</p><p>O papel começa a experimentar o mesmo</p><p>martírio imposto à pedra quando da descoberta do</p><p>papiro. A era digital está revolucionando o uso do</p><p>texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra,</p><p>estamos pressionando a tecla “enter”.</p><p>SOUZA, Josias de. A revolução digital. Folha de São Paulo,</p><p>São Paulo, 6 de maio de 1996. Caderno Brasil, p. 2.</p><p>Com base na leitura feita, é correto a rmar que</p><p>o objetivo do texto é:</p><p>a) defender a parceria entre o papel e o texto como</p><p>uma história de êxitos.</p><p>b) discutir as implicações da era digital no uso da</p><p>escrita.</p><p>c) descrever as vantagens e as desvantagens da</p><p>internet na atualidade.</p><p>d) narrar a história do papel e do texto desde a</p><p>antiguidade.</p><p>e) Nenhuma das alternativas.</p><p>O texto a seguir serve às questões 3, 4 e 5,</p><p>todas do ENEM/98:</p><p>Para falar e escrever bem, é preciso, além de</p><p>conhecer o padrão formal da Língua Portuguesa,</p><p>saber adequar o uso da linguagem ao contexto</p><p>discursivo. Para exempli car este fato, seu professor</p><p>de Língua Portuguesa convida-o a ler o texto “Aí,</p><p>Galera”, de Luís Fernando Veríssimo. No texto, o autor</p><p>brinca com situações de discurso oral que fogem à</p><p>expectativa do ouvinte.</p><p>Aí, galera</p><p>Jogadores de futebol podem ser vítimas de</p><p>estereotipação. Por exemplo, você pode imaginar um</p><p>jogador de futebol dizendo “estereotipação”? E, no</p><p>entanto, por que não?</p><p>– Aí, campeão. Uma palavrinha pra galera.</p><p>– Minha saudação aos a cionados do clube e</p><p>aos demais esportistas, aqui presentes ou no recesso</p><p>dos seus lares.</p><p>– Como é?</p><p>– Aí, galera.</p><p>– Quais são as instruções do técnico?</p><p>– Nosso treinador vaticinou que, com um</p><p>trabalho de contenção coordenada, com energia</p><p>otimizada, na zona de preparação, aumentam</p><p>as probabilidades de, recuperado o esférico,</p><p>concatenarmos um contragolpe agudo com</p><p>parcimônia de meios e extrema objetividade,</p><p>valendo-nos da desestruturação momentânea</p><p>do sistema oposto, surpreendido pela reversão</p><p>inesperada do uxo da ação.</p><p>– Ahn?</p><p>– É pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá</p><p>eles sem calça.</p><p>– Certo. Você quer dizer mais alguma coisa?</p><p>– Posso dirigir uma mensagem de caráter</p><p>sentimental, algo banal, talvez mesmo previsível e</p><p>piegas, a uma pessoa</p><p>do que a outra. Todas têm seu valor dentro</p><p>da língua e devem ser respeitadas.</p><p>Mas você deve estar se perguntando, então a</p><p>norma-padrão não é a mais correta? Não! A norma-</p><p>padrão é apenas uma das possibilidades que a língua</p><p>põe à disposição dos seus falantes. Provavelmente,</p><p>você ainda está se perguntando: “Bom, então, eu não</p><p>preciso aprender a norma-padrão?”.</p><p>Preste bem atenção a esta explicação. Quando</p><p>vai a um casamento, você usa qualquer roupa?</p><p>Imaginamos que escolha uma roupa que considere</p><p>adequada à ocasião, observando, por exemplo, se</p><p>o casamento será na praia, na igreja ou no campo,</p><p>se será durante o dia ou à noite. Poderá ainda levar</p><p>em conta se será no inverno ou no verão. Enfim,</p><p>muitas variáveis interferirão na sua escolha, o que</p><p>ocorre porque estamos sujeitos a regras sociais a</p><p>que todos costumam obedecer. Pensemos agora</p><p>sobre a língua: ela também é regida por essas</p><p>regras sociais. Assim, nesse acordo social, instituiu-</p><p>se que, em algumas situações, deve-se recorrer a</p><p>uma variedade da língua mais formal, com menos</p><p>variações, que consiga garantir, de certo modo, que</p><p>haja compreensão entre todos que a utilizam. Logo, é</p><p>importante que você aprenda a norma-padrão, para</p><p>que consiga participar das mais diversas interações</p><p>sociais em que ela é exigida. O que não podemos é</p><p>achar que essa forma de falar é melhor do que as</p><p>demais e excluir aqueles que não usam a norma-</p><p>padrão.</p><p>A exclusão promovida pela língua reforça as</p><p>desigualdades sociais existentes no país e sustenta</p><p>o preconceito linguístico, que está relacionado à</p><p>desvalorização da forma de falar de pessoas com</p><p>pouco prestígio social.</p><p>Além da norma-padrão, existe no português</p><p>uma forma de falar que é característica de indivíduos</p><p>escolarizados e que têm amplo contato com a cultura</p><p>letrada, mas ela não é tão rigorosa quanto o padrão</p><p>estabelecido nas gramáticas. Estamos falando da</p><p>norma culta. Essa norma comporta inúmeras formas</p><p>em desacordo com o padrão (vi ele, a gente fez, me dê,</p><p>tem pessoas na sala etc.).</p><p>As pessoas que têm pouca escolarização</p><p>falam as chamadas normas populares, que, como já</p><p>dissemos, é uma forma legítima de se usar a língua.</p><p>Acompanhe o que disse o importante gramático</p><p>Celso Cunha a respeito disso:</p><p>Todas as variedades linguísticas são</p><p>estruturadas e correspondem a sistemas e</p><p>subsistemas adequados às necessidades de seus</p><p>usuários. Mas o fato de estar à língua fortemente</p><p>ligada à estrutura social e aos sistemas de valores</p><p>da sociedade conduz a uma avaliação distinta das</p><p>características das suas diversas modalidades</p><p>regionais, sociais e estilísticas. A língua padrão,</p><p>por exemplo, embora seja uma entre as muitas</p><p>variedades de um idioma, é sempre a mais</p><p>prestigiosa, porque atua como modelo, como</p><p>norma, como ideal linguístico de uma comunidade.</p><p>Do valor normativo decorre a sua função coercitiva</p><p>sobre as outras variedades, com o que se torna</p><p>uma ponderável força contrária à variação.</p><p>Celso Cunha. Nova gramática do português</p><p>contemporâneo. Adaptado.</p><p>Quando falamos de variação, é importante</p><p>compreendermos que ela não ocorre aleatoriamente</p><p>na língua. Existe um conjunto de fatores que</p><p>interferem nesse processo, os quais podem ser</p><p>geográficos, temporais, socioculturais (sexo, faixa</p><p>etária, escolaridade, classe social) ou ligados ao</p><p>próprio contexto da interação (formal/informal).</p><p>Além disso, a própria estrutura linguística pode</p><p>motivar determinados usos. Vamos estudar alguns</p><p>desses fatores ao abordarmos os tipos de variação.</p><p>Variação diatópica, geográfica ou regional.</p><p>Mencionamos há pouco que existem diferenças entre</p><p>o português brasileiro e o português europeu. Pois</p><p>bem! Estamos diante de um exemplo de variação</p><p>diatópica. Essa variação pode ocorrer tanto entre</p><p>diferentes países que compartilham a mesma língua,</p><p>como entre diferentes áreas geográficas de um país.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>12</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>Anúncio em português europeu. Disponível em: https://limaesantana.com.br/era-</p><p>estreia-campanha-produzida-em-portugal-com-video-meios-publicidade/.</p><p>Num país tão grande como o Brasil, é de</p><p>se esperar que haja bastantes diferenças entre o</p><p>modo de falar das pessoas, dadas as características</p><p>socioculturais de cada lugar. Esse tipo de variação</p><p>é bastante perceptível na forma de pronunciar</p><p>as palavras (sotaque) e no léxico (vocabulário),</p><p>mas também ocorre na estrutura gramatical</p><p>(morfossintática). Acompanhe alguns exemplos em</p><p>diferentes níveis da língua:</p><p> Fonético-fonológico: pronúncia papel (com l</p><p>bem saliente) em Portugal e papeu no Brasil;</p><p>pronúncia do r em diferentes lugares do</p><p>Brasil; pronúncia de t e d diante de i, como</p><p>em tia e dia e “tchia” e “djia”.</p><p> Lexical: aipim/macaxeira; tangerina/</p><p>bergamota; banheiro/casa de banho.</p><p> Morfossintático: eu lhe vi/eu te vi; dê-me/me</p><p>dê (em Portugal e no Brasil, respectivamente.</p><p>Ainda sobre a variação geográfica, leia este</p><p>trechodeumaquestãodaprovadeLínguaPortuguesa</p><p>do ENEM – 2005, que ressalta diferenças lexicais</p><p>entre o português europeu e o português brasileiro.</p><p>[Em Portugal], você poderá ter alguns</p><p>probleminhas se entrar numa loja de roupas</p><p>desconhecendo certas sutilezas da língua. Por</p><p>exemplo, não adianta pedir para ver os ternos –</p><p>peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são</p><p>peúgas. Suéter é camisola – mas não se assuste</p><p>porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é</p><p>uma delícia?)”</p><p>Variação diastrática ou social. As pessoas que</p><p>têm nível educacional mais elevado costumam usar</p><p>a língua de modo diferente daquelas que apresentam</p><p>baixo nível de escolarização e pouco acesso aos bens</p><p>culturais (museus, teatro, literatura etc.). O menor</p><p>contato destes sujeitos com a escola os impossibilita</p><p>de aprenderem os mecanismos da norma-padrão</p><p>e da norma culta. Você já deve ter observado que</p><p>os desvios de concordância verbal e nominal são</p><p>bastante comuns na fala desses grupos, porém é</p><p>sempre bom frisar que as construções populares</p><p>não são consideradas menos eficientes, do ponto</p><p>de vista linguístico, do que aquelas usadas por</p><p>pessoas mais escolarizadas. Além disso, os falantes</p><p>considerados cultos também empregam estruturas</p><p>não padrão. Vejamos alguns exemplos da variação</p><p>diastrática nos níveis da língua em que essa variação</p><p>é mais perceptível:</p><p> Fonético-fonológico: grobo/globo; foia/</p><p>folha; advogado/adevogado.</p><p> Morfossintaxe: a gente falamos/a gente</p><p>falou/ nós falamos/nós falou.</p><p>Variação diacrônica ou histórica. Esse tipo de</p><p>variação está relacionado às diferenças linguísticas</p><p>que se sucedem ao longo do tempo. Você pode</p><p>observá-lo comparando textos de diferentes épocas,</p><p>por exemplo ou observando a fala de pessoas mais</p><p>velhas. Na crônica Antigamente, de Carlos Drummond</p><p>de Andrade, reproduzida a seguir, a variação</p><p>diacrônica é posta em evidência. Aproveite para</p><p>pesquisar os vocábulos que ilustram essa variação.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>13</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAAntigamente</p><p>Antigamente, as moças chamavam-se</p><p>mademoiselles e eram todas mimosas e muito</p><p>prendadas. Não faziam anos: completavam</p><p>primaveras, em geral, dezoito. Os janotas,</p><p>mesmo não sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-</p><p>alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos</p><p>meses debaixo do balaio. E, se levavam tábua,</p><p>o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar</p><p>em outra freguesia. As pessoas, quando corriam,</p><p>antigamente, era para tirar o pai da forca, e não</p><p>caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde</p><p>para colher maduro e sabiam com quantos paus</p><p>se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse</p><p>entrementes, esse ou aquele embarcasse em</p><p>canoa furada. Encontravam alguém que lhes</p><p>passava a manta e azulava às de vila-diogo. Os</p><p>mais idosos depois da janta, faziam o quilo, saindo</p><p>para tomar a fresca; e também tomavam cautela</p><p>de não apanhar sereno. Os mais jovens, esses iam</p><p>ao animatógrafo, e mais tarde ao cinematógrafo,</p><p>chupando balas de altéia. Ou sonhavam em andar</p><p>de aeroplano; os quais, de pouco siso, se metiam</p><p>em camisa de onze varas, e até em calças pardas;</p><p>não admira que dessem com os burros</p><p>à qual sou ligado por razões,</p><p>inclusive, genéticas?</p><p>– Pode.</p><p>– Uma saudação para a minha progenitora.</p><p>– Como é?</p><p>– Alô, mamãe!</p><p>– Estou vendo que você é um, um...</p><p>– Um jogador que confunde o entrevistador,</p><p>pois não corresponde à expectativa de que o atleta</p><p>seja um ser algo primitivo com di culdade de</p><p>expressão e assim sabota a estereotipação?</p><p>– Estereoquê?</p><p>– Um chato?</p><p>– Isso.</p><p>(VERISSIMO, Luis Fernando. In: Correio Braziliense,</p><p>13/05/1998)</p><p>Questão 3 (ENEM/98)</p><p>O texto retrata duas situações relacionadas</p><p>que fogem à expectativa do público. São elas:</p><p>a) a saudação do jogador aos fãs do clube, no início</p><p>da entrevista, e a saudação nal dirigida à sua</p><p>mãe.</p><p>b) a linguagem muito formal do jogador, inadequada</p><p>à situação da entrevista, e um jogador que fala,</p><p>com desenvoltura, de modo muito rebuscado.</p><p>c) o uso da expressão “galera”, por parte do</p><p>entrevistador, e da expressão “progenitora”, por</p><p>parte do jogador.</p><p>d) o desconhecimento, por parte do entrevistador,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>25</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>da palavra “estereotipação”, e a fala do jogador</p><p>em “é pra dividir no meio e ir pra cima pra pegá</p><p>eles sem calça”.</p><p>e) o fato de os jogadores de futebol serem vítimas</p><p>de estereotipação e o jogador entrevistado não</p><p>corresponder ao estereótipo.</p><p>Questão 4 (ENEM/98)</p><p>O texto mostra uma situação em que a</p><p>linguagem usada é inadequada ao contexto.</p><p>Considerando as diferenças entre língua oral e língua</p><p>escrita, assinale a opção que representa também</p><p>uma inadequação da linguagem usada ao contexto:</p><p>a) “o carro bateu e capotô, mas num deu pra vê</p><p>direito” – um pedestre que assistiu ao acidente</p><p>comenta com o outro que vai passando.</p><p>b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem</p><p>que fala para um amigo.</p><p>c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer</p><p>uma observação” – alguém comenta em uma</p><p>reunião de trabalho.</p><p>d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-</p><p>me ao cargo de Secretária Executiva desta</p><p>conceituada empresa” – alguém que escreve uma</p><p>carta candidatando-se a um emprego.</p><p>e) “Porque se a gente não resolve as coisas como</p><p>têm que ser, a gente corre o risco de termos, num</p><p>futuro próximo, muito pouca comida nos lares</p><p>brasileiros” – um professor universitário em um</p><p>congresso internacional.</p><p>Questão 5 (ENEM/98)</p><p>A expressão “pegá eles sem calça” poderia ser</p><p>substituída, sem comprometimento de sentido, em</p><p>língua culta, formal, por:</p><p>a) apegá-los na mentira.</p><p>b) pegá-los desprevenidos.</p><p>c) pegá-los em agrante.</p><p>d) pegá-los rapidamente.</p><p>e) pegá-los momentaneamente.</p><p>Disponível em: https://img.r7.com/images/vestibular-</p><p>estudantes-fazem-prova-29042019104241966?dimensio</p><p>ns=660x360</p><p>https://img.r7.com/images/vestibular-estudantes-</p><p>-fazem-prova-29042019104241966?dimensions=66</p><p>0x360</p><p>Questão 6 (ENEM/2009)</p><p>DIGA NÃO AO NÃO</p><p>Quem disse que alguma coisa é impossível?</p><p>Olhe ao redor. O mundo está cheio de coisas que,</p><p>segundo os pessimistas, nunca teriam acontecido.</p><p>“Impossível”.</p><p>“Impraticável”.</p><p>“Não”.</p><p>E ainda assim, sim.</p><p>Sim, Santos Dumont foi o primeiro homem a decolar</p><p>a bordo de um</p><p>avião, impulsionado por um motor aeronáutico.</p><p>Sim, Visconde de Mauá, um dos maiores</p><p>empreendedores do Brasil,</p><p>inaugurou a primeira rodovia pavimentada do país.</p><p>Sim, uma empresa brasileira também inovou no país.</p><p>Abasteceu o primeiro voo comercial brasileiro.</p><p>Foi a primeira empresa privada a produzir petróleo</p><p>na Bacia de Campos.</p><p>Desenvolveu um óleo combustível mais limpo, o OC</p><p>Plus.</p><p>O que é necessário para transformar o não em sim?</p><p>Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar.</p><p>E quando o problema parece insolúvel, quando o</p><p>desa o é muito</p><p>duro, dizer: vamos lá.</p><p>Soluções de energia para um mundo real.</p><p>(Jornal da ABI. Número 336, dez. De 2008 – adaptado)</p><p>O texto publicitário apresenta a oposição</p><p>entre “impossível”, “impraticável”, “não” e “sim,</p><p>“sim”, “sim”. Essa oposição, usada como um recurso</p><p>argumentativo, tem a função de:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>MÓDULO I</p><p>26</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>a) minimizar a importância da invenção do avião</p><p>por Santos Dumont.</p><p>b) mencionar os feitos de grandes empreendedores</p><p>da história do Brasil.</p><p>c) ressaltar a importância do pessimismo para</p><p>promover transformações.</p><p>d) associar os empreendimentos da empresa</p><p>petrolífera a feitos históricos.</p><p>e) ironizar os empreendimentos rodoviários de</p><p>Visconde de Mauá no Brasil.</p><p>Questão 7 (Disponível em: https://exercicios.brasilescola.</p><p>uol.com.br/exercicios-redacao/exercicios-sobre-os-generos-</p><p>textuais-argumentativos.htm#questao-1)</p><p>Principal investigação sobre “black</p><p>blocs” termina sem acusar ninguém.</p><p>Folha de São Paulo – 25/01/2016</p><p>Dois anos e cerca de 300 testemunhos depois,</p><p>a principal investigação sobre a tática de destruição</p><p>dos “black blocs” durante as manifestações de 2013</p><p>e 2014 em São Paulo foi concluída sem um único</p><p>indiciamento.</p><p>A cargo da Polícia Civil, o chamado “inquérito-</p><p>mãe” sobre o tema não teve êxito, segundo policiais</p><p>e promotores entrevistados, porque não conseguiu</p><p>individualizar as condutas criminosas.</p><p>Os investigados foram arrolados pela suspeita</p><p>de organização criminosa, que se con gura pela</p><p>associação de três ou mais pessoas para a prática</p><p>de crimes. Ainda assim, faltaram elementos para</p><p>responsabilizá-los e uma argumentação jurídica</p><p>sólida.</p><p>A notícia, do ponto de vista de seus elementos</p><p>constitutivos,</p><p>a) apresenta argumentos contra o movimento</p><p>“black bloc”.</p><p>b) informa sobre uma ação e o resultado dessa ação.</p><p>c) dirige-se aos órgãos governamentais dos estados</p><p>envolvidos na referida operação.</p><p>d) introduz um fato com a nalidade de incentivar</p><p>movimentos sociais.</p><p>Questão 8</p><p>Fomos treinados para o preconceito.</p><p>Libertar-se disso pode ser assustador – Leonardo</p><p>Sakamoto – 16/01/2016</p><p>Deve ser assustador para uma pessoa que</p><p>cresceu no seio da tradicional família brasileira, foi</p><p>educada em escolas com métodos e conteúdos</p><p>convencionais e espiritualizada em igrejas e templos</p><p>conservadores, conviveu em espaços de socialização</p><p>que não questionam o passado apenas o rea rmam</p><p>e, é claro, assistiu a muita, muita TV, de repente,</p><p>ser bombardeada com novas “regras’’ e “normas’’</p><p>de vivência, diferentes daquelas com as quais está</p><p>acostumada.</p><p>Ouvi um desabafo sincero do pai de uma</p><p>amiga que não entendia como as coisas estavam</p><p>mudando assim tão rápido. Ele reclamava que tirar</p><p>uma da cara do “amigo que era mais gordinho’’</p><p>era só “coisa de criança’’ e não bullying passível de</p><p>punição. “A sociedade está cando muito chata’’,</p><p>disse desconsolado.</p><p>https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-reda-</p><p>cao/exercicios-sobre-os-generos-textuais-argumentati-</p><p>vos.htm</p><p>Ao circularem socialmente, os textos realizam-</p><p>se como práticas de linguagem, assumindo funções</p><p>especí cas, formais e de conteúdo. Considerando</p><p>o contexto em que circula o artigo de opinião, seu</p><p>objetivo básico é:</p><p>a) de nir regras de comportamento social pautadas</p><p>no combate ao preconceito.</p><p>b) in uenciar o comportamento do leitor por meio</p><p>de apelos.</p><p>c) defender a importância do conhecimento das</p><p>várias condutas morais na sociedade.</p><p>d) apresentar as diversas opiniões sobre as</p><p>diferenças sociais.</p><p>e) ironizar determinada prática social em relação às</p><p>diferenças.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>27</p><p>RE</p><p>D</p><p>A</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>Questão 9 (Enem cancelado 2009)</p><p>COM NICIGA, PARAR DE FUMAR FICA MUITO</p><p>MAIS FÁCIL.</p><p>1. Fumar aumenta o número de receptores do</p><p>seu cérebro que se ativam com nicotina.</p><p>2. Se você interrompe o fornecimento de uma</p><p>vez, eles enlouquecem e você sente os desagradáveis</p><p>sintomas da falta do cigarro.</p><p>3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga</p><p>libera nicotina terapêutica de forma controlada</p><p>no seu organismo, facilitando o processo de parar</p><p>de fumar e ajudando a sua força de vontade. Com</p><p>Niciga, você tem o dobro de chances de parar de</p><p>fumar.</p><p>Para convencer o leitor, o anúncio emprega</p><p>como recurso expressivo, principalmente,</p><p>n’água.</p><p>Exemplo de variação diacrônica</p><p>Variação diamésica. É a que ocorre entre fala</p><p>e escrita. A fala e a escrita são duas modalidades</p><p>distintas de usarmos a língua, mas é importante você</p><p>saber que não são opostas, por isso não podemos</p><p>achar que a fala é sempre coloquial e a escrita</p><p>formal. Isso dependerá do gênero textual usado em</p><p>cada uma dessas interações. Quando escrevemos</p><p>aos nossos amigos em aplicativos de mensagens,</p><p>costumamos recorrer a usos mais coloquiais da</p><p>língua. Da mesma forma, quando deixamos um</p><p>bilhete na porta da geladeira para um familiar. Ambas</p><p>são situações em que usamos a língua escrita, mas</p><p>sem qualquer formalidade. Quando fazemos uma</p><p>exposição durante um seminário, costumamos ser</p><p>mais cuidadosos em nossas escolhas linguísticas e</p><p>ficamos bem atentos para não cometermos desvios</p><p>da norma de prestígio. Com isso, queremos mostrar</p><p>que a formalidade também é uma característica da</p><p>fala.</p><p>https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSXkY6obdm-k5Avy78f6I</p><p>UApJSFXHmyuKnC4Q&usqp=CAU</p><p>Ser mais ou menos formal vai depender de</p><p>alguns fatores presentes no momento da interação,</p><p>como o grau de intimidade entre os interlocutores</p><p>e até mesmo o assunto da conversa. A variação</p><p>relacionada ao grau de formalidade da língua é</p><p>a diafásica ou situacional. Acompanhe alguns</p><p>exemplos:</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>14</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>Disponível em: https://vidadeprogramador.com.br/2017/12/29/loucura-esse-bitcoin-</p><p>ne/</p><p>Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/tipos-variacoes-linguisticas.</p><p>html</p><p>A seguir, você lerá o trecho de uma carta que</p><p>o escritor Fernando Sabino escreveu ao poeta Mário</p><p>de Andrade. Fique atento às marcas de informalidade</p><p>usadas pelo autor.</p><p>Belo Horizonte, 28 de julho de 1942.</p><p>Meu caro Mário,</p><p>Estou te escrevendo rapidamente, se bem</p><p>que haja muitíssima coisa que eu quero te falar (a</p><p>respeito da Conferência, que acabei de ler agora).</p><p>Vem-me uma vontade imensa de desabafar com</p><p>você tudo o que ela me fez sentir. Mas é longo, não</p><p>tenho o direito de tomar seu tempo e te chatear.</p><p>Fernando Sabino.</p><p>Embora Fernando Sabino empregue a norma</p><p>culta da língua, recorrendo, em alguns momentos,</p><p>a construções do português padrão (haja muitíssima</p><p>coisa, vem-me), há marcas de informalidade em</p><p>seu texto como a mistura de tratamento (estou te</p><p>escrevendo, desabafar com você, tomar o seu tempo</p><p>e te chatear). Misturar as formas pronominais de</p><p>segunda pessoa com as de terceira é muito comum</p><p>na fala de qualquer brasileiro, independentemente</p><p>de seu nível de escolaridade. A carta pessoal é um</p><p>gênero textual que comporta uma linguagem mais</p><p>informal, por isso a forma como o autor escreve está</p><p>adequada ao contexto.</p><p>Pela norma-padrão, se optamos por tratar</p><p>alguém usando o pronome tu, devemos manter o</p><p>uso das formas de segunda pessoa durante todo</p><p>o texto (te, teu, ti, contigo, além das formas verbais</p><p>correspondentes a essa pessoa do discurso). Da</p><p>mesma forma, se escolhemos o tratamento em</p><p>terceira pessoa (você ou senhor/senhora), a orientação</p><p>é manter o uso das formas correlatas (seu, lhe, o/a,</p><p>si). Essa coerência morfológica é bastante incomum</p><p>no português brasileiro.</p><p>Você já compreendeu que a variação é uma</p><p>característica inerente à língua, ou seja, é algo natural.</p><p>As instituições sociais, como a escola, os gramáticos</p><p>tradicionais, os meios de comunicação e aqueles que</p><p>se autoproclamam defensores da língua consideram</p><p>a variação uma deformidade, mas isso não é verdade.</p><p>Ela ocorre como reflexo da pluralidade sociocultural.</p><p>Quanto mais acesso à escola o indivíduo tiver, mais</p><p>ele terá acesso às formas socialmente aceitáveis,</p><p>mas não podemos cometer o equívoco de considerar</p><p>essas formas como as únicas corretas na língua.</p><p>Agindo dessa forma, estaremos perpetuando o</p><p>preconceito linguístico e a estigmatização.</p><p>Leia essa importante observação do professor</p><p>Sírio Possenti, usada em uma questão do ENEM, em</p><p>2014:</p><p>Só há uma saída para a escola se ela quiser</p><p>ser mais bem-sucedida: aceitar a mudança da</p><p>língua como um fato. Isso deve significar que a</p><p>escola deve aceitar qualquer forma de língua em</p><p>suas atividades escritas? Não deve mais corrigir?</p><p>Não! Há outra dimensão a ser considerada:</p><p>de fato, no mundo real da escrita, não existe</p><p>apenas um português correto, que valeria para</p><p>todas as ocasiões: o estilo dos contratos não é o</p><p>mesmo dos manuais de instrução; o dos juízes do</p><p>Supremo não é o mesmo dos cordelistas; o dos</p><p>editoriais dos jornais não é o mesmo dos cadernos</p><p>de cultura dos mesmos jornais. Ou dos de seus</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>15</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAcolunistas. (POSSENTI, S. Gramática na cabeça.</p><p>Língua Portuguesa, ano 5, n. 67, maio 2011 –</p><p>adaptado).</p><p>Possenti defende a tese de que não há um</p><p>único português correto e que é necessário adequar</p><p>as formas linguísticas aos diferentes tipos de textos</p><p>e situações.</p><p>Esperamos que você esteja gostando desse</p><p>percurso que estamos trilhando juntos. Continue</p><p>ampliando seu conhecimento sobre a língua</p><p>portuguesa, para que você possa participar, com</p><p>êxito, de diferentes situações comunicativas, sejam</p><p>orais, sejam escritas.</p><p>OLHO NAS DICAS</p><p>1. Livro:</p><p>a) A língua de Eulália: novela sociolinguística</p><p>– Marcos Bagno. A obra discute questões</p><p>sobre variação linguística e mostra que</p><p>muito do que consideramos erro de</p><p>português tem explicações lógicas e</p><p>científicas.</p><p>2. Links:</p><p>a) Norma culta e variedades linguísticas:</p><p>ttps://edisciplinas.usp.br/pluginfile.</p><p>php/174227/mod_resource/</p><p>content/1/01d17t03.pdf</p><p>b) O que é variação linguística:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/</p><p>portugues/o-que-e-variacao-linguistica.</p><p>htm</p><p>c) Funções da linguagem:</p><p>https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/</p><p>funcoes-linguagem.htm</p><p>RECAPITULANDO</p><p>beduka.com/blog</p><p>https://i0.wp.com/www.vestmapamental.com.br/wp-content/uploads/2020/03/</p><p>Varia%C3%A7%C3%B5es-Lingu%C3%ADsticas-scaled.jpg?ssl=1</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>16</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA HORA DE PRATICAR</p><p>Questão 1</p><p>Sobre o cartum de Caulos, assinale a</p><p>proposição correta:</p><p>I. A linguagem verbal é desnecessária para o</p><p>entendimento do texto;</p><p>II.Linguagem verbal e não verbal são</p><p>necessárias para a construção dos sentidos</p><p>pretendidos pelo cartunista;</p><p>III. O cartunista estabelece uma relação</p><p>de intertextualidade com o poema “No meio do</p><p>caminho”, de Carlos Drummond de Andrade;</p><p>IV. O cartum é uma crítica ao poema de Carlos</p><p>Drummond de Andrade, já que o cartunista considera</p><p>o poeta pouco prático.</p><p>A. Apenas I está correta.</p><p>B. II e III estão corretas.</p><p>C. I e IV estão corretas.</p><p>D. II e IV estão corretas.</p><p>Disponível em: https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-redacao/</p><p>exercicios-sobre-linguagem-verbal-nao-</p><p>verbal.htm#resposta-546. Acesso em: 04 março 2021.</p><p>Questão 2 (ENEM – 2012)</p><p>Desabafo</p><p>Desculpem-me, mas não dá pra fazer uma</p><p>cronicazinha divertida hoje. Simplesmente não dá.</p><p>Não tem como disfarçar: esta é uma típica manhã</p><p>de segunda-feira. A começar pela luz acesa da sala</p><p>que esqueci ontem à noite. Seis recados para serem</p><p>respondidos na secretária eletrônica. Recados</p><p>chatos. Contas para pagar que venceram ontem.</p><p>Estou nervoso. Estou zangado.</p><p>CARNEIRO, J. E. Veja, 11 set. 2002 (fragmento).</p><p>Nos textos em geral, é comum a manifestação</p><p>simultânea de várias funções da linguagem, com o</p><p>predomínio, entretanto, de uma sobre as outras.</p><p>No fragmento da crônica Desabafo, a função da</p><p>linguagem predominante é a emotiva ou expressiva,</p><p>pois</p><p>A. o discurso do enunciador tem como foco o</p><p>próprio código.</p><p>B. a atitude do enunciador se sobrepõe àquilo que</p><p>está sendo dito.</p><p>C. o interlocutor é o foco do enunciador na</p><p>construção da mensagem.</p><p>D. o referente é o elemento que se sobressai em</p><p>detrimento dos demais.</p><p>E. o enunciador tem como objetivo principal a</p><p>manutenção da comunicação.</p><p>Questão 3</p><p>Sobre as linguagens verbal e não verbal, estão</p><p>corretas, exceto:</p><p>A. a linguagem não verbal é composta por signos</p><p>sonoros ou visuais, como</p><p>placas, imagens, vídeos</p><p>etc.</p><p>B. a linguagem verbal diz respeito aos signos que</p><p>são formados por palavras. Eles podem ser</p><p>sinais visuais e sonoros.</p><p>C. a linguagem verbal, por dispor de elementos</p><p>linguísticos concretos, pode ser considerada</p><p>superior à linguagem não verbal.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>17</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAD. linguagem verbal e não verbal são importantes,</p><p>e o sucesso na comunicação depende delas,</p><p>ou seja, quando um interlocutor recebe e</p><p>compreende uma mensagem adequadamente.</p><p>Disponível em: https://exercicios.mundoeducacao.uol.com.br/exercicios-redacao/</p><p>exercicios-sobre-linguagem-verbal-nao-</p><p>verbal.htm#resposta-546. Acesso em: 04 março 2021.</p><p>Questão 4 (ENEM – 2018)</p><p>Deficientes visuais já podem ir a algumas</p><p>salas de cinema e teatros para curtir, em maior</p><p>intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na</p><p>tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-chegado ao</p><p>Brasil e disponível para os sistemas operacionais</p><p>iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser conectado</p><p>à rede wi-fí de cinemas e teatros, o app sincroniza</p><p>um áudio que descreve o que ocorre na tela ou no</p><p>palco com o espetáculo em andamento: o usuário,</p><p>então, pode ouvir a narração em seu celular. O</p><p>programa foi desenvolvido por pesquisadores da</p><p>Universidade Carlos III, em Madri. “Na Espanha, 200</p><p>salas de cinema já oferecem o recurso e flimes de</p><p>grandes estúdios já são exibidos com o recurso do</p><p>Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe</p><p>a tecnologia para o país. “No Brasil, já fechamos</p><p>parceria com a São Paulo Companhia de Dança para</p><p>adaptar os espetáculos deles! Isso já é um avanço.</p><p>Concorda?”</p><p>Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25jun. 2014 (adaptado).</p><p>Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo</p><p>com a intenção do emissor, a linguagem apresenta</p><p>funções diferentes. Nesse fragmento, predomina a</p><p>função referencial da linguagem, porque há a presença de</p><p>elementos que</p><p>A. buscam convencer o leitor, incitando o uso do</p><p>aplicativo.</p><p>B. definem o aplicativo, revelando o ponto de vista</p><p>da autora.</p><p>C. evidenciam a subjetividade, explorando a</p><p>entonação emotiva.</p><p>D. expõem dados sobre o aplicativo, usando</p><p>linguagem denotativa.</p><p>E. objetivam manter um diálogo com o leitor,</p><p>recorrendo a uma indagação.</p><p>Questão 5 (Faculdade Pitágoras de Medicina – Processo</p><p>Seletivo 2018/CONSULTEC)</p><p>AGOSTO/ Mês de combate ao fumo.</p><p>Disponível</p><p>em:. Acesso em: 12 jul. 2018.</p><p>Quanto à campanha institucional em foco,</p><p>é correto afirmar que, em sua composição, duas</p><p>funções da linguagem se destacam, a saber, a</p><p>1) referencial, pois está centrada no contexto da</p><p>comunicação, objetivando destacar a toxidade</p><p>das substâncias que compõem o cigarro, e a co-</p><p>nativa, uma vez que visa ao convencimento do</p><p>leitor sobre os malefícios do fumo, além do apelo</p><p>para que sejam divulgadas as informações que</p><p>veicula.</p><p>2) estética, mediante o realce dado à própria publi-</p><p>cidade, despertando no receptor o prazer da con-</p><p>templação artística, e a emotiva, por transmitir</p><p>as preocupações da instituição sobre o risco indi-</p><p>cado em cada imagem, como marca do desejo de</p><p>mostrar que tabagismo provoca câncer.</p><p>3) fática, em virtude de procurar estabelecer um</p><p>contato com o público em geral, tendo em vista</p><p>passar-lhe dados úteis, e a metalinguística, pelo</p><p>uso da mesma língua com a qual foi elaborada</p><p>a peça publicitária para ressaltar, sobretudo, os</p><p>males advindos do vício de fumar.</p><p>4) poética, devido à elaboração da mensagem, cui-</p><p>dadosamente ilustrada, com o objetivo de atingir</p><p>o maior número possível de pessoas, além do</p><p>emprego da metalinguagem, ou seja, da utiliza-</p><p>ção do código linguístico para explicar ele próprio.</p><p>5) denotativa, pela ênfase dada ao referente, bus-</p><p>cando transmitir informes objetivos sobre ele, e</p><p>a expressiva, por transmitir uma opinião da Fun-</p><p>dação do Câncer a respeito de um produto consi-</p><p>derado muito prejudicial à saúde de todos.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>18</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Questão 6 (IFPE – 2017/adaptada) Leia o texto para</p><p>responder à questão.</p><p>Sobre a linguagem dos personagens do</p><p>TEXTO, da página do Facebook “Bode Gaiato”, avalie</p><p>as assertivas.</p><p>I. O texto verbal, embora escrito, revela aproximação</p><p>com a oralidade. A grafia da palavra “nãm” evidencia</p><p>esse aspecto.</p><p>II. Os falantes utilizam-se de uma linguagem com</p><p>fortes marcas regionais, como a escolha da palavra</p><p>“mainha”.</p><p>III. O diálogo entre mãe e filho revela o registro</p><p>formal da linguagem, como podemos perceber pela</p><p>utilização das expressões “venha cá pra eu...” e “que</p><p>nem...”.</p><p>IV. O vocábulo “boizin”, formado com base na palavra</p><p>inglesa boy, é uma marca linguística típica de grupos</p><p>sociais de jovens e adolescentes.</p><p>V. Visto que todas as línguas naturais são</p><p>heterogêneas, podemos afirmar que as falas de Júnio</p><p>e sua mãe revelam preconceito linguístico.</p><p>Estão CORRETAS apenas as afirmações</p><p>contidas nas assertivas</p><p>A. I, II e IV.</p><p>B. I, III e V.</p><p>C. II, IV e V.</p><p>D. II, III e IV.</p><p>E. III, IV e V.</p><p>Questão 7 (ENEM – 2017)</p><p>A língua tupi no Brasil</p><p>Há 300 anos, morar na vila de São Paulo de</p><p>Piratininga (peixe seco, em tupi) era quase sinônimo</p><p>de falar língua de índio. Em cada cinco habitantes</p><p>da cidade, só dois conheciam o português. Por isso,</p><p>em 1698, o governador da província, Artur de Sá e</p><p>Meneses, implorou a Portugal que só mandasse</p><p>padres que soubessem “a língua geral dos índios”,</p><p>pois “aquela gente não se explica em outro idioma”.</p><p>Derivado do dialeto de São Vicente, o tupi de</p><p>São Paulo se desenvolveu e se espalhou no século</p><p>XVII, graças ao isolamento geográfico da cidade e</p><p>à atividade pouco cristã dos mamelucos paulistas:</p><p>as bandeiras, expedições ao sertão em busca de</p><p>escravos índios. Muitos bandeirantes nem sequer</p><p>falavam o português ou se expressavam mal.</p><p>Domingos Jorge Velho, o paulista que destruiu o</p><p>Quilombo dos Palmares em 1694, foi descrito pelo</p><p>bispo de Pernambuco como “um bárbaro que nem</p><p>falar sabe”. Em suas andanças, essa gente batizou</p><p>lugares como Avanhandava (lugar onde o índio</p><p>corre), Pindamonhangaba (lugar de fazer anzol)</p><p>e Itu (cachoeira). E acabou inventando uma nova</p><p>língua.</p><p>“Os escravos dos bandeirantes vinham de</p><p>mais de 100 tribos diferentes”, conta o historiador e</p><p>antropólogo John Monteiro, da Universidade Estadual</p><p>de Campinas. “Isso mudou o tupi paulista, que, além</p><p>da influência do português, ainda recebia palavras</p><p>de outros idiomas.” O resultado da mistura ficou</p><p>conhecido como língua geral do sul, uma espécie de</p><p>tupi facilitado.</p><p>ANGELO, C. Disponível em: . Acesso em: 8 ago. 2012.</p><p>Adaptado.</p><p>O texto trata de aspectos sócio-históricos da</p><p>formação linguística nacional. Quanto ao papel do</p><p>tupi na formação do português brasileiro, depreende-</p><p>se que essa língua indígena</p><p>A. contribuiu efetivamente para o léxico, com</p><p>nomes relativos aos traços característicos dos</p><p>lugares designados.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>19</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAB. originou o português falado em São Paulo no</p><p>século XVII, em cuja base gramatical também</p><p>está a fala de variadas etnias indígenas.</p><p>C. desenvolveu-se sob influência dos trabalhos de</p><p>catequese dos padres portugueses vindos de</p><p>Lisboa.</p><p>D. misturou-se aos falares africanos, em razão</p><p>das interações entre portugueses e negros nas</p><p>investidas contra o Quilombo dos Palmares.</p><p>E. expandiu-se paralelamente ao português falado</p><p>pelo colonizador, e juntos originaram a língua dos</p><p>bandeirantes paulistas.</p><p>Questão 8 (Faculdade Pitágoras de Medicina - Processo</p><p>Seletivo 2018/CONSULTEC)</p><p>DONA MARIA, o seu prognóstico... Disponível em: Acesso em: 12 jul. 2018.</p><p>O discurso da personagem revela um tipo de</p><p>variação linguística de caráter</p><p>1) regional, já que se trata de um dialeto que expres-</p><p>sa, portanto, a influência do local onde ela vive.</p><p>2) preconceituoso, por demonstrar o emprego da</p><p>língua como um mecanismo de segregação cultural.</p><p>3) social, devido à utilização</p><p>de um linguajar restrito</p><p>ao grupo profissional de que faz parte a locutora, co-</p><p>nhecido por jargão.</p><p>4) histórico, pelo emprego de expressões que caí-</p><p>ram em desuso, sinalizando o enraizamento de ter-</p><p>mos no repertório vocabular de quem fala.</p><p>5) situacional, pela formalidade da linguagem em</p><p>virtude da não familiaridade entre os interlocutores</p><p>da comunicação, o que requer maior seriedade da</p><p>enunciadora.</p><p>Questão 9 (UEFS)</p><p>O anúncio publicitário em destaque</p><p>A. convida o leitor a lapidar sua linguagem através</p><p>dos textos de Machado de Assis.</p><p>B. sugere que o Museu de Língua Portuguesa expõe</p><p>a língua também em seu uso real e cotidiano.</p><p>C. enaltece uma variação linguística específica,</p><p>representante dos textos de escritores do século</p><p>D. XIX.</p><p>E. d) evidencia um preconceito linguístico quando</p><p>centraliza sua exposição na linguagem culta,</p><p>através dos textos de Machado de Assis.</p><p>F. insinua, por meio da imagem do coração formada</p><p>a partir de folhas de um livro, a importância que</p><p>a instituição dá à língua escrita, em detrimento</p><p>da oral.</p><p>Questão 10 (ENEM-2013)</p><p>Até quando?</p><p>Não adianta olhar pro céu</p><p>Com muita fé e pouca luta</p><p>Levanta aí que você tem muito protesto pra</p><p>fazer</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>20</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA E muita greve, você pode, você deve, pode crer</p><p>Não adianta olhar pro chão</p><p>Virar a cara pra não ver</p><p>Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque</p><p>Jesus</p><p>Sofreu não quer dizer que você tenha que so-</p><p>frer!</p><p>GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo).</p><p>Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).</p><p>As escolhas linguísticas feitas pelo autor</p><p>conferem ao texto</p><p>A. caráter atual, pelo uso de linguagem própria da</p><p>internet.</p><p>B. cunho apelativo, pela predominância de imagens</p><p>metafóricas.</p><p>C. tom de diálogo, pela recorrência de gírias.</p><p>D. espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.</p><p>E. originalidade, pela concisão da linguagem.</p><p>BLOCO TEMÁTICO 2 -</p><p>MORFOLOGIA</p><p>A morfologia é a parte da gramática que</p><p>estuda a estrutura das palavras, bem como a sua</p><p>formação. Quando nos referimos ao termo estrutura,</p><p>neste caso, queremos dizer que os vocábulos são</p><p>compostos por unidades menores – os morfemas</p><p>–, que carregam significados. Então, na palavra</p><p>“ficávamos”, por exemplo, dizemos que o verbo está</p><p>no plural porque a sua terminação “-mos” atribui</p><p>essa ideia. Note que, ao eliminarmos esse morfema,</p><p>o verbo passa a indicar o singular.</p><p>A morfologia também se dedica ao estudo da</p><p>classificaçãodaspalavras.Devemos jáesclarecerque,</p><p>para determinar a classe gramatical, nem sempre se</p><p>pode levar em conta somente a sua forma. Muitas</p><p>vezes, o contexto é fundamental para se reconhecer</p><p>a classificação morfológica de um vocábulo, como</p><p>ocorre em canto, que pode ser verbo ou substantivo.</p><p>Aliás, conhecer as dez classes gramaticais o ajudará</p><p>a compreender alguns recursos utilizados nos textos.</p><p>Vamos em frente!</p><p>ESTRUTURA E FORMAÇÃO</p><p>DAS PALAVRAS</p><p>https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTJDTlkL5GhjZF8Wnd9J</p><p>9undEgQPeKbDbZ3hTBO811cdlpBPm3l</p><p>Na língua portuguesa, existem várias palavras</p><p>bem parecidas no que diz respeito a sua forma. Veja,</p><p>no quadro abaixo, algumas delas e identifique o que</p><p>há de semelhante entre elas:</p><p>ferro amar terra</p><p>ferreiros amor terreiros</p><p>ferradura amoroso terrestre</p><p>ferrugem amaste terreno</p><p>enferrujado amava desterrava</p><p>ferrado amado enterrado</p><p>Observe que existem elementos que se</p><p>repetem em cada grupo de palavras (ferr-, am- e</p><p>terr-) e outros que se repetem em palavras de grupos</p><p>diferentes, como -eir-, - o, -ar, -ado, -s. Essas</p><p>pequenas unidades são chamadas morfemas e se</p><p>juntam para formar as palavras da língua (ferreiro,</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>21</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA</p><p>https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=-</p><p>ferradura, terrestre etc.) ou para indicar certas variações – as flexões – na mesma palavra (amaste, amava, ferreiro,</p><p>ferreiros). Estudar a estrutura é conhecer os morfemas que compõem os vocábulos:</p><p>garot.a</p><p>garot-: é a parte que se refere ao significado que a palavra tem no mundo extralinguístico (pessoa jovem)</p><p>-a: indica que a pessoa jovem é do sexo feminino.</p><p>O primeiro morfema (garot-) é chamado de morfema lexical ou radical e carrega o significado da palavra.</p><p>O segundo (-a) é chamado de morfema gramatical e enquadra a palavra na categoria das palavras femininas da</p><p>língua portuguesa.</p><p>Voltando às palavras do nosso quadro inicial, então, podemos dizer que ferr-, am- e terr- são os radicais</p><p>desses grupos de palavras e a eles estão ligados morfemas gramaticais que carregam significados diversos. Os</p><p>morfemas gramaticais indicam aspectos gramaticais a nomes e verbos e podem ser:</p><p>A. derivacionais – afixos (prefixos e sufixos), como em desterrar e amoroso, respectivamente.</p><p>B. flexionais (desinências) – gênero e número, para nomes, como bela e ferreiros; número/pessoa e modo/</p><p>tempo, para verbos, como em amaste e amava.</p><p>C. morfemas classificatórios – vogais temáticas de nomes e verbos, como em ferro e amar, respectivamente.</p><p>Nos verbos, a vogal temática indica a conjugação a que pertencem: na primeira conjugação, a vogal</p><p>temática é a, na segunda e e, na terceira, i. Nos nomes, a vogal temática não tem um significado específico, como</p><p>nos verbos: ferr-o, terr-a. Salientamos que -o e -a não são marcações de gênero nas palavras ferro e terra, uma</p><p>vez que elas não fazem oposição entre masculino e feminino.</p><p>Algumas palavras recebem um fonema que permite a ligação entre o radical e as desinências. Esses</p><p>fonemas são chamados consoantes ou vogais de ligação e servem para tornar a pronúncia mais clara e</p><p>harmoniosa: paris-i-ense, pau-l-ada, pe-z-inho, pobre-t-ão, café-i-cultura.</p><p>Para solidificar o que você aprendeu até aqui, vamos fazer a decomposição mórfica de algumas das</p><p>palavras que apresentamos no início deste bloco.</p><p>nome prefixo radical sufixo vogal desinência de</p><p>temática número</p><p>terra - terr- - -a -</p><p>terreiros - terr- -eir- -o -s</p><p>enferrujado en- ferr- ado - -</p><p>verbo prefixo radical vogal desin. número- desin. modo-</p><p>temática pessoal temporal</p><p>amava - am- -a- - -va</p><p>amaste - am- -a- -ste -</p><p>desterrava des- terr- -a- - -va</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>22</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA Os verbos, quando aparecem em sua forma básica (amar, cantar, beber), apresentam um -r após a vogal</p><p>temática, a que chamamos desinência de infinitivo.</p><p>Continue exercitando sua compreensão sobre o assunto. Leia a tirinha abaixo e observe a análise da</p><p>estrutura composicional da palavra faxineira.</p><p>Tira-Teima Rekern (Zero Hora, 03/05/2008)</p><p>Em faxineira, temos três morfemas: faxin- (radical ou morfema lexical); -eir- (morfema gramatical/sufixo)</p><p>e -a (morfema gramatical de gênero).</p><p>Vamos pensar um pouco sobre como as palavras são formadas. O léxico é o conjunto de palavras de</p><p>uma língua e está sempre aberto à possibilidade de criação e renovação. Existem atualmente cerca de 400</p><p>mil palavras no português, mas, obviamente, nem sempre foi assim. Ao longo do tempo novas palavras vão</p><p>sendo incorporadas a partir da necessidade dos falantes (neologismos, empréstimos), outras caem em desuso</p><p>(arcaísmos) ou mudam de significado com o passar do tempo. O neologismo printar, por exemplo, formou-se</p><p>com base em um morfema lexical do inglês (print) e morfemas gramaticais do português (-ar), combinados de</p><p>acordo com os processos já existentes em nossa língua: print- + -ar.</p><p>A incorporação de novos vocábulos pode ocorrer por meio de empréstimos linguísticos de outras línguas,</p><p>e, na maior parte das vezes, pela formação de novos vocábulos a partir de morfemas já existentes no sistema</p><p>linguístico, como é o caso de clonagem (clone- + -agem). Na língua portuguesa, é possível se criarem novas</p><p>palavras a partir de dois processos principais: derivação e composição.</p><p>1) Derivação: as palavras são formadas a partir do acréscimo de afixos (prefixos e sufixos a uma palavra</p><p>primitiva) e podem ser dos seguintes</p><p>tipos:</p><p>• prefixal – o morfema derivacional antecede o radical: infeliz, relembrar, desembarque;</p><p>• sufixal – o morfema derivacional é acrescentado após o radical: ferreiro, desejável;</p><p>• prefixal e sufixal – são acrescentados um sufixo e um prefixo: infelizmente (in + feliz + mente);</p><p>• parassintética – também são acrescentados um prefixo e um sufixo, porém, nesse processo, ambos os</p><p>afixos só podem ocorrer concomitantemente, como em entardecer (en + tarde + cer), desalmado (des +</p><p>alm + ad + o);</p><p>• regressiva – as palavras são formadas pela supressão de um morfema: procura (procurar); avanço</p><p>(avançar);</p><p>• imprópria: ocorre mudança de sentido e de classe gramatical; acontece comumente na passagem de</p><p>uma palavra qualquer para a classe dos substantivos (substantivação), o que se faz antepondo um artigo</p><p>ou pronome à palavra: o amar, um sim, o certo.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>23</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAFique ligado!</p><p>Não confunda os processos de formação por</p><p>prefixação e sufixação com a parassíntese. Para</p><p>se certificar, basta retirar um dos afixos e, se o</p><p>que restar do vocábulo não tiver sentido, então, o</p><p>processo é parassíntese. Se, por outro lado, tiver</p><p>sentido na parte restante, então, a formação se</p><p>deu por prefixação e sufixação.</p><p>2) Composição: as palavras são formadas a partir</p><p>da junção de duas outras já existentes e, a</p><p>depender de como isso ocorra, a composição</p><p>pode se dar por justaposição ou por aglutinação.</p><p>No primeiro caso, os radicais não sofrem</p><p>qualquer alteração em sua estrutura (couve-</p><p>flor, pé-de-moleque); no segundo, os radicais se</p><p>fundem e pelo menos um deles tem alteração</p><p>fonética: boquiaberto (boca + aberta), cabisbaixo</p><p>(cabeça + baixa), pontiagudo (ponta + aguda).</p><p>Além desses, é possível incorporar palavras</p><p>ao idioma por meio de outros processos como a</p><p>abreviação, o hibridismo, as onomatopeias e a</p><p>lexicalização de siglas.</p><p>• abreviação: formam-se novas palavras a</p><p>partir da redução ou abreviação d e</p><p>palavras já existentes: pornô (pornográfico),</p><p>moto (motocicleta), pneu (pneumático);</p><p>• hibridismo: as palavras se originam pela</p><p>junção de elementos de idiomas diferentes:</p><p>bafômetro (bafo, do português, e metro,</p><p>do grego) e sambódromo (samba, do</p><p>quimbundo, e dromo, do grego);</p><p>• onomatopeia: as palavras imitam os sons</p><p>(trimm, crash, tic-tac);</p><p>• sigla: as palavras se formam a partir</p><p>das iniciais de outras (CPI, ENEM).</p><p>Agora, que tal exercitar um pouco o que você</p><p>aprendeu? Faça os exercícios disponíveis no final do</p><p>bloco.</p><p>CLASSES DE PALAVRAS</p><p>https://mundoeducacao.uol.com. br/gramatica/palavras-variaveis-invariaveis.htm</p><p>São dez as classes gramaticais da língua</p><p>portuguesa, divididas em dois grupos: as variáveis e</p><p>as invariáveis. São consideradas variáveis as classes</p><p>que se modificam para marcar algumas informações</p><p>gramaticais como gênero (masculino e feminino),</p><p>número (singular e plural), pessoa (primeira,</p><p>segunda e terceira), tempo (pretéritos, presente,</p><p>futuros) e modo (indicativo, subjuntivo, imperativo).</p><p>Você deve estar lembrado de que há morfemas</p><p>indicativos dessas categorias. As classes variáveis</p><p>são substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome</p><p>e verbo. As palavras invariáveis, por sua vez, não</p><p>admitem transformações em suas formas. São</p><p>estas: advérbio, preposição, conjunção e interjeição</p><p>Para identificar a classe de uma palavra, as</p><p>gramáticas costumam recorrer a critérios semânticos</p><p>(levam em conta o significado), morfológicos (levam</p><p>em conta a estrutura das palavras) e sintáticos</p><p>(levam em conta a maneira como as palavras se</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>24</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SA relacionam na oração). Vamos conhecer cada uma</p><p>dessas classes a partir de agora, observando sua</p><p>definição a partir desses critérios. Não se esqueça de</p><p>que você poderá aprofundar o conteúdo por meio do</p><p>material indicado ao final deste bloco.</p><p>Substantivo:</p><p>· critério semântico – nomeia seres em geral</p><p>(anil, anzol, agulha);</p><p>· critério morfológico – varia em número,</p><p>gênero e grau (gato/gata, gata/gatas,</p><p>gatinha/gatona);</p><p>· critério sintático – é núcleo de um</p><p>sintagma nominal (O peixe mergulhou /</p><p>Pegamos a agulha enferrujada).</p><p>Sintagma nominal é um conjunto de elementos</p><p>linguísticos que mantêm relação de dependência</p><p>e se organizam em torno de um elemento central</p><p>chamado núcleo. Em O peixe esperto mergulhou, o</p><p>sintagma nominal é o peixe esperto. Em Pegamos a</p><p>agulha enferrujada, o sintagma nominal é a agulha</p><p>enferrujada. Os núcleos desses grupos nominais são,</p><p>respectivamente, os substantivos peixe e agulha.</p><p>Leia o poema A pesca, de Affonso Romano</p><p>de Sant’Anna, e veja como os substantivos são</p><p>empregados em sua construção. Por serem palavras</p><p>que carregam significado, o eu-poético conseguiu</p><p>descrever todas as fases da pescaria recorrendo</p><p>quase exclusivamente apenas a essa classe de</p><p>palavra.</p><p>A pesca</p><p>O anil</p><p>O anzol</p><p>O azul</p><p>O silêncio</p><p>O tempo</p><p>O peixe</p><p>A agulha</p><p>vertical</p><p>mergulha</p><p>A água</p><p>A linha</p><p>A espuma</p><p>O tempo</p><p>O peixe</p><p>O silêncio</p><p>A garganta</p><p>A âncora</p><p>O peixe</p><p>A boca</p><p>O arranco</p><p>O rasgão</p><p>Aberta a água</p><p>Aberta a chaga</p><p>Aberto o anzol</p><p>Aquilíneo</p><p>Agil-claro</p><p>Estabanado</p><p>O peixe</p><p>A areia</p><p>O sol</p><p>SANT’ANNA, Affonso Romano de. Poesia sobre poesia. Rio de Janeiro,</p><p>Imago, 1975. p.145.</p><p>Adjetivo:</p><p>· critério semântico – indica característica,</p><p>qualidade ou estado do substantivo (céu azul)</p><p>· critério morfológico – varia em número,</p><p>gênero e grau (azul/azuis; lindo/linda;</p><p>lindíssima);</p><p>· critério sintático – é uma palavra</p><p>determinante de um sintagma nominal (O</p><p>peixe esperto mergulhou / Pegamos a agulha</p><p>enferrujada).</p><p>No poema A pesca, há uma estrofe formada</p><p>apenas por adjetivos. Tente identificá-los.</p><p>Você pode estar se perguntando o que significa</p><p>ser determinante em um sintagma nominal. Vamos</p><p>explicar isso por meio dos exemplos a seguir:</p><p>• A camisa está suja.</p><p>• Minha camisa está suja.</p><p>• A camisa azul está suja.</p><p>• A camisa de seda está suja.</p><p>• Duas camisas estão sujas.</p><p>Todosostermossublinhados–artigo,pronome</p><p>adjetivo (possessivo), adjetivo, locução adjetiva</p><p>e numeral – mantêm relação com o substantivo</p><p>camisa, especificando-o. Ou seja, distinguem o</p><p>substantivo que acompanham dos demais. São,</p><p>portanto, determinantes.</p><p>É muito frequente usarmos mais de uma</p><p>palavra com valor de adjetivo, como na frase A camisa</p><p>de seda está suja. O substantivo camisa foi qualificado</p><p>pela expressão de seda, que é uma locução adjetiva.</p><p>A locução adjetiva é o conjunto de duas ou mais</p><p>palavras que tem função de adjetivo na frase.</p><p>Comumente, são formadas por uma preposição e</p><p>um substantivo, mas também há casos em que são</p><p>formadas por preposição seguida de advérbio (A rua</p><p>de baixo). Algumas vezes, a locução adjetiva pode ser</p><p>substituída por um adjetivo: livros de criança/livros</p><p>infantis; pneu de trás/pneu traseiro; músculo do</p><p>coração/músculo cardíaco.</p><p>Programa Universidade para Todos</p><p>Secretaria da Educação do Estado da Bahia</p><p>MÓDULO I</p><p>25</p><p>LÍ</p><p>NG</p><p>UA</p><p>PO</p><p>RT</p><p>UG</p><p>UE</p><p>SAArtigo:</p><p>· critério semântico – determina ou</p><p>indetermina o substantivo (A criança</p><p>chegou / Uma criança chegou);</p><p>· critério morfológico – varia em número e</p><p>gênero (o/a, um/uma, os/as, uns/umas);</p><p>· critério sintático – é uma palavra</p><p>determinante do núcleo de um sintagma</p><p>nominal.</p><p>Você consegue perceber a diferença de sentido</p><p>no uso dos dois artigos na fala de Snoopy na tirinha</p><p>a seguir?</p><p>Snoopy não se conforma com o uso do</p><p>artigo um para se referir a ele, por ser uma palavra</p><p>de sentido genérico. O artigo definido o, por sua vez,</p><p>o individualiza entre tantos outros cachorros. Em</p><p>outras palavras, ele quer dizer: “Eu não sou qualquer</p><p>um”.</p><p>Numeral:</p><p>· critério semântico – indica quantidade,</p><p>ordem, multiplicação ou divisão (dois</p><p>meninos, o dobro de crianças, metade da</p><p>classe);</p><p>· critério morfológico – varia em gênero e</p><p>número (dois/duas, primeiro/primeira);</p><p>· critério sintático – pode ser determinante ou</p><p>núcleo de um sintagma nominal (Dois alunos</p><p>chegaram / Os dois chegaram).</p><p>Pronome:</p><p>· critério semântico – refere-se aos seres,</p><p>indicando-os como pessoas</p>
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